Cláudio explica
a Laertes as circunstâncias da morte de Polónio, vincando a sua inocência, na
qual o interlocutor acredita. No entanto, o jovem questiona por que motivo o
rei não tinha procurado vingança contra Hamlet, o assassino. O monarca
retorque, apresentando duas razões: o amor de Gertrudes pelo filho e a popularidade
deste na Dinamarca. Enquanto marido e rei, Cláudio não queria aborrecer nenhum deles.
Laertes comenta que a reputação de Hamlet não o preocupa e acrescenta que em
breve se vingará.
Nesse
instante, entra um mensageiro com uma missiva de Hamlet para Cláudio e outra
para a rainha. O monarca lê-as em voz alta para Laertes: o príncipe revela que
regressou à Dinamarca sem quaisquer pertences e que deseja encontrar-se com ele
no dia seguinte, para lhe explicar o seu regresso. Laertes mostra-se satisfeito
pelo retorno do príncipe, pois tal significa que poderá executar a sua
vingança. Os dois gizam, então, um plano para a consumar. Cláudio, desejoso de
se ver livre de Hamlet, pois este constitui uma ameaça à sua pessoa e ao seu
reinado, relembra a Laertes que, no passado, o príncipe sentiu ciúmes da
destreza de Laertes na arte da esgrima, o que foi elogiado na corte por um
francês que o viu em ação. O rei alvitra que, se o filho de Polónio desafiasse
Hamlet para um duelo, teria aí a oportunidade para se vingar. Todo o diálogo
revela a astúcia e a mente tortuosa de Cláudio, que conduz o diálogo e a ação
no sentido de tudo ser feito de modo a deixar a sua pessoa imaculada em todo o
processo. O plano final é estabelecido: Laertes usará uma espada afiada, em vez
da tradicional lâmina cega característica da esgrima. O filho de Polónio
concorda e acrescenta um extra: ele untará a ponta da espada com veneno, para
garantir a morte do rival, mesmo que só o consiga arranhar. Astutamente,
Cláudio traça um plano B: se Hamlet sair vitorioso do duelo, oferecer-lhe-á uma
taça de vinho envenenada para celebrar a vitória.
Logo após,
Gertrudes entra em cena para dar uma notícia horrível: Ofélia, louca de dor,
afogou-se num riacho próximo. Desesperado com o falecimento da irmã, ocorrido
logo após o do pai, Laertes declara que, quando terminar o luto, está pronto
para a vingança e sair da sala.
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