terça-feira, 29 de novembro de 2022
Análise de "A Carne é triste depois da felação", de C. Drummond de Andrade
segunda-feira, 28 de novembro de 2022
Análise da Cena 8 do Ato II de Frei Luís de Sousa
sexta-feira, 25 de novembro de 2022
Análise da Cena 7 do Ato II de Frei Luís de Sousa
Análise da Cena 6 do Ato II de Frei Luís de Sousa
quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Análise da Cena 5 do Ato II de Frei Luís de Sousa
- o terror de ser sexta-feira (“Logo hoje” → este advérbio de tempo será repetido 24 vezes até
ao final do ato, constituindo uma espécie de refrão -voz coral que previne o
espectador da data em que irão justificar-se os constantes terrores de D.
Madalena);
- o terror de
ficar só, sobretudo neste dia;
- a sensação
de desamparo;
- a aflição
por nunca se ter separado da família (cena 7);
- as inúmeras
recomendações e os inúmeros cuidados, sobretudo com Maria, revelam o seu amor
maternal;
- as expansões
amorosas em relação a Manuel mostram a sua paixão (ficamos mesmo com a
impressão de que o amor dela é muito mais profundo, talvez por Manuel se deixar
guiar mais pela razão do que pelo sentimento).
Por outro lado, perante o crescimento da preocupação
e da ansiedade de D. Madalena quando lhe diz que tem de ir a Lisboa nesse dia (“A
Lisboa… hoje!”), pois aquele dia é aziago e muito receado por ela, enquanto
homem racional, Manuel de Sousa apresenta-lhe argumentos racionais que
justificam a viagem (e a da filha por arrasto). Assim, (1) explica-lhe que, por
uma questão de gratidão, deverá deslocar-se à capital para acompanhar o regresso
do arcebispo a Almada. Além disso, (2) acrescenta que estará de volta a casa ao
anoitecer e que, posteriormente, não sairá de junto dela durante o tempo que
desejar.
Além disso, mais uma vez fica patente o contraste que caracteriza o casal: Madalena é uma mulher
sentimental/emotiva, perseguida pelos agouros e ligada ao passado, do qual não
se liberta, com problemas de consciência, enquanto Manuel é um homem decidido e
racional, íntegro e sem problemas de consciência que o atormentem.
terça-feira, 22 de novembro de 2022
A ação de Hamlet
Por outro
lado, a obra mostra-nos que Hamlet é percorrido por três crises: a sua não
está debaixo de ataque, a sua família está a esfarelar-se e ele sente
profundamente infeliz. O fantasma do antigo rei da Dinamarca faz a sua aparição
nas ameias do castelo, e os soldados que o veem acreditam que constitui um
presságio negativo para o reino. Eles discutem os preparativos para resistir à
ameaça do príncipe norueguês Fortinbras. A cena seguinte aprofunda a sensação de
que a Dinamarca vive uma crise política, enquanto Cláudio prepara uma
estratégia diplomática para esbater a ameaça que Fortinbras constitui. Além
disso, a família de Hamlet está também em crise: o pai está morto e a mãe
casou-se com alguém que o príncipe desaprova. E o próprio Hamlet vive a sua
própria crise.
Estas três
crises – no reino, na família de Hamlet e no espírito deste – estabelecem as
bases para o incidente que está na génese da peça: a exigência do fantasma de
que o filho vingue a morte de seu pai. Hamlet aceita imediatamente que é seu
dever vingar a morte do pai, vingança essa que poderia ajudar a resolver as
três crises da peça. Se matasse Cláudio, Hamlet poderia, com este gesto,
remover um rei fraco e imoral, arrancara sua mãe do que ele acredita ser um mau
casamento e tornar-se rei da Dinamarca. No entanto, desde cedo fica claro que a
vingança de Hamlet será prejudicada pela sua luta interna.
Durante o
segundo ato, Hamlet retarda a sua vingança fingindo estar louco. De facto,
Ofélia mostra que o protagonista se comporta como se estivesse louco de amor
por ela. Porém, é só no final deste ato que ficamos a saber a razão da
procrastinação de Hamlet: ele não consegue decifrar quais são os seus
verdadeiros sentimentos sobre o dever de vingança. Inicialmente, afirma que não
se sente tão zangado e vingativo quanto pensa que deveria. Depois, mostra-se
preocupado que o fantasma não seja realmente um fantasma, mas um demónio que o
tenta enganar. Por tudo isto, decide que necessita de mais evidências do crime
e da culpabilidade de Cláudio.
À medida que
a ação se aproxima do clímax, o conflito interior de Hamlet aprofunda-se, até
começar a mostrar sinais de estar realmente a enlouquecer. Ao mesmo tempo, Cláudio
começa a suspeitar de Hamlet, o que cria uma expressão sobre si mesmo para
agir. Hamlet, no início do ato III, debate-se entre mantar ou não matar Cláudio(“Ser
ou não ser, eis a questão”). Momentos depois, dispara insultos misóginos contra
Ofélia. Ele mostra-se aborrecido com o papel das mulheres no casamento e no
parto, o que remete para o desgosto que sentiu com a sua mãe e o seu segundo casamento.
Este pronunciamento misógino pode significar que o desejo de Hamlet matar Cláudio
pode ser alimentado pelo seu ressentimento pela necessidade de vingar a morte
do pai e pelo tio lhe ter tirado a mãe. Cláudio ouve o discurso de Hamlet e
suspeita que a loucura do sobrinho constitui um perigo, por isso decide
mandá-lo para Inglaterra. Assim, o jovem príncipe fica sem tempo e espaço para
executar a vingança.
O clímax da
peça é atingido quando Hamlet encena uma peça para mexer com a consciência do
tio e obter evidências claras da culpa de Cláudio. Nesta fase, contudo, Hamlet
parece ter realmente enlouquecido. Finda a representação, o príncipe tem mais
uma oportunidade de liquidar o tio, mas decide não agir, desta vez por causa do
risco de Cláudio ir para o céu se morrer enquanto reza. Posteriormente, acusa
gertrudes de estar envolvida na morte de seu pai, mas age de forma tão errática
que a mãe pensa que o filho é simplesmente louco. Agindo impulsiva ou
loucamente, Hamlet confunde Polónio com Cláudio e mata-o.
O desenlace
da peça centra-se nas consequências da morte de Polónio. Hamlet é enviado para
Inglaterra, Ofélia enlouquece e Laertes regressa de França para vingar a morte
de seu pai. Quando o protagonista volta a Elsinore, aparenta já não estar
preocupado com a vingança, que praticamente não volta a referir após esta fase
da peça. Porém, o seu conflito interior ainda não terminou. Agora Hamlet
contempla a morte, mas é incapaz de chegar a qualquer conclusão sobre o significado
ou propósito da morte. Mostra-se, todavia, menos melindrado em matar pessoas
inocentes e descreve a Horácio como assinou as sentenças de morte de
Rosencrantz e Guildenstern para salvar a sua própria vida. Por seu turno,
Cláudio e Laertes planeiam matar Hamlet, mas o plano não resulta e as
consequências são terríveis: Gertrudes é envenenada por engano, Laertes e
Hamlet são ambos envenenados pela lâmina da espada e, quando morre, o príncipe
finalmente mata Cláudio. A vingança não encerra o conflito interior de Hamlet,
pois ainda tem muito a dizer, pedindo a Horácio que divulgue a sua história.
Fortinbras, no final da peça, concorda com o pedido, o que significa que a vida
do jovem terminou, mas a luta para determinar a verdade sobre si e sobre a sua
vida não.
"Havia" ou "haviam"; "houve" ou "houveram"?
- O Eusébio disse que havia muitos computadores
estragados.
- O Eusébio disse que existiam muitos computadores
estragados.
- No estádio, havia muitos
espectadores com a careca ao sol.
- No estádio, havia muita gente
com a careca ao sol.
- O professor afirmou que há muitos
alunos que não estudam.
- Se houvesse mais competência no
governo, não estaríamos a atravessar uma crise tão aguda.
- Na minha escola, tem havido muitas
atividades.
- Algum dia deixará de haver fome e guerra
entre os homens.
- Quando o filme começou, os
alunos já haviam acalmado. [Note-se que os verbos auxiliares dos tempos
compostos são «haver» e «ter», pelo que a frase podia também ser Quando o
filme começou, os alunos já tinham acalmado.].
- Quando a campainha tocou, o professor
já tinha terminado a aula.
- Os vícios humanos hão de levar à
sua extinção.
- As minhas ex-namoradas ainda hão
de descobrir que namorei com todas ao mesmo tempo.