Epicuro foi um filósofo
grego (nascido em Samos, em 341 a.C. e falecido em Atenas, em 271 a.C.).
Após uma
breve passagem por Atenas e Cólofon, criou um círculo de amigos em Mitilene
(ilha de Lesbos) e em Lâmpsaco. Terá sido neste círculo que amadureceram as
ideias que caracterizam a sua filosofia.
Segundo o Epicurismo (a escola de
filosofia fundada por Epicuro), a felicidade do Homem reside no prazer,
sendo que este reconhecimento do valor insubstituível do prazer é independente
e anterior a qualquer processo de justificação racional. O prazer está intimamente
ligado à perceção e define-se como a ausência da dor em alguém que vive
conscientemente.
O prazer só
pode aumentar até ao momento em que a dor é completamente afastada. A partir
daí não há possibilidade de progressão. Quem assim vive pode conquistar a
verdadeira independência e, através dela, a ataraxia ou estado de confiança
proporcionado pelo gozo do prazer e ausência de dor e de qualquer perturbação.
De entre os sentimentos humanos defendia que se deveria cultivar em especial a amizade.
Epicuro e os
seus discípulos enfatizaram a necessidade de eliminar dois fatores que
estavam na origem de muitas perturbações não corporais: o medo dos deuses
e o medo da morte. Os deuses não interferem nem se interessam pelos
destinos dos homens. De resto, a física iria ensinar as leis básicas das coisas
e dos acontecimentos. O medo da morte é igualmente infundado, dado que a alma é
constituída por átomos muito finos, que se dispersarão quando, na morte, o
invólucro do corpo deixar de os manter unidos. Assim, deixará de haver sensações
e, portanto, prazer ou dor. Deste modo, a morte não deve ser temida, até
porque, em rigor, não é um estado de nós mesmos.
ANTÓNIO Martins, «Epicuro» (texto
adaptado)
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