terça-feira, 17 de dezembro de 2019
Resumo e análise da Cena III do Ato V de Romeu e Julieta
Resumo
Naquela noite, Páris entra no
cemitério da igreja, acompanhado de um criado que transporta uma tocha. Ele
ordena ao serviçal que se retire e começa a espalhar flores no túmulo de
Julieta. De repente, ouve um apito – o aviso do servo de que alguém se aproxima
e retira-se na escuridão. Romeu, carregando um pé de cabra, entra com Baltasar,
a quem diz que veio para abrir a tumba dos Capuletos, a fim de recuperar um
anel valioso que havia dado a Julieta. Então ordena a Baltasar que se vá embora
e, de manhã, entregue a Montecchio a carta que lhe dera. Baltasar retira-se, mas,
desconfiado das intenções do seu senhor, deixa-se ficar por perto para observar.
De seu esconderijo, Páris
reconhece Romeu como o homem que matou Tebaldo e, portanto, como o homem que
indiretamente matou Julieta, já que é o pesar que ela tem pelo primo que,
supostamente, a matou. Como Romeu foi exilado da cidade sob pena de morte, Páris
pensa que ele deve odiar tanto os Capuletos que voltou ao túmulo para desonrar
o cadáver de Tebaldo ou de Julieta. Com raiva, enfrenta Romeu. Este pede que
saia, mas Páris recusa-se. Eles sacam as suas espadas e lutam. O pajem de Páris
foge em busca da guarda civil. Entretanto, Romeu mata Páris. Quando está a morrer,
pede para ser colocado perto de Julieta na tumba, e Romeu concorda.
Romeu desce ao túmulo carregando o
corpo de Páris. Ele encontra Julieta deitada em paz e pergunta-se como pode ela
parecer ainda tão bonita, isto é, como se não estivesse morta. Ele fala com a esposa
acerca da sua intenção de passar a eternidade com ela. De seguida, beija-a,
bebe o veneno, volta a beijá-la e morre.
Nesse momento, Frei Lourenço entra
no cemitério e encontra Baltasar, que lhe diz que Romeu está na tumba. O criado
acrescenta que adormeceu e sonhou que o amo lutou e matou alguém. Incomodado, o
frade entra no túmulo, onde encontra o corpo de Páris e depois o de Romeu.
Enquanto observa a cena sangrenta, Julieta acorda.
A jovem pergunta ao frade onde
está o marido. Ao ouvir um barulho que ele acredita ser a chegada do guarda, o
religioso responde rapidamente que Romeu e Páris estão mortos e que ela deve
sair com ele, mas Julieta recusa sair, e o frade, com medo de que a chegada do
guarda seja iminente, sai sem sozinho. Julieta vê Romeu morto ao lado dela e
deduz, do frasco vazio, que o marido bebeu veneno. Esperando morrer com o mesmo,
ela beija os seus lábios, mas sem sucesso. Ao ouvir o guarda que se aproxima,
Julieta desembainha a adaga de Romeu e, dizendo: "Ó adaga feliz, esta é a
tua bainha", apunhala-se e morre sobre corpo de Romeu.
O caos instala-se no cemitério, para
onde o pajem de Páris trouxe o guarda. Os vigias descobrem manchas de sangue
perto do túmulo e detêm Baltasar e Frei Lourenço, que descobriram perambulando
por perto. O príncipe e os Capuletos entram. Romeu, Julieta e Páris são
descobertos no túmulo. Montecchio chega, declarando que Lady Montecchio morreu
de tristeza pelo exílio de Romeu. O príncipe mostra-lhe o corpo do filho. A
pedido do príncipe, Frei Lourenço conta sucintamente a história do casamento
secreto de Romeu e Julieta e as suas consequências. Baltasar entrega ao
príncipe a carta que Romeu havia escrito anteriormente a seu pai. O príncipe
diz que a missiva confirma a história do frade e, de seguida, repreende os
Capuletos e Montecchios, considerando a tragédia uma consequência da sua luta e
lembrando que ele próprio perdeu dois parentes próximos: Mercúcio e Páris.
Capuleto e Montecchio apertam as mãos e concordam em colocar um fim à sua
vingança. Montecchio declara que irá construir uma estátua de ouro de Julieta,
e Capuleto insiste que ele erigirá outra de Romeu em ouro ao lado da dela. O
príncipe leva o grupo para discutir esses acontecimentos, declarando que nunca
houve “… jamais história alguma houve mais dolorosa do que a de Julieta e a do
seu Romeu.”.
Análise
As mortes de Romeu e Julieta
ocorrem segundo uma sequência de etapas: primeiro, Julieta bebe uma poção que a
faz parecer morta. Pensando que ela tinha falecido, Romeu então bebe um veneno
que realmente o mata. Vendo-o morto, Julieta apunhala-se no coração com uma
adaga. O consumo paralelo de poções misteriosas confere à morte uma simetria
pacífica, que é interrompida pelo dramático golpe de punhal de Julieta. Durante
a peça, Shakespeare sustentou a possibilidade do suicídio como um aspeto
inerente ao amor intenso. A paixão não pode ser sufocada e, quando combinada
com o vigor da juventude, ela expressa-se através da saída mais conveniente.
Romeu e Julieta desejam viver por amor ou morrer por ele. Shakespeare considera
esse impulso suicida não como algo separado do amor, mas como um elemento tão
importante quanto a euforia romântica do Ato II. Como tal, o duplo suicídio
representa tanto a realização do amor de um pelo outro quanto o impulso
autodestrutivo que surgiu e se flexionou debaixo do seu amor durante a peça. A
personificação do bem e do mal na figura do frade está reunida num único ato:
suicídio. Julieta tenta matar-se com um beijo: um ato de amor como violência
pretendida. Quando isso falha, ela apunhala-se com uma "adaga feliz",
"feliz" porque a reúne com o seu amor. A violência torna-se uma
afirmação de autonomia sobre o eu e uma ação final de profundo amor.
Por outro lado, forças sociais e
privadas convergem nos suicídios de Romeu e Julieta. Páris, o suposto marido de
Julieta, desafia Romeu, seu verdadeiro marido, colocando as personificações da
falta de poder de Julieta na esfera pública contra a sua capacidade muito real
de dar o seu coração a quem ela deseja. Com a chegada do príncipe, a lei impõe-se,
procurando restaurar a paz em nome da ordem social e do governo. Montecchio e
Capuleto chegam, recuperando a tensão entre as famílias. Nenhuma dessas forças
é capaz de exercer influência sobre os jovens amantes. Vimos Romeu e Julieta
repetidamente tentando reconfigurar o mundo através da linguagem, para que o seu
amor possa ter um lugar para existir pacificamente. Essa linguagem, embora
poderosa no momento, nunca poderia contrariar as vastas forças do mundo social.
Através do suicídio, os amantes são capazes não apenas de escapar do mundo que
os oprime. Além disso, na glória ardente final das suas mortes, eles
transfiguram esse mundo. A luta entre as suas famílias termina. O príncipe Della-Scala
– a lei – reconhece a honra e o valor devidos aos amantes. Ao morrer, o amor
conquistou tudo, sua paixão mostrou-se a mais brilhante e mais poderosa.
Parece, finalmente, que as palavras de Frei Lourenço se concretizaram:
"Essas delícias violentas têm fins violentos / e em seu triunfo morrem. A
paixão extremamente intensa de Romeu e Julieta superou todas as outras paixões
e, ao chegar ao seu fim violento, forçou essas outras paixões também a cessar.
Traduzido de SparkNotes
Seinfeld: Temporada 02 - Episódio 03
Resumo e análise das Cenas I e II do Ato V de Romeu e Julieta
. Cena I
Resumo
Na
manhã de quarta-feira, numa rua de Mântua, um alegre Romeu descreve um sonho
maravilhoso que teve na noite anterior: Julieta encontrou morto, mas beijou-o e
insuflou nova no em seu corpo. Nesse momento, Baltasar entra e Romeu cumprimenta-o
alegremente, dizendo que deve ter vindo de Verona com notícias da esposa e do
seu pai. Romeu comenta que nada pode estar doente no mundo se Julieta estiver
bem. Baltasar responde que nada pode estar doente, pois Julieta está bem: está
no céu, depois de ter sido encontrada morta naquela manhã, em sua casa.
Desesperado, Romeu grita: "Então eu vos desafio, estrelas".
Então
diz a Baltasar para lhe dar uma caneta e um papel (com os quais escreve uma carta
para Baltasar entregar a Montecchio) e contratar cavalos, e diz que retornará a
Verona naquela noite. O criado diz-lhe que parece tão perturbado que tem medo
de o deixar, mas Romeu insiste. De repente para e pergunta se Baltasar traz consigo
uma carta de Frei Lourenço. Ele responde que não, e Romeu envia-o de volta. Ido
o servo, Romeu declara que se deitará com Julieta nessa noite. De seguida, procura
um farmacêutico, um vendedor de drogas. Depois de dizer ao homem, na loja, que
parece pobre, oferece-se para lhe pagar bem por um frasco de veneno. O farmacêutico
responde-lhe que tem exatamente isso, mas que vender veneno em Mântua acarreta
a sentença de morte. Romeu responde que o farmacêutico é pobre demais para recusar
a venda. O farmacêutico finalmente cede e vende-lhe o veneno. Uma vez sozinho,
Romeu fala com o frasco, declarando que irá ao túmulo de Julieta e se matará.
. Cena II
Resumo
Na
sua cela, Frei Lourenço fala com Frei João, a quem havia enviado anteriormente
a Mântua com uma carta para Romeu. Ele pergunta-lhe como Romeu respondeu à sua
carta (que descrevia o plano que envolvia a falsa morte de Julieta). Frei João
responde que não conseguiu entregar a carta, porque foi trancado numa casa em
quarentena devido a um surto de peste. Frei Lourenço fica preocupado ao
perceber que, se Romeu não souber da falsa morte de Julieta, não haverá ninguém
para a recuperar da tumba quando ela acordar. (Ele não sabe que Romeu soube da
morte de Julieta e que acredita que a mesma é real.) Procurando um pé de cabra,
Frei Lourenço declara que terá de resgatar Julieta do túmulo por conta própria.
Então envia outra carta a Romeu para o avisar sobre o que aconteceu, e planeia
manter Julieta na sua cela até o marido chegar.
Análise
das cenas
A sequência
de equívocos e mal entendidos nesta seção revela o trabalho inevitável do destino.
Não há razão para o plano do frade não resultar. Mas um surto de peste força
Frei João a uma quarentena que o impede de entregar a carta de Frei Lourenço a
Romeu, enquanto Baltasar procura o jovem com notícias da morte de Julieta.
Assim como o público sente um destino inviolável a cair sobre Romeu, este também
se sente encurralado pelo destino. Mas o destino que o público reconhece e o
destino que Romeu vê em seu redor são muito diferentes. O público sabe que
Romeu e Julieta estão fadados a morrer; Romeu sabe apenas que o destino de
alguma forma tentou separá-lo da amada. Quando ele grita "Então eu vos desafio,
estrelas", está a gritar contra o destino que ele acredita estar a frustrar
os seus desejos. Por isso, tenta desafiá-lo, matando-se e passando a eternidade
com Julieta: "Bem, Julieta", diz ele, "eu dormirei contigo esta
noite". Tragicamente, é a própria decisão de Romeu de evitar o seu destino
que realmente o traz. Quando se mata por causa de Julieta adormecida, ele assegura
o último suicídio duplo.
Através
da ironia do desafio de Romeu recaindo sobre ele mesmo, Shakespeare demonstra o
extremo poder do destino: nada pode ficar no seu caminho. Todos os fatores se
conjugam a seu favor: o surto de peste, a transmissão da mensagem da morte de
Julieta por Baltasar e a decisão de Capuleto de mudar a data do casamento de
Julieta. Mas o destino também é algo ligado às instituições sociais do mundo em
que Romeu e Julieta vivem. Esse destino, causado pela interação de normas sociais
das quais Romeu e Julieta não podem escapar, parece igualmente poderoso, embora
menos divino. É um destino criado pelo homem, e a incapacidade humana de ver
através do absurdo do mundo que ele criou. Agora, nesta cena, vemos Romeu como
agente do seu próprio destino. A sorte que acontece com Romeu e Julieta é mais
interna do que externa. É determinada pelas naturezas e escolhas dos dois
protagonistas. Se Romeu não fosse tão imprudente e emocional, tão rápido em
cair na melancolia, o duplo suicídio não teria ocorrido. Se Julieta tivesse
achado possível explicar a verdade aos pais, o duplo suicídio talvez não
tivesse ocorrido. Mas desejar que alguém não seja como é é desejar o
impossível. O amor entre Romeu e Julieta existe precisamente porque eles são
quem são. A natureza destrutiva e suicida do seu amor é um aspeto da sua
natureza tanto enquanto indivíduos como enquanto casal.
Na
personagem do boticário, mais uma vez, Shakespeare fornece um exemplo secundário
das forças sociais paradoxais e prementes que atuam na peça. O farmacêutico não
deseja vender veneno porque é ilegal, proibido pela sociedade. Mas é a mesma
sociedade que o torna pobre e que insiste na validade das diferenças entre
ricos e pobres. O farmacêutico é pressionado a vender o veneno por forças
externas que ele, como Romeu, se sente completamente incapaz de controlar.
Traduzido de SparkNotes
Seinfeld: Temporada 02 - Episódio 02
Resumo e análise da Cenas IV e V do Ato IV de Romeu e Julieta
Resumo
Bem cedo na manhã seguinte, a casa
Capuleto fervilha com os preparativos para o casamento. Capuleto manda a
enfermeira acordar a filha. Ela encontra Julieta morta e começa a lamentar a situação,
logo acompanhada pelos pais. Páris chega com Frei Lourenço e um grupo de
músicos para o casamento. Quando descobre o que aconteceu, junta-se aos
lamentos. O frade lembra a todos que Julieta foi para um lugar melhor e pede
que se preparem para o funeral. Tristemente, eles obedecem e saem.
Deixados para trás, os músicos
começam a arrumar os seus apetrechos. Pedro, o servo capuleto, entra e pede-lhes
que toquem uma música feliz para aliviar o seu coração triste. Eles recusam,
argumentando que tocar essa música seria inapropriado. Irritado, Pedro insulta-os,
e os músicos respondem da mesma forma. Depois de lhes dirigir um insulto final,
Pedro sai. Os músicos decidem esperar que os enlutados retornem, para que
possam comer o almoço que será servido.
Análise
No seu luto por Julieta, os
Capuletos aparecem menos como uma força hostil organizada contra os amantes e
mais como indivíduos. O público compreende as imensas esperanças que os Capuletos
depositaram em Julieta, bem como um sentimento de amor por ela. Da mesma forma,
o amor de Páris por Julieta parece totalmente legítimo. O seu lamento não pode
ser simplesmente entendido o lamento pela perda de uma esposa que lhe poderia
ter trazido fortuna. Parece ser mais pessoal que isso, mais como o pesar pela
perda de um ente querido.
Muitas produções de Romeu e
Julieta cortam a cena representando Pedro e os músicos. As produções fazem
isso por um bom motivo: o humor da cena e os insultos trocados parecem mal
colocados num momento tão trágico da peça. Se alguém olhar a cena como um mero
alívio cómico, é possível argumentar que ela age como uma espécie de cesura, um
momento para o público recuperar o fôlego da tragédia do Ato IV antes de entrar
na tragédia ainda maior do Ato V. Se olharmos a cena em contexto com as cenas
anteriores que incluem servos, um segundo argumento pode ser apresentando acerca
do motivo pelo qual Shakespeare a incluiu. De cada cena que inclui criados,
obtemos uma perspetiva única dos acontecimentos da peça. Aqui, na figura dos
músicos, temos uma visão profundamente diferente da reação das classes mais
baixas à tragédia da morte de Julieta. Inicialmente, os músicos têm receio de
tocar uma música feliz, porque ela será considerada imprópria,
independentemente das explicações. Afinal, não cabe a um mero músico dar
explicações aos nobres que estão de luto. À medida que a cena avança, fica
claro que os músicos realmente não se importam muito com Julieta ou com a
tragédia que a envolve. Eles preocupam-se mais com o facto de estarem sem
emprego e, talvez, com a perda de um almoço grátis. Por outras palavras, essa
grande tragédia, que é, sem dúvida, uma tragédia de proporções épicas, ainda
não é uma tragédia para todos.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena III do Ato IV de Romeu e Julieta
Resumo
No seu quarto, Julieta pede à enfermeira
que a deixe passar a noite sozinha e repete o pedido à mãe quando ela chega.
Sozinha, segurando o frasco que Frei Lourenço lhe deu, pergunta-se o que
acontecerá quando o beber. Se o frade não for digno de confiança e procurar
apenas ocultar o seu papel no seu casamento com Romeu, ela poderá morrer; ou,
se Romeu se atrasar por algum motivo, ela pode acordar na tumba e enlouquecer
de medo. Julieta tem uma visão na qual vê o fantasma de Tebaldo procurando pelo
marido. Ela implora ao fantasma que desista da sua busca por Romeu e, brindando
ao marido, bebe o conteúdo do frasco.
Análise
Mais uma vez, Julieta demonstra a sua
força. Ela mostra-se racional após refletir sobre a razão pela qual beber a
poção para dormir lhe pode causar danos físicos ou psicológicos, mas escolhe
beber de qualquer maneira. Nesta ação, não apenas tenta contornar as forças que
obstruem o seu relacionamento com Romeu, como também assume total
responsabilidade por si mesma. Ela reconhece que beber a poção pode levá-la à
loucura ou à morte. Esse gesto, portanto, constitui uma ação em que ela tira a
vida com as próprias mãos e determina o seu valor para ela. Além do óbvio presságio
presente na visão de Julieta do fantasma vingativo de Tebaldo, o facto de ela
beber a poção também sugere acontecimentos futuros. Julieta bebe a poção, assim
como Romeu depois beberá o veneno do farmacêutico. Ao beber a poção, ela não
apenas demonstra vontade de tirar a vida com as próprias mãos, mas contraria o
que é esperado das mulheres e age.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena II do Ato IV de Romeu e Julieta
Resumo
Julieta regressa a casa, onde
encontra os pais preparando-se para o casamento. Ela surpreende-os ao
mostrar-se arrependida da sua desobediência e ao aceitar alegremente casar-se
com Páris. Capuleto fica tão satisfeito que insiste em antecipar o casamento
por um dia, para quarta-feira – o dia seguinte. Julieta dirige-se aos seus
aposentos para, aparentemente, se preparar para o casamento. O pai vai embora
para contar as notícias a Páris.
Análise
Contrastando com o que foi dito,
na cena anterior, sobre Frei Lourenço, é um desafio situar Páris ao longo do
continuum moral da peça. Ele não é exatamente um adversário de Romeu e Julieta,
pois nunca age conscientemente para os prejudicar ou ir contra os seus desejos.
Como quase todos, ele não sabe nada sobre o relacionamento dos recém-casados.
Os seus sentimentos por Julieta também são motivo de alguma ambiguidade, já que
o público nunca tem acesso aos seus pensamentos. Evidências textuais
posteriores indicam que Páris abriga um amor legítimo por Julieta e, embora assuma
arrogantemente que ela desejará casar-se com ele, nunca a trata com maldade. No
entanto, porque a jovem não o ama, ele representa uma potencialidade real e
assustadora para Julieta.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena I do Ato IV de Romeu e Julieta
Resumo
Na sua cela, Frei Lourenço fala
com Páris sobre o casamento iminente com Julieta. Páris diz que a tristeza de
Julieta pela morte de Tebaldo a desequilibrou e que, na sua sabedoria, Capuleto
determinou que eles se casassem em breve, para que ela parasse de chorar e
encerrasse o seu período de luto. O frade observa para si mesmo que desejaria
não ter consciência do motivo pelo qual o casamento de Páris com Julieta deve
ser adiado.
Julieta entra e Páris fala com ela
com amor, embora de maneira arrogante. A jovem responde indiferentemente, não
mostrando afeto nem aversão. Ela observa que ainda não se casou com ele. Com o
pretexto de ouvir a confissão de Julieta, Frei Lourenço conduz Páris para
longe, embora não antes de o rapaz a beijar uma vez. Depois de Páris sair,
Julieta pede ajuda ao frade, brandindo uma faca e dizendo que se matará ao
invés de se casar com Páris. O frade propõe um plano: Julieta deve consentir em
se casar com Páris; então, na noite anterior ao casamento, deve tomar uma poção
para dormir que a fará parecer morta; será posta para descansar na tumba dos
Capuletos, e o frade enviará uma mensagem a Romeu em Mântua para o ajudar a
recuperá-la quando ela acordar. Julieta retornará a Mântua com Romeu e estará
livre para morar com ele longe do ódio dos seus pais. Ela concorda com o plano
de todo o coração. Frei Lourenço dá-lhe a poção para dormir.
Análise
Frei Lourenço é a personagem mais
ardilosa da peça: ele, secretamente, casa os dois amantes, leva Romeu a Mântua
e encena a morte de Julieta. As maquinações do frade também parecem ser
ferramentas do destino. No entanto, apesar do papel que Frei Lourenço
desempenha na morte dos amantes, Shakespeare nunca o apresenta sob uma luz
negativa, ou mesmo ambígua. Ele é sempre tratado como uma presença benigna e
sábia. O fracasso trágico dos seus planos é tratado como um acidente desastroso
no qual o frade não tem responsabilidade.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena V do Ato III de Romeu e Julieta
Resumo
Pouco antes do amanhecer, Romeu
prepara-se para descer da janela de Julieta, para começar o seu exílio. Ela tenta
convencê-lo de que os gritos de pássaros que ouvem são do rouxinol, uma ave
noturna, e não da cotovia, um pássaro matutino. Romeu não pode aceitar as suas
reivindicações; ele deve sair antes que a manhã chegue ou ser morto. Julieta
declara que a luz lá fora não vem do sol, mas de algum meteoro. Superado pelo
amor, ele responde que ficará com Julieta e que não se importa se os homens do
príncipe o matam. Diante dessa reviravolta, a jovem esposa declara que o
pássaro que ouviram foi a cotovia; que é madrugada e ele deve fugir. A
enfermeira entra para avisar Julieta que Lady Capuleto se aproxima. O casal
separa-se em lágrimas. Romeu sai pela janela. De pé, no pomar abaixo da sua
janela, promete a Julieta que se verão novamente, mas ela responde que ele
parece pálido, como um morto no fundo de uma tumba. O marido retorque que, para
ele, ela aparece da mesma maneira, e que é apenas a tristeza que faz os dois
parecerem pálidos. Romeu apressa-se enquanto Julieta puxa a escada e implora ao
destino que o traga de volta rapidamente.
Lady Capuleto chama a filha, que
se pergunta por que razão a mãe viria falar com ela tão cedo pela manhã. Sem
saber que a jovem é casada com Romeu, Lady Capuleto entra na sala e confunde as
lágrimas de Julieta como um sofrimento contínuo por Tebaldo. A mulher conta-lhe
o seu profundo desejo de ver "o vilão Romeu" morto. Julieta leva a
mãe a acreditar que ela também deseja a morte de Romeu, quando na verdade está a
declarar firmemente o seu amor por ele. Lady Capuleto conta à filha sobre o plano
de Capuleto de Julieta casar com Páris na quinta-feira, explicando que o pai
deseja fazê-la feliz. A jovem fica horrorizada. Ela rejeita o enlace, dizendo:
“Eu não me vou casar ainda; e quando o fizer, juro / será Romeu – que sabe que
odeio - / em vez de Páris”. Capuleto entra na câmara. Quando descobre a
determinação de Julieta em o desafiar, fica furioso e ameaça renegar a filha se
ela se recusar a obedecer-lhe. Quando Julieta pede à mãe que interceda, esta
nega-lhe a ajuda.
Depois de Capuleto e Lady Capuleto
se afastarem, Julieta pergunta à enfermeira como poderá escapar da situação. A
enfermeira aconselha-a a prosseguir com o casamento com Páris – ele é um par
melhor, diz ela, e Romeu está como morto de qualquer maneira. Embora enojada
com a deslealdade da sua enfermeira, Julieta finge concordar e diz-lhe que fará
a confissão na casa de Frei Lourenço. Julieta corre para o frade, jurando que
nunca mais confiará no conselho da enfermeira. Se o religioso for incapaz de a ajudar,
Julieta comenta consigo mesma que ainda tem o poder de tirar a própria vida.
Análise
Para combater a chegada da luz, Julieta
tenta mudar mais uma vez o mundo através da linguagem: ela afirma que a cotovia
é realmente um rouxinol. Na cena da varanda, Romeu viu Julieta transformando a
noite em dia, aqui ela é capaz de transformar o dia em noite. Mas, assim como os
seus votos de desprezar os seus nomes não conseguiram superar as instituições
sociais que os atormentaram, eles não podem mudar o tempo. Julieta é, dos dois,
a mais pragmática e percebe que Romeu deve partir, enquanto ele está disposto a
morrer simplesmente para permanecer ao lado dela.
Num momento remanescente da cena
da varanda, uma vez do lado de fora, Romeu despede-se de Julieta enquanto ela
fica de pé à sua janela. Aqui, os amantes experimentam visões que prenunciam
descaradamente o final da peça. Este será o último momento que passam vivos na
companhia um do outro. Quando Julieta voltar a ver Romeu, ele estará morto e,
quando ela olha pela janela, já o vê morto: “Ó Deus, tenho uma alma que
adivinha mal! / Acho que te vejo, agora tu és tão baixo, / Como alguém morto no
fundo de uma tumba. / Ou a minha visão falha, ou tu pareces pálido”.
No confronto com os pais após a
partida de Romeu, Julieta mostra a sua completa maturidade. Ela domina a
conversa com a mãe, que não consegue acompanhar a inteligência da filha e,
portanto, não tem ideia de que Julieta está a proclamar o seu amor por Romeu
sob o pretexto de dizer exatamente o contrário. A sua decisão de romper com o
conselho da sua enfermeira desleal – e, de facto, excluir a enfermeira de qualquer
das suas ações futuras – é outro passo no seu desenvolvimento. Ter uma
enfermeira é uma marca da infância; ao abandonar a enfermeira e manter a
lealdade para com o marido, Julieta abandona completamente da infância e entra
na feminilidade.
Shakespeare situa esse
amadurecimento logo após a noite de núpcias da jovem, vinculando a ideia do
desenvolvimento desde a infância até à idade adulta à experiência sexual. De facto,
Julieta sente-se tão forte que desafia o pai, mas nessa ação ela aprende o
limite do seu poder. Por mais forte que possa ser, não passa de uma mulher num
mundo dominado por homens. Poder-se-ia pensar que Julieta deveria aceitar o
convite do pai para a renegar e ir morar com Romeu em Mântua. Isso não é uma
opção, porém. Julieta, como mulher, não pode deixar a sociedade; e o pai dela
tem o direito de fazê-la fazer o que ele deseja. Embora derrotada pelo pai,
Julieta não volta a ser uma menina. Ela reconhece os limites do seu poder e, se
não for possível encontrar outra maneira, decide usá-lo: para uma mulher em
Verona que não pode controlar a direção da sua vida, o suicídio, a capacidade
bruta de viver ou não viver essa vida, pode representar o único meio de afirmar
autoridade sobre o eu.
Traduzido de SparkNotes
Seinfeld: Temporada 02 - Episódio 01
Resumo e análise da Cena IV do Ato III de Romeu e Julieta
Resumo
Capuleto, Lady Capuleto e Páris
caminham juntos. Capuleto diz que, devido aos terríveis acontecimentos
recentes, não teve tempo de perguntar à filha sobre os sentimentos dela por Páris.
Lady Capuleto afirma que ela conhecerá os pensamentos da filha pela manhã. Páris
está prestes a sair quando Capuleto o chama de volta e lhe diz que acha que a
filha o ouvirá, depois corrige-se e afirma que tem a certeza de que Julieta
cumprirá a sua decisão. Ele promete a Páris que o casamento será realizado na
quarta-feira, depois para de repente e pergunta que dia é aquele. Páris
responde que é segunda-feira; Capuleto decide que quarta-feira é muito cedo e que
o casamento deve ser realizado na quinta.
Análise
As razões de Capuleto para mudar a
data do casamento de Julieta com Páris não são totalmente claras. Em cenas
posteriores, ele afirma que deseja trazer um pouco de alegria para um momento
triste e querer curar Julieta do seu profundo luto (é claro que, ironicamente,
ela lamenta o banimento do marido e não a morte de Tebaldo). Mas também é
possível que, neste momento de conflito com os Montecchios, Capuleto deseje
toda a ajuda política que puder obter. Um casamento entre a filha e Páris, um
parente próximo do príncipe, ajudaria bastante nesse aspeto. Independentemente
da motivação de Capuleto, a sua decisão torna óbvia a impotência das mulheres de
Verona. A impotência de Julieta nesta situação é posta a nu pela ironia da
determinação de Capuleto de empurrar o casamento de quarta para quinta-feira,
quando alguns dias antes ele queria adiar o casamento por dois anos.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena III do Ato III de Romeu e Julieta
Resumo
Na cela de Frei Lourenço, Romeu é
tomado pela tristeza e pergunta-se que sentença o príncipe decretou. O frade responde-lhe
que tem sorte: o príncipe apenas o baniu. Romeu afirma que o banimento é uma
pena muito pior que a morte, pois ele terá de viver, mas sem Julieta. O frade
tenta aconselhar Romeu, mas o jovem é tão infeliz que não aceita nada disso e
cai no chão. A enfermeira chega e Romeu pede desesperadamente notícias sobre
Julieta. Ele assume que a esposa agora pensa nele como um assassino e ameaça esfaquear-se.
Frei Lourenço detém-no e repreende-o por não ser viril. O religioso explica que
Romeu tem muito a agradecer: ele e Julieta estão vivos, e depois de os
problemas acalmarem, o príncipe Della-Scala pode mudar de ideia. O frade
estabelece um plano: Romeu visitará Julieta naquela noite, mas terá de deixar o
seu aposento e Verona, antes da manhã. Irá depois residir em Mântua até que as
notícias do seu casamento se espalhem. A enfermeira entrega a Romeu o anel de
Julieta, e esse símbolo físico do seu amor revive o seu espírito. A enfermeira
parte e Romeu despede-se do frade. Ele deve preparar-se para visitar Julieta e
depois fugir para Mântua.
Análise
Shakespeare cria uma tensão
psicológica interessante em Romeu e Julieta, vinculando consistentemente
a intensidade do amor jovem com um impulso suicida. Embora o amor seja
geralmente o oposto do ódio, violência e morte, Shakespeare retrata a autoaniquilação
como aparentemente a única resposta à esmagadora experiência emocional que
constitui ser jovem e apaixonada. Romeu e Julieta parecem flertar com a ideia
da morte durante grande parte da peça, e a possibilidade de suicídio repete-se
com frequência, prenunciando as suas mortes finais no Ato V. Quando Julieta
entende mal a enfermeira e pensa que Romeu está morto, ela não pensa que ele
foi morto, mas que se matou. E, pensando que Romeu está morto, Julieta decide
rapidamente que ela também deve morrer. O seu amor por Romeu não permitirá outro
curso da ação.
A ameaça real de suicídio feita
por Romeu na cela de Frei Lourenço, na qual ele deseja "saquear / A odiosa
mansão" que é o seu corpo para que possa erradicar o seu nome, lembra a
cena da varanda, na qual Romeu despreza o seu nome Montecchio na frente de
Julieta, dizendo: "Se eu a tivesse escrito, rasgaria a palavra". Na
cena da varanda, um nome parecia ser uma coisa simples que podia segurar na sua
frente e rasgar. Uma vez rasgado, poderia facilmente viver sem ele. Agora, com
uma melhor compreensão de como é difícil escapar às responsabilidades e
reivindicações da lealdade da família, de ser um Montecchio, Romeu modifica a
metáfora. Ele não se concebe mais como capaz de rasgar o seu nome. Em vez
disso, agora deve arrancá-lo do corpo e, no processo, morrer.
Resumo e análise da Cena II do Ato III de Romeu e Julieta
Resumo
Na casa de Capuleto, Julieta
anseia que a noite caia, para que Romeu a encontre "sem falar e sem ser
visto". De repente, a enfermeira chega com as notícias da luta entre Romeu
e Tebaldo. Mas a enfermeira está tão perturbada que tropeça nas palavras,
fazendo parecer que Romeu está morto. Julieta assume que ele se matou e resigna-se
a morrer. A enfermeira então começa a lamentar a morte de Tebaldo, e Julieta
teme brevemente que este e Romeu estejam mortos. Quando a história é finalmente
contada e Julieta entende que Romeu matou Tebaldo e foi condenado ao exílio,
amaldiçoa a natureza de que deve colocar "o espírito de um demónio"
na "carne doce" de Romeu. A enfermeira ecoa Julieta e amaldiçoa o
nome de Romeu, mas a jovem denuncia-a por ter criticado o marido e acrescenta
que ela se arrepende de o ter culpado. Julieta afirma que o banimento de Romeu
é pior do que dez mil Tebaldos mortos. Ela lamenta que vai morrer sem ter uma
noite de núpcias, uma solteira viúva. A enfermeira assegura-lhe, no entanto,
que sabe onde Romeu está escondido, e fará com que ele a encontre na noite de
núpcias. Julieta dá à enfermeira um anel para dar ao marido como um sinal do
seu amor.
Análise
O amor entre Romeu e Julieta,
feliz no ato II, é testado em circunstâncias terríveis, já que o conflito entre
as suas famílias é mais desastroso do que se poderia imaginar. A maneira como
os jovens amantes respondem à sua separação iminente ajuda a definir as
qualidades essenciais das suas respetivas personagens. Depois de ouvir que deverá
ser exilado, Romeu age com o drama habitual: fica triste e dominado pela sua
paixão. Ele cai no chão, recusa-se a ouvir a razão e ameaça matar-se. Julieta,
por outro lado, mostra um progresso significativo no seu desenvolvimento, desde
a menina simples e inocente do primeiro ato até à mulher corajosa, madura e
leal da conclusão da peça. Depois de criticar Romeu pelo seu papel na morte de
Tebaldo e de ouvir a enfermeira dizer o nome de Romeu, ela recupera o controle
de si mesma e percebe que a sua lealdade deve ser para com o marido, e não para
o primo Tebaldo.
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