1. Leia o
capítulo XI da Crónica de D. João I.
1.1. Cada uma das afirmações
apresentadas representa um momento do texto. Ordene-os de acordo com o sentido
do texto.
a. O Mestre junta-se ao povo e despede-se da multidão.
b. Os populares juntam-se a Álvaro Pais e perguntam uns
aos outros quem quer matar o Mestre.
c. O Mestre é informado do perigo que o bispo de Lisboa
corre.
d. Obedecendo ao que tinha sido previamente combinado, o
pajem cavalga pelas ruas, espalhando o boato de que estão a matar o Mestre.
e. A multidão dirige-se ao Paço para salvar o Mestre,
pretendendo incendiá-lo.
f. O Mestre surge à janela e tranquiliza a multidão.
g. A perturbação e inquietação do povo aumenta e os
partidários do Mestre começam a preocupar-se com o que poderá acontecer.
h. A multidão fica feliz por o ver são e salvo, mas
continua a acreditar que a rainha o tencionava assassinar.
i. O povo acredita que o Mestre corre perigo, o que faz
crescer a sua fúria.
j. A multidão vai aumentando e já não cabe nas ruas.
2. Explicite
o papel desempenhado pelo pajem no desenrolar dos acontecimentos.
3. Explicite
o papel que Álvaro Pais desempenha no ajuntamento da população de Lisboa.
4. Transcreva as expressões que, nos
primeiros quatro parágrafos do texto, mostram que estamos perante uma ação
previamente combinada.
4.1. Demonstre que se pode considerar
que a história está a ser contada ao contrário do que está a acontecer.
5. Indique o motivo que leva a
população da cidade de Lisboa a juntar-se.
7. A gente
da cidade, enquanto personagem coletiva, é uma das protagonistas do capítulo.
7.1. Trace o seu retrato, isto é, caracterize-o, completando
o texto seguinte.
O povo desempenha um papel muito importante neste
capítulo: ____________ {defender o Mestre / atacar o palácio da rainha / matar
o conde Andeiro}. Trata-se de uma personagem ___________________ {individual /
coletiva / figurante} que constitui o escudo defensor do Mestre para o
assassínio do conde Andeiro, para sustentar o ato e suportar as suas
consequências.
Inicialmente, o povo (a “arraia-miúda”) mostra-se
________________ (“As gentes que esto ouviam saíam aa rua para ver que cousa
era.”), indignado, revoltado e agressivo (“__________________________”),
determinado, unido, solidário e disponível (“________________________”,
“_______________________”). De facto, age
como um todo e acorre aos Paços para acudir ao Mestre com intuitos de vingança
(“________________________________________________”). Aí chegado, mostra-se
____________________ e agitado (“dizendo que as britassem para entrar dentro”),
num crescendo de __________ (“cada vez se acendia mais”), visível nos atos de
violência que se propõem cometer para invadir o Paço: ________________________
e ______________________________, atos esses que evidenciam toda a sua
______________________, ausência de reflexão e descontrole __________, típicos
de quem age ___________________. As tentativas de o acalmar não diminuem a sua
____________ (“mas isto nom queria nenhum crer”).
Depois de ver D. João, o povo fica aliviado, mais
_____________ e _____________ (“houveram gram prazer quando o virom”), virando
então a sua fúria para a rainha e o conde, referindo-se-lhes de forma
______________ (“- Ó que mal fez! Pois que matou o traidor do Conde, que nom
matou logo a aleivosa com ele!”), sempre empenhado na
_________________________.
7.2. Transcreva três passagens textuais
que evidenciem os sentimentos partilhados pelos populares durante o capítulo.
Inicie a resposta da seguinte forma: «As personagens textuais que evidenciam
os sentimentos partilhados pelos populares são as seguintes: …».
7.3. Apresente exemplos de
comportamentos diferentes que certos grupos e indivíduos têm no meio dos
populares.
8. Identifique os recursos
expressivos presentes nas expressões seguintes e comente os respeitos efeitos
de sentido.
8.1. “todos feitos duu coraçom” (linha 30).
8.2. “De cima nom minguava quem
bradar que o Mestre era vivo, e o Conde Joam Fernandez morto;” (ll. 47 e
48).
9. Explicite a opinião do povo
relativamente à rainha (linhas 55 a 73).
10. A figura do Mestre de Avis é
central em todos os acontecimentos.
10.1. Caracterize esta personagem,
comprovando que assume o comportamento de um chefe político. Para tal, complete
o texto apresentado.
D. João revela-se, neste capítulo, uma figura
____________________ {carismática / ineficiente / liderante}, determinada e
__________________, mostrando-se à população para ter o seu apoio.
Por outro lado, mostra-se afável e retribui o carinho
do povo (“_________”), ________________ {ambicioso / afirmativo / altruísta}
por não pretender lisonjas e _______________ no impulso de ir salvar o bispo de
Lisboa.
Por
último, é de notar que D. João mantém uma conduta que _______ {é / não é}
marcada por rasgos de caráter muito intensos nem grandes iniciativas. Adapta-se
às circunstâncias, aceitando as orientações que lhe são dadas pelos seus
________________________ (“________”). No entanto, revela todo o seu carisma e
a sua natureza de líder político quando a multidão o _________ e quando
consegue __________ e fazê-la _________.
10.2. Identifique os sinais que
indiciam que o Mestre de Avis será o chefe da resistência à ameaça castelhana.
10.3. Interprete as justificações
apresentadas para a defesa do Mestre nas falas das linhas 17 e 18, 66-67, 78-79
e 85-86.
10.4. Retire do capítulo três
excertos que sugiram uma curta predestinação e proteção divinas da figura do
Mestre.
10.5. Caracterize a atitude do Mestre
quando soube que o Bispo de Lisboa se encontrava em perigo.
12. Fernão Lopes, ao longo deste
capítulo e de toda a crónica, apresenta-se como testemunha dos acontecimentos,
possibilitando que o leitor vivencie a narração como espectador através do uso
de recursos que lhe conferem vivacidade e dinamismo.
12.1. Preencha o quadro apresentado.
Recursos
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Exemplos
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Discurso direto
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Frases exclamativas
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Sensações visuais
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Sensações auditivas
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Verbos de ação/movimento
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Verbos que sugerem sentimento
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Advérbios expressivos
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Pretérito imperfeito
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Gerúndio
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13. O narrador vai alternando entre o discurso direto e o indireto
ao longo da narração.
13.1. Explicite o efeito produzido e
a sua importância para a missão do cronista.
A
alternância entre as duas modalidades do discurso confere ……………………………………….
{dramatismo / consequência / tranquilidade} e ………………………………………. {subjetividade /
veracidade / alternância} ao que é narrado, visto que, através do discurso
direto, temos acesso ……………………………………………. {ao “pulsar” efetivo / às falas “reais”
/ aos “sentimentos e emoções”} dos intervenientes. Desta forma, Fernão Lopes
confere à sua narração ……………………………………………………… {poder / maior dinamismo /
alternância de planos / confronto de pontos de vista} e cumpre a sua missão de relatar a ………………………… {ficção
/ irracionalidade / história / verdade} dos factos.
14. Foque a sua atenção no estilo da escrita cronística de Fernão
Lopes.
14.1. Complete o quadro apresentado e estabeleça a
associação entre os exemplos e a respetiva expressividade.
Exemplo
textual
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Recurso
expressivo
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Expressividade
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1.
“e assi como viúva que rei nom tinha, e
como se lhe este ficara em logo de marido…”
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A.
Traduz a ansiedade da multidão em saber do Mestre.
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2.
“(…) veendo tam grande alvoroço como
este, e que cada vez se acendia mais…”
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.
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B.
Reforça o efeito visual da ação.
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C.
A comparação mostra, por um lado, a união do povo, da cidade, por causa do
suposto perigo de vida que o Mestre corre; por outro, associa a cidade a uma
rainha viúva que deseja casar-se com um novo marido – o Mestre de Avis, tudo
fazendo para lhe salvar a vida.
Remete para a crise de
sucessão ao trono, sugerindo o desgoverno e desproteção a que a cidade
(mulher) ficava sujeita sem marido (sem rei), tal como acontece com as
viúvas.
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3.
“que é do Mestre?”
|
.
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4.
“Mestre (…) Mestre”
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.
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5.
“braadavom”, “arroido”,
“alvoroço”
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.
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6.
“vinham com feixes de lenha,
outras traziam carqueija”
|
.
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7.
“pera sobir acima”
|
.
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D.
Sugere o crescimento do alvoroço e da inquietação da multidão, face às
notícias sobre o perigo que o Mestre corria, à semelhança de um fogo que
começa pequeno e toma proporções gigantescas.
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8.
“todos feitos dhu coraçom”
|
.
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9. “Amigos, apacificae-vos.”
|
.
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E.
Representa a ansiedade da multidão em saber do Mestre.
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10. “por lhe darem vida e
escusar morte”
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.
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F.
Sugere o visualismo da ação da multidão para entrar nos paços da rainha.
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G.
Torna a narração mais realista, “transportando” o leitor para o local dos
acontecimentos, fazendo-o “ver” e “ouvir” o que se passou.
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H. Realça-se a fusão entre todos os populares, como
se fossem uma única e só pessoa.
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I. Apela-se à população, chamando a sua atenção e
expressando cumplicidade.
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J.
Sugere a complexidade da situação que se vivia.
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15. Reflita sobre a (im)parcialidade de
Fernão Lopes face às personagens individuais e coletivas envolvidas nos
acontecimentos, considerando a informação do verbete apresentado.