Neste capítulo, temos uma narração rápida dos factos: a descrição do “menino”; a traição de Maria e o desfecho da situação. A infância da criança caracteriza-se por aspetos que já o marcavam ao nascer: é traquina, guloso e colérico. Após a fuga da mãe, o “menino” fica a cargo do padrinho.
A
narrativa dá um salto no tempo e vamos encontrar a criança já com sete anos,
não sem que o narrador apresente alguns traços seus: o choro enquanto bebé; a
traquinice; o gosto de comer; a teimosia. A mãe castiga-o batendo-lhe, o que
lhe deixa marcas no corpo.
Enquanto
isso, a relação dos pais vive momentos conturbados: o pai suspeita que a
companheira o trai, visto que já vira várias vezes um sargento a esgueirar-se e
a olhar pela janela da sua casa. Além disso, desconfia de um colega que o
procura constantemente, bem como de um capitão de um navio de Lisboa, que já
encontrara diversas vezes junto da sua residência e, um dia, surpreende, ao
entrar em casa, a fugir por uma janela.
Confirmadas
as suas suspeitas, Leonardo Pataca agride a mulher, numa cena que é observada
pelo filho de ambos, que, com o maior sangue frio, enquanto rasga os autos que o
pai havia deixado cair quando entrara em casa, assiste à sova que a mãe sofre.
No momento em que Pataca começa a acalmar-se, repara que o filho lhe tinha
rasgado a documentação, por isso enfurece-se de novo: levanta-o pelas orelhas,
fazendo-o dar meia volta; em seguida, dá-lhe um pontapé, dizendo que a criança é
filha de uma pisadela e de um beliscão, atirando-a a quatro braços de
distância. O menino foge para a loja do padrinho, que já tinha conhecimento da
verdade, dado que, como era comum na sociedade da época, tinha o hábito de
espionar a vida alheia, por isso conhecia todas as visitas da comadre.
O
barbeiro desloca-se a casa do compadre Leonardo e questiona-o se tinha perdido
o juízo, ao que o segundo responde que perdera a honra. Maria surge em cena e,
sentindo-se protegida pela presença da comadre, o que desperta novo momento de
fúria de Pataca, que a volta a agredir. De seguida, junta os papéis rasgados, a
bengala e o chapéu e saiu batendo com a porta. É de manhã.
De
tarde, quando regressa a casa, disposto a fazer as pazes com Maria, fica a
saber que ela tinha fugido entretanto com o capitão do navio de Lisboa.
Leonardo sai sem dizer nada e o filho fica entregue ao compadre barbeiro.
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