O nome Estoicismo provém da
designação do lugar de Atenas – Stoa poikilé (pórtico ornado com as
pinturas de Polignoto) – onde ensinaram Zenão e os primeiros estoicos.
Zenão de
Cítio (336 a.C. – 264 a.C.) foi o fundador desta escola de filosofia. No
Estoicismo, conjugam-se uma doutrina tecnicamente elaborada e um estilo de vida
perfeitamente identificável.
A ética
estoica encontra-se fundada no eudemonismo, a busca da felicidade;
porém, a felicidade não consiste no prazer, mas no exercício constante da
virtude, na própria autossuficiência que permite ao homem alhear-se dos bens
extrínsecos.
A ética
estoica estendia a primazia do logos ao domínio da conduta humana. É uma
filosofia da resignação e da aceitação, mas que luta contra uma
atitude de demissão prática ou de irresponsabilidade moral, pretensamente
justificadas pela fatalidade do destino: os estoicos atribuem um lugar
especial à liberdade humana e ao juízo moral, através dos quais o
Homem pode vir a cooperara com a ordem racional do mundo, a identificar-se mais
plenamente com a sinfonia universal das causas – é, por isso, uma ética
essencialmente racionalista, na linha de grande parte da ética grega.
A sabedoria
consiste no acordo com a natureza, prolongando-a e completando-a,
encontrando nela a matriz da inspiração; o Homem é o ser no qual a
racionalidade da natureza se revela e se reconhece e no qual o agir se adequa
conscientemente a ela. «Viver em harmonia», «viver de acordo com a razão»,
«viver de acordo com a natureza» são princípios que possuem conteúdos
idênticos.
A virtude é
o único bem que vale por si mesmo; a ação honesta possui em si mesma a sua
recompensa, ela basta à felicidade; por oposição, o mal absoluto é o vício. A
virtude consiste na perfeição da natureza individual, é duplamente disposição
da natureza e também conhecimento. A principal tarefa ética consiste
essencialmente numa disciplina fortalecida por meio da sabedoria ou pelo reto
conhecimento, conduzindo o Homem a um recolhimento na contemplação do logos.
O Homem nasce bom e é a sociedade que o torna mau. O pecado tem a sua origem
fora do homem individual. Os estoicos distinguem dois tipos de homens:
os sábios e os néscios.
ANTÓNIO Martins, «Epicuro» (texto
adaptado)
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