Português

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Género literário de Os Lusíadas

     Neste post, encontra-se a classificação de Os Lusíadas como uma epopeia / um poema épico, a definição de epopeia, os elementos característicos da epopeia e os elementos da mesma que podemos encontrar na obra de Camões.

    O post pode ser encontrado no seguinte link: género-de-os-lusíadas.


    Abaixo, um quadro-síntese dos conteúdos desenvolvidos:

 

ELEMENTOS da EPOPEIA

CONCRETIZAÇÃO
n’ OS LUSÍADAS

CARACTERÍSTICAS

 

. A ação: acontecimentos representados ao longo da obra.

 

 

. Viagem de Vasco da Gama, acontecimento culminante da História de Portugal.
 
. Unidade: ligação entre as diversas partes.

. Variedade: inserção de episódios para quebrar a monotonia e embelezar a ação.

. Verdade: assunto real ou, pelo menos, verosímil.

. Integridade: criação de uma intriga com princípio, e fim.

 
. A personagem: os agentes ou heróis da ação.

 

 
. Vasco da Gama.


. O Povo Português (“o peito ilustre lusitano”).
 
. Camões?
 

. E os deuses, mais homens que deuses?

 

 
. Individual e principal, com uma dimensão simbólica um povo de marinheiros.
 
. Herói coletivo, fundamental numa epopeia.
 
. Herói individual (ou coletivo, porque representativo do homem do Renascimento, completo, soldado e escritor, guerreiro e Velho do Restelo?).
 
. Não são meros símbolos, têm paixões humanas, identificam o êxito e o fracasso, a vitória e a derrota (Vénus Baco).
 
 
. O maravilhoso: intervenção de seres sobrenaturais na ação.

 

 
. Júpiter, Vénus, Marte, etc.
 
. Deus (a Divina Providência cristã).
 
. Pagão: deuses pagãos.
 
. Cristão: Deus do cristianismo.
 
. Misto: mistura dos dois anteriores.
 
. Céltico: magia, feitiçaria.
 
 
. A forma.

 

 

 
. Dez cantos.
. Narrativa em versos decassílabos, geralmente heroicos, agrupados em oitavas.
. Rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos.
. Esquema rimático: abababcc.
 

Vida e obra de Luís de Camões

 1524 – 1525

Nascimento

Luís Vaz de Camões terá nascido em 1524 ou 1525, provavelmente em Lisboa (ou Coimbra) (não se sabe ao certo a data e o local do seu nascimento), no seio de uma família da pequena nobreza e oriunda da Galiza. O pai chamava-se Simão Vaz de Camões e a mãe, Ana de Sá (ou Ana Macedo, segundo alguns documentos).

 

1535 – 1545

Juventude em Coimbra

Segundo alguns autores, Camões viveu parte da sua juventude em Coimbra, onde se terá instalado desde muito novo, para aí fazer os seus estudos. Através do seu tio, D. Bento Camões, chanceler a Universidade e prior do Mosteiro de Santa Cruz, teve acesso às aulas de Humanidades, regidas pelos frades de Santa Cruz, e contacto com os ideais humanistas, bem como acesso a obras de grandes nomes da literatura renascentistas europeia.

 

Petrarca e a influência renascentista

Francesco Petrarca (1304 – 1374), poeta e humanista italiano, foi um dos grandes exemplos da nova estética do Renascimento. Seguidor da escola petrarquista, Camões viria a adotar os...


A conclusão do post encontra-se no link seguinte: vida-e-obra-de-camões.

Renascimento

     PowerPoint que sintetiza o estudo referente ao Renascimento: power-point-renascimento.

Luís Vaz de Camões

    Iniciam-se este ano e concluem-se no próximo as celebrações em torno dos 500 anos do nascimento de Camões. 
 

Na aula (L): Manuel de Sousa Coutinho «juntou-se» com a filha e incendiou o Palácio de Versalhes


 Eduardo 

Bom 2024! Iupi!


domingo, 31 de dezembro de 2023

Na aula (XLIX): Cagadinhos de medo


 

"Encontra-se" ou "se encontra"?


    Neste caso, o pronome «se» deveria anteceder a forma verbal, dado que faz parte de uma oração subordinada substantiva completiva: "... revelou que a filha mais velha se encontra a estudar...".

Rita Pereira não é canibal


    A piadola brejeira é óbvia, portanto adiante.

    Rita Pereira e/ou o jornaleiro que escreveu este pedaço de prosa desconhecem a regência do verbo «ir», o qual, neste caso, pede a preposição «com»: ir com alguém fazer alguma coisa.

"Trás" ou "Traz"?

     Neste caso, seria "traz", do verbo "trazer"...

"Cujos os"... iletrados que escrevem bacoradas


quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Provas De Aferição (2018-2023) – Matemática, 8.º Ano

    Comecemos pela Matemática e pelos resultados de 2018 e os de 2023.

    Nos quatro domínios comparáveis, os resultados dos alunos que “conseguiram” ou “conseguiram, mas” foram em 2018 de 24,7%, (Números e Operações) 22,4%, (Geometria e Medida) 28,7% (Álgebra) e 17,3% (Org. Tratamento Dados). Em 2023 os resultados foram, respectivamente de 24,2% (- 0,5%), 9,5% (-12,9%), 23,9% (-4,8) e 20,3% (+2,7%).

    É fazer as contas, por muito simplista que seja a apresentação das coisas.

            . Resultados de 2018:

    

            Resultados de 2023:


FONTE: O Meu Quintal, blogue da autoria de Paulo Guinote

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Apreciação crítica: análise do quadro "Golconde", de René Magritte


 Plano de texto


Introdução (1.º par.) – Identificação da pintura, do autor e aspetos da obra.


Desenvolvimento: descrição, análise e avaliação:

2.º par.: do cenário;

3.º par.: das figuras humanas;

4.º par.: do tema do quadro.


Conclusão (5.º par.) – Ideia central retirada sobre a pintura.


Introdução

 
Título:
 
Um mundo diferente


    O quadro “Golconde”, pintado em 1953 por René Magritte, poeta surrealista de origem belga, nascido em 1898 e falecido em 1967, representa uma cena intrigante, que rompe com as leis do mundo que conhecemos e nos traz para uma realidade marcada pelo maravilhoso.


Desenvolvimento
Cenário

    A pintura retrata um cenário urbano e tem como pano de fundo um conjunto de prédios alinhados, que preenchem a parte inferior e lateral da tela. Foi engenhosa a ideia de representar, deliberadamente, edifícios monotamente semelhantes: retilíneos, germinados, formando um contínuo. Todas as paredes estão pintadas da mesma cor – castanho claro –, as janelas possuem todas a mesma forma retangular, os telhados exibem o mesmo tom de vermelho. Certo é que a conjugação das cores torna este conjunto arquitetónico harmonioso. Por outro lado, nesta selva de cimento, o céu, pintado com matizes atraentes de azul claro, é o elemento que confere vida à cena representada.


Desenvolvimento
Figuras

    Esta paisagem citadina revela-se claustrofóbica também porque o espaço deixado vazio pelos edifícios é preenchido por dezenas de figuras humanas masculinas que se encontram suspensas no ar, do topo à base da pintura, do primeiro ao mais remoto plano. Não há sinais de movimento, mas as personagens podem ser sempre a mesma figura: um homem de sobretudo preto e com um chapéu de coco também preto. Deste modo, cria-se a ilusão, bem conseguida, de as personagens se multiplicarem infinitamente.


Desenvolvimento
Tema

    Numa das interpretações possíveis, “Golconde” representa, de forma genial, a sobrepopulação das cidades. Efetivamente, podemos nele ver uma crítica bem construída ao facto de as cidades serem lugares claustrofóbicos (daí os prédios) povoados por um número excessivo de pessoas. Assim se sugere que este não é o espaço harmonioso para o ser humano viver. Mais ainda, o facto de todos os homens se assemelharem é um indício preparado com grande subtileza para denunciar que a cidade gera pessoas iguais, monotamente indistintas.


Conclusão

    Concluindo, este é um quadro fascinante que representa uma cena de um mundo diferente do nosso, mas que nos refletir sobre o nosso próprio mundo.

Viver no presente


Dave Whamond

Análise do poema "A abelha que, voando, freme sobre", de Ricardo Reis


    Nesta ode, Ricardo Reis socorre-se de um inseto, uma abelha, para demonstrar o contraste entre a mudança que ocorre na vida do ser humano e a imutabilidade da Natureza.
    Assim, neste poema de três quadras, o «eu» começa por descrever uma situação em que uma abelha, ao aproximar-se de uma flor e ao pousar nela, se confunde com esta aos olhos de quem não presta atenção, “À vista que não olha”. A ideia expressa na primeira quadra apenas se conclui no primeiro verso da segunda (transporte): a abelha não mudou desde a Antiguidade, representada por Cecrops, o lendário fundador e rei de Atenas (entre 1558 e 1508 a.C.), que ensinou aos gregos a leitura, a escrita, o casamento e o cerimonial do sepultamento.
    Pelo contrário, o “ser que se conhece”, isto é, o ser humano, que tem consciência de si mesmo e da sua individualidade, ao contrário do que sucede com os elementos da Natureza, envelhece de forma distinta dos outros membros da sua espécie. Dito de outra forma, o ser humano tem consciência de que envelhece, é diferente dos outros seres e vai morrer, ou seja, conhece-se.
    A «abelha» é a mesma que outra que não ela.”, isto é, é igual a qualquer outra abelha, de qualquer época, sem diferença ou individualidade, ao contrário dos seres humanos, que, marcados pelo tempo, pela alma, pela vida e pela morte (atente-se na enumeração e sucessão de apóstrofes), «compram» (metáfora) “Ter mais vida que a vida”, ou seja, procuram algo mais do que a vida naturalmente lhes oferece (sonhos, desejos, arte, cultura, etc.). Essa demanda é, todavia, mortal, já que implica sofrimento e dor, desde logo porque o Homem está condenado à morte, que tudo reduz a pó. Mas não é esse, afinal, o desejo do ser humano, isto é, ser diferentes dos demais animais e não se limita a viver? “Ter mais do que a vida”.
    Assim, neste poeta, o «eu» poético estabelece o contraste entre o ser humano, a única entidade que é consciente de si mesma, e os outros animais, representados aqui pela abelha, que são iguais e imutáveis. Além disso, o ser humano envelhece e morre de forma diferente dos outros animais, exatamente porque é um ser consciente, desde logo de si, e, por isso, sabe que envelhece e morre e esta consciência, este saber que, provocando-lhe dor, angústia, sofrimento. Enquanto ser irracional, a abelha de nada tem consciência, daí que não sofra, por exemplo, com a passagem do tempo, o envelhecimento e a morte. A abelha é a mesma desde a Antiguidade, o ser humano envelhece e diferencia-se dos outros elementos da sua espécie, é único e mortal.
    Em suma, para Ricardo Reis, a questão que diferencia o ser humano e os animais é a mortalidade do primeiro e a imortalidade dos segundos, neste caso não em sentido literal, mas figurado, ou seja, a abelha, o exemplo de que se socorreu o poeta, é tomada como um elemento de uma espécie [morre uma abelha, nasce(m) outra e assim sucessivamente]. Pelo contrário, o Homem é encarado, não em termos de espécie, mas como ser individual.

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