Português: Tempo e intemporalidade em A Sibila

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Tempo e intemporalidade em A Sibila


            Um aspeto que confere ao romance um carácter universal é a linha da intemporalidade.
            Assim, o(a) narrador(a) faz sistematicamente um percurso de vai-e-vem: presente-passado-presente.
            A propriedade passa de geração em geração: "A casa da Vessada, com os seus campos, as suas presas e o seu montado, e que tinham sido pertença de mais de dez gerações dum mesmo ramo, caberia ao mais nefasto inimigo da sua propriedade, se fosse ele o competente herdeiro e o continuador." (p. 224)
            As pessoas e os objetos permanecem na memória e podem ser constantemente recordados como se lê neste romance.
            O balanço contínuo da rocking-chair parece indicar um movimento intemporal: na mesma cadeira, sentaram-se outras pessoas, na mesma cadeira, sentar-se-ão ainda outras. É a vida humana na sua dimensão eterna.
            Estes dados são indicadores do que escapa às contingências temporais para se projetar no horizonte ilimitado da intemporalidade.

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