As
personagens de Memórias de um Sargento de Milícias são tipos sociais,
visto que a maioria não possui profundidade psicológica (são planas) e
representam um grupo ou uma classe social: o povo, a classe média, etc. Note-se
que várias personagens não têm nome próprio, sendo designadas pela sua
profissão ou condição social.
Por
outro lado, a ação da obra centra-se num grupo de homens livres pobres. Fora dessa
classe, encontramos uma senhora rica, dois padres, um chefe de polícia, um
oficial superior e um fidalgo, que servem de ponte a uma breve descrição do
Paço. Ausentes estão os membros da corte, bem como os escravos, que
constituiriam provavelmente a maior parte da população do Rio de Janeiro na
época, e os negros, representados por figuras meramente decorativas como as
baianas da procissão dos Ourives e as criadas de D. Maria.
Ou seja,
estamos na presença de uma obra restrita socialmente, pois não aborda as
camadas altas da sociedade e praticamente omite a população cativa. Os grupos
sociais representados corresponderão àquilo que hoje chamaríamos classe média
baixa.
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