Português: Resumo da 4.ª parte da 1.ª crónica: Reserva subterrânea

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Resumo da 4.ª parte da 1.ª crónica: Reserva subterrânea


    Este capítulo assenta num recuo no tempo – analepse – para clarificar como os Osage se tornaram uma tribo rica e como vieram a habitar naquela zona do estado do Oklahoma. A narrativa recua até à época que assistiu à chegada dos colonos europeus à América do Norte, quando os Osage ocupavam um território que compreendia a área que se estendia entre o Missouri e o Kansas, incluindo as famosas Montanhas Rochosas. Quando os Estados Unidos adquiriram grande parte desse território aquando da compra do estado do Louisiana (31 de outubro de 1803) à França, os Osage foram forçados a renunciar às suas terras situadas entre os rios Arkansas e Missouri. Deste modo, quando Mollie nasceu, a tribo estava limitada a uma pequena parcela de terra localizada a sudeste do Kansas. Duas vezes por ano, os Osage mudavam de território para caçar búfalos, uma atividade que consideravam sagrada: cada parte do animal era reverenciada e cuidadosamente utilizada. Entretanto, o chamado homem branco norte-americano continuava a conquista do Oeste, invadindo terras de diversas tribos índias, incluindo a dos Osage. Alguns desses homens, mais cruéis e oportunistas, não se limitavam a invadir esses terrenos e a usurpá-los, pois também assassinavam as famílias que neles viviam, mesmo nos casos em que os nativos concordavam com a sua venda.

    Os Osage decidiram, então, comprar terras aos Cherokees, concretamente uma área aparentemente imprópria para cultivo, pensado que, assim, demoveriam os colonos brancos de a ambicionarem e ocuparem. Foi nessa área que Lizzie e Ne-kah-e-se-y se estabeleceram em 1974, após se terem casado, juntamente com outros membros da tribo, que assistia a um decréscimo dos seus membros a cada ano que passava. As suas circunstâncias de vida eram cada vez mais precárias, por um lado, porque a população de búfalos eram cada vez menor e, por outro, porque o governo norte-americano lhes pagava em rações, em vez de em espécie, o que levava a que passassem fome e outras privações. Vendo-se cada vez mais em situação insustentável, decidiram enviar uma delegação ao governo, que lhes fez algumas concessões, as quais, porém, não melhorou grandemente o estado de coisas. Nesse tempo, os Osage foram forçados também a enviar os seus filhos para a escola, onde aprenderam a língua e a cultura inglesa e norte-americana. Foi o caso de Mollie. Além disso, a esperança que os Osage depositavam no desinteresse dos brancos por aquele pedaço de terra intratável caiu também. Nada parecia parar os colonos.

    E assim chegamos à década de 1890, quando o governo dos EUA pressionou a tribo no sentido de aceitar a divisão das suas terras até então partilhadas em parcelas de propriedade individual, que seriam concedidas a cada membro da tribo. Os Osage não se fizeram rogados e compraram-nas, o que permitiu ao chefe multilingue da tribo, James Bigheart, bem como ao advogado John Palmer, um homem de ascendência simultaneamente Sioux e caucasiana, casado com uma mulher osage, adiar a distribuição e, deste modo, negociar termos mais favoráveis para o seu povo. Com efeito, conseguiram chegar a um acordo que lhes proporcionava direitos duradouros sobre tudo o que existe debaixo da terra, o que constitui um golpe de génio, até porque os negociadores do governo desconheciam que nela tinha sido descoberto petróleo. O referido acordo estipulava, entre outras coisas, que cada membro da tribo teria direitos de cabeça que não poderiam ser vendidos. Os Osage, inteligentemente, passaram a arrendar lotes a uma enchente de exploradores selvagens que se deslocavam para a zona em busca de fortuna rápida e fácil. Alguns deles alcançaram, de facto, a riqueza, mas muitos outros fracassaram. Os únicos que lucraram no seu todo foram os Osage.

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