O motor
da intriga é o casamento de Aurélia e Seixas. Situa-se na 1.ª parte e as outras
desenvolvem-se em função desta: na 2.ª parte, justifica-se o acontecido num
regresso ao passado; as 3.ª e 4.ª partes são uma espécie de jogo. António
Cândido diz que se trata de “um jogo de avanços e recuos, de diálogos
construídos como pressões e concessões, um enredo latente de manobras secretas
no correr do qual a posição dos cônjuges se vai alterando”. Se o amor e o
desejo os começa a juntar, o orgulho continua a separá-los.
Esta
caracterização do romance vem na sequência das características das narrativas
do século XIX, entre as quais se aponta a linearidade. Os acontecimentos
sucedem-se em continuidade e linearidade. O romance constitui-se como sequência
e consequência das ações; a intriga obedece a uma causalidade e temporalidade
lineares e bi-implicadas. Existe um princípio, um meio e um fim em relação de
anterioridade/posterioridade e mesmo numa relação de causa-efeito. Aurélia
reage como reage, porque é motivada por razões anteriores. O mesmo se passa com
Seixas. Há toda uma dualidade que caracteriza o texto.
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