Português: Estoicismo

domingo, 10 de janeiro de 2021

Estoicismo

 
            O nome Estoicismo provém da designação do lugar de Atenas – Stoa poikilé (pórtico ornado com as pinturas de Polignoto) – onde ensinaram Zenão e os primeiros estoicos.
            Zenão de Cítio (336 a.C. – 264 a.C.) foi o fundador desta escola de filosofia. No Estoicismo, conjugam-se uma doutrina tecnicamente elaborada e um estilo de vida perfeitamente identificável.
            A ética estoica encontra-se fundada no eudemonismo, a busca da felicidade; porém, a felicidade não consiste no prazer, mas no exercício constante da virtude, na própria autossuficiência que permite ao homem alhear-se dos bens extrínsecos.
            A ética estoica estendia a primazia do logos ao domínio da conduta humana. É uma filosofia da resignação e da aceitação, mas que luta contra uma atitude de demissão prática ou de irresponsabilidade moral, pretensamente justificadas pela fatalidade do destino: os estoicos atribuem um lugar especial à liberdade humana e ao juízo moral, através dos quais o Homem pode vir a cooperara com a ordem racional do mundo, a identificar-se mais plenamente com a sinfonia universal das causas – é, por isso, uma ética essencialmente racionalista, na linha de grande parte da ética grega.
            A sabedoria consiste no acordo com a natureza, prolongando-a e completando-a, encontrando nela a matriz da inspiração; o Homem é o ser no qual a racionalidade da natureza se revela e se reconhece e no qual o agir se adequa conscientemente a ela. «Viver em harmonia», «viver de acordo com a razão», «viver de acordo com a natureza» são princípios que possuem conteúdos idênticos.
            A virtude é o único bem que vale por si mesmo; a ação honesta possui em si mesma a sua recompensa, ela basta à felicidade; por oposição, o mal absoluto é o vício. A virtude consiste na perfeição da natureza individual, é duplamente disposição da natureza e também conhecimento. A principal tarefa ética consiste essencialmente numa disciplina fortalecida por meio da sabedoria ou pelo reto conhecimento, conduzindo o Homem a um recolhimento na contemplação do logos. O Homem nasce bom e é a sociedade que o torna mau. O pecado tem a sua origem fora do homem individual. Os estoicos distinguem dois tipos de homens: os sábios e os néscios.
 
ANTÓNIO Martins, «Epicuro» (texto adaptado)
 

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