No Ato I, cena IV, Mercúcio faz um
discurso deslumbrante sobre a fada rainha Mab, que cavalga a noite toda na sua
pequena carroça, trazendo sonhos a quem dorme. Um dos aspetos mais dignos de
nota do passeio da rainha Mab é que os sonhos que ela traz geralmente não destacam
os melhores lados dos sonhadores, mas servem para confirmar quaisquer dos seus vícios
– por exemplo, ganância, violência ou luxúria. Outro aspeto importante da
descrição de Mercúcio da rainha Mab é que ela é um absurdo completo, embora
vívido e altamente colorido. Ninguém acredita numa fada atraída por "um
mosquito revestido de cinza" chicoteado com um osso de críquete. Por fim,
vale a pena notar que a descrição de Mab e da sua carruagem é extravagante para
enfatizar o quão pequena e insubstancial ela e os seus apetrechos são. A rainha
Mab e a sua carruagem não apenas simbolizam os sonhos dos que dormem, mas
também simbolizam o poder de despertar fantasias, devaneios e desejos. Através
das imagens da rainha Mab, Mercúcio sugere que todos os desejos e fantasias são
tão absurdos e frágeis quanto Mab, e que eles estão basicamente corrompendo.
Esse ponto de vista contrasta fortemente com o de Romeu e Julieta, que veem seu
amor como real e enobrecedor.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
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