O tempo
em si, em certo ponto, é linear, embora se verifiquem três analepses: uma que
ocupa quase toda a segunda parte e outras muito mais breves. Aparecem pela
necessidade de justificar atitudes e comportamentos; são funcionais e não
fortuitas.
É
também de notar uma íntima relação entre o fluir da ação e o fluir do tempo: no
primeiro capítulo da parte III, relata-se amiúde todos os comportamentos e
atitudes. É um tempo muito curto, que ocupa longas páginas.
A
indicação do tempo aparece nos vários capítulos, sobretudo no seu início:
2.º capítulo: “Seriam nove horas
do dia.”
3.º capítulo: “Era a hora do
almoço.”
O tempo
é uma das categorias principais e no Romantismo é fundamental.
As
analepses não são meros recuos no tempo, mas são importantíssimas:
=> 1.ª analepse (6.º cap., I
parte): caracterização de Seixas, relação com a mãe e irmãs e como se deixa
submeter pela sociedade. Por vezes, sente remorsos e a única via é cair de novo
na sociedade para arranjar um casamento rico. Mas após o casamento não há
muitas referências à sua preocupação com a mãe e com as irmãs.
=> 2.ª analepse: mostra-nos as
razões que impelem a heroína ao desmascaramento da sociedade. Ela foi vítima,
aprendeu e agora aparece como vingadora. Conhece Seixas ainda quando era pobre
e continua a guardar o seu amor, mas guarda também a amargura, que a leva à
vingança.
=> 3.ª analepse: mostra a
evolução de todo o sentimento de Aurélia em relação ao casamento. É uma
analepse não de ação, mas de explicação da evolução operada no espírito de
Aurélia.
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