Hamlet
enverga frequentemente roupas de cor preta, as quais simbolizam a sua tristeza
e dor pela morte do pai. Os reis consideram que, desse modo, o jovem espalha um
clima triste sobre o palácio, por isso pedem-lhe que se anime, ou, no mínimo,
mudar a roupa que costumeiramente vestia, no entanto o príncipe recusa,
afirmando que as suas vestes representam apenas uma parte da sua verdadeira
tristeza, o que significa que elas refletem o seu estado de espírito.
Esta
não é, todavia, a única ocasião em que Hamlet usa o seu guarda-roupa para
sugerir o seu estado de alma. Por exemplo, na cena I do ato 2, muda de roupa
para dar nota de outra forma de sentir e, pouco depois, surge nos aposentos de
Ofélia apenas parcialmente vestido e com o vestuário desalinhado, agarra-a,
olha-a ferozmente e vai embora, deixando-a confusa e assustada. Esta cena
segue-se à conversa entre o príncipe e Horácio, durante a qual expõe o seu
plano para descobrir a verdade sobre a morte do pai, que inclui agir como se
tivesse enlouquecido para disfarçar as suas verdadeiras intenções. Toda a
situação deixa Ofélia com a imagem de um príncipe mentalmente desequilibrado.
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