1. Germa, herdeira universal da
Vessada
O testamento de
Quina (um testamento é um desejo / uma forma de domínio para além da morte) é
feito em favor de Germa: “O testamento indicou Germa como herdeira absoluta,
com exceção do usufruto de duas propriedades adquiridas depois da morte de Maria,
e que se destinava a Custódio.” (pág. 238). É, pois, um ser feminino que assume
“um nome”, “uma raça”, “um empréstimo”. Recorde-se que Germa é filha de Abel, o
filho de F. Teixeira e Maria da Encarnação que foi registado com o sobrenome
materno, facto que reforça a continuidade pelo feminino.
Germa não é só
a dona do domínio físico da propriedade, mas herdeira de um discurso de
impulso, curiosidade, alegria, impressão.
2. A morte de Estina e o casamento de Inácio Lucas com “uma velha parenta
sua” (p. 241).
3. Desenlace trágico de
Custódio, vítima da sua demência (pp.
244-245).
4. Fim da analepse: a evocação de Quina.
5. Quina, paradigma do ser
humano: “Ela era, de resto, a mais
profunda e inegável expressão do humano. A vocação para ultrapassar o humano
está em todos nós, assim como a tentação para o medíocre.” (p. 246).
6. Quina e Germa apresentadas
em paralelismo (antepenúltimo e penúltimo
parágrafos). De Quina, que viveu “equilibrando-se” a Germa, que tem “o génio do
equilíbrio”, transmite-se a “vez” e o “tempo” de “traduzir a voz da sua
sibila”, mas pressente-se aqui a dívida sobre a capacidade dessa tradução por
causa da “degenerescência dos tempos” ou por outras razões informuladas e
infinitas: o modo finalizante, “porque… porque…”, deixa o romance aberto.
Sem comentários :
Enviar um comentário