Cláudio e
Gertrudes discutem o comportamento de Hamlet com Ronsencrantz e Guildenstern,
que têm pouco a relatar, exceto o facto de a companhia teatral que, entretanto,
tinha chegado ter agradado ao príncipe. O casal real concorda em verem a
representação da peça nessa noite. Depois, o monarca envia Rosencrantz e Guildenstern
para vigiar o sobrinho. De seguida, pede à esposa que saia também, para que
possa observar secretamente um encontro entre Hamlet e Ofélia. Gertrudes sai e
Polónio instrui a filha a passear pelo corredor, dando-lhe um livro de orações
e dizendo-lhe para se comportar como se o estivesse a ler, enquanto os dois
homens se esconderão nas proximidades para observar o encontro.
Hamlet
aparece em cena, perdido nos seus pensamentos e contemplando, aparentemente, o
suicídio para acabar com a sua dor: “Ser ou não ser: essa é a questão”. O rapaz
parece ponderar sobre os méritos de enfrentar os desafios da vida ou buscar o
alívio na morte. O medo do desconhecido faz com que ele se sinta um cobarde. Ao
avistar Ofélia, ele interrompe os seus pensamentos. Seguindo as instruções do
pai, a rapariga diz-lhe que deseja devolver-lhe os presentes de amor que ele
lhe dera, porém, desconfiado das intenções dela e enraivecido, nega que sejam
seus. Ofélia insiste que ele lhe deu presentes e cartas de amor, que já não lhe
trazem alegria, o que faz com que o príncipe questione a honestidade dela: embora
seja linda, tal não significa que seja honesta. Em resposta, a rapariga
argumenta que a beleza e a pureza estão intimamente ligadas, o que ele rebate,
afirmando que a beleza pode corromper a honestidade, no entanto esta não pode
restaurar a pureza de uma mulher pecadora. De seguida, afirma que já a amou,
mas, de imediato, declara que nunca a amou de verdade, claramente com o
objetivo de a confundir e magoar. Aconselha-a, então, a entrar num convento
para não dar à luz mais pecadores e critica as mulheres por fazerem com que os
homens se comportem como monstros e por contribuírem para a desonestidade no
mundo ao pintarem os seus rostos para parecerem mais belos do que são na
realidade e os fazem pecar. Culpa a promiscuidade deles pela sua loucura e
deseja o fim de todos os casamentos. Enquanto ele sai furioso, Ofélia lamenta a
queda de Hamlet na loucura, de coração partido pelo comprometimento da sua
pessoa enquanto soldado e futuro rei da Dinamarca.
Cláudio e
Polónio saem do seu esconderijo, chocados com o que viram e ouviram. Enquanto o
segundo continua a acreditar que o amor de Hamlet por Ofélia é a causa da sua
loucura, o rei pensa exatamente o oposto e afirma que o seu discurso não parece
de o alguém insano. Ele acredita que a situação do príncipe se pode tornar
perigosa e decide enviá-lo para o afastar de Elsinore e lhe proporcionar a
oportunidade de se recuperar emocionalmente e conhecer o mundo. Polónio
concorda com a decisão do monarca, mas sugere que, antes de partir, Gertrudes o
confronte na tentativa de descobrir a causa da sua loucura. Assim, Cláudio
deverá mandar Hamlet aos aposentos de Gertrudes depois da peça terminar,
enquanto o próprio Polónio se esconderá e assistirá ao encontro sem ser visto.
Cláudio aceita a sugestão de Polónio e enfatiza a necessidade de continuar a
vigiar atentamente o príncipe.
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