▪ Os homens de Alcaria são
apresentados como «figurinhas» (de presépio?) que vivem em casas
«tresmalhadas». Atendendo a esta caracterização das casas (continente), os
homens que as habitantes (conteúdo) são aparentados com gado. […] eles são «o
rebanho que se levanta com o dia, lavra, cava a terra, ceifa e recolhe vergado
pelo cansaço e pela noite. Mais nada que o abandono e a solidão». A tudo isto
acresce a falta de esperança numa vida melhor. Batola não enfrenta aquele tipo
de problemas. Pelo contrário, ele dá-se ao luxo de preguiçar, bebe «o melhor
vinho que há na venda», carrega um fio de ouro no colete. Todavia, consciente
da vida difícil dos demais aldeãos, ele é solidário. E partilha a condição
animalesca dos conterrâneos: […] «rumina» a revolta; os suspiros saem-lhe «como
um uivo de animal solitário».” (Violante Magalhães, in Conto Português…].
domingo, 11 de abril de 2021
Caracterização dos habitantes de Alcaria
▪ Esta personagem – coletiva – é
constituída pelos habitantes da aldeia, que trabalham na ceifa de manhã à noite
e, quando regressam da faina, exaustos, não vão “à venda palestrar um bocado”.
As suas vidas são, de facto, marcadas pelo trabalho árduo e extenuante e pela
miséria, que não conseguem superar: são pobres, tal como o local onde habitam,
e vivem isolados do resto do país e do mundo.
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