segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
É Dia de Natal
Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Fernando Pessoa
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Fernando Pessoa
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
O nome: Ricardo Reis
Ricardo é um nome de origem germânica e significa «senhor poderoso» ou «homem prático e decidido».
Reis remete, obviamente, para a realeza, para a nobreza heráldica.
Assim sendo, o nome Ricardo Reis pode apontar para uma figura que controla o seu destino, que é senhor de si mesmo.
Assim sendo, o nome Ricardo Reis pode apontar para uma figura que controla o seu destino, que é senhor de si mesmo.
O nome: Alberto Caeiro
De acordo com o sítio http://www.umfernandopessoa.com, o nome deste heterónimo de Fernando Pessoa seria explicável do modo seguinte...
Alberto, um nome de origem germânica, significa «calmo» ou «nobre».
Por seu lado, Caeiro relacionar-se-ia com cal e por isso com branco, remetendo para os versos do heterónimo - brancos por não possuírem rima - e para o facto de ele não crer em nada além do que via. Assim, a sua compreensão da realidade seria, igualmente, branca, sem nada escrito nela. Além disso, em determinadas culturas, o branco é a cor funerária, do esquecimento e da perda de tudo.
Deste modo, associando o nome e o sobrenome, Alberto Caeiro significaria «a nobreza calma do esquecimento das coisas.
Há, ainda, quem seja audaz e associe o nome «Caeiro» a «(Sá-)Carneiro», o grande amigo de Pessoa e que desempenhou um papel, simultaneamente, importante e involuntário no surgimento deste heterónimo, pois, segundo a carta sobre a génese dos heterónimos, ele teria surgido para pregar uma partida a Mário de Sá-Carneiro.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Autobiografia
"Nome completo - Fernando António Nogueira Pessoa.
Idade e naturalidade - Nasceu em Lisboa, freguesia dos Mártires, no prédio n.º 4 do Largo de S. Carlos (hoje do Directório), em 13 de Junho de 1888.
Filiação - Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira. Neto paterno do general Joaquim António de Araújo Pessoa, combatente das campanhas liberais, e de D. Dionísia Seabra; neto materno do conselheiro Luís António Nogueira, jurisconsulto, e que foi director-geral do Ministério do Reino, e de D. Madalena Xavier Pinheiro. Ascendência geral - misto de fidalgos e judeus.
Profissão - A designação mais própria será «tradutor», a mais exacta de «correspondente estrangeiro em casas comerciais». O ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação.
Funções sociais que tem desempenhado - Se por isso se entende cargos públicos ou funções de destaque, nenhumas.
Obras que tem publicado - A obra está essencialmente dispersa, por enquanto, por várias revistas e publicações. O que, de livros ou folhetos, considera como válido é o seguinte: 35 Sonnets (em inglês), 1918; English Poems I-II e English Poems III (em inglês também), 1922, e o livro Mensagem, 1934, premiado pelo Secretariado da Propaganda Nacional, na categoria «Poemas».
Educação - Em virtude de, falecido seu pai em 1893, sua mãe ter casado, em 1895, em segundas núpcias, com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban, Natal, foi ali educado. Ganhou o prémio Rainha Vitória de estilo inglês, na Universidade do Cabo da Boa Esperança em 1903, no exame de admissão, aos 15 anos.
Ideologia política - Considero que o sistema monárquico seria o mais próprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal. Considera, ao mesmo tempo, a monarquia completamente inviável em Portugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes, votaria, embora com pena, pela República. Conservador de estilo inglês, isto é, liberal dentro do conservantismo e absolutamente anti-reaccionário.
Posição religiosa - Cristão gnóstico, e portanto inteiramente oposto a todas as Igrejas organizadas, e sobretudo à Igreja de Roma. Fiel, por motivos que mais adiante estão implícitos à Tradição secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição secreta em Israel (a Santa Kabbalah) e com a essência oculta da maçonaria.
Posição iniciática - .................................................................................................
..........................................................................................................................
Posição patriótica - Partidário de um nacionalismo místico, de onde seja abolida toda a infiltração católica-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: 'Tudo pela Humanidade, nada contra a Nação'.
Posição social - Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.
Resumo destas últimas considerações - Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, grão-mestre dos Templários, e combater, sempre, e em toda a parte, os seus três assassinos - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.
Idade e naturalidade - Nasceu em Lisboa, freguesia dos Mártires, no prédio n.º 4 do Largo de S. Carlos (hoje do Directório), em 13 de Junho de 1888.
Filiação - Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira. Neto paterno do general Joaquim António de Araújo Pessoa, combatente das campanhas liberais, e de D. Dionísia Seabra; neto materno do conselheiro Luís António Nogueira, jurisconsulto, e que foi director-geral do Ministério do Reino, e de D. Madalena Xavier Pinheiro. Ascendência geral - misto de fidalgos e judeus.
Profissão - A designação mais própria será «tradutor», a mais exacta de «correspondente estrangeiro em casas comerciais». O ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação.
Funções sociais que tem desempenhado - Se por isso se entende cargos públicos ou funções de destaque, nenhumas.
Obras que tem publicado - A obra está essencialmente dispersa, por enquanto, por várias revistas e publicações. O que, de livros ou folhetos, considera como válido é o seguinte: 35 Sonnets (em inglês), 1918; English Poems I-II e English Poems III (em inglês também), 1922, e o livro Mensagem, 1934, premiado pelo Secretariado da Propaganda Nacional, na categoria «Poemas».
Educação - Em virtude de, falecido seu pai em 1893, sua mãe ter casado, em 1895, em segundas núpcias, com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban, Natal, foi ali educado. Ganhou o prémio Rainha Vitória de estilo inglês, na Universidade do Cabo da Boa Esperança em 1903, no exame de admissão, aos 15 anos.
Ideologia política - Considero que o sistema monárquico seria o mais próprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal. Considera, ao mesmo tempo, a monarquia completamente inviável em Portugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes, votaria, embora com pena, pela República. Conservador de estilo inglês, isto é, liberal dentro do conservantismo e absolutamente anti-reaccionário.
Posição religiosa - Cristão gnóstico, e portanto inteiramente oposto a todas as Igrejas organizadas, e sobretudo à Igreja de Roma. Fiel, por motivos que mais adiante estão implícitos à Tradição secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição secreta em Israel (a Santa Kabbalah) e com a essência oculta da maçonaria.
Posição iniciática - .................................................................................................
..........................................................................................................................
Posição patriótica - Partidário de um nacionalismo místico, de onde seja abolida toda a infiltração católica-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: 'Tudo pela Humanidade, nada contra a Nação'.
Posição social - Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.
Resumo destas últimas considerações - Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, grão-mestre dos Templários, e combater, sempre, e em toda a parte, os seus três assassinos - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.
Lisboa, 30 de Março de 1935"
Circunstâncias de vida
Pela cronologia apresentada, facilmente se constata que a vida de Fernando Pessoa ficou marcada por diversos acontecimentos e circunstâncias:
- a morte do pai, a 13 de Julho de 1893;
- o segundo casamento da mãe com João Miguel Rosa, que obrigou à mudança da família para a África do Sul;
- o percurso universitário falhado (Letras e Filosofia, opções académicas abandonadas cedo);
- as sucessivas crises depressivas;
- os sucessivos fracassos empresariais;
- as frustrações amorosas, de que é exemplo o romance epistolar pueril e platónico com Ofélia Queiroz);
- os projectos não concretizados: o plano para uma reforma ortográfica, o desejo de abrir um consultório de astrologia e grafologia;
- a inconstância profissional (Pessoa teve mais de vinte empregos, recusando sempre um lugar fixo);
- as experiências esotéricas, nomeadamente a proximidade com as ciências ocultas, que lhe acarretaram alguns problemas com as entidades policiais, aquando da visita de Alister Crowlley;
- a frequência de diversos cafés, espaços predilectos, nos quais Pessoa encontra os amigos e consome álcool;
- a errância por diversas habitações, nomeadamente por quartos alugados na baixa lisboeta (os últimos quinze anos da vida foram passados num quarto na Rua Coelho da Rocha, edifício onde funciona actualmente a Casa Fernando Pessoa);
- a existência desregrada, marcada pelo insucesso académico, profissional e empresarial, pelos amores frustrados (existência «entre a irrealidade da vida quotidiana e a realidade das suas ficções»);
- a permanência da língua inglesa no seu universo: as suas últimas palavras terão sido escritas no leito de morte, num pedaço de papel e em inglês - «I know not what tomorrow will bring», isto é, «Não sei o que [o] amanhã trará.»;
- a morte de crise hepática, a 30 de Novembro de 1935, com 47 anos;
- o enterro no cemitério dos Prazeres, no jazigo da sua avó louca, Dionísia, numa cerimónia discreta, à qual compareceram poucos parentes e alguns amigos próximos.
Fontes:
» Poemas de Fernando Pessoa - Colecção RESUMOS, Porto Editora;
» Dicionário de Fernando Pessoa.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Cronologia de Fernando Pessoa
- 1888 - Fernando António Nogueira Pessoa nasce em Lisboa, no número 4, 4.º esquerdo, do Largo de S. Carlos (entre o teatro do mesmo nome e a Igreja dos Mártires), a 13 de Junho.
- 1893 - Nasce Jorge, seu irmão, em Janeiro. O pai de Fernando Pessoa, Joaquim Seabra Pessoa, falece em Julho e a família (mãe, filhos, avó Dionísia e duas criadas) muda-se, em Novembro, para uma habitação mais modesta, na Rua de S. Marçal.
- 1894 - Jorge, o irmão mais novo do poeta, morre.
- 1895 - João Miguel Rosa, oficial da Marinha de Guerra, futuro padrasto de Pessoa, embarca para a colónia do Natal em virtude de ter sido nomeado cônsul interino em Durban. Em Dezembro desse ano, casa por procuração com Maria Madalena, mãe do poeta. Fernando Pessoa parte com a mãe para a África do Sul, onde viverá nos dez anos seguintes, num bungalow, em Ridge Road, Durban. Estuda no Convento de West Street.
- 1896 - Nasce Henriqueta Madalena, a primeira filha de sua mãe e do padrasto.
- 1898 - Nasce Madalena Henriqueta, a segunda filha do casal.
- 1899 - Fernando Pessoa começa a frequentar a Durban High School. Recebe o Forum Prize. Nasce Luís Miguel, o terceiro filho do casal.
- 1901 - Morre Henriqueta Madalena. Em Agosto, Pessoa, sua mãe, o padrasto, Henriqueta, Luís Miguel e Madalena (morta) embarcam para Lisboa. À chegada, instalam-se em casa das tias-avós maternas de Pessoa, D. Rita Xavier Pinheiro e D. Maria Xavier Pinheiro da Cunha, em Pedrouços.
- 1902 - A família regressa a Durban, após passagem pelos Açores. Fernando Pessoa matricula-se na Commercial School, em Durban.
- 1904 - Pessoa é galardoado com o Queen Victoria Memorial Prize por ter escrito o melhor ensaio em língua inglesa, no exame de admissão à Universidade. Frequenta a High School como aluno universitário, no curso de Letras. Nasce João, o quarto filho do casal Madalena Pessoa - João Miguel.
- 1905 - Fernando Pessoa regressa, sozinho, a Portugal em Agosto, após um ano a frequentar a Universidade do Cabo da Boa Esperança (de que a High School é uma secção).
- 1906 - Em Lisboa, matricula-se no Curso Superior de Letras. Vive em casa das tias, na Rua da Bela Vista, à Lapa, n.º 17 - 1.º. Mais tarde muda-se para a Calçada da Estrela, n.º 100 - 1.º, onde vive com a família e o padrasto, que viera de férias.
- 1907 - Volta a morar na Rua da Bela Vista com as tias. Escreve um diário íntimo, em inglês. Convive com jovens intelectuais n' A Brasileira do Chiado. Morre a avó Dionísia e deixa-lhe uma pequena herança. Aluga um quarto na Rua da Glória, n.º 4 - r/c. Monta uma tipografia - a Íbis -, em Portalegre, na Rua da Conceição da Glória, números 38-40, que funciona, porém, durante um breve período de tempo. Aluga outro quarto, no Largo do Carmo, n.º 18 - 1.º e emprega-se como correspondente estrangeiro em casas comerciais.
- 1908 - Escreve poemas em inglês.
- 1909 - Contacta com o Simbolismo enquanto escola (conhecia já Shakespeare, Shelley, Keats, Tennyson, Allan Pöe, Milton, Byron, Pope, Wordsworth, Baudelaire e Cesário Verde). O seu livro preferido, após a infância, foi Pickwick Papers.
- 1910 - Trabalha na firma Lavado, Pinto & C.ª, no Campo das Cebolas. O poeta Henrique Rosa, irmão do seu padrasto, impressiona-o positivamente enquanto ser solitário e associal. Rejeita a oportunidade de ir para Inglaterra como súbdito britânico. Por volta de 1912, lê La Dégénérescense, obra escrita por Max Nordau, que o vai influenciar fortemente a nível pessoal e da sua maturação literária. Escreve dois artigos sobre a «Nova Poesia Portuguesa», publicados na revista A Águia.
- 1914 - A 8 de Março, nasce Alberto Caeiro, o primeiro heterónimo, uma criação que, segundo Pessoa, faria parte de uma partida que desejava fazer ao amigo Mário de Sá-Carneiro. É publicada, pela primeira vez, uma composição poética do ortónimo, na revista Renascença, intitulada «Impressões do Crepúsculo», que deu origem a um dos «-ismos» do Modernismo.
- 1915 - São publicados dois números da revista Orpheu, nos quais Fernando Pessoa participa com alguns poemas. Esta publicação, cumprindo em parte os ideais do grupo, causou grande escândalo. A nível pessoal, por influência da tia Anica, conhece fenómenos de mediunidade. Lê e traduz livros de teosofia. Por esta altura, a tia Ana Luísa de Freitas, com quem morava havia algum tempo, desloca-se para a Suíça, o que força Pessoa a ir morar para o sótão de uma leitaria, na Rua Almirante Barroso, n.º 12. Mais tarde, a sua mãe sobre um AVC que a deixará enferma até ao fim da sua vida. O poeta faz os seus primeiros horóscopos.
- 1916 - Mário de Sá-Carneiro, o melhor amigo de Pessoa, suicida-se em Paris, no hotel Nice. Frequenta regularmente os cafés Martinho da Arcada e A Brasileira.
- 1917 - Vive em casa própria, no n.º 11 da Rua Bernardim Ribeiro.
- 1918 - Trabalha como correspondente em línguas estrangeiras em vários escritórios de Lisboa.
- 1919 - Conhece Ofélia Queiroz no escritório do Largo do Corpo Santo, com quem inicia um romance e que constituiu a única mulher na sua vida em termos amorosos.
- 1920 - Vai morar para a Rua Coelho da Rocha, n.º 16 - 1.º dto., a pedido da sua mãe. A família viria a instalar-se aí posteriormente. Abre um escritório na Rua da Assunção, n.º 58 - 2.º, designado Olissipo, Lda., uma editora que é um projecto comum com alguns amigos.
- 1925 - Morre a mãe de Fernando Pessoa.
- 1929 - O poeta propõe-se ordenar os seus papéis. Bebe bastante, ainda que não seja visto embriagado.
- 1930 - Alister Crowlley, astrólogo e mago inglês auto-intitulado a «Besta 666», com quem Pessoa mantinha correspondência, desloca-se a Portugal para o conhecer pessoalmente. A sua estadia em Portugal é exuberante, pelas circunstâncias extravagantes que se lhe associam, havendo referências nos jornais da época a um seu alegado desaparecimento na Boca do Inferno, em Cascais. Fernando Pessoa chega a ser entrevistado e parece ter-se divertido bastante com o episódio.
- 1932 - Publica a obra Mensagem, premiada com o segundo prémio num concurso literário. Concorre ao lugar de conservador do Museu da Biblioteca Conde de Castro de Guimarães, em Cascais, que lhe é recusado. Continua a manifestar grande interesse pelas ciências ocultas.
- 1935 - Morre a 30 de Novembro, na sequência de uma cólica hepática, no Hospital de S. Luís dos Franceses. As suas últimas palavras terão sido as seguintes: «Dá-me os óculos.» e «Maman, je suis encore ton petit enfant».
sábado, 18 de dezembro de 2010
Prioridades
Um professor, diante da sua turma de Filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco grande e vazio e começou a enchê-lo com bolas de golfe. A seguir perguntou aos estudantes se o frasco estava cheio. Todos concordaram em dizer que 'sim'.
O professor pegou então numa caixa de fósforos e vazou-a dentro do frasco. Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe. O docente voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio e eles voltaram a responder afirmativamente.
De seguida, pegou numa caixa de areia e despejou-a no frasco. Obviamente, a areia encheu todos os espaços vazios e questionou novamente se o frasco estava cheio, Os alunos retorquiram com um 'sim' retumbante.
Posteriormente, o professor adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco que preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Nesta altura, os estudantes riram-se e, quando os risos terminaram, o professor comentou: «Quero que percebam que este frasco é a vida. As bolas de golfe são as coisas importantes: a família, os filhos, a saúde, a alegria, os amigos, as coisas que vos apaixonam. São coisas que, mesmo que perdêssemos tudo o resto, continuariam a manter a nossa vida cheia. Os fósforos são outras coisas importantes, como o trabalho, a casa, o carro, etc. Já a areia é tudo o resto, as pequenas coisas. Se colocarmos primeiro a areia no frasco, não haverá espaço para os fósforos, nem para as bolas de golfe. O mesmo ocorre com a vida. Se gastarmos todo o nosso tempo e energias com as pequenas coisas, nunca teremos lugar para o que é realmente importante. Por isso, prestem atenção às coisas que realmente importam. Estabeleçam as vossas prioridades; o resto é só areia.»
Um dos estudantes levantou então a mão e perguntou: «Então e o que representa o café?»
O professor sorriu e respondeu: «Ainda bem que perguntas! Isso é só para vos mostrar que, por mais ocupada que a vida possa parecer, há sempre lugar para tomar um café com um amigo.»
O professor pegou então numa caixa de fósforos e vazou-a dentro do frasco. Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe. O docente voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio e eles voltaram a responder afirmativamente.
De seguida, pegou numa caixa de areia e despejou-a no frasco. Obviamente, a areia encheu todos os espaços vazios e questionou novamente se o frasco estava cheio, Os alunos retorquiram com um 'sim' retumbante.
Posteriormente, o professor adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco que preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Nesta altura, os estudantes riram-se e, quando os risos terminaram, o professor comentou: «Quero que percebam que este frasco é a vida. As bolas de golfe são as coisas importantes: a família, os filhos, a saúde, a alegria, os amigos, as coisas que vos apaixonam. São coisas que, mesmo que perdêssemos tudo o resto, continuariam a manter a nossa vida cheia. Os fósforos são outras coisas importantes, como o trabalho, a casa, o carro, etc. Já a areia é tudo o resto, as pequenas coisas. Se colocarmos primeiro a areia no frasco, não haverá espaço para os fósforos, nem para as bolas de golfe. O mesmo ocorre com a vida. Se gastarmos todo o nosso tempo e energias com as pequenas coisas, nunca teremos lugar para o que é realmente importante. Por isso, prestem atenção às coisas que realmente importam. Estabeleçam as vossas prioridades; o resto é só areia.»
Um dos estudantes levantou então a mão e perguntou: «Então e o que representa o café?»
O professor sorriu e respondeu: «Ainda bem que perguntas! Isso é só para vos mostrar que, por mais ocupada que a vida possa parecer, há sempre lugar para tomar um café com um amigo.»
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Correcção do teste (2.º)
Grupo I
Texto A
1. O sujeito poético mostra-se convicto de que existem forças ocultas (“Anjos ou deuses”) que agem sobre os homens, compelindo-os, retirando-lhes a liberdade, daí que se sintam perturbados e contrariados.
2. Ricardo Reis socorre-se de uma comparação entre os homens e os animais. Assim, ele defende que, tal como sucede com os animais, que são guiados pelo homem, os seres humanos são guiados pelos deuses.
3. O ser humano, de certa forma, é “superior” aos animais, visto que, enquanto estes são coagidos pelo esforço humano, que eles não compreendem e por isso resignam-se, aquele é também coagido por um ser superior que não compreende, mas que conhece e ao qual se submete, contrariado (“Para onde eles querem/E nós não desejamos” – vv. 11-12).
4. As entidades superiores agem sobre os seres humanos, manobrando o seu querer e anulando a sua liberdade. Operam, assim, no interior dos seres humanos, servindo-se da sua vontade e pensamento, que, embora contrariados, se submetem.
Texto B
1. c)
2. d)
3. a)
4. a)
5.
1 - F
2 - V
3. - F
4. - F
5. - F
6. - V
Grupo II
1.
a.
a.
«O poeta»: sujeito
«é um fingidor»: predicado
«um fingidor»: predicativo do sujeito
b.
«A turma»: sujeito
«considerou os professores criminosos»: predicado
«os professores criminosos»: complemento directo
«criminosos»: predicativo do complemento directo
c.
«A Rita»: sujeito
«chegou a casa»: predicado
«a casa»: complemento oblíquo
«considerou os professores criminosos»: predicado
«os professores criminosos»: complemento directo
«criminosos»: predicativo do complemento directo
c.
«A Rita»: sujeito
«chegou a casa»: predicado
«a casa»: complemento oblíquo
2.
a) Acto ilocutório directivo
b) Acto ilocutório directivo
c) Acto ilocutório compromissivo
d) Acto ilocutório directivo
e) Acto ilocutório expressivo
3. «Talvez o surto da nossa Vanguarda literária esteja relacionado com o aparecimento do movimento modernista, sobretudo a partir da publicação em 1915 da revista Orpheu.»
domingo, 12 de dezembro de 2010
Funções sintáticas: COMPLEMENTO do ADJETIVO
O complemento do adjetivo é seleccionado por um adjetivo.
Pode ser constituído por:
» um grupo preposicional oracional:
. A Joana está contente por ter convidado o Pedro para o seu aniversário.
. Em pânico, as pessoas ficam incapazes de pensar.
» um grupo preposicional não oracional:
. A Carolina está descontente com a Luísa.
. Eu estou orgulhoso do meu filho.
. Estou certo da nossa vitória.
. Estou contentíssimo com o triunfo do Benfica.
Outros exemplos:
. Os alunos estão interessados no projeto.
. Eu estou certo da vitória.
. Os alunos estão ansiosos por férias.
. É bom vivermos cercados de amigos.
. É bom vivermos cercados por amigos.
. Ficámos desiludidos ao saber as notas dos testes.
Pode ser constituído por:
» um grupo preposicional oracional:
. A Joana está contente por ter convidado o Pedro para o seu aniversário.
. Em pânico, as pessoas ficam incapazes de pensar.
» um grupo preposicional não oracional:
. A Carolina está descontente com a Luísa.
. Eu estou orgulhoso do meu filho.
. Estou certo da nossa vitória.
. Estou contentíssimo com o triunfo do Benfica.
Outros exemplos:
. Os alunos estão interessados no projeto.
. Eu estou certo da vitória.
. Os alunos estão ansiosos por férias.
. É bom vivermos cercados de amigos.
. É bom vivermos cercados por amigos.
. Ficámos desiludidos ao saber as notas dos testes.
Funções sintácticas: MODIFICADOR APOSITIVO do NOME
. Não limita / restringe a realidade referida pelo nome que
modifica.
. É obrigatoriamente separado por vírgulas do nome a que se refere.
. Ocorre, normalmente, à direita
do nome que modifica.
. Pode ser realizado por:
» um grupo nominal:
. Os escuteiros, que são
simpáticos, brincaram com as crianças.
. D. Afonso III, o bolonhês,
depôs o seu irmão.
. Messi, o imperador de
Barcelona, é um regalo a jogar futebol.
. Eusébio, uma lenda do
Benfica, faleceu.
. A Vera, toda contente,
faltou à aula.
» um grupo adjetival:
. Os
futebolistas, ricos e mimados, não se aplicaram no treino.
» um grupo preposicional:
. O
primeiro golo, de importância indiscutível, abriu o caminho à vitória.
» uma oração subordinada adjetiva
relativa explicativa:
. Os coelhos, que são
mamíferos, reproduzem-se rapidamente.
.
A Sara, que faz anos na próxima semana, está ansiosa pelo aniversário.
.
Viseu, que é a capital da Beira Alta, tem vindo a crescer
sustentadamente.
.
A minha prima, que emigrou para Inglaterra, esteve cá neste Natal.
.
A Irene, que estuda imenso, teve boa nota a Português.
MODIFICADOR RESTRITIVO do NOME
O
modificador restritivo do nome limita, restringe a realidade referida pelo nome
que modifica.
. Gosto de livros pequenos. (o adjetivo «pequenos» é um modificador
restritivo porque limita o significado do nome a que se associa. A preferência
não é por um livro qualquer, mas especificamente por aquele tipo, o do livro
pequeno.)
Por
outro lado, este modificador surge à direita do nome a que se refere.
O
modificador restritivo pode ser realizado por:
» um grupo adjetival:
. Adoro flores frescas e bonitas.
(Não adoro um qualquer tipo de flores, apenas as «frescas e bonitas»).
. A Rute conta histórias fantásticas.
. Um artista plástico não é obrigatoriamente um génio.
» um grupo preposicional:
. Galinha de aldeia não quer capoeira.
. O rapaz de cabelos revoltos é meu aluno.
. O porteiro da escola chama-se Henrique.
. Aquele artista da bola chama-se Messi.
» uma oração subordinada adjetiva
relativa restritiva:
. Os escuteiros que são simpáticos
brincaram com as crianças. (Nesta frase, há um conjunto de escuteiros,
sendo que apenas os «simpáticos» «brincaram com as crianças», restringindo-se
assim a referência do nome «escuteiros»).
. Os rapazes que nascem em Lisboa são betinhos.
. O telemóvel que estava na mala da Irene desapareceu.
. A atriz de que tu me falaste faleceu.
. Compraram uma toalha com que cobriram a mesa.
» uma oração subordinada adverbial
final:
. Os aparelhos para medir
a tensão são muito baratos.
O
modificador realizado por grupos preposicionais ou orações ocorre à direita do
nome que modifica, enquanto o realizado por grupos adjetivais pode ocorrer
tanto à esquerda como à direita.
Na
escrita, não pode ser separado por vírgula do nome que modifica.
Funções sintácticas: COMPLEMENTO do NOME
O complemento do nome é seleccionado por um nome e ocorre à sua direita.
Existem três tipos de complemento do nome:
1.º) O complemento adjectival do nome designa a função sintáctica desempenhada por um grupo adjectival seleccionado por um nome:
. A literatura portuguesa é muito rica.
. A pesca desportiva tem vindo a aumentar.
. A pesca desportiva tem vindo a aumentar.
Note-se que este complemento pode ser substituído por um grupo preposicional: «de Portugal».
Por outro lado, sem existir uma total correspondência de termos, o complemento adjectival do nome equivale ao atributo da anterior nomenclatura gramatical.
2.º) O complemento preposicional do nome designa a função sintáctica desempenhada por um grupo preposicional (constituído por uma preposição e por um grupo nominal que complementa o sentido dessa preposição) não frásico seleccionado por um nome:
. O sentimento de revolta aumentou em Portugal.
. A construção do edifício está demorada.
. A construção do edifício está demorada.
Sem existir uma total correspondência de termos, o complemento preposicional do nome equivale ao complemento determinativo da anterior nomenclatura gramatical.
3.º) O complemento frásico do nome designa a função sintáctica desempenhada por um grupo preposicional frásico (preposição + frase) seleccionado por um nome:
. A tendência para enervar os adeptos torna-os desconfiados.
. A ideia de que Marcelo Rebelo de Sousa sabe tudo é ridícula.
Note-se, por outro lado, que um nome pode seleccionar mais do que um complemento:
. A oferta de livros às bibliotecas escolares é importante.
Fonte:
. http://www.infopedia.pt/$complemento-do-nome
Modificador do grupo verbal
O modificador do grupo verbal é a função sintática desempenhada por qualquer constituinte do grupo verbal (predicado) que não é selecionado por nenhum elemento desse grupo verbal. Por outro lado, relaciona-se com os outros elementos do grupo verbal e a sua omissão, geralmente, não afeta o sentido / a gramaticalidade de uma frase.
- A bomba explodiu ali.
- A bomba explodiu.
O modificador do grupo verbal pode assumir diferentes formas:
» grupo preposicional:
. A Margarida acordou com um pesadelo. (o verbo «acordar» não selecciona o grupo preposicional «com um pesadelo» dado que é intransitivo).
» grupo adverbial:
. Em Dezembro, anoitece muito cedo. (quer o grupo adverbial «muito cedo» quer o grupo preposicional «Em Dezembro» não são seleccionados pelo verbo «anoitecer», pois este é intransitivo).
» oração:
. A Sophie cantou quando o professor o permitiu. (a oração «quando o professor o permitiu.» não é seleccionada pelo verbo «canta» visto que este é intransitivo).
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