O narrador começa por explicar a inspiração que recebeu do clima prazeroso da sua terra para, ao contrário de Xavier de Maistre, viajar além do seu quarto e relatar tudo o que lhe acontecesse.
A viagem tem lugar em 1843, inicia-se em Lisboa e termina em Santarém. Enquanto navela pelo rio Tejo, aprecia a vista de Lisboa e avalia características das localidades que vai atravessando. Numa atitude que, hoje, seria considerada como «politicamente incorreta» e prejudicial ao clima, acende um cigarro, valorizando o prazer de fumar a bordo um bom Havana, «uma das poucas coisas sinceramente boas que há no mundo”.
Durante a viagem gera-se uma discussão entre dois grupos de viajantes: os ílhavos, homens da região de Ílhavo, ligados à navegação no rio Vouga, e os campinos, ou Bordas d’Água, homens de Alhandra, região do Ribatejo (ou seja, região acima do Tejo), que praticavam o forcado, isto é, uma atividade semelhante à tourada. A disputa centrava-se em saber quem era mais forte e culminou com a «vitória» dos de Ílhavo, pois estes tinham de lutar com o mar, enquanto os campinos o faziam com um touro, e o mar era muito mais desafiador do que os animais.
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