Intimamente
ligado à temática da loucura está aquilo que poderemos designar por
representação.
No
momento em que surge em cena pela primeira vez, Hamlet faz uma distinção entre
comportamento externo e sentimentos reais. Na cena V do ato I, afirma que vai fingir
estar louco e, na inicial do segundo, Ofélia alude ao comportamento louco do
príncipe como uma performance cómica. Mais tarde, quando declara a Ronsencrantz
e Guildenstern que perdeu toda a alegria, parece genuinamente triste e deprimido.
A questão central prende-se com a determinação se Hamlet está realmente louco
ou apenas encena a sua loucura.
A
questão da representação relaciona-se também com a da peça dentro da peça. Por
exemplo, o próprio texto de Shakespeare recorda frequentemente ao público que
está a assistir a uma representação teatral. Quando Polónio refere que na
universidade encenou Júlio César, pode estar a aludir à própria peça da
autoria de Shakespeare, escrita na mesma época de Hamlet.
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