Esta é a
cena final da peça e decorre no dia seguinte, no castelo de Elsinore, onde se reúnem
todas as personagens centrais. Hamlet conta a Horácio como conseguir fugir do
navio que o levava para Inglaterra. Embora não se sentisse um prisioneiro,
acha-se confinado e decidiu libertar-se. Assim, certa noite, enquanto
Rosencrantz e Guildenstern dormiam, entrou furtivamente na sua cabine e
surripiou a documentação que Cláudio lhes entregara. Ao ler as cartas,
descobriu que o rei pretendia a sua morte, por isso substituiu a missiva que
lhe dizia respeito por outra, redigida por si imitando a caligrafia do tio,
ordenando a execução imediata de Rosencrantz e Guildenstern. Depois de a selar
com o sinete, colocou-a no local de onde retirara as originais. Durante o
diálogo com o amigo, Hamlet lamenta ter hostilizado Laertes, pois reconhece no
desejo de vingança da morte do pai do irmão de Ofélia o seu próprio. Horácio
aconselha-o a agir rapidamente, pois a notícia da sua atitude relativamente a
Guildenstern e a Rosencrantz não tardarão a chegar à corte.
A conversa é
interrompida pela chegada de Orsic, um cortesão tolo, que traz uma mensagem de
Cláudio para Hamlet: o príncipe foi convidado para testar as suas habilidades
num duelo amigável com Laertes. Orsic elogia profundamente o filho de Polónio e
acrescenta que o rei apostou nele para vencer a disputa e pergunta-lhe se
aceita o desafio. Apesar dos conselhos de Horácio, Hamlet concorda em lutar,
confiando o seu destino a Deus.
A corte
reúne-se no salão. Os dois antagonistas cumprimentam-se, apertando as mãos, e
Hamlet pede perdão a Laertes por ter assassinado o seu pai e pela dor que lhe
causou e à família, porém acrescenta que as suas ações foram praticadas sob o
efeito da loucura, pelo que não lhe poderão ser assacadas. Laertes aprecia o
gesto, mas afirma que não o perdoará.
Orsic
entrega os floretes e ambos e Cláudio declara que recompensará o vencedor com
vinho fino. O desafio tem início, Hamlet atinge o adversário e o monarca
oferece-lhe vinha envenenado, porém o príncipe declina, afirmando que beberá
mais tarde. O confronto prossegue e Laertes volta a ser atingido. Gertrudes,
exuberante, pega na bebida para celebrar. Cláudio tenta impedi-la de beber, mas
não consegue e, assim, sem saber a rainha ingere o veneno. Deste modo, mesmo
que acidentalmente, o monarca é o responsável pela morte da esposa.
Laertes
sussurra que ferir o oponente com a espada envenenada é algo que perturba a sua
consciência. O terceiro «round» tem início e Laertes acerta no opositor,
fazendo sangue. Durante a refrega, ambos deixam cair as espadas e
acidentalmente pegam na arma do outro. De seguida, Hamlet fere o adversário com
a espada deste.
A rainha cai
no chão. Laertes, percebendo que foi atingido com a sua própria espada, lamenta
ter sido vítima da sua própria armadilha. Gertrudes geme que a taça da qual
bebeu deveria estar envenenada, chama o filho, diz-lhe que não beba o vinho e
morre. Hamlet ordena de imediato que as portas do salão sejam trancadas até que
o culpado seja descoberto. Laertes, às portas da morte, diz a Hamlet que a
ponta da sua espada estava envenenada e que ambos vão morrer, acrescentando que
o rei é o responsável pelo veneno na espada e na taça de vinho. O príncipe,
furioso, atinge Cláudio com o florete envenenado e obriga-o a beber o que resta
do vinho. O soberano morre. Laertes e Hamlet perdoam-se e o primeiro sucumbe.
Horácio conforta o amigo e pega no vinho sobrante para o beber, mas Hamlet
impede-o, rogando-lhe que viva e conte a sua história.
Soam
trombetas. Orsic entra na sala e informa o moribundo que Fortinbras regressou
vitorioso da Polónia. Antes do último suspiro, Hamlet expressa o desejo de que
Fortinbras seja o futuro rei da Dinamarca e morre. O líder vitorioso,
acompanhado de embaixadores ingleses, entra no salão, horrorizado com a
carnificina em seu redor. Um embaixador anuncia as mortes de Guildenstern e Rosencrantz.
Horácio narra aos recém-chegados o que aconteceu. Fortinbras lamenta o estado a
que a Dinamarca chegou e revindica para si o trono. Horácio promete-lhe o seu
apoio.
Fortinbras
ordena que Hamlet seja tratado com as honras de um soldado: quatro capitães
transportam o seu corpo até uma plataforma, dizendo que, se vivesse, teria sido
um rei excecional. A finalizar, ordena que os soldados limpem o salão retirando
os mortos, observando que a visão dos seus corpos pode ser adequada a um campo
de batalha, mas não ao interior de um castelo.
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