A ação
retorna ao castelo de Elsinore. Ofélia solicitou uma audiência a Gertrudes,
porém a rainha está relutante em a receber, pois teve conhecimento de que a
jovem tem agido estranhamente desde a morte do pai. No entanto, Horácio diz-lhe
que Ofélia é merecedora de pena, explicando-lhe que a sua dor a deixou
enlouquecida e incoerente. A rainha consente, embora comente que a deterioração
da filha de Polónio poderá constituir o prenúncio de uma grande calamidade.
Ofélia
entra, entoando uma canção de amor e adornada de flores. Educadamente, a rainha
questiona-a sobre o significado da canção, porém a jovem prossegue cantando
sobre um homem falecido, enterrado e adornado com flores doces. Entrementes,
chega Cláudio e, ao ouvir a cantoria e o discurso desconexo de Ofélia, comenta
que a sua dor decorre da morte do pai. De facto, tudo em torno da jovem sugere
a sua loucura. Por exemplo, quando a cumprimenta e lhe pergunta como está, ela
refere-se a uma história enigmática sobre a filha de um padeiro que foi
transformada em coruja, querendo significar que as pessoas sabem quem são, mas
não necessariamente aquilo em que se tornam.
Ofélia
prossegue, interpretando músicas sobre amor não correspondido e mulheres
derrotadas por homens desleais. Subitamente, interrompe a canção para afirmar
que não consegue parar de pensar no seu pai, deitado no chão frio, e declara
que irá informar o irmão sobre estes acontecimentos. Seguidamente, despede-se
do casal real e sai do salão. Cláudio pede a Horácio que olhe pela jovem e o
homem sai também.
A sós,
Cláudio informa Gertrudes que Laertes regressou secretamente da França após ter
tomado conhecimento do passamento do pai. Enquanto dialogam, ouve-se uma grande
comoção no exterior, seguida da entrada de um mensageiro no salão. Este dá
conta que Laertes, acompanhado por uma multidão de plebeus, pegou em armas
contra Cláudio e que o povo está do seu lado, gritando pelas ruas que o filho
de Polónio deve ser rei. Gertrudes fica chocado com a notícia. Logo de seguida,
Laertes entra, furioso, no salão e declara que quer vingar a morte de seu pai. O
rei e a rainha procuram acalmá-lo: Cláudio reconhece que Polónio está morto,
enquanto a esposa, nervosa, esclarece que o marido não tem nada a ver com essa
morte. Entretanto, Ofélia retorna, cantado uma canção sobre um homem levado
para o túmulo num caixão exposto e oferecendo flores imaginárias (alecrim,
amores-perfeitos, erva-doce, margaridas), num estado claro de insanidade. Ao
observar o estado da irmã, Laertes, triste e enraivecido, jura vingança. O rei
aproveita o momento e convence-o a ouvir a sua versão dos factos e promete que
lhe entregará a sua coroa e o reino se se provar que ele ou a esposa tiveram
culpa na morte de Polónio. Uma vez provada a sua inocência, promete ajudar
Laertes a vingar-se do responsável pelo crime.
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