Esta
dimensão social é evidente a dois níveis:
= Caracterização de lugares, modas
e maneiras de ser;
= Assunto do
romance: casamento de conveniência que assenta em pressupostos sociais e a
compreensão deles é essencial para o significado da obra.
A
análise do assunto possibilita-lhe uma análise profunda da sociedade, pois
representa e critica ao mesmo tempo os costumes da época.
A
análise social e a estrutura do romance estão ligadas numa relação de funcionalidade.
O que forma a estrutura do livro é o duelo que se estabelece entre duas
personagens: Seixas, a quem a primeira humilhação o leva a recuperar, e
Aurélia, que se instala como vingadora, que esmaga o objeto que compra. É um
binómio de compra-venda que vem substituir os valores do casamento. É isto que
Alencar critica.
Na
época em que Alencar escreve, o casamento por conveniência era algo aceite. É
quando as pessoas começam a ter possibilidade de escolha e a casar por amor que
este casamento por conveniência passa a ser visto como hipócrita. Assim, o
matrimónio de Seixas é aceite na sociedade; só é falso pelo amor que Aurélia
sente. Ele próprio diz que os novos valores se estruturam segundo uma
perspetiva burguesa, em que o dinheiro impera.
Partindo
assim de motivo social, o romance retrata a sociedade da segunda metade do século
XIX, uma sociedade urbana e burguesa, sustentada por um sistema mercantilista e
esclavagista e ainda o homem brasileiro, romântico, profundamente inserido e
influenciado pela sociedade.
Senhora
tem uma grande dimensão histórica e social
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