Para cumprir a sua promessa a Tétis de ajudar os Troianos, Zeus envia um sonho falso a Agamémnon, no qual lhe aparece a figura de Nestor, que o convence de que poderá derrotar e conquistar Troia se atacar as muralhas da cidade. No dia seguinte, o comandante do exército aqueu reúne-o para dar início ao ataque, mas antes, para testar a coragem dos soldados e a sua vontade de lutar, mente-lhes, dizendo-lhes que desistiu da guerra e que vai voltar para casa. Ato contínuo, os soldados correm para os navios, mas Hera, ao ver isto, alerta Atenas, que inspira Ulisses, o mais eloquente dos gregos, a fazê-los regressar. Acolitado por Nestor, o rei de Ítaca dirige ao exército palavras de encorajamento e insultos, no sentido de despertar o seu orgulho e restaurar a sua confiança e vontade de guerrear. Por outro lado, relembra-os dos sinais que indiciavam a sua vitória na guerra, nomeadamente da profecia de Calcas, proferida aquando da primeira reunião do exército aqueu na Grécia, segundo a qual uma cobra de água deslizou até à costa e devorou um ninho de nove pardais. De acordo com o adivinho, a profecia significava que passariam nove anos até que os Aqueus conquistassem Troia. E aproveita para recordar aos soldados a sua jura de então de que não abandonariam a luta até que a cidade fosse conquistada.
De seguida, Nestor encoraja
Agamémnon a organizar os combatentes por cidade e clã, para que pudessem lutar
ao lado dos seus amigos, conhecidos e familiares. De seguida, o poeta invoca as
musas para auxiliarem a sua memória e enumera as cidades que contribuíram com
tropas para formar o exército grego, o número e homens com que cada uma
contribuiu e quem lidera cada contingente. No final da enumeração, o poeta
realça os mais bravos dos Aqueus, nomeadamente Aquiles e Ájax. Então, Agamémnon
dá início aos preparativos para a batalha e faz sacrifícios em honra de Zeus.
Das tropas que se preparam para o combate não fazem parte Aquiles e os
Mirmidões, por causa da sua jura de que não mais tomaria parte na guerra.
Zeus envia um mensageiro a Troia,
avisando os Troianos sobre os preparativos do exército aqueu. Aqueles reúnem as
suas tropas sob o comando de Heitor, filho de Príamo, o rei da cidade. Depois o
poeta cataloga as forças troianas, à semelhança do que tinha feito com os
Gregos.
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