Hamlet segue
o fantasma até outra parte da muralha do castelo, mas eventualmente cansa-se e
exige que lhe diga o que pretende. O espectro concorda e confirma que é o
espírito do seu pai e que retornará, em breve, para o purgatório, mas tem algo
importante para dizer ao filho. Assim, informa-o que foi assassinado de forma
hedionda e antinatural, o que deixa o jovem príncipe horrorizado. O espectro
prossegue a sua narrativa: afirma que a morte do rei Hamlet, supostamente
causada pela picada de uma serpente, foi, na verdade, causada por Cláudio, que
derramou veneno no seu ouvido enquanto dormia no jardim. Esta informação
confirma os piores temores do príncipe relativamente ao tio. De seguida, o
fantasma pede a Hamlet que o vingue, dizendo-lhe que o tio corrompeu a
Dinamarca e Gertrudes, a rainha, tendo-a arrancado do amor puro que vivi no seu
primeiro casamento, para a mergulhar na luxúria ignominiosa da sua união incestuosa.
Porém, embora insista na exigência da vingança, o espectro diz ao príncipe para
não agir contra a sua mãe, devendo “deixá-la para o céu” e para as dores com
que a sua própria consciência a atormentará.
Quando a
manhã irrompe, o fantasma desaparece, deixando o príncipe simultaneamente
triste, enraivecido e confuso com o que ouviu. É nesse estado que Marcelo e
Horácio o encontram e o questionam, ansiosos, acerca do que aconteceu entre
ambos. No entanto, abalado e muito agitado, hesita em revelar os detalhas da
conversa, temendo uma traição. Assim, pede-lhes que não lhe façam mais
perguntas e que mantenham em segredo os últimos acontecimentos, fazendo-os
jurar pela sua espada. Além disso, Hamlet avisa-os que poderá agir de forma
estranha e fingir-se de louco, mas que não poderão revelar qualquer
conhecimento do fantasma ou do seu encontro. A voz do fantasma ecoa três vezes
debaixo do solo, gritando-lhes que jurem. Marcelo e Horácio prestam juramento
sobre a espada de Hamlet e os três regressam ao castelo. Ao partirem, o
príncipe lamenta a responsabilidade que agora carrega nos seus ombros: vingar a
morte do pai.
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