Um aspeto que
confere ao romance um carácter universal é a linha da intemporalidade.
Assim, o(a) narrador(a)
faz sistematicamente um percurso de vai-e-vem: presente-passado-presente.
A propriedade
passa de geração em geração: "A casa da Vessada, com os seus campos, as
suas presas e o seu montado, e que tinham sido pertença de mais de dez gerações
dum mesmo ramo, caberia ao mais nefasto inimigo da sua propriedade, se fosse
ele o competente herdeiro e o continuador." (p. 224)
As pessoas e os
objetos permanecem na memória e podem ser constantemente recordados como se lê
neste romance.
O balanço
contínuo da rocking-chair parece indicar um movimento intemporal: na
mesma cadeira, sentaram-se outras pessoas, na mesma cadeira, sentar-se-ão ainda
outras. É a vida humana na sua dimensão eterna.
Estes dados são
indicadores do que escapa às contingências temporais para se projetar no
horizonte ilimitado da intemporalidade.
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