terça-feira, 17 de janeiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Quase todos os alunos do 4.º e 6.º fazem erros de concordância
«Apenas 8% dos alunos do 4.º e 6.º ano consegue escrever frases sem erros de concordância. Em ambos os anos de escolaridade, este foi o item das provas de aferição de Língua Portuguesa, realizadas em Maio por cerca de 216 mil estudantes, que obteve a taxa de sucesso mais baixa, revelam os relatórios com a análise pormenorizada do desempenho dos estudantes divulgados sábado pelo Ministério da Educação.»
Fonte: Público
sábado, 14 de janeiro de 2012
Tempo da representação
O tempo da representação está intimamente ligado aos três momentos-chave da intriga:
- Exposição (ato I): um dia, sexta-feira, 27 de julho de 1599 (I, 2);
- Anagnórise (reconhecimento) (ato II): um dia, sexta-feira, 4 de agosto de 1599;
- Desenlace (catástrofe) (ato III): uma noite, de sexta para sábado, 5 de agosto de 1599).
Tempo representado
O tempo representado corresponde a oito dias:
Por estas informações, contidas nas indicações cénicas, podemos concluir que entre o início e o desenlace da peça decorrem oito dias, enquanto apenas algumas horas separam os atos II e III.
- "Há oito dias que aqui estamos nesta casa..." (II, 1);
- "Mas isto ainda é cedo", "São cinco horas, pelo alvor da manhã..." (III, 1).
Tempo histórico de Frei Luís de Sousa
A ação da peça Frei Luís de Sousa (quer os acontecimentos representados, quer os seus antecedentes) situa-se no final do século XVI, princípio do século XVII, como é possível verificar pela didascália inicial do ato I: "Câmera antiga, ornada com todo o luxo e elegância portuguesa dos princípios do século dezassete." Ao longo do texto, outras referências temporais situam-na no ano de 1599 (ver demais «posts» relativos à categoria Tempo), havendo alusões a outras datas.
Em síntese, os dados mais relevantes relacionados com o tempo histórico são os seguintes:
Em síntese, os dados mais relevantes relacionados com o tempo histórico são os seguintes:
- a referência à Reforma Protestante, de meados do século XVI: "... o homem é herege, desta seita nova d'Alemanha ou d'Inglaterra" (I, 2);
- a referência à batalha de Alcácer Quibir (4 de agosto de 1578);
- a alusão a Filipe II de Espanha, I de Portugal, aclamado rei em 1580: "... os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde..." (I, 5);
- as desavenças entre portugueses e castelhanos e o domínio filipino, após a perda da independência nacional, resultado da derrota de Alcácer e da morte de D. Sebastião;
- o sebastianismo, representado por Telmo Pais e D. Maria;
- as alusões de Telmo a Camões e de Maria (no início do ato II, cita a frase que abre a novela Menina e Moça) a Bernardim Ribeiro;
- a existência de peste em Lisboa.
Didascália inicial (ato III)
. Parte baixa do palácio de Manuel de Sousa ® nível inferior => passagem para outro estádio da existência humana.
» Porta esquerda ® acesso à capela da Senhora da Piedade:
. abandono do mundo profano;
. ingresso no mundo religioso;
. morte de Maria.
» Casarão vasto, "sem ornato nenhum":
. ausência de elementos decorativos;
. corte com o mundo profano.
» "Arrumadas às paredes":
. tocheiras
. cruzes ® sofrimento, morte
. círios
. "alfaias e guisamentos de igreja" ® vida religiosa
» "A um lado":
. esquife ® morte, martírio, sacrifício
» "Do outro":
. cruz negra com o letreiro J.N.R.J. ® morte, martírio, sacrifício
® ressurreição
. toalha ® limpar os pecados
. Semana Santa ® morte ® ressurreição, nova vida
» "A um lado":
. "tocheira baixa com tocha acesa e já bastante gasta" ® símbolo de final de
vida no mundo profano
» "sobre a mesa":
. castiçal de chumbo
. hábito de religioso dominicano
. túnica
. escapulário
. rosário
. cinto
® tomada de hábito ® morte para o mundo profano e entrada no
mundo espiritual
® envergar o hábito = vida iluminada
» "No fundo, porta..." ® baixos do palácio.
» Casarão vasto, "sem ornato nenhum":
. ausência de elementos decorativos;
. corte com o mundo profano.
» "Arrumadas às paredes":
. tocheiras
. cruzes ® sofrimento, morte
. círios
. "alfaias e guisamentos de igreja" ® vida religiosa
» "A um lado":
. esquife ® morte, martírio, sacrifício
» "Do outro":
. cruz negra com o letreiro J.N.R.J. ® morte, martírio, sacrifício
® ressurreição
. toalha ® limpar os pecados
. Semana Santa ® morte ® ressurreição, nova vida
» "A um lado":
. "tocheira baixa com tocha acesa e já bastante gasta" ® símbolo de final de
vida no mundo profano
» "sobre a mesa":
. castiçal de chumbo
. hábito de religioso dominicano
. túnica
. escapulário
. rosário
. cinto
® tomada de hábito ® morte para o mundo profano e entrada no
mundo espiritual
® envergar o hábito = vida iluminada
» "No fundo, porta..." ® baixos do palácio.
NOTAS:
1.ª) A luminosidade do ambiente é
escassa. Mergulhado na penumbra, o cenário, apenas iluminado por «tocheiras»,
«tocha acesa e já gasta», «vela acesa», propicia uma introspeção profunda onde
tudo indicia a “entrada” para a vida religiosa, para a Ordem dos Dominicanos,
ideia acentuada pela presença das «alfaias e guisamentos de igreja» e pelo
hábito.
2.ª) A cruz negra com o letreiro,
aliadas aos restantes elementos ligados à vida religiosa, simboliza que alguém
passará por sofrimento, sacrifício, martírio e morte para a vida mundana.
3.ª) O jogo penumbra / luz e o ambiente
secreto, intimista, de intenso recolhimento, possibilitam o encontro do «eu» com
os mais recônditos lugares do seu espaço interior.
4.ª) A obra não obedece à unidade de
espaço, pois decorre em lugares diferentes, embora todos os acontecimentos
decorram em Almada.
5.ª) O espaço ganha uma dimensão trágica, pois fecha-se
gradualmente, não possibilitando a saída das personagens para a dimensão física
da vida.
A progressiva
escassez de elementos decorativos e de luminosidade adensam a atmosfera trágica
que culminará na catástrofe.
Didascália inicial (ato II)
NOTAS:
1.ª) Salão despido, pouco confortável,
sem qualquer marca de humanização.
2.ª) Espaço mais sombrio, frio,
austero, escassamente iluminado e fechado, o que está em sintonia com o estado
de espírito das personagens, cada vez mais angustiadas e cercadas pelo Destino.
3.ª) Espaço opressivo, de confidências
e também de recordação e reencontro com o passado, contribuindo para o avolumar
do «pathos».
4.ª) Um trio de retratos ocupa um
espaço privilegiado, numa cumplicidade onde se misturam o idealismo, o
patriotismo, a desgraça e a fatalidade. Camões, grandioso épico que dedica a D.
Sebastião Os Lusíadas, pedindo-lhe
que dê matéria a outra epopeia, incentivando o jovem monarca a cometer grandes
feitos no Norte de África para concretizar ideais elevados (difusão do
Cristianismo e engrandecimento da Pátria); D. Sebastião não concretizará o seu
ideal, morrendo na batalha de Alcácer Quibir. D. João de Portugal, um dos
nobres que integrou o trágico exército, nobre honrado, patriota, fiel e
corajoso, também desapareceu naquele fatídico areal africano.
5.ª) O ambiente fechado parece
escassamente iluminado, evidenciando-se os reposteiros pesados de tecidos
espessos de amplas dimensões, por um lado, indiciando que ocultam algo, por outro
lado, remetendo para a ideia de que, uma vez descerrados, se passará para um
outro espaço, que estará ligado a uma qualquer desgraça ou fatalidade.
6.ª) A mudança de lugar, decorrente do
ato de Manuel deitar fogo ao seu palácio (traço histórico), é feita para um
mundo absolutamente fechado em si próprio (cenários dos 2.º e 3.º actos). O
palácio agora ocupado pertence ao marido que regressa, insufla vida ao passado.
As recordações transformam-se logo em pressentimentos. O
espaço anuncia a desgraça que se aproxima, tem uma ação fatal, opressiva,
ominosa.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
J. 2. Pontuação e sinais auxiliares da escrita
1. Sinais de pontuação
. Ponto final
. Vírgula
. Ponto e vírgula
. Dois pontos
. Travessão
. Reticências
. Ponto de interrogação
. Ponto de exclamação
2. Sinais auxiliares de escrita
. Aspas
. Parênteses curvos
. Parênteses retos ou colchetes
. Asterisco
. Chaveta
. Barra oblíqua
Orações subordinadas adverbiais finais
- Estas orações exprimem o propósito, a intenção, a finalidade da realização da situação exposta na oração subordinante.
- Ele canta duas horas diárias para que possa participar no "Ídolos".
- Podem ser finitas (exemplo acima) ou não finitas.
- A oração subordinada adverbial final não finita pode ser apenas infinitiva:
- Foram ao cinema para ver um filme novo.
Orações subordinadas adverbiais comparativas
- São introduzidas por uma conjunção ou locução conjuncional comparativa.
- Contêm o segundo elemento de uma comparação cujo primeiro termo está presente na oração subordinante:
- A Naomi Watts canta tão bem como representa.
- São frequentemente construídas com elipses:
- A Naomi Watts é tão bela como a Kim Basinger [é bela].
- O Eusébio fala tão bem português como [fala] inglês.
- Podem ser finitas (os exemplos anteriores) como não finitas.
- As orações subordinadas comparativas não finitas podem ser:
. Infinitivas:
- Os jovens gostam mais de estar com os amigos do que de estudar.
. Gerundivas:
- O Rui agitava os braços, como pedindo socorro.
- Apresentam pouca mobilidade na frase:
- O João é mais alto do que a namorada.
- * Do que a namorada, o João é mais alto.
- Estão dependentes, frequentemente, de um elemento quantificador presente na oração subordinante:
- O João é mais alto do que o Pedro.
- Uma mulher como nunca vira enlouqueceu o Ernesto.
Orações subordinadas adverbiais condicionais
- Estas orações exprimem a condição ou hipótese necessárias à realização da situação enunciada na oração subordinante:
- Se a minha avó tivesse rodas, era um camião.
- Podem apresentar diversos valores semânticos:
. Valor factual ou real (o seu conteúdo é passível de ser confirmado como real e verdadeiro):
- Se treinaste corretamente, podes estar tranquilo.
. Valor condicional ou hipotético (refere uma situação que pode, ou não, vir a ocorrer):
- Caso haja visita de estudo, faremos uma bela merenda.
. Valor contrafactual ou irreal (o conteúdo é irreal, não verdadeiro):
- Se o árbitro tivesse sido imparcial, o Benfica teria sido campeão.
- Estas orações podem ser finitas (exemplos anteriores) ou não finitas.
- As orações subordinadas condicionais não finitas podem ser:
. Infinitivas:
- A ser certo isso, estamos perante uma situação gravíssima.
. Participiais:
- Apresentada dentro do prazo, a tese foi aplaudida por unanimidade.
. Gerundivas:
- Sendo exigente, o professor fomentou os bons resultados no exame nacional.
E. 4. Articulação entre constituintes da frase e entre frases
. Frase
I. Frase simples e frase complexas
II. Frase complexa
1. Orações coordenadas
1.1. Orações coordenadas sindéticas e assindéticas
2. Orações subordinadas
A. Orações subordinadas substantivas
1. Orações subordinadas substantivas completivas
2. Orações subordinadas substantivas relativas (sem antecedente)
B. Orações subordinadas adjetivas
1. Orações subordinadas adjetivas relativas
1.1. Orações subordinadas adjetivas relativas restritivas
1.2. Orações subordinadas adjetivas relativas explicativas
1.3. Orações subordinadas adjetivas gerundivas
C. Orações subordinadas adverbiais
1. Oração subordinada adverbial temporal
2. Oração subordinada adverbial causal
2.1. Distinção entre orações coordenadas explicativas e subordinadas causais
I. Frase simples e frase complexas
II. Frase complexa
1. Orações coordenadas
1.1. Orações coordenadas sindéticas e assindéticas
2. Orações subordinadas
A. Orações subordinadas substantivas
1. Orações subordinadas substantivas completivas
2. Orações subordinadas substantivas relativas (sem antecedente)
B. Orações subordinadas adjetivas
1. Orações subordinadas adjetivas relativas
1.1. Orações subordinadas adjetivas relativas restritivas
1.2. Orações subordinadas adjetivas relativas explicativas
1.3. Orações subordinadas adjetivas gerundivas
C. Orações subordinadas adverbiais
1. Oração subordinada adverbial temporal
2. Oração subordinada adverbial causal
2.1. Distinção entre orações coordenadas explicativas e subordinadas causais
Orações subordinadas adverbiais concessivas
- Exprimem uma ideia / um facto que contrastam com a situação expressa na oração subordinante:
- Embora tivesse estudado, o Raul reprovou no exame.
- Exprimem diferentes valores semânticos:
. Valor factual ou real:
- Embora faça sol, está frio.
. Valor condicional ou hipotético:
- Mesmo que não queira, o João realizará o teste.
. Valor contrafactual ou irreal:
- Mesmo que tivesse tempo, o Eusébio não entraria num avião.
- Podem ser finitas (os exemplos anteriores) ou não finitas.
- As orações subordinadas concessivas não finitas podem ser:
. Infinitivas:
- Apesar de não gostar da Joana, o Pedro dançou com ela.
. Participiais:
- Embora sedado, o Rui continuava agitado.
. Gerundiva:
- Mesmo não tendo relógio, o Soares chegou a horas à festa.
Orações subordinadas adverbiais consecutivas
- Estas orações exprimem a consequência ou efeito da situação apresentada na oração subordinante.
- São antecedidas por vocábulos como "tal", "tanto", "tamanho", "tanto".
- Ele estava tão cansado que adormeceu.
- Apresentam pouca mobilidade na frase:
- * Que adormeceu, ele estava tão cansado.
Distinção entre orações coordenadas explicativas e subordinadas causais
As orações subordinadas adverbiais causais expressam uma causa de re, ou seja, assentam numa relação de
causa – consequência que expressa a
causalidade tal como a conhecemos no mundo real, independentemente de estarmos
a falar de factos ou de possibilidades. Atente-se nos exemplos:
(1) A Miquelina passou no exame porque estudou.
(“estudar” é a causa que tem como consequência “passar no exame”)
(2) O Ernesto caiu porque escorregou. (“escorregar”
é a causa que tem como consequência “cair”)
(3) O pai deu uma prenda ao Eusébio porque o
filho teve 20 a Português. (“ter 20 a Português” é a causa que tem como
consequência “dar uma prenda”)
(4) A Joaquina fez-me um carinho porque é
simpática. (“ser simpático” é a causa que tem como consequência “fazer um
favor”)
No caso da oração coordenada explicativa, estamos na
presença de uma causa de dicto, ou
seja, um processo linguístico que permite com um enunciado justificar uma
afirmação feita anteriormente:
(5) Está alguém em nossa casa, pois eu vejo luz.
(o locutor justifica a sua afirmação de que “está alguém em casa” através de
outra afirmação: “está a ver luz”)
Quando falamos em orações
coordenadas explicativas, temos de ter em conta que não existe uma relação de causa real, ou seja, na frase (5) não é
o facto de se ver luz numa casa que faz com que esteja alguém nessa casa (por
exemplo, os moradores podem ter saído, esquecendo-se de apagar a luz). No
fundo, estas orações são pequenos textos argumentativos organizados da seguinte
forma: “Eu defendo X e eu provo X com o argumento Y” ou “Eu digo X porque Y”.
Por estas razões, a oração
coordenada explicativa pode ser também utilizada como justificação de um
enunciado que apresente uma ordem ou
um conselho:
(6) Sai, que eu estou amandar!
* - * - * - *
Já não sabemos onde, encontrámos esta explicação para o mesmo caso:
As orações coordenadas explicativas e as subordinadas adverbiais causais possuem valores semânticos próximos, pelo que podem originar confusão e dificuldade na sua distinção / classificação.No entanto, é possível distingui-las com base em dois critérios:
- As orações subordinadas causais podem ocorrer na posição inicial da frase complexa, o que não sucede com as coordenadas explicativas.
- O João foi despedido porque era preguiçoso.
¯
oração subordinada adverbial causal
-Porque era preguiçoso, o João foi despedido.
- O João foi despedido, pois era preguiçoso.
¯
oração coordenada explicativa
- * Pois era preguiçoso, o João foi despedido.
- Nas orações subordinadas causais (1), os pronomes átonos ocorrem antes do verbo, enquanto nas coordenadas explicativas (2) surgem após o verbo.
(1) Surrei o Jeremias porque ele me ofendeu.
(2) Surrei o Jeremias, pois ele ofendeu-me.
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