A
narração centra-se na figura do compadre: como se criou, como arranjou emprego
num navio negreiro e como conseguiu a sua fortuna de forma pouco honesta.
O
compadre nunca conhecera os seus pais e parentes; quando era jovem, achou-se na
casa de um barbeiro, sem saber se estava lá na qualidade de filho ou outra qualquer,
de quem cuidara e herdara o ofício.
Quando
atingiu a adolescência, sabia barbear e sangrar sofrivelmente e, como
considerava que não conseguiria frutificar enquanto barbeiro, dado que a
freguesia que tinha se devia ao seu mestre, abandonou a sua casa sem rumo.
Durante as suas andanças, conheceu um marujo que o colocou a bordo de uma
embarcação como barbeiro e sangrador. A bordo, ganhou fama quando sangrou e
curou dois marinheiros doentes e não deixou morrer nenhum negro do
carregamento. Neste passo, o narrador aborda o problema da escravatura,
distanciando-se dela.
Pouco
antes de chegar ao Rio de Janeiro, o capitão do navio adoeceu e não houve sangramento
que o salvasse. Moribundo e em segredo, o capitão, que confia no barbeiro,
entregou-lhe uma caixa, deu-lhe o endereço e pediu-lhe que o entregasse à sua
filha. Pouco tempo depois, o capitão morreu; o barbeiro decidiu não embarcar
mais e, como a conversa que tinha mantido com o comandante fora secreta e sem
testemunhas, instituiu-se como seu herdeiro e nada entregou à filha. Fora assim
que ele se arranjara na vida.
Em
suma, este capítulo mostra o compadre como homem sem escrúpulos. Ele é bom e
mau. Com isto, o narrador pretende provar que todo o ser humano tem um lado bom
e um lado mau.
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