Ao
quinto dia de escola, o miúdo consegue convencer o padrinho de que já sabe ir
sozinho para a escola, mas, em vez de ir aprender, falta à escola e vai
brincar, nomeadamente junto da Sé, onde se reunia sempre muita gente, o que
permitia que ninguém o encontrasse, caso o procurassem. Nas aulas, Leonardo é
muito irrequieto, rebelde e desobediente, o que lhe granjeia muitos «bolos»;
por outro lado, vende tudo o que tem aos colegas (o tinteiro, a pasta, a lousa)
e gasta o dinheiro do pior modo possível. Em suma, acriança é o gazeta-mor e o
apanha «bolos»-mor.
Entretanto,
o barbeiro descobre e passa a acompanhá-lo novamente, o que não lhe dá hipótese
de ir para a brincadeira. Como sente saudades do tempo passado na Sé, pede ao
padrinho que o faça sacristão, alegando que isso o prepararia para a sua futura
vida eclesiástica. Para o compadre, este pedido constitui a maior alegria que
lhe podem dar.
Numa
bela manhã, sai de casa vestido de batina e sobrepeliz e toma posse da função. Quando
o vê passar, a vizinha mostra-se surpreendida de início, mas, ao compreender o
que se está a passar, solta uma gargalhada e chama-lhe “senhor cura”.
O
capítulo termina com a vingança que os dois meninos sacristãos (o segundo é uma
criança que Leonardo conhecera na Sé na época em que para lá ia quando faltava
às aulas) fazem à vizinha, que sempre agourara o herói desta história. Assim,
durante uma missa, aquela coloca-se junto dos dois e, enquanto um, depois de
encher o turíbulo de incenso, o balança fazendo com que as nuvens de fumo que se
desprendem batam na cara da pobre mulher, o outro, com a tocha, derrama nas
costas da sua mantilha cera derretida. Como a igreja está apinhada de fiéis, a
desgraçada tem de suportar a vingança até ao fim. Terminada a missa, queixa-se
ao mestre-de-cerimónias e os dois ouvem uma grande reprimenda.
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