sábado, 26 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
O mito sebastianista
1. Um mito de origem complexa
O Sebastianismo, também designado mito sebástico ou mito do «Encoberto», é um mito messiânico cuja origem radica no desaparecimento do rei D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578.
No entanto, o mito tem raízes mais profundas, desde as lendas arturianas até aos mitos peninsulares em torno da figura do Encubierto, passando pelas Trovas do Bandarra, profecias da autoria de Gonçalo Antes de Bandarra, um célebre sapateiro de Trancoso, anterior a D. Sebastião, posteriormente adaptadas à figura do rei.
2. A figura de D. Sebastião
D. Sebastião nasceu em Lisboa a 20 de Janeiro de 1554 e era filho do príncipe D. João e de D. Joana de Áustria. Faleceu a 4 de Agosto de 1578 na batalha de Alcácer Quibir, no Norte de África. Foi o 16.º rei de Portugal, ficando conhecido para a posteridade pelo cognome de «O Desejado» pelas circunstâncias que rodearam a sua ascensão ao trono, o seu desaparecimento e as consequências que daí advieram.
D. Sebastião herdou o trono do avô, D. João III, em 1557, portanto com três anos de idade. Como era menor, sua avó, D. Catarina de Portugal, ficou no seu lugar enquanto regente do reino. Desde muito cedo, sentiu a necessidade de readquirir a glória recente do país e prosseguir a cruzada dos Descobrimentos e da expansão da fé cristã. Deste modo, quando atingiu os catorze anos, reorganizou o seu exército e preparou-se para a guerra no Norte de África.
Com o seu desaparecimento e a posterior anexação de Portugal pela Espanha, em 1580, dado o rei não ter deixado descendência que assegurasse a ocupação do trono,o país entra num dos períodos mais negros da sua história à espera de um messias, de um heróico rei salvador. Da relutância em acreditar que a pátria tinha ficado órfã e que, com a morte de D. Sebastião, a velha pátria morria também, nasce o mito do sebastianismo. Assim, este mito sustenta a esperança messiânica e a crença de um povo no regresso do rei desaparecido, que viria vencer a opressão, a tirania, a humilhação, o sofrimento e a miséria em que vivia, devolvendo ao país a glória e a honra passadas e entretanto perdidas.
3. O mito em Bandarra
António Gonçalo Anes, mais conhecido por Bandarra, foi um sapateiro e poeta nascido por volta de 1500 em Trancoso e falecido, provavelmente, em 1556.
A sua obra, de cariz messiânico, conhecida por Trovas ou Profecias de Bandarra, foi composta entre 1530 e 1540 e publicada apenas em 1603, em Paris, graças a D. João de Castro. Foi dedicada a D. João de Portugal, bispo da Guarda, mas nem este gesto evitou a perseguição de que foi alvo pelo Santo Ofício, tendo acabado por ser acusado de judaísmo (de facto, as Trovas parecem ter despertado grande interesse junto da comunidade de Cristãos-Novos), julgado e condenado. A sua condenação forçou-o a participar numa procissão de um auto-de-fé, a nunca mais interpretar a Bíblia ou a escrever sobre assuntos teológicos.
De acordo com alguns estudiosos da obra, as Trovas constituíram o ponto de partida para a criação do mito sebastianista. De facto, foram interpretadas, na época, como uma profecia do regresso de D. Sebastião, após o desastre de Alcácer Quibir. Ao longo dos séculos, foram sendo republicadas e acabaram por influenciar autores como o padre António Vieira e Fernando Pessoa.
Quando Bandarra foi interrogado pela Inquisição, afirmou que tinha lido a Bíblia e que determinadas passagens o tinham marcado, nomeadamente passagens dos livros de Daniel, Isaías, Jeremias e Esdras, nos quais é profetizada a vinda de um rei que traria, finalmente, a paz e a justiça a todos os povos da terra:
«Augurai, gentes vindouras,
Que o Rei que daqui há-de-ir,
Vos há-de tornar a vir
Passadas trinta tesouras.
Dará fruto em tudo santo,
Ninguém ousará negá-lo;
O choro será regalo
E será gostoso o pranto.»
Trovas do Bandarra (XI e XXXIV)
Entretanto, em Espanha, a partir de 1520 começaram a circular algumas profecias referentes a um suposto Messias, que foi logo baptizado de Encoberto, dado não se saber a sua identidade e origem.
Em Portugal, numa primeira fase, a figura do Messias foi associada à figura de D. Sebastião; posteriormente de D. João IV (1604-1656), D. João V (1689-1750), Sidónio Pais (1872-1918) e até António de Oliveira Salazar (1889-1970).
4. O mito em Mensagem
O tempo de Pessoa é marcado por uma série de acontecimentos que mergulham o país na crise e no descrédito: o descrédito do governo monárquico, a implantação da República, o desencanto após os primeiros instantes de euforia e, sobretudo, o Ultimatum inglês (1891), que deixou o país sangrando de humilhação.
Perante este quadro, Pessoa sente a necessidade de revitalizar a Pátria. E procura fazê-lo através da recriação e revitalização do mito, personificado em D. Sebastião, que o poeta considerava um «louco», mas não no sentido negativo que comummente se lhe atribui, antes numa acepção de sonho, de ideal, de alguém que «quis grandeza / Qual a sorte não dá», isto é, o mito sebastianista assume-se como o arquétipo do português ambicioso que quer conquistar novas terras para engrandecer a Pátria.
Procurando traçar com rigor os contornos do mito, Pessoa procede a uma análise do papel do rei do
2. A figura de D. Sebastião
D. Sebastião nasceu em Lisboa a 20 de Janeiro de 1554 e era filho do príncipe D. João e de D. Joana de Áustria. Faleceu a 4 de Agosto de 1578 na batalha de Alcácer Quibir, no Norte de África. Foi o 16.º rei de Portugal, ficando conhecido para a posteridade pelo cognome de «O Desejado» pelas circunstâncias que rodearam a sua ascensão ao trono, o seu desaparecimento e as consequências que daí advieram.
D. Sebastião herdou o trono do avô, D. João III, em 1557, portanto com três anos de idade. Como era menor, sua avó, D. Catarina de Portugal, ficou no seu lugar enquanto regente do reino. Desde muito cedo, sentiu a necessidade de readquirir a glória recente do país e prosseguir a cruzada dos Descobrimentos e da expansão da fé cristã. Deste modo, quando atingiu os catorze anos, reorganizou o seu exército e preparou-se para a guerra no Norte de África.
Com o seu desaparecimento e a posterior anexação de Portugal pela Espanha, em 1580, dado o rei não ter deixado descendência que assegurasse a ocupação do trono,o país entra num dos períodos mais negros da sua história à espera de um messias, de um heróico rei salvador. Da relutância em acreditar que a pátria tinha ficado órfã e que, com a morte de D. Sebastião, a velha pátria morria também, nasce o mito do sebastianismo. Assim, este mito sustenta a esperança messiânica e a crença de um povo no regresso do rei desaparecido, que viria vencer a opressão, a tirania, a humilhação, o sofrimento e a miséria em que vivia, devolvendo ao país a glória e a honra passadas e entretanto perdidas.
3. O mito em Bandarra
António Gonçalo Anes, mais conhecido por Bandarra, foi um sapateiro e poeta nascido por volta de 1500 em Trancoso e falecido, provavelmente, em 1556.
A sua obra, de cariz messiânico, conhecida por Trovas ou Profecias de Bandarra, foi composta entre 1530 e 1540 e publicada apenas em 1603, em Paris, graças a D. João de Castro. Foi dedicada a D. João de Portugal, bispo da Guarda, mas nem este gesto evitou a perseguição de que foi alvo pelo Santo Ofício, tendo acabado por ser acusado de judaísmo (de facto, as Trovas parecem ter despertado grande interesse junto da comunidade de Cristãos-Novos), julgado e condenado. A sua condenação forçou-o a participar numa procissão de um auto-de-fé, a nunca mais interpretar a Bíblia ou a escrever sobre assuntos teológicos.
De acordo com alguns estudiosos da obra, as Trovas constituíram o ponto de partida para a criação do mito sebastianista. De facto, foram interpretadas, na época, como uma profecia do regresso de D. Sebastião, após o desastre de Alcácer Quibir. Ao longo dos séculos, foram sendo republicadas e acabaram por influenciar autores como o padre António Vieira e Fernando Pessoa.
Quando Bandarra foi interrogado pela Inquisição, afirmou que tinha lido a Bíblia e que determinadas passagens o tinham marcado, nomeadamente passagens dos livros de Daniel, Isaías, Jeremias e Esdras, nos quais é profetizada a vinda de um rei que traria, finalmente, a paz e a justiça a todos os povos da terra:
«Augurai, gentes vindouras,
Que o Rei que daqui há-de-ir,
Vos há-de tornar a vir
Passadas trinta tesouras.
Dará fruto em tudo santo,
Ninguém ousará negá-lo;
O choro será regalo
E será gostoso o pranto.»
Trovas do Bandarra (XI e XXXIV)
Entretanto, em Espanha, a partir de 1520 começaram a circular algumas profecias referentes a um suposto Messias, que foi logo baptizado de Encoberto, dado não se saber a sua identidade e origem.
Em Portugal, numa primeira fase, a figura do Messias foi associada à figura de D. Sebastião; posteriormente de D. João IV (1604-1656), D. João V (1689-1750), Sidónio Pais (1872-1918) e até António de Oliveira Salazar (1889-1970).
4. O mito em Mensagem
O tempo de Pessoa é marcado por uma série de acontecimentos que mergulham o país na crise e no descrédito: o descrédito do governo monárquico, a implantação da República, o desencanto após os primeiros instantes de euforia e, sobretudo, o Ultimatum inglês (1891), que deixou o país sangrando de humilhação.
Perante este quadro, Pessoa sente a necessidade de revitalizar a Pátria. E procura fazê-lo através da recriação e revitalização do mito, personificado em D. Sebastião, que o poeta considerava um «louco», mas não no sentido negativo que comummente se lhe atribui, antes numa acepção de sonho, de ideal, de alguém que «quis grandeza / Qual a sorte não dá», isto é, o mito sebastianista assume-se como o arquétipo do português ambicioso que quer conquistar novas terras para engrandecer a Pátria.
Procurando traçar com rigor os contornos do mito, Pessoa procede a uma análise do papel do rei do
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Incêndio
Tu acendes a chama
do meu corpo
pões a lenha ao fundo
em sítio seco
Procuras no desejo
o ponto certo
e convocas aí
o lume aberto
Se a madeira demora
a ganhar fogo
tomas-me as pernas
e deitas lento o vinho
Riscas os fósforos todos
e depois,
é mais um incêndio
que adivinho
Maria Teresa Horta
do meu corpo
pões a lenha ao fundo
em sítio seco
Procuras no desejo
o ponto certo
e convocas aí
o lume aberto
Se a madeira demora
a ganhar fogo
tomas-me as pernas
e deitas lento o vinho
Riscas os fósforos todos
e depois,
é mais um incêndio
que adivinho
Maria Teresa Horta
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Título
· Título inicial: Portugal
» alterado, a conselho do seu amigo Cunha Dias;
» razão: o nome da pátria estava muito associado a textos publicitários, que promoviam,
por exemplo, marcas de sapatos e nomes de hotéis;
» exemplo de slogan da época: "Portugalize os seus pés".
· Mensagem:
» o título é constituído por 8 letras:
. 8 é o número do equilíbrio cósmico que simboliza a palavra criadora;
. 8 é o símbolo da ressurreição, da mudança e do anúncio de um novo tempo.
· Mensagem:
» mensagem = comunicação, missiva;
» o vocábulo pressupõe a existência de um emissor e de um receptor, desde logo
sugeridos na epígrafe da obra - "Benedictus Dominus Deus Noster qui dedit nobis
Signum" ("Bendito Deus Nosso Senhor que nos deu o Sinal");
» emissor da mensagem: Deus;
» receptor: o Poeta, que, pelo seu génio, foi eleito por Deus, para dar conhecimento da
mensagem à tribo de que será guia e profeta, transformando-se também em emissor.
· Mensagem:
» afirmação de Anquises, personagem da Eneida, quando explica a Eneias, descido aos
Infernos, o sistema do Universo – Mens agitat molem = a mente move a matéria;
» Mensagem será, assim, um anagrama da afirmação: mens + ag(itat mol) + em;
» o objectivo da obra seria mover as «moles» (a matéria) humanas através da poesia;
» simbologia da descida aos Infernos:
. poder associado às ideias de decadência e subsequente renascimento, sendo
esse o processo cíclico apontado como condição necessária ao ressurgimento
da pátria num estado ideal;
. aceitando a morte do passado, o poder fecundador do mito trará um futuro
perfeito.
· Mensagem:
» poderá ainda estar ligado à expressão «ens gemma», isto é, ente em gema, ovo;
» tal significaria Portugal em essência, em gema;
» associação do título à ideia de encantamento, de magia: para os alquimistas, o ovo
filosófico é o embrião da vida espiritual, do qual eclodirá a sabedoria;
» no ovo, concentram-se todas as possibilidades de criar, recriar, renovar e ressurgir.
Ele é a prova e o receptáculo de todas as transmutações e metamorfoses.
· Mensagem:
» a palavra mensagem pode ser «recortada», permitindo construir as expressões mea
gens ou gens mea, isto é, «minha gente» ou «gente minha», remetendo para a raça de
heróis nomeados ao longo da obra;
» outra hipótese remete para mensa gemmarum, isto é, o altar ou mesa onde repousam
as gemas portuguesas – Portugal é onde se procede ao sacrifício necessário à realização
do sagrado;
» Portugal seria, assim, o altar onde os sacrifícios em nome do divino foram realizados.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Plano (Álvaro de Campos e Pablo Picasso)
Título: A construção da arte pela destruição da estética
Introdução:
- Enquadramento de Pablo Picasso (quem foi);
- Enquadramento de Álvaro de Campos.
Desenvolvimento:
- Conceito clássico de arte;
- Conceito de obra artística para Pablo Picasso com base na imagem;
- Conceito de obra artística de Álvaro de Campos de acordo com as suas palavras;
- Definição de arte no modernismo, com base nos exemplos propostos.
Conclusão:
- Principais ideias veiculadas: será a arte definitiva ou definidora?;
- Pontos de aproximação e/ou rotura entre as duas obras e entre os conceitos pré-aceites pela sociedade.
Introdução:
- Enquadramento de Pablo Picasso (quem foi);
- Enquadramento de Álvaro de Campos.
Desenvolvimento:
- Conceito clássico de arte;
- Conceito de obra artística para Pablo Picasso com base na imagem;
- Conceito de obra artística de Álvaro de Campos de acordo com as suas palavras;
- Definição de arte no modernismo, com base nos exemplos propostos.
Conclusão:
- Principais ideias veiculadas: será a arte definitiva ou definidora?;
- Pontos de aproximação e/ou rotura entre as duas obras e entre os conceitos pré-aceites pela sociedade.
C. M.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Texto expositivo-argumentativo (I) - Plano do PC
• Alberto Caeiro, “ O Mestre”, assume-se como o poeta das sensações.
• Ele próprio diz “Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...”
• No seu poema “Guardador de Rebanhos”, Alberto Caeiro apresenta-se como um simples “pastor dos seus pensamentos que são todos sensações”.
• Para Caeiro, “pensar” é estar doente dos olhos.
• Ver é conhecer e compreender o mundo, por isso, pensa vendo e ouvindo.
• É um sensacionista a quem só interessa o que capta pelas sensações.
• Os seus poemas são pois, por isso, a descrição da realidade tal como a entende através dos sentidos, em especial a visão e a audição.
• Para Caeiro o que importa é ver de forma objectiva e natural a realidade, com a qual contacta a todo o momento. “Para além da realidade imediata não há nada”
• As sensações são pois o suporte desta poesia livre, inovadora, próxima da prosa e do falar quotidiano e fazem de Caeiro um verdadeiro “Mestre” e o “Poeta da Natureza”.
• Ele próprio diz “Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...”
• No seu poema “Guardador de Rebanhos”, Alberto Caeiro apresenta-se como um simples “pastor dos seus pensamentos que são todos sensações”.
• Para Caeiro, “pensar” é estar doente dos olhos.
• Ver é conhecer e compreender o mundo, por isso, pensa vendo e ouvindo.
• É um sensacionista a quem só interessa o que capta pelas sensações.
• Os seus poemas são pois, por isso, a descrição da realidade tal como a entende através dos sentidos, em especial a visão e a audição.
• Para Caeiro o que importa é ver de forma objectiva e natural a realidade, com a qual contacta a todo o momento. “Para além da realidade imediata não há nada”
• As sensações são pois o suporte desta poesia livre, inovadora, próxima da prosa e do falar quotidiano e fazem de Caeiro um verdadeiro “Mestre” e o “Poeta da Natureza”.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
05/02/1969: "We have all the time in the world"
Louis Armstrong, «We have all the time in the world»
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Epigramas de Marcial
Caríssimos alunos, depois de iniciar a correcção dos vossos testes, fui obrigado a arejar. Recuperei, então, leituras de faculdade e decidi Marcial consultar para o cérebro, contundido, aliviar:
Homem belo e de valor
Queres, Cota, parecer.
Mas um homem, sendo belo,
De valor não pode ser.
***
Se bem me lembro, Élia, tu tinhas quatro dentes;
Uma tosse cuspiu dois e outra tosse, mais dois.
Já tu podes sem susto os dias inteiros tossir,
Que uma terceira tosse o que tirar mais não tem...
Segura, noites e dias,
Podes tossir a fartar;
Podes, que tosse terceira
Já não tem que te levar.
Segura, noites e dias,
Podes tossir a fartar;
Podes, que tosse terceira
Já não tem que te levar.
Correcção do teste (3.º)
GRUPO I
TEXTO A
1. Na primeira estrofe, surge o conselho dado a um «Tu» de seguir o seu destino e de se preocupar com o momento presente e com aquilo que lhe diz directamente respeito ("as tuas plantas", "as tuas rosas"), pondo de parte o que lhe é alheio.
2. A realidade nem sempre corresponde àquilo que desejamos: é sempre mais ou menos do que aquilo que queríamos alcançar, visto que ela está dependendente dos ditames do destino ("A realidade / Sempre é mais ou menos / Do que nós queremos" - vv. 6 a 8). Os seres humanos, iguais a si próprios, serão sempre aquilo que querem ser, se souberem alcançar apenas o que lhes foi predestinado ("Só nós somos sempre / Iguais a nós-próprios." - vv. 9-10; quarta estrofe).
3. Todo o poema exprime uma atitude de apatia como ideal ético, mas os versos "Vê de longe a vida / Nunca a interrogues." ou "Grande e nobre é sempre / Viver simplesmente." demonstram a aceitação calma de tudo o que o destino nos reserva, sem questionar e sem nos apegarmos à vida.
4. A ataraxia é necessária para vivermos com satisfação, porque a calma, a tranquilidade e a felicidade são essenciais para a nossa vida. No entanto, são também inatingíveis, porque a realidade "´Sempre é mais ou menos / Do que nós queremos" (vv. 7-8), dado que a concretização nem sempre corresponde às intenções ou às expectativas. O destino, de facto, comanda a vida e as explicações para os acontecimentos estão mesmo "para além dos deuses" (v. 20).
TEXTO B
1. C
2. B
3. B
4. B
GRUPO II
1. Complemento directo
2.
a) Oração subordinada adjectiva relativa (com antecedente) restritiva.
b) Oração subordinada adverbial temporal.
3.
V
F
V
V
V
V
4.1. Ordem correcta: d - a - b - c
4.2. b
4.3. d
b) Oração subordinada adverbial temporal.
3.
V
F
V
V
V
V
4.1. Ordem correcta: d - a - b - c
4.2. b
4.3. d
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