A
loucura é outro tema central de Hamlet e anda de mãos dadas com a
questão da verdade e do engano. Exemplo disto é o facto de a discussão em torno
da loucura de Hamlet ser real ou fingida permanecer em aberto ao longo da obra.
O seu comportamento errático e várias falas sem sentido podem ser interpretados
como uma estratégia para atingir um determinado fim, mas também podem
constituir uma resposta à situação «louca» em que se encontra: o seu pai foi
assassinado pelo irmão, seu tio, que agora é seu padrasto, pois casou com uma
mulher que antes fora sua cunhada. Se inicialmente Hamlet acredita na sua
sanidade mental, no final parece duvidar dela. Chega mesmo a referir-se a si na
terceira pessoa, o que pode indiciar que se afastou do seu antigo «eu» são.
Outra
personagem marcada pela loucura é Ofélia, mas, neste caso, a personagem
enlouquece efetivamente ao ser rejeitada por Hamlet e ser mesmo tratada áspera
e agressivamente por ele, bem como ao se afastar e renegar o seu amor por ele,
obedecendo às instruções do pai e mesmo do irmão. Também no seu caso a loucura
desemboca na sua morte, acidental ou suicídio.
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