Português

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Senhores professores, tenham vergonha!

     Começou a dança dos exames. Muitos... Poucos... Causam «stress» nas crianças... São desnecessários... E por aí fora... A sua calendarização para o mês de maio é uma estupidez incompreensível, interrompe as aulas, apressa a lecionação para cumprimento de programas, etc., etc., etc.
     Sabe-se tudo isto, discutido ano após ano.
     O que «não se sabe» e é igualmente incompreensível é a quantidade de atestados médicos que chovem nas escolas nesta época do ano, «metidos» pelos professores para não terem a maçada de corrigir as provas de exames nacionais. São doenças sazonais e anuais de um rigor e precisão apreciáveis.

     É uma vergonha para os próprios, para as direções escolares, que assobiam para o lado, para os médicos que colaboram nesta patranha. É uma vergonha e falta de caráter, que nem o facto de a correção não ser paga, como já sucedeu, serve como argumentário de defesa.

     

A manipulação nos exames nacionais

«O presidente do Conselho Científico (CC) do Instituto de Avaliação Educativa (Iave), João Paulo Leal, disse [...] que o atual Ministério da Educação e Ciência (MEC) tem feito “a encomenda dos exames nacionais”, [...] com a indicação de que se deve “manter a estabilidade nos resultados” dos alunos “em relação aos anos anteriores, porque socialmente é difícil de explicar que as notas tenham grandes variações”.»
«Na sua intervenção, Leal [...] explicitou que aquele organismo “tem feito os exames escolhendo os itens de maneira a que se repliquem as notas dos exames dos anos anteriores”.»
«Na conferência, [João Paulo Leal] deixou claro que se podem promover resultados, em média, mais altos ou mais baixos, alterando, simplesmente, as cotações dos vários itens ou, então, uma ou duas questões em todo o exame. Apontou como exemplo, duas perguntas de gramática muito semelhantes para não especialistas, mas que têm variações de acerto que caem de 12% para 71%, consoante se pede um verbo na negativa ou no condicional. Da mesma forma, a Matemática, indicou duas questões similares que podem ter resultados díspares, de 80% ou 40%, conforme a resposta implica um raciocínio ou dois raciocínios articulados, explicou.»
«“Hoje temos um historial de cinco mil itens a Português, por exemplo. Se quero que haja notas altas é muito fácil. Pego numa ou em duas perguntas, substituo-as por outras, aparentemente semelhantes, e a minha expectativa em relação aos resultados dá um salto de cinco valores”, sublinhou.»

«Disse, ainda, pensar que “não é segredo para ninguém que as equipas do Iave que realizam os exames fazem uma estimativa de que resultados, em média, cada exame vai ter”: “Com uma diferença de mais ou menos um valor em vinte, acertam em 95% dos casos”, disse, sublinhando que aquelas equipas “conseguem fazer um exame para a nota que querem”.»

Sem comentários...

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Nuno Crato igual a si próprio

     Alunos surdos tinham de fazer o exame de inglês que incluída ouvir CD.

     O momento de humor protagonizado pela estrutura suposta e alegadamente comandada por Nuno Crato está descrito aqui. »»»

terça-feira, 21 de abril de 2015

A mentira descarada ou ir além da Troika

     Os cortes efetuados por Passos Coelhos e seus esbirros nas áreas da Saúde e da Educação têm sido dos maiores no Orçamento de Estado, argumentando com o despesismo, etc.

     Ontem, no seu programa semanal da TVI 24, Medina Carreira apresentou uns dados interessas sobre a despesa dos ministérios acima referidos em percentagem do PIB no que às despesas sociais diz respeito.

     Os dados projetados foram estes:
          - Saúde: 5, 7
          - Educação: 5

     E atenção que os elementos se referem ao ano de 2010. De lá para cá, os cortes fizeram baixar ainda mais a orçamentação dos dois ministérios.

     Sr. PM e sr. MEC, continuem a cortar nestas áreas até chegarmos a 0. "Valete, fratres"!

sexta-feira, 27 de março de 2015

Paulo Guinote e o fim do nosso 'Umbigo'


     Nos últimos nove anos, o espaço de que era autor marcou a Educação portuguesa.
     Fui um dos seus leitores assíduos desde 2007. Concordei, discordei. Polémico, escreveu sempre o que pensava. Marcou o setor (sector) e não deixou ninguém indiferente. Condicionou a ação de sindicatos, de governantes, de professores, de ministros... Era leitura assídua de jornalistas.
     Tudo tem um princípio e um fim. É uma lei da vida, mas nem isso faz com que o fim seja mais fácil de encaixar. Manter vivo aquele espaço, com opinião, com argumentação coerente e lógica, com estudo aprofundado e sustentado dos assuntos... tudo isso ocupa tempo e cansa imenso.
     Mas o que mais doi ao ler o testemunho do próprio ao Público é isto:  “A certa altura comecei a sentir que os professores descarregavam a sua frustração nos comentários que escreviam no Umbigo e noutros blogues e que nas escolas não intervinham”.
     Deixou um vazio.
     Paulo Guinote: A Educação do Meu Umbigo.

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