terça-feira, 16 de abril de 2019
"Já não dá para abastecer"
A greve de motoristas de materiais perigosos está a originar a escassez de combustíveis um pouco por todo o país.
A plataforma VOST Portugal criou o sítio janaodaparaabastecer.vost.pt, onde as pessoas podem pesquisar, por posto de combustível, quais os que estão encerrados e quais os combustíveis que já esgotaram nos outros que ainda não encerraram.
Gatos pingados
Significado: A expressão «gatos pingados» traduz uma suposta inferioridade (numérica ou institucional), insignificância ou irrelevância.
Origem: Detetar a origem exata destas expressões nascidas no seio popular é uma tarefa praticamente impossível em muitos casos, facto que dá origem ao surgimento de diferentes teorias.
Uma das explicações que é possível encontrar disseminada remete para uma tortura procedente do Japão que consistia em despejar pingos de óleo a ferver em cima de pessoas ou animais, especialmente gatos. Além disso, parece que os recipientes de onde o óleo era despejado tinham a requintada e original forma de gatos. Eram os gatos «pingados». Existem várias narrativas ambientais na Ásia que mostram pessoas com os pés mergulhados num caldeirão de óleo quente.
Falta nesta explicação o passo que liga a expressão ao sentido de «conjunto de poucas pessoas»: como o suplício tinha uma assistência reduzida, dada a enorme crueldade do ato, ela passou a denominar pequena assistência sem entusiasmo ou curiosidade para qualquer evento.
Uma outra explicação, desprovida dos elementos fantasiosos acima expostos, remete para uma das aceções do verbo «pingar», entretanto caída em desuso, que era justamente «supliciar, deixando cair sobre o corpo pingos de um líquido fervente", de acordo com o dicionário Houaiss. De facto, não era incomum o hábito de pingar escravos, gatos ou outros animais.
Quanto ao sentido de «gato pingado» como «membro de um conjunto de poucas pessoas», convém ter presente o facto de gatos torturados se tornarem arredios, avessos ao contacto humano. Como diz o ditado, «gato escaldado (isto é, queimado com água fervente) tem medo (até) de água fria". É possível também que a ideia de escassez associada figurativamente ao verbo «pingar» tenha atuado como reforço da noção.
Uma outra explicação, desprovida dos elementos fantasiosos acima expostos, remete para uma das aceções do verbo «pingar», entretanto caída em desuso, que era justamente «supliciar, deixando cair sobre o corpo pingos de um líquido fervente", de acordo com o dicionário Houaiss. De facto, não era incomum o hábito de pingar escravos, gatos ou outros animais.
Quanto ao sentido de «gato pingado» como «membro de um conjunto de poucas pessoas», convém ter presente o facto de gatos torturados se tornarem arredios, avessos ao contacto humano. Como diz o ditado, «gato escaldado (isto é, queimado com água fervente) tem medo (até) de água fria". É possível também que a ideia de escassez associada figurativamente ao verbo «pingar» tenha atuado como reforço da noção.
Meteorito caiu no Brasil
Um meteorito caiu no Brasil, mas, felizmente, para o redator da notícia on-line, não causou qualquer dado.
Os tempos estão tão maus que não há sequer o cuidado de rever o que se escreve?
Governo pondera demitir-se por causa dos professores
E eu que pensei que já estávamos na Semana Santa e tínhamos deixado o Carnaval lá bem para trás [notícia].
segunda-feira, 15 de abril de 2019
Catedral de Notre Dame
15 de abril de 2019, dia em que a Catedral de Notre Dame, em Paris, ardeu por completo, salvando-se apenas o esqueleto.
Passar a mão pela cabeça
A expressão «passar a não pela cabeça» significa perdoar ou acobertar um erro cometido por algum protegido.
Ela relaciona-se com o costume judaico de abençoar cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto se pronunciava a bênção.
Que maçada!
Significado: A expressão refere-se a uma tragédia ou a um contratempo, um aborrecimento.
Origem: A sua origem leva-nos até à fortaleza de Massada, situada na região do Mar Morto, em Israel, reduto de Zelotas, onde permaneceram anos resistindo às forças romanas após a destruição do Templo em 70 d.C., culminando com um suicídio coletivo para não se renderem, de acordo com o relato do historiador Flávio Josefo.
De facto, os Zelotas, quando se aperceberam da ameaça dos soldados romanos, encerraram-se num templo onde acreditavam poder furtar-se aos inimigos. No entanto, os romanos rapidamente começaram a destruir o local, pelo que os Zelotas, convictos da sua derrota, adotaram uma solução que, evitando o confronto direto com a tropa adversária, lhes traria menor sofrimento: o suicídio coletivo.
Assim se explicará a génese da palavra "maçada" (= "lugar seguro", "fortaleza"), o grande aborrecimento por que tiveram de passar os Zelotas. Por causa da origem etimológica da palavra, passou a escrever-se maçada em vez de massada, o nome daquela terra.
De acordo com outra explicação, o termo derivará de maça, uma arma medieval com forma de clava que terminava numa esfera ou pera provida de picos metálicos. A sua função básica era abrir cabeças, uma grande maçada para as vítimas, convenhamos.
De facto, os Zelotas, quando se aperceberam da ameaça dos soldados romanos, encerraram-se num templo onde acreditavam poder furtar-se aos inimigos. No entanto, os romanos rapidamente começaram a destruir o local, pelo que os Zelotas, convictos da sua derrota, adotaram uma solução que, evitando o confronto direto com a tropa adversária, lhes traria menor sofrimento: o suicídio coletivo.
Assim se explicará a génese da palavra "maçada" (= "lugar seguro", "fortaleza"), o grande aborrecimento por que tiveram de passar os Zelotas. Por causa da origem etimológica da palavra, passou a escrever-se maçada em vez de massada, o nome daquela terra.
De acordo com outra explicação, o termo derivará de maça, uma arma medieval com forma de clava que terminava numa esfera ou pera provida de picos metálicos. A sua função básica era abrir cabeças, uma grande maçada para as vítimas, convenhamos.
Acordo leonino
A sua origem estará, muito possivelmente relacionada, com as fábulas em que o leão é a personagem que possui todo o poder.
quinta-feira, 11 de abril de 2019
quarta-feira, 10 de abril de 2019
Páscoa
A Páscoa designa, de acordo com o Dicionário Onomástico-Etimológico da Língua Portuguesa, da autoria de José Pedro Machado, a "Grande festa judaica e cristã" que comemora a Ressurreição de Jesus Cristo.
A sua origem etimológica encontra-se no latim vulgar «pascua», proveniente do latim eclesiástico «Pascha», cruzado com «pascua», que era o "alimento" (propriamente "pasto"), pois a Páscoa põe fim ao jejum da Quaresma.
Por sua vez, o termo «pascha» deriva do grego «páscha», que significa «a Páscoa, festa judaica e cristã; "em particular", a refeição da Páscoa; o anho pascal», proveniente do hebreu «pasach», que quer dizer "passagem" e designa a festa celebrada em recordação da saída do Egito. Posteriormente, passou a designar a festa cristã celebrada em honra da Ressurreição de Jesus Cristo, por motivo da coincidência das datas.
De acordo com a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, o significado etimológico de Páscoa é incerto. Alguns autores procuram-no em raiz egípcia e, nesse caso, significaria "golpe", "ferida"; outros ligam a palavra ao siríaco e então quereria dizer "ser feliz", "estar alegre". Deste modo, o termo referir-se-ia à festa de júbilo por excelência. O significado geralmente aceite é o que adquiriu no hebraico bíblico; "saltar", "passar adiante". Primeiramente, Páscoa designaria uma dança ritual, aplicando-se a palavra também à passagem do Sol pela constelação do Carneiro ou da Lua para o seu zénite. Por fim, impôs-se-lhe o significado de "passagem" de Javé ao dar a morte aos primogénitos do Egito, "saltando" por cima das casas dos hebreus a quem poupou. «Pesah», no TM, designa o rito sagrado (49 vezes) ou a própria "vítima" (31 vezes) ou refere-se simultaneamente ao rio e à vítima (2 vezes). Não se sabe com exatidão quando começou e em que consistia a sua origem, antes de estar associada à festa dos Ázimos, acreditando-se, contudo, que será anterior a Moisés. Seria a festa que os israelitas desejavam celebrar quando saíram do Egito com os seus rebanhos. Textos bíblicos sugerem mesmo que se julgavam obrigados a tal celebração (Ex. 8, 21-25). Admite-se geralmente que era comum às tribos semitas e estava ligada à vida nómada e pastoril. Era a festa das primícias dos pastores. Ofereciam à divindade os primogénitos do rebanho, talvez com um sentido propiciatório e para afastarem doenças ou malefícios sobre a família ou sobre os rebanhos.
FONTE: Ciberdúvidas
A sua origem etimológica encontra-se no latim vulgar «pascua», proveniente do latim eclesiástico «Pascha», cruzado com «pascua», que era o "alimento" (propriamente "pasto"), pois a Páscoa põe fim ao jejum da Quaresma.
Por sua vez, o termo «pascha» deriva do grego «páscha», que significa «a Páscoa, festa judaica e cristã; "em particular", a refeição da Páscoa; o anho pascal», proveniente do hebreu «pasach», que quer dizer "passagem" e designa a festa celebrada em recordação da saída do Egito. Posteriormente, passou a designar a festa cristã celebrada em honra da Ressurreição de Jesus Cristo, por motivo da coincidência das datas.
De acordo com a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, o significado etimológico de Páscoa é incerto. Alguns autores procuram-no em raiz egípcia e, nesse caso, significaria "golpe", "ferida"; outros ligam a palavra ao siríaco e então quereria dizer "ser feliz", "estar alegre". Deste modo, o termo referir-se-ia à festa de júbilo por excelência. O significado geralmente aceite é o que adquiriu no hebraico bíblico; "saltar", "passar adiante". Primeiramente, Páscoa designaria uma dança ritual, aplicando-se a palavra também à passagem do Sol pela constelação do Carneiro ou da Lua para o seu zénite. Por fim, impôs-se-lhe o significado de "passagem" de Javé ao dar a morte aos primogénitos do Egito, "saltando" por cima das casas dos hebreus a quem poupou. «Pesah», no TM, designa o rito sagrado (49 vezes) ou a própria "vítima" (31 vezes) ou refere-se simultaneamente ao rio e à vítima (2 vezes). Não se sabe com exatidão quando começou e em que consistia a sua origem, antes de estar associada à festa dos Ázimos, acreditando-se, contudo, que será anterior a Moisés. Seria a festa que os israelitas desejavam celebrar quando saíram do Egito com os seus rebanhos. Textos bíblicos sugerem mesmo que se julgavam obrigados a tal celebração (Ex. 8, 21-25). Admite-se geralmente que era comum às tribos semitas e estava ligada à vida nómada e pastoril. Era a festa das primícias dos pastores. Ofereciam à divindade os primogénitos do rebanho, talvez com um sentido propiciatório e para afastarem doenças ou malefícios sobre a família ou sobre os rebanhos.
FONTE: Ciberdúvidas
Quaresma
O vocábulo «Quaresma» refere-se ao período do ano litúrgico católico que medeia entre Quarta Feira de Cinzas e a Páscoa e deriva do latim «quadragesimam» («partem», «diem»), ou seja, "quadragésima parte" e "quadragésimo dia".
Ao longo do tempo, a palavra evoluiu no que diz respeito à sua fonologia, tendo ocorrido diversas síncopes: quadragesima(m) > quaragesima > quaraesima ou quaresima > quaresma.
Segundo Edwin Williams, este termo terá surgido primeiro em castelhano, língua da qual passou para o português.
Note-se que do latim «quadragesimam» deriva o nome comum «quaresma», que designa uma "planta herbácea, glanduloso-viscosa, de flores brancas, pertencente à família das Saxifragáceas, espontânea em Portugal", bem como a flor desta planta.
Segundo Edwin Williams, este termo terá surgido primeiro em castelhano, língua da qual passou para o português.
Note-se que do latim «quadragesimam» deriva o nome comum «quaresma», que designa uma "planta herbácea, glanduloso-viscosa, de flores brancas, pertencente à família das Saxifragáceas, espontânea em Portugal", bem como a flor desta planta.
Comer muito queijo
Quando dizemos a alguém que come muito queijo, estamos a «acusá-lo» de ser esquecido, de ter má memória.
A origem da expressão faz-nos recuar no tempo. De facto, há alguns séculos, enraizou-se a crença segundo a qual a ingestão de laticínios diminuía certas faculdades intelectuais, especificamente a memória.
A obra Nova Floresta, da autoria do padre Manuel Bernardes (1644-1710), contém um passo, relativo aos procedimentos a observar para manter e exercitar a memória, que comprova a existência desta crença: "Há também memória artificial da qual uma parte consiste na abstinência de comeres nocivos a esta faculdade, como são lacticínios, carnes salgadas, frutas verdes, e vinho sem muita moderação: e também o demasiado uso do tabaco." (Manuel Bernardes, C. O., Nova Floresta, tomo 2, título V - Beneficência, Benignidade, páginas 206 e 207).
Curiosamente, estudos científicos contemporâneos sobre a memória e a nutrição concluíram que o leite e o queijo contêm cálcio e fósforo, elementos importantes para o trabalho cerebral. Contudo, a expressão "comer muito queijo" com o significado de «ser esquecido» ou «ter má memória» ficou.
Curiosamente, estudos científicos contemporâneos sobre a memória e a nutrição concluíram que o leite e o queijo contêm cálcio e fósforo, elementos importantes para o trabalho cerebral. Contudo, a expressão "comer muito queijo" com o significado de «ser esquecido» ou «ter má memória» ficou.
Obra de Sá de Miranda
Formas
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Temática
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Poesia do Cancioneiro Geral
(vilancetes, cantigas, trovas,
esparsas)
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. O amor e
as suas mágoas: o sofrimento do coração enamorado que o leva a fugir das
pessoas e de si próprio.
. A saudade que o amor deixa no
coração.
. A divisão do «eu».
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Sonetos
|
. O desejo da perfeição formal.
. A
mudança: a mudança reversível e cíclica da natureza versus a mudança irreversível do homem (sempre para pior).
. O
conflito entre o amor e a razão.
. A poesia
tem uma função pedagógica.
. A poesia
como mensagem e não apenas como entretenimento (no Cancioneiro Geral a poesia era considerada como um mero entretenimento
do espírito).
. A
dignidade das Letras (tema muito grato aos humanistas).
. O amor
petrarquista(1): a mulher idealizada
e as contradições que o amor provoca na alma.
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Cartas
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. Crítica à
sociedade (a cobiça, a hipocrisia, a injustiça, a ambição, etc.).
. Crítica à
corrupção da corte.
. A
apologia do ideal de Horácio da “áurea mediania”/”aurea mediocritas”.
. O elogio
do campo/aldeia.
. A crítica
ao abandono do campo.
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Éclogas
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. Crítica
às injustiças (desconcerto do mundo).
. Apologia
da “aurea mediocritas”.
. Desprezo
pelas glórias e bens do mundo.
.
Condenação da tirania despótica dos que vivem à custa dos “pequenos”.
. O recurso
ao bom senso e ao saber dos antigos.
|
(1) Facetas do Petrarquismo:
- o elogio hiperbólico da
mulher amada no aspecto físico, psicológico, moral e social - ideal, perfeita, inigualável, divinizada;
- as contradições íntimas do
sujeito poético feliz-infeliz;
- os efeitos contraditórios
do amor;
- o lamento e a saudade na
ausência da mulher;
- a inexistência de palavras
que a possam retratar;
- a apresentação de uma
natureza sombria ou amena/alegre segundo o estado de espírito do “amador”;
- a luta entre o amor e a razão.
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