O conto apresente a reflexão de uma mulher de 89 anos que, no final de uma tarde de outono, se senta à janela e contempla o mundo à sua volta, enquanto rememora o tempo da infância, nomeadamente os tempos em que frequentava a então escola primária, hoje encerrada e sem o barulho contagiante das crianças.
Ao longo da narrativa, compara o seu corpo envelhecido (as mãos rugosas, a pele seca, os cabelos grisalhos) com a memória da menina que foi outrora. Apesar da idade bem avançada, os seus olhos mantêm o brilho e a vitalidade de outrora. Viúva há muitos anos, veste-se de preto como todas as viúvas da sua terra, todavia sente grande aversão por essa cor, que associa à tristeza e à morte. Recorda o marido com carinho, imaginando-o a trabalhar no jardim como quando estava vivo, e pensa na própria morte com serenidade, sem o medo que sentira quando era mais nova. Reflete também sobre o sentido de continuar a viver e considera a possibilidade de transmitir histórias e experiências aos mais jovens, embora lamente que poucos a queiram ouvir.
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