Português: A ação de Senhora

quinta-feira, 20 de julho de 2023

A ação de Senhora


    O motor da intriga é o casamento de Aurélia e Seixas. Situa-se na 1.ª parte e as outras desenvolvem-se em função desta: na 2.ª parte, justifica-se o acontecido num regresso ao passado; as 3.ª e 4.ª partes são uma espécie de jogo. António Cândido diz que se trata de “um jogo de avanços e recuos, de diálogos construídos como pressões e concessões, um enredo latente de manobras secretas no correr do qual a posição dos cônjuges se vai alterando”. Se o amor e o desejo os começa a juntar, o orgulho continua a separá-los.
    Esta caracterização do romance vem na sequência das características das narrativas do século XIX, entre as quais se aponta a linearidade. Os acontecimentos sucedem-se em continuidade e linearidade. O romance constitui-se como sequência e consequência das ações; a intriga obedece a uma causalidade e temporalidade lineares e bi-implicadas. Existe um princípio, um meio e um fim em relação de anterioridade/posterioridade e mesmo numa relação de causa-efeito. Aurélia reage como reage, porque é motivada por razões anteriores. O mesmo se passa com Seixas. Há toda uma dualidade que caracteriza o texto.

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