• Estrofes/coblas/cobras:
três sextilhas (4 + 2) heterométricas.
• Métrica: versos
decassílabos, alternando com versos tetrassílabos no refrão.
• Rima:
- esquema rimático: aaabab
- emparelhada e cruzada
- rica (“velidas”/”frolidas”)
e pobre (“amar”/”bailar”)
- grave (“velidas”/”frolidas”)
e aguda (“amar”/”bailar”)
- consoante (“velidas”/”frolidas”)
• Refrão: intercalado, monorrimo;
sugere o ritmo do baile a realizar; reitera o convite à dança realizado nas
coblas. Introduzindo a condição «se amigo amar».
• Ritmo: mais rápido no
refrão, coincidente com a alternância entre versos compridos e mais curtos.
• Transporte: vv. 1-2,
5-6, etc.
• Nomes:
- “amigas”: as donzelas
das cantigas de amigo;
- “amigo”: o objeto
visado pela ação (a dança) das donzelas, isto é, a figura para quem pretendem
dançar e, assim, seduzir;
- “avelaneiras”, “ramo”:
indiciam o ambiente (espaço e tempo) em que ocorre o baile.
• Pronome «nós»: indicia
uma ação coletiva.
• Adjetivos (“velida”, “louçana”):
encarecem a beleza física das donzelas, afinal aquilo que, juntamente com a
dança, atrairá os amigos.
• Verbos: encontram-se no
conjuntivo/imperativo, na 1.ª pessoa do plural, e traduzem o apelo, a exortação
à dança coletiva.
• Numeral cardinal três:
especifica o número exato de donzelas; simboliza a harmonia e a perfeição.
• Interjeição «ai»:
indicia a alegria do convite.
• Vocativo “ai amigas”:
identifica as confidentes, o destinatário do convite para bailar.
• Tipos de frases:
imperativas – traduzem o apelo/convite da donzela às amigas para dançarem.
• Anáfora: intensifica o
apelo à dança.
• Paralelismo semântico (“louçanas”/”velidas”),
estrutural e anafórico (“Bailemos”/”Bailemos”):
- salienta o objetivo do
convite, evidente na repetição de “Bailemos nós já todas três” (vv. 1 e 7);
- sublinha a relação de
proximidade afetiva entre as donzelas pela substituição da palavra “amigas” por
“irmanas”;
- evidencia a
consciência, por parte da donzela, de que ela e as suas amigas são belas,
através da sinonímia entre “velidas” (v. 3) e “louçanas” (v. 9);
- exprime a passagem de
uma visão geral do espaço (campo com avelaneiras onde as donzelas bailarão)
para uma visão circunscrita (a árvore e o ramo sob o qual decorrerá a dança),
através da substituição da expressão “avelaneiras frolidas” (v. 2) por “aqueste
ramo destas avelanas” (v. 8);
- contribui para a
cadência melódica da cantiga.
• Apóstrofe “Ai amigas”:
identifica o destinatário do discurso da donzela.
• Comparações: enfatizam
a beleza e a formosura das donzelas; incitam ao encontro, à dança e à
celebração do amor pelas donzelas enamoradas.