Português

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Simbolismo dos cães


    Em virtude da opressão e da repressão ideológica promovida pelo Estado Novo, não havia liberdade de expressão, pelo que era necessário encontrar uma forma de passar a mensagem de modo sub-reptício e não acarretar problemas.
    Os cães representam os donos, tal como na fábula os animais simbolizam os homens. Por exemplo, no capítulo VII, estes animais são associados aos donos, logo são tratados de forma simbólica, enquanto, no oitavo, se volta de novo para o nível mais concreto.
    O narrador conduz o leitor no processo de leitura da obra, instituindo explicitamente alguns elementos como simbólicos ou escrevendo certas palavras em itálico, para as destacar e elas não passarem despercebidas. O leitor ideal, aquele que o autor busca, é o leitor-furão, pois este pode aperceber-se do nível subversivo do texto, porque está atento e vai “juntando as peças deste jogo até completar o seu puzzle narrativo.”

Simbolismo do furão


    Escritor-furão é a metáfora de um escritor que se opõe ao Estado fascista. Um furão é um animal predador da família da marta ou do arminho, extremamente eficiente, que captura a sua presa tão rapidamente que é impercetível ao olho humano, incapaz de ver todos os seus movimentos de ataque.
    A caça com furão é furtiva e, por isso, proibida. O animal é usado para caçar coelhos da seguinte forma: o dono do furão tapa com uma rede todas as saídas prováveis da toca; de seguida, coloca o bicho numa das entradas e, das duas uma, ou o furão mata o coelho e depois vem entrega-lo ao dono, ou então a presa consegue fugir-lhe, acabando por cair numa das redes montadas à saída dos buracos.

Simbolismo do fumo


    A palavra «fumo» e as suas variantes (névoa, neblina ou nevoeiro, bruma, vapor, fumaceira, fumarada) remetem para opacidade, dificuldade de visão. No entanto, se for perspetivado do ponto de vista simbólico, o fumo lembra-nos atmosferas tétricas de filmes de terror do género Drácula e de outros demónios, ideia que acaba por ser corroborada pela série de defuntos, almas penadas e cães-fantasmas que são vistos de noite.
    De igual modo, são recordados os fumos da Índia, ou seja, a empresa dos Descobrimentos. De facto, o nevoeiro está muito associado à figura de D. Sebastião e ao mito que se criou em seu redor – o Sebastianismo –, morto na batalha de Alcácer Quibir, episódio que levou à perda da independência nacional e ao domínio filipino. De acordo com a lenda, D. Sebastião, à semelhança do rei Artur, voltaria numa manhã de nevoeiro para resgatar a glória da pátria.
    Por último, a palavra «fumo», além de contribuir para a caracterização da Gafeira, metonimicamente do Portugal de então, acompanha e mimetiza o desgaste físico e psíquico da personagem-narrador, que fuma continuamente e vai fazendo baixar o nível do seu cantil carregado com a excelente aguardente de peras.

Séries de animação do meu tempo: "Era uma vez..."


    "Era uma vez..." é o título de uma franquia de origem francesa criada em 1978, dirigida por Albert Barillé. A primeira série intitula-se "Era uma vez... o Homem", a que se seguiram outras, como "Era uma vez... o Corpo Humano" ou "Era uma vez... o Espaço".

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Séries de animação do meu tempo: "A Volta ao Mundo de Willy Fog"


    "A Volta ao Mundo de Willy Fog" é uma série de animação, constituída por 26 episódios, que passou em Portugal em 1984 e 1985. A produção esteve a cargo da Nippon Animation e da BRB International, segundo o guião original de Claudio Biern Boyd e música de Guido e Maurizio de Angelis. A série baseia-se no livro A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Júlio Verne, o celebérrimo escritor francês, uma versão antropomórfica.
    No Reform Club, Willy Fog aceita o desafio do Sr. Sullivan de dar a volta ao mundo em 80 dias e, acompanhado de Tico, Passepartout e da princesa Romy, inicia uma viagem que o leva de Londres a Singapura, de barco, comboio ou balão.

Memórias


  
1. Definição
 
    As memórias relatam acontecimentos passados, vividos ou testemunhados pelo autor. O objetivo de uma memória não é elaborar a biografia do autor, mas registar determinados momentos, determinadas lembranças e refletir sobre eles. Por isso, as memórias não são um relato cronológico, mas uma seleção de factos, acontecimentos, pessoas, locais, etc., do passado do autor. Contrariamente ao diário, que é redigido quase simultaneamente aos acontecimentos que relata, nas memórias, esse relato normalmente dista muito tempo dos eventos. Deste modo, a memória desempenha um papel fundamental, dado que é através dela que o autor filtra e seleciona as suas recordações.

 
2. Características:

• Uso habitual da primeira pessoa.

• Utilização predominante de verbos no pretérito perfeito do indicativo.

• Recurso ocasional ao presente do indicativo para refletir acerca dos acontecimentos narrados.

• Apresentação de marcas linguísticas de primeira pessoa (verbos, pronomes pessoais, determinantes e pronomes possessivos).

• Coincidência, normalmente, entre o narrador e o protagonista.

• Apresentação de um discurso subjetivo, dado que contém confidências, emoções  e sentimentos do autor.

• Discurso pessoal e retrospetivo.

• Uso de expressões temporais e espaciais.

• Recurso a formas verbais que remetem para o tempo da escrita (presente) e, principalmente, para o tempo recuperado pela memória (pretérito perfeito e pretérito imperfeito do indicativo).

• Uso de verbos associados à memória («recordar», «lembrar», etc.).
 
3. Estrutura

Organização em memórias.

• Três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

• Recurso a alterações da ordem cronológica dos acontecimentos.
 

Diário


 
1. Definição

 
    O diário é um texto de cariz autobiográfico que relata, por ordem cronológica, acontecimentos, experiências, pensamentos, emoções, descrições de pessoas, objetos, reflexões pessoais, apresentação de sonhos, desejos e vivências pessoais. Há diversos tipos de diário, como, por exemplo, os pessoais, de ficção, etc.

 
2. Estrutura

. Indicação da data do registo (normalmente).

. Saudação (opcional).

. Indicação do(s) acontecimentos mais importantes do dia, seguida de reflexão ou relato cronológico dos acontecimentos mais importantes do dia.

. Fórmula de despedida (opcional).

 
3. Características:

. contém a data de cada entrada;

. pode ter um interlocutor imaginário (nalguns casos, o autor dirige-se ao seu diário como um confidente a quem ele confessa os seus segredos, chegando, inclusive, a atribuir-lhe um nome;

. normalmente, o autor e o protagonista coincidem, isto é, são a mesma pessoa;

. a narração pode ser descontínua, fragmentada (não é forçoso que todos os dias seja feita uma entrada), porém isto não afeta a compreensão do texto;

. a escrita é quase simultânea aos acontecimentos narrados;

. os verbos encontram-se predominantemente no pretérito perfeito do indicativo ou no presente do indicativo;

. apresenta marcas linguísticas de primeira pessoa (verbos, pronomes pessoais, determinantes e pronomes possessivos);

. o discurso é subjetivo, pois inclui confidências, emoções e sentimentos de quem escreve;

. possui uma estrutura variável, em prosa ou em verso;

. pode apresentar uma grande diversidade discursiva: narração, descrição, monólogo, texto poético, etc.

 

Biografia e autobiografia


1. Definição

 
    A biografia e a autobiografia são narrativas cronológicas do percurso de vida de uma pessoa.
    A grande diferença entre dois géneros consiste no facto de a autobiografia ser a biografia de uma pessoa feita por ela própria, sendo, portanto, mais subjetiva do que a biografia, e existindo uma relação de identidade entre o autor, o narrador e a personagem.
    Consoante o seu objetivo, a biografia pode ser uma resumida nota biográfica ou um livro.

 
2. Características do género

 

Biografia

Autobiografia

. A biografia é um relato real ou ficcionado que relata a vida de uma personalidade, incluindo as suas etapas e acontecimentos mais significativos:
usa-se a terceira pessoa;
organizam-se os eventos cronologicamente;
selecionam-se os acontecimentos mais relevantes.
. A autobiografia é o relato real ou ficcionado de uma vida feito pelo próprio, por quem a viveu:
usa-se a primeira pessoa;
organizam-se os eventos cronologicamente;
selecionam-se os acontecimentos mais relevantes.
 
3. Características

. Apresentação cronológica dos dados.

. Local e data de nascimento.

. Antecedentes familiares.

. Habilitações académicas e profissão.

. Atividades em que se destacou.

. Obras e respetivas datas de publicação.

. Homenagem e prémios.

. Episódios importantes da sua vida.

. Predomínio de tempos verbais no pretérito.

 
4. Procedimentos

 
    Quem escreve uma biografia necessita de proceder a uma recolha prévia de informação:

. entrevistar a pessoa biografada;

. obter depoimentos de familiares, amigos e conhecidos;

. consultar documentos.

 

Apreciação crítica


 
A. Definição

 
    A crítica é um texto de caráter informativo e argumentativo, no qual o autor apresenta, analisa e avalia um produto cultural: um filme, uma representação teatral, uma canção, uma exposição, uma pintura, um espetáculo de bailado, um álbum de música, um documentário, uma entrevista, uma reportagem, um restaurante (gastronomia). Assim, a sua função é informar com rigor e apreciar quer positiva quer negativamente.

 
B. Meios de difusão

 
    A crítica é um género de texto habitual nos meios de comunicação social (jornais, revistas, televisão e rádio), sendo geralmente produzido por especialistas da área (crítico de gastronomia, crítico de cinema, crítico literário, etc.).

 
C. Estrutura
 
    Embora não tenha uma estrutura muito rígida, a crítica deve obedecer à estrutura elementar:

 
Título: deve ser sugestivo e cativante (o texto poderá possuir também um antetítulo e um subtítulo) – anuncia a opinião sobre o produto cultural ou evento criticado.

 
Introdução ou Abertura: apresenta e descreve o objeto da crítica, bem como a opinião do autor (tese).

 
Desenvolvimento:

» descrição mais pormenorizada do objeto;

» comentário crítico, com apreciações pessoais favoráveis ou desfavoráveis, fazendo juízos de valor (elogiosos e/ou depreciativos), devidamente fundamentados.

 
Conclusão: apreciação final do objeto e reforço da perspetiva crítica relativamente ao mesmo.

 
D. Marcas de género

. Descrição sucinta do objeto de apreciação crítica.

. Linguagem clara e objetiva.

. Linguagem valorativa, elogiosa ou depreciativa (adjetivação expressiva, advérbios, repetições, etc.).

. Recursos expressivos: metáfora, comparação, hipérbole, ironia, enumeração…

. Uso da primeira ou terceira pessoa gramatical.

. Predomínio do presente do indicativo.

. Uso de frases declarativas e exclamativas.

. Uso de conectores discursivos:

» Enumeração / adição: «não só… mas também», «em primeiro lugar», «além disso», «por um lado, … por outro, …», «assim como».

» Causa: «pois», «uma vez que», «visto que», «dado que».

» Consequência: «por isso», «portanto», «de modo que», «de tal forma que».

» Exemplificação: «por exemplo», «é o caso de», «em particular», «entre outros exemplos», «nomeadamente».

» Esclarecimento: «isto é», «ou seja», «isto significa que», «como se pode ver».

» Conclusão: «em suma», «em síntese», «para concluir», «para finalizar».

 

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Comentário


 
1. Definição
 
    O comentário é um género textual através do qual o seu autor explica e emite um juízo de valor sobre um determinado assunto da atualidade (desportivo, social, político…). Em contexto escolar, a análise de um texto literário poderá também ser feita sob a forma de um comentário.
    Por outro lado, um comentário visa explicitar também o conteúdo e a forma de um outro texto (verbal ou não verbal), isto é, indicar o seu género (lírico, narrativo ou dramático), revelar a sua intenção e conteúdo, mostrar como esse conteúdo é transmitido.

 
2. Estrutura
 
. Introdução: apresentação do objeto em análise (isto é, do texto sobre o qual se vai fazer o comentário) e do assunto a desenvolver.

 
. Desenvolvimento: análise e argumentação de alguns aspetos da realidade comentada ou do texto em apreciação, articulando informação objetiva e informação subjetiva.

 
. Conclusão: síntese dos aspetos analisados ou reflexão final.

 
3. Características

. Usa a terceira ou a primeira pessoa do singular (se for um comentário pessoal).

. Integra sequências descritivas, expositivas e argumentativas.

. Apresenta uma posição pessoal fundamentada.

. Mostra uma interpretação do objeto em análise.

. Não corresponde a um resume nem a uma exposição sobre o autor, as suas ideias ou o tema abordado.

. Não serve para o autor expressar as suas opiniões, apesar de a análise desenvolvida poder compreender alguma subjetividade.

 
4. Modo de procedimento

 
    Para produzir um comentário de um texto, devemos observar o seguinte:

. ler o texto as vezes que forem necessárias para o compreender bem;

. esclarecer, com o auxílio de um dicionário, as dúvidas de vocabulário que possam surgir;

. analisar o texto para determinar o tema e o assunto e perceber a intenção do autor (transmitir ideias ou emoções, narrar uma história, descrever uma personagem, um ambiente ou um espaço, etc.), bem como o modo como o fez (género literário, estrutura, modos de representação e de expressão, discurso utilizado, linguagem e recursos expressivos, etc.);

. estruturar o comentário, retirando conclusões sobre o sentido global do texto comentado.

 

Texto publicitário


  
A. Definição
 
    O texto publicitário é um género textual que tem como objetivo a promoção de um produto, de um conceito ou de uma ideia, procurando levar as pessoas a consumir esse produto / serviço ou a agir de determinada forma. A sua intenção comunicativa é, portanto, persuadir.
    Um anúncio é criado pelo publicitário em função do consumidor: a sua situação económica e social, a idade, o género, etc.

 
B. Tipos de publicidade

 
. Publicidade comercial: tem como objetivo persuadir o consumidor a adquirir um determinado serviço (água, luz, televisão, etc.) ou um produto.
 
. Publicidade institucional ou não comercial: tem como objetivo informar ou divulgar ideias, modificar um determinado comportamento em benefício do indivíduo ou da sociedade, isto é, promover comportamentos cívicos ou eticamente corretos, ou auxiliar certas instituições ou causas.

 
C. Estrutura
 
. Título (opcional): curto e apelativo, procurando despertar a atenção para o produto ou uma das suas características, funcionalidades, potencialidades…

 
. Imagem: deve ser apelativa para captar a atenção e o interesse do público, através da cor, da originalidade, etc. (por vezes, “uma imagem vale mais do que mil palavras”).

 
. Slogan: frase ou expressão breve, original e fácil de memorizar, que identifica a marca, o serviço ou o produto publicitado; é concebido para ser facilmente memorizável; normalmente é associado a um logótipo que identifica o produto.

 
. Texto argumentativo (opcional): pequeno texto que apresenta as vantagens e características / qualidades do produto ou do serviço anunciado, procurando convencer o público a adquiri-lo ou a aderir, conforme o caso. Contém, portanto, elementos de persuasão.

 
D. Características:

. Linguagem: recorre a processos apreciativos e persuasivos – adjetivos, repetições, frases de tipo imperativo e exclamativo, frases nominais, etc.; utilização de diferentes tipos de letra.

. Usa também uma linguagem mista, isto é, combina linguagens diferentes (um texto linguístico com um texto icónico, uma imagem).

. Usa frases curtas.

. Recorre ao modo imperativo.

. Utiliza recursos expressivos (metáfora, comparação, interrogação retórica, aliteração, hipérbole, etc.).

. Segue uma estratégia designada por AIDMA: captar a Atenção, suscitar o Interesse, despertar o Desejo por aquilo que é anunciado, facilitar a Memorização de informação sobre o produto e levar à Ação, isto é, adquirir o produto anunciado ou levar a determinada ação.

. Identifica os produtos, os serviços ou ideias com valores que podem ser despertados junto do público-alvo: beleza, juventude, vitalidade, saúde, sucesso, êxito, solidariedade, justiça, etc.

 

Séries de animação do meu tempo: "Heidi"


    Heidi é o título de um livro escrito pela autora suíça Johanna Spyri em 1880, que se refere à sua protagonista, uma menina órfã de cinco anos que vai morar com a tia. No entanto, como esta recebe uma proposta de trabalho noutro local e não a pode levar consigo, entrega-a ao cuidado do avô paterno, um homem frio e carrancudo que cria cabras nos Alpes.
    Em 1974, o animador japonês Isao Takahata baseia-se na obra de Spyri e cria uma série animada que estreou em Portugal em 1976, alcançando um enorme sucesso.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Recensão crítica


 
A. Definição

 
    A recensão crítica é um texto jornalístico de apreciação / apresentação (recensear) crítica (avaliar) de um livro, publicado em revistas ou jornais, podendo referir-se à obra integral ou apenas a partes da mesma e concentrando-se no seu conteúdo e no contexto em que a obra surge a público.

    Na recensão, enumeram-se os aspetos considerados importantes e exprimem-se comentários pessoais sobre a obra em causa. Assim sendo, possui características do texto expositivo e do texto argumentativo.

 
B. Etimologia
 
    A palavra recensão provém do termo latino recensionem (que significa “enumeração”), que, por sua vez, tem origem em censionem, derivado do verbo censeo (que significa “avaliação”).
    A recensão constitui, portanto, um percorrer (uma enumeração) o texto com o fim de o avaliar.
    Deste modo, a recensão implica uma análise e uma avaliação crítica de um trabalho, geralmente, escrito, ou seja, trata-se de uma apreciação e juízo crítico sobre o valor interno e interesse de uma obra. Assim, regra geral enumeram-se e descrevem-se os aspetos julgados importantes e exprimem-se comentários pessoais sobre a obra, em termos apreciativos ou depreciativos.
    Por sua vez, a palavra crítica vem do grego krínein, que significa “isolar”, “separar”, “destacar o particular”.
    Tal significa que a recensão cruza uma dimensão expositiva e uma dimensão crítica

 
C. Estrutura

 
Título: por vezes, antecipa a opinião do seu autor.

 
Avaliação global: é feita através de um código de estrelas ou bolas.

 
Ficha técnica: inclui o título do objeto cultural, o nome do autor, o tradutor, a editora, local e ano de edição, etc.

 
Corpo do texto:

- Introdução: apresentação, em traços gerais, do objeto a avaliar (ex.: filme – realizador, atores, género, etc.), seguida de um resumo das ideias principais.

- Desenvolvimento: avaliação global do livro – síntese das principais qualidades e defeitos – a seleção de alguns aspetos a apreciar, que se apresentam de forma específica e se avaliam positiva ou negativamente. O autor do texto realça os aspetos positivos, avalia o conteúdo global da obra, a articulação das ideias, a estruturação, a originalidade e refere as falhas.

- Conclusão: avaliação global da qualidade do objeto apresentado.

 
D. Características
. Uso da terceira pessoa.

. Emprego de verbos no presente do indicativo.

. Recurso a palavras e expressões que traduzem opinião.

. Uso de recursos expressivos (metáforas, comparações, interrogações retóricas, enumerações, etc.).

. Apresentação de elementos subjetivos e informação objetiva.

. Emprego de linguagem valorativa positiva ou negativa, apreciativa ou depreciativa (de acordo com a opinião favorável ou desfavorável que se tem em relação ao livro – mas sempre fiel ao assunto), concretizada no:
        » uso de nomes;
        » uso expressivo de adjetivos;
        » uso expressivo de advérbios.

 

Séries de animação do meu tempo: "Ana dos Cabelos Ruivos"


    "Ana dos Cabelos Ruivos" é uma série animada baseada no romance homónimo (Anne of Green Gables), da autoria de Lucy Maud Montgomery, publicado em 1908. A série foi produzida pela Nippon Animation e exibida originalmente no Japão em 1979, tendo chegado a Portugal 11 anos depois.
    Os irmãos Marilla e Mathew (na série Marília e Matias) decidem adotar um menino para os ajudar nos trabalhos da quinta, no entanto é-lhes enviada uma menina ruiva, de 11 anos: Ana, uma pequena órfã muito sonhadora, sensível, corajosa e alegre. Apesar do engano, eles decidem ficar com a pequena Ana Silvestre.

Artigo de opinião


 
1. Definição

 
    Um artigo de opinião é um texto jornalístico que visa a apresentação da posição do seu autor sobre um determinado tema, a qual é fundamentada com várias razões / vários argumentos e respetivos exemplos, desenvolvidos e apoiados em juízos de valor implícitos ou explícitos.

 
2. Objetivo
 
    O objetivo desta tipologia textual passa por levar o leitor a aceitar a posição defendida, bem como por o persuadira pensar da mesma forma.

 
3. Estrutura

 
Título: deve ser sugestivo; muitas vezes, antecipa a opinião do autor.
 
Introdução:
        - apresentação do tema;
        - indicação da posição pessoal que se vai defender.

 
Desenvolvimento: apresentação de argumentos (razões – factos, estudos, citações, ideias – que sustentam a posição pessoal defendida), que podem ser comprovados através de exemplos variados (ideias ou factos que visam enfraquecer posições contrárias às que se defende). O texto pode incluir contra-argumentos que são refutados ou invalidados. É uma estratégia tendente a antecipar e «anular» desde logo as ideias / os argumentos contrários.

 
Conclusão: retoma da posição pessoal e, eventualmente, de um argumento mais forte.

 
4. Características

- Utilização da primeira ou da terceira pessoa.

- Uso predominante do presente do indicativo.

- Recurso a vocabulário que marca a opinião ou o ponto de cista do autor – expressões de opinião (por exemplo: «na minha opinião», «penso», «julgo que», etc.) e de apreciação (por exemplo, «bom», «fantástico», «horrível», «fascinante», etc.).

- Recurso a expressões valorativas (adjetivos, advérbios, etc.).

- Uso de elementos de persuasão (vide).

- Recurso a factos e a estudos (dados objetivos), que podem funcionar como argumento que fundamenta uma opinião (elemento subjetivo).

- Respeito pelo princípio da cooperação.

- Uso opcional de recursos expressivos (metáforas, comparações, interrogações retóricas, exclamações, enumerações, etc.).

- Utilização de conectores e articuladores do discurso:

. para apresentar a opinião: Na minha opinião, Julgo que, Penso que, Não concordo com…;

. para organizar os argumentos: Em primeiro lugar, Em segundo lugar, Em relação a…;

. para exemplificar: Por exemplo, Exemplificando…;

. para reforçar ou contrariar uma causa: Por isso, Como já referi, Por outro lado, Pelo contrário, Na verdade…;

. para concluir: Assim, Para terminar, Por tudo isto, Em conclusão, Em suma…;

. etc.

 
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