terça-feira, 17 de dezembro de 2019
Seinfeld: Temporada 02 - Episódio 02
Resumo e análise da Cenas IV e V do Ato IV de Romeu e Julieta
Resumo
Bem cedo na manhã seguinte, a casa
Capuleto fervilha com os preparativos para o casamento. Capuleto manda a
enfermeira acordar a filha. Ela encontra Julieta morta e começa a lamentar a situação,
logo acompanhada pelos pais. Páris chega com Frei Lourenço e um grupo de
músicos para o casamento. Quando descobre o que aconteceu, junta-se aos
lamentos. O frade lembra a todos que Julieta foi para um lugar melhor e pede
que se preparem para o funeral. Tristemente, eles obedecem e saem.
Deixados para trás, os músicos
começam a arrumar os seus apetrechos. Pedro, o servo capuleto, entra e pede-lhes
que toquem uma música feliz para aliviar o seu coração triste. Eles recusam,
argumentando que tocar essa música seria inapropriado. Irritado, Pedro insulta-os,
e os músicos respondem da mesma forma. Depois de lhes dirigir um insulto final,
Pedro sai. Os músicos decidem esperar que os enlutados retornem, para que
possam comer o almoço que será servido.
Análise
No seu luto por Julieta, os
Capuletos aparecem menos como uma força hostil organizada contra os amantes e
mais como indivíduos. O público compreende as imensas esperanças que os Capuletos
depositaram em Julieta, bem como um sentimento de amor por ela. Da mesma forma,
o amor de Páris por Julieta parece totalmente legítimo. O seu lamento não pode
ser simplesmente entendido o lamento pela perda de uma esposa que lhe poderia
ter trazido fortuna. Parece ser mais pessoal que isso, mais como o pesar pela
perda de um ente querido.
Muitas produções de Romeu e
Julieta cortam a cena representando Pedro e os músicos. As produções fazem
isso por um bom motivo: o humor da cena e os insultos trocados parecem mal
colocados num momento tão trágico da peça. Se alguém olhar a cena como um mero
alívio cómico, é possível argumentar que ela age como uma espécie de cesura, um
momento para o público recuperar o fôlego da tragédia do Ato IV antes de entrar
na tragédia ainda maior do Ato V. Se olharmos a cena em contexto com as cenas
anteriores que incluem servos, um segundo argumento pode ser apresentando acerca
do motivo pelo qual Shakespeare a incluiu. De cada cena que inclui criados,
obtemos uma perspetiva única dos acontecimentos da peça. Aqui, na figura dos
músicos, temos uma visão profundamente diferente da reação das classes mais
baixas à tragédia da morte de Julieta. Inicialmente, os músicos têm receio de
tocar uma música feliz, porque ela será considerada imprópria,
independentemente das explicações. Afinal, não cabe a um mero músico dar
explicações aos nobres que estão de luto. À medida que a cena avança, fica
claro que os músicos realmente não se importam muito com Julieta ou com a
tragédia que a envolve. Eles preocupam-se mais com o facto de estarem sem
emprego e, talvez, com a perda de um almoço grátis. Por outras palavras, essa
grande tragédia, que é, sem dúvida, uma tragédia de proporções épicas, ainda
não é uma tragédia para todos.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena III do Ato IV de Romeu e Julieta
Resumo
No seu quarto, Julieta pede à enfermeira
que a deixe passar a noite sozinha e repete o pedido à mãe quando ela chega.
Sozinha, segurando o frasco que Frei Lourenço lhe deu, pergunta-se o que
acontecerá quando o beber. Se o frade não for digno de confiança e procurar
apenas ocultar o seu papel no seu casamento com Romeu, ela poderá morrer; ou,
se Romeu se atrasar por algum motivo, ela pode acordar na tumba e enlouquecer
de medo. Julieta tem uma visão na qual vê o fantasma de Tebaldo procurando pelo
marido. Ela implora ao fantasma que desista da sua busca por Romeu e, brindando
ao marido, bebe o conteúdo do frasco.
Análise
Mais uma vez, Julieta demonstra a sua
força. Ela mostra-se racional após refletir sobre a razão pela qual beber a
poção para dormir lhe pode causar danos físicos ou psicológicos, mas escolhe
beber de qualquer maneira. Nesta ação, não apenas tenta contornar as forças que
obstruem o seu relacionamento com Romeu, como também assume total
responsabilidade por si mesma. Ela reconhece que beber a poção pode levá-la à
loucura ou à morte. Esse gesto, portanto, constitui uma ação em que ela tira a
vida com as próprias mãos e determina o seu valor para ela. Além do óbvio presságio
presente na visão de Julieta do fantasma vingativo de Tebaldo, o facto de ela
beber a poção também sugere acontecimentos futuros. Julieta bebe a poção, assim
como Romeu depois beberá o veneno do farmacêutico. Ao beber a poção, ela não
apenas demonstra vontade de tirar a vida com as próprias mãos, mas contraria o
que é esperado das mulheres e age.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena II do Ato IV de Romeu e Julieta
Resumo
Julieta regressa a casa, onde
encontra os pais preparando-se para o casamento. Ela surpreende-os ao
mostrar-se arrependida da sua desobediência e ao aceitar alegremente casar-se
com Páris. Capuleto fica tão satisfeito que insiste em antecipar o casamento
por um dia, para quarta-feira – o dia seguinte. Julieta dirige-se aos seus
aposentos para, aparentemente, se preparar para o casamento. O pai vai embora
para contar as notícias a Páris.
Análise
Contrastando com o que foi dito,
na cena anterior, sobre Frei Lourenço, é um desafio situar Páris ao longo do
continuum moral da peça. Ele não é exatamente um adversário de Romeu e Julieta,
pois nunca age conscientemente para os prejudicar ou ir contra os seus desejos.
Como quase todos, ele não sabe nada sobre o relacionamento dos recém-casados.
Os seus sentimentos por Julieta também são motivo de alguma ambiguidade, já que
o público nunca tem acesso aos seus pensamentos. Evidências textuais
posteriores indicam que Páris abriga um amor legítimo por Julieta e, embora assuma
arrogantemente que ela desejará casar-se com ele, nunca a trata com maldade. No
entanto, porque a jovem não o ama, ele representa uma potencialidade real e
assustadora para Julieta.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena I do Ato IV de Romeu e Julieta
Resumo
Na sua cela, Frei Lourenço fala
com Páris sobre o casamento iminente com Julieta. Páris diz que a tristeza de
Julieta pela morte de Tebaldo a desequilibrou e que, na sua sabedoria, Capuleto
determinou que eles se casassem em breve, para que ela parasse de chorar e
encerrasse o seu período de luto. O frade observa para si mesmo que desejaria
não ter consciência do motivo pelo qual o casamento de Páris com Julieta deve
ser adiado.
Julieta entra e Páris fala com ela
com amor, embora de maneira arrogante. A jovem responde indiferentemente, não
mostrando afeto nem aversão. Ela observa que ainda não se casou com ele. Com o
pretexto de ouvir a confissão de Julieta, Frei Lourenço conduz Páris para
longe, embora não antes de o rapaz a beijar uma vez. Depois de Páris sair,
Julieta pede ajuda ao frade, brandindo uma faca e dizendo que se matará ao
invés de se casar com Páris. O frade propõe um plano: Julieta deve consentir em
se casar com Páris; então, na noite anterior ao casamento, deve tomar uma poção
para dormir que a fará parecer morta; será posta para descansar na tumba dos
Capuletos, e o frade enviará uma mensagem a Romeu em Mântua para o ajudar a
recuperá-la quando ela acordar. Julieta retornará a Mântua com Romeu e estará
livre para morar com ele longe do ódio dos seus pais. Ela concorda com o plano
de todo o coração. Frei Lourenço dá-lhe a poção para dormir.
Análise
Frei Lourenço é a personagem mais
ardilosa da peça: ele, secretamente, casa os dois amantes, leva Romeu a Mântua
e encena a morte de Julieta. As maquinações do frade também parecem ser
ferramentas do destino. No entanto, apesar do papel que Frei Lourenço
desempenha na morte dos amantes, Shakespeare nunca o apresenta sob uma luz
negativa, ou mesmo ambígua. Ele é sempre tratado como uma presença benigna e
sábia. O fracasso trágico dos seus planos é tratado como um acidente desastroso
no qual o frade não tem responsabilidade.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena V do Ato III de Romeu e Julieta
Resumo
Pouco antes do amanhecer, Romeu
prepara-se para descer da janela de Julieta, para começar o seu exílio. Ela tenta
convencê-lo de que os gritos de pássaros que ouvem são do rouxinol, uma ave
noturna, e não da cotovia, um pássaro matutino. Romeu não pode aceitar as suas
reivindicações; ele deve sair antes que a manhã chegue ou ser morto. Julieta
declara que a luz lá fora não vem do sol, mas de algum meteoro. Superado pelo
amor, ele responde que ficará com Julieta e que não se importa se os homens do
príncipe o matam. Diante dessa reviravolta, a jovem esposa declara que o
pássaro que ouviram foi a cotovia; que é madrugada e ele deve fugir. A
enfermeira entra para avisar Julieta que Lady Capuleto se aproxima. O casal
separa-se em lágrimas. Romeu sai pela janela. De pé, no pomar abaixo da sua
janela, promete a Julieta que se verão novamente, mas ela responde que ele
parece pálido, como um morto no fundo de uma tumba. O marido retorque que, para
ele, ela aparece da mesma maneira, e que é apenas a tristeza que faz os dois
parecerem pálidos. Romeu apressa-se enquanto Julieta puxa a escada e implora ao
destino que o traga de volta rapidamente.
Lady Capuleto chama a filha, que
se pergunta por que razão a mãe viria falar com ela tão cedo pela manhã. Sem
saber que a jovem é casada com Romeu, Lady Capuleto entra na sala e confunde as
lágrimas de Julieta como um sofrimento contínuo por Tebaldo. A mulher conta-lhe
o seu profundo desejo de ver "o vilão Romeu" morto. Julieta leva a
mãe a acreditar que ela também deseja a morte de Romeu, quando na verdade está a
declarar firmemente o seu amor por ele. Lady Capuleto conta à filha sobre o plano
de Capuleto de Julieta casar com Páris na quinta-feira, explicando que o pai
deseja fazê-la feliz. A jovem fica horrorizada. Ela rejeita o enlace, dizendo:
“Eu não me vou casar ainda; e quando o fizer, juro / será Romeu – que sabe que
odeio - / em vez de Páris”. Capuleto entra na câmara. Quando descobre a
determinação de Julieta em o desafiar, fica furioso e ameaça renegar a filha se
ela se recusar a obedecer-lhe. Quando Julieta pede à mãe que interceda, esta
nega-lhe a ajuda.
Depois de Capuleto e Lady Capuleto
se afastarem, Julieta pergunta à enfermeira como poderá escapar da situação. A
enfermeira aconselha-a a prosseguir com o casamento com Páris – ele é um par
melhor, diz ela, e Romeu está como morto de qualquer maneira. Embora enojada
com a deslealdade da sua enfermeira, Julieta finge concordar e diz-lhe que fará
a confissão na casa de Frei Lourenço. Julieta corre para o frade, jurando que
nunca mais confiará no conselho da enfermeira. Se o religioso for incapaz de a ajudar,
Julieta comenta consigo mesma que ainda tem o poder de tirar a própria vida.
Análise
Para combater a chegada da luz, Julieta
tenta mudar mais uma vez o mundo através da linguagem: ela afirma que a cotovia
é realmente um rouxinol. Na cena da varanda, Romeu viu Julieta transformando a
noite em dia, aqui ela é capaz de transformar o dia em noite. Mas, assim como os
seus votos de desprezar os seus nomes não conseguiram superar as instituições
sociais que os atormentaram, eles não podem mudar o tempo. Julieta é, dos dois,
a mais pragmática e percebe que Romeu deve partir, enquanto ele está disposto a
morrer simplesmente para permanecer ao lado dela.
Num momento remanescente da cena
da varanda, uma vez do lado de fora, Romeu despede-se de Julieta enquanto ela
fica de pé à sua janela. Aqui, os amantes experimentam visões que prenunciam
descaradamente o final da peça. Este será o último momento que passam vivos na
companhia um do outro. Quando Julieta voltar a ver Romeu, ele estará morto e,
quando ela olha pela janela, já o vê morto: “Ó Deus, tenho uma alma que
adivinha mal! / Acho que te vejo, agora tu és tão baixo, / Como alguém morto no
fundo de uma tumba. / Ou a minha visão falha, ou tu pareces pálido”.
No confronto com os pais após a
partida de Romeu, Julieta mostra a sua completa maturidade. Ela domina a
conversa com a mãe, que não consegue acompanhar a inteligência da filha e,
portanto, não tem ideia de que Julieta está a proclamar o seu amor por Romeu
sob o pretexto de dizer exatamente o contrário. A sua decisão de romper com o
conselho da sua enfermeira desleal – e, de facto, excluir a enfermeira de qualquer
das suas ações futuras – é outro passo no seu desenvolvimento. Ter uma
enfermeira é uma marca da infância; ao abandonar a enfermeira e manter a
lealdade para com o marido, Julieta abandona completamente da infância e entra
na feminilidade.
Shakespeare situa esse
amadurecimento logo após a noite de núpcias da jovem, vinculando a ideia do
desenvolvimento desde a infância até à idade adulta à experiência sexual. De facto,
Julieta sente-se tão forte que desafia o pai, mas nessa ação ela aprende o
limite do seu poder. Por mais forte que possa ser, não passa de uma mulher num
mundo dominado por homens. Poder-se-ia pensar que Julieta deveria aceitar o
convite do pai para a renegar e ir morar com Romeu em Mântua. Isso não é uma
opção, porém. Julieta, como mulher, não pode deixar a sociedade; e o pai dela
tem o direito de fazê-la fazer o que ele deseja. Embora derrotada pelo pai,
Julieta não volta a ser uma menina. Ela reconhece os limites do seu poder e, se
não for possível encontrar outra maneira, decide usá-lo: para uma mulher em
Verona que não pode controlar a direção da sua vida, o suicídio, a capacidade
bruta de viver ou não viver essa vida, pode representar o único meio de afirmar
autoridade sobre o eu.
Traduzido de SparkNotes
Seinfeld: Temporada 02 - Episódio 01
Resumo e análise da Cena IV do Ato III de Romeu e Julieta
Resumo
Capuleto, Lady Capuleto e Páris
caminham juntos. Capuleto diz que, devido aos terríveis acontecimentos
recentes, não teve tempo de perguntar à filha sobre os sentimentos dela por Páris.
Lady Capuleto afirma que ela conhecerá os pensamentos da filha pela manhã. Páris
está prestes a sair quando Capuleto o chama de volta e lhe diz que acha que a
filha o ouvirá, depois corrige-se e afirma que tem a certeza de que Julieta
cumprirá a sua decisão. Ele promete a Páris que o casamento será realizado na
quarta-feira, depois para de repente e pergunta que dia é aquele. Páris
responde que é segunda-feira; Capuleto decide que quarta-feira é muito cedo e que
o casamento deve ser realizado na quinta.
Análise
As razões de Capuleto para mudar a
data do casamento de Julieta com Páris não são totalmente claras. Em cenas
posteriores, ele afirma que deseja trazer um pouco de alegria para um momento
triste e querer curar Julieta do seu profundo luto (é claro que, ironicamente,
ela lamenta o banimento do marido e não a morte de Tebaldo). Mas também é
possível que, neste momento de conflito com os Montecchios, Capuleto deseje
toda a ajuda política que puder obter. Um casamento entre a filha e Páris, um
parente próximo do príncipe, ajudaria bastante nesse aspeto. Independentemente
da motivação de Capuleto, a sua decisão torna óbvia a impotência das mulheres de
Verona. A impotência de Julieta nesta situação é posta a nu pela ironia da
determinação de Capuleto de empurrar o casamento de quarta para quinta-feira,
quando alguns dias antes ele queria adiar o casamento por dois anos.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena III do Ato III de Romeu e Julieta
Resumo
Na cela de Frei Lourenço, Romeu é
tomado pela tristeza e pergunta-se que sentença o príncipe decretou. O frade responde-lhe
que tem sorte: o príncipe apenas o baniu. Romeu afirma que o banimento é uma
pena muito pior que a morte, pois ele terá de viver, mas sem Julieta. O frade
tenta aconselhar Romeu, mas o jovem é tão infeliz que não aceita nada disso e
cai no chão. A enfermeira chega e Romeu pede desesperadamente notícias sobre
Julieta. Ele assume que a esposa agora pensa nele como um assassino e ameaça esfaquear-se.
Frei Lourenço detém-no e repreende-o por não ser viril. O religioso explica que
Romeu tem muito a agradecer: ele e Julieta estão vivos, e depois de os
problemas acalmarem, o príncipe Della-Scala pode mudar de ideia. O frade
estabelece um plano: Romeu visitará Julieta naquela noite, mas terá de deixar o
seu aposento e Verona, antes da manhã. Irá depois residir em Mântua até que as
notícias do seu casamento se espalhem. A enfermeira entrega a Romeu o anel de
Julieta, e esse símbolo físico do seu amor revive o seu espírito. A enfermeira
parte e Romeu despede-se do frade. Ele deve preparar-se para visitar Julieta e
depois fugir para Mântua.
Análise
Shakespeare cria uma tensão
psicológica interessante em Romeu e Julieta, vinculando consistentemente
a intensidade do amor jovem com um impulso suicida. Embora o amor seja
geralmente o oposto do ódio, violência e morte, Shakespeare retrata a autoaniquilação
como aparentemente a única resposta à esmagadora experiência emocional que
constitui ser jovem e apaixonada. Romeu e Julieta parecem flertar com a ideia
da morte durante grande parte da peça, e a possibilidade de suicídio repete-se
com frequência, prenunciando as suas mortes finais no Ato V. Quando Julieta
entende mal a enfermeira e pensa que Romeu está morto, ela não pensa que ele
foi morto, mas que se matou. E, pensando que Romeu está morto, Julieta decide
rapidamente que ela também deve morrer. O seu amor por Romeu não permitirá outro
curso da ação.
A ameaça real de suicídio feita
por Romeu na cela de Frei Lourenço, na qual ele deseja "saquear / A odiosa
mansão" que é o seu corpo para que possa erradicar o seu nome, lembra a
cena da varanda, na qual Romeu despreza o seu nome Montecchio na frente de
Julieta, dizendo: "Se eu a tivesse escrito, rasgaria a palavra". Na
cena da varanda, um nome parecia ser uma coisa simples que podia segurar na sua
frente e rasgar. Uma vez rasgado, poderia facilmente viver sem ele. Agora, com
uma melhor compreensão de como é difícil escapar às responsabilidades e
reivindicações da lealdade da família, de ser um Montecchio, Romeu modifica a
metáfora. Ele não se concebe mais como capaz de rasgar o seu nome. Em vez
disso, agora deve arrancá-lo do corpo e, no processo, morrer.
Resumo e análise da Cena II do Ato III de Romeu e Julieta
Resumo
Na casa de Capuleto, Julieta
anseia que a noite caia, para que Romeu a encontre "sem falar e sem ser
visto". De repente, a enfermeira chega com as notícias da luta entre Romeu
e Tebaldo. Mas a enfermeira está tão perturbada que tropeça nas palavras,
fazendo parecer que Romeu está morto. Julieta assume que ele se matou e resigna-se
a morrer. A enfermeira então começa a lamentar a morte de Tebaldo, e Julieta
teme brevemente que este e Romeu estejam mortos. Quando a história é finalmente
contada e Julieta entende que Romeu matou Tebaldo e foi condenado ao exílio,
amaldiçoa a natureza de que deve colocar "o espírito de um demónio"
na "carne doce" de Romeu. A enfermeira ecoa Julieta e amaldiçoa o
nome de Romeu, mas a jovem denuncia-a por ter criticado o marido e acrescenta
que ela se arrepende de o ter culpado. Julieta afirma que o banimento de Romeu
é pior do que dez mil Tebaldos mortos. Ela lamenta que vai morrer sem ter uma
noite de núpcias, uma solteira viúva. A enfermeira assegura-lhe, no entanto,
que sabe onde Romeu está escondido, e fará com que ele a encontre na noite de
núpcias. Julieta dá à enfermeira um anel para dar ao marido como um sinal do
seu amor.
Análise
O amor entre Romeu e Julieta,
feliz no ato II, é testado em circunstâncias terríveis, já que o conflito entre
as suas famílias é mais desastroso do que se poderia imaginar. A maneira como
os jovens amantes respondem à sua separação iminente ajuda a definir as
qualidades essenciais das suas respetivas personagens. Depois de ouvir que deverá
ser exilado, Romeu age com o drama habitual: fica triste e dominado pela sua
paixão. Ele cai no chão, recusa-se a ouvir a razão e ameaça matar-se. Julieta,
por outro lado, mostra um progresso significativo no seu desenvolvimento, desde
a menina simples e inocente do primeiro ato até à mulher corajosa, madura e
leal da conclusão da peça. Depois de criticar Romeu pelo seu papel na morte de
Tebaldo e de ouvir a enfermeira dizer o nome de Romeu, ela recupera o controle
de si mesma e percebe que a sua lealdade deve ser para com o marido, e não para
o primo Tebaldo.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
Resumo e análise da Cena I do Ato III de Romeu e Julieta
Resumo
Enquanto caminham na rua sob o sol
escaldante, Benvólio sugere a Mercúcio que entrem em casa, temendo que uma altercação
seja inevitável caso encontrem homens Capuletos. Mercúcio responde que Benvólio
tem um temperamento tão rápido quanto qualquer homem na Itália e não deve
criticar os outros por seus fusíveis curtos. Tebaldo
entra em cena acompanhado de um grupo de amigos. Aproxima de Benvólio e Mercúcio
e pede para falar com um deles. Irritado, Mercúcio começa a provocá-lo. Romeu
entra também e Tebaldo volta a sua atenção de Mercúcio para ele e chama-o
vilão. Romeu, agora secretamente casado com Julieta e, portanto, parente de
Tebaldo, recusa-se a ficar irritado com o ataque verbal de Tebaldo. Este ordena
a Romeu que puxe da sua espada. O jovem protesta que tem boas razões para amar
Tebaldo e não deseja lutar com ele. E pede que, até que Tebaldo saiba o motivo
desse amor, deixe de lado a espada. Mercúcio, com raiva, sacode a espada e
declara com humor cortante que, se Romeu não lutar contra Tebaldo, ele o fará.
Mercúcio e Tebaldo começam a lutar. Romeu, tentando restaurar a paz, coloca-se
entre os combatentes. Tebaldo apunhala Mercúcio por debaixo do braço de Romeu
e, quando aquele cai ferido, Tebaldo e os seus homens fogem apressadamente.
Mercúcio morre, amaldiçoando os Montecchios e os Capuletos: “Uma praga a ambas
as casas”, e ainda derramando suas loucuras espirituosas. Enfurecido, Romeu
declara que o seu amor por Julieta o tornou efeminado e que deveria ter lutado
contra Tebaldo no lugar de Mercúcio. Quando Tebaldo, ainda zangado, volta à
cena, Romeu empunha a espada. Eles lutam, e Romeu mata Tebaldo. Benvólio pede-lhe
que fuja; aproxima-se um grupo de cidadãos indignados com as recorrentes lutas
de rua. Romeu, chocado com o que aconteceu, grita "Oh, sou o joguete do
destino!" E foge.
O príncipe entra, acompanhado por
muitos cidadãos, os Montecchios e os Capuletos. Benvólio conta ao príncipe a
história da luta, enfatizando a tentativa de Romeu de manter a paz, mas Lady
Capuleto, tia de Tebaldo, chora que Benvólio está a mentir para proteger os
Montecchios. Ela exige a vida de Romeu. O príncipe Della-Scala prefere exilá-lo
de Verona. Ele declara que, caso Romeu seja encontrado na cidade, será morto.
Análise
A violência repentina e fatal na
primeira cena do ato III, bem como o acumular de lutas, serve como um lembrete
de que, não obstante toda a ênfase estar colocada no amor, na beleza e no romance,
Romeu e Julieta tem lugar num mundo ainda masculino em que as noções de
honra, orgulho e status tendem a entrar em erupção durante um conflito.
A crueldade e os perigos do ambiente social da peça são ferramentas dramáticas
que Shakespeare emprega para fazer com que o romance dos amantes pareça ainda
mais precioso e frágil – o seu relacionamento é a única pausa do público confrontado
com o mundo brutal que pressiona contra o amor de Romeu e Julieta. As rixas
entre Mercúcio e Tebaldo e depois entre este e Romeu são caóticas; Tebaldo mata
Mercúcio por sob o braço de Romeu, foge e, de repente e inexplicavelmente,
volta para lutar contra Romeu, que o mata como vingança. A paixão supera a
razão a cada passo.
O grito de Romeu ("Oh, sou o
joguete do destino!") refere-se especificamente à sua falta de sorte ao
ser forçado a matar o primo da sua nova esposa, sendo, por isso, banido. Lembra
também que o destino paira sobre a peça. A resposta de Mercúcio ao seu destino,
no entanto, é notável na maneira como diverge da resposta de Romeu. Este culpa
o destino, ou a fortuna, pelo que aconteceu consigo. Já Mercúcio amaldiçoa os
Montecchios e os Capuletos. Ele parece ver as pessoas como a causa da sua morte
e não dá crédito a nenhuma força maior.
A sociedade elisabetana geralmente
acreditava que um homem demasiadamente apaixonado perdia a sua masculinidade.
Romeu concorda claramente com essa crença, como se comprova quando afirma que o
seu amor por Julieta o fez "efeminado". Mais uma vez, porém, essa
afirmação pode ser vista como uma batalha entre o mundo privado do amor e o
mundo público da honra, dever e amizade. O Romeu que duela com Tebaldo é o
Romeu que Mercúcio chamaria de "verdadeiro" Romeu. O que procurou
evitar o confronto por preocupação com a sua esposa é a pessoa que Julieta
reconheceria como o seu Romeu amoroso. A palavra efeminado é aplicada pelo
mundo público da honra àquelas coisas que não respeita. Ao usar o termo para
descrever o seu estado atual, Romeu aceita as responsabilidades que lhe são
impostas pelas instituições sociais de honra e dever da família.
A chegada do príncipe e dos
cidadãos enfurecidos muda o foco da peça para um tipo diferente de esfera
pública. O assassinato de Tebaldo por Romeu é marcado pela imprudência e
vingança, características apreciadas pelos nobres, mas que ameaçam a ordem
pública que os cidadãos desejam e que o príncipe tem a responsabilidade de
defender. Como alguém que exibiu essas características, Romeu é banido de
Verona. Antes, o príncipe agiu para reprimir o ódio dos Montecchios e dos Capuletos,
a fim de preservar a paz pública; agora, ainda atuando para evitar surtos de
violência, o príncipe, involuntariamente, age para frustrar o amor de Romeu e
Julieta. Consequentemente, com o seu amor censurado não apenas pelos Montecchios
e pelos Capuletos, mas também pelo governador de Verona, a relação do par
amoroso põe Romeu em perigo de uma represália violenta por parte dos parentes
de Julieta e do estado.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise das Cenas V e VI do Ato II de Romeu e Julieta
Resumo
Romeu e Frei Lourenço esperam que
Julieta chegue à cela. Um Romeu em êxtase afirma descaradamente que não se
importa com o infortúnio que possa vir, pois ficará pálido em comparação com a
alegria que sente agora. O frade aconselha-o a amar moderadamente e não com
muita intensidade, dizendo: “essas delícias violentas têm fins violentos”.
Julieta entra e Romeu pede-lhe que fale poeticamente do seu amor. Ela responde
que aqueles que podem tão facilmente descrever o seu "valor" são
mendigos, o seu amor é demasiado grande para ser descrito com tanta facilidade.
Os amantes saem com o frade e são casados.
Análise das cenas V e VI
Ao longo destas cenas, Shakespeare
enfatiza a emocionante alegria do amor jovem e romântico. Romeu e Julieta estão
elétricos antecipando o que está para vir. Numa cena maravilhosamente cómica, ela
mal consegue conter-se quando a enfermeira finge estar cansada demais para lhe
dar a notícia. Romeu está igualmente excitado, proclamando impetuosamente e de
forma blasfema que o seu amor é a força mais poderosa do mundo.
Embora a euforia do amor domine
claramente estas cenas, alguns presságios ameaçadores são revelados. O jogo da
piada da enfermeira, no qual ela adia contar a Julieta as notícias, encontrará
o seu triste espelho numa cena futura, quando a angústia da enfermeira a impede
de relatar notícias a Julieta causando, assim, uma terrível confusão. Existe um
presságio mais profundo na observação do frade, referindo-se ao amor poderoso
de Romeu, de que "essas delícias violentas têm fins violentos". Todos
os espectadores sabem que a peça é uma tragédia e que Romeu e Julieta morrerão.
As palavras do frade, portanto, são mais do que apenas uma diferença de opinião
relativamente a Romeu; elas reforçam a presença e o poder do destino.
A devoção de Frei Lourenço à
moderação é interessante, pois oferece uma alternativa à maneira como todas as
outras personagens de Romeu e Julieta vivem suas vidas. De Romeu a Tebaldo,
de Montecchio a Capuleto, todas as personagens seguem a paixão, abandonando a cautela.
O frade critica esse modo de agir e sentir, notando o seu poder destrutivo.
Frei Lourenço certamente está correto, mas, depois de expor sua crença, o frade
envolve-se em todo o excesso e paixão contra os quais aconselhou as personagens.
A paixão dos jovens amantes pode ser destrutiva, mas também é extraordinariamente
bela; se Romeu e Julieta fossem moderados na sua afeição, o seu amor não soaria
como o conhecemos.
Resumo da Cena V do Ato II de Romeu e Julieta
Resumo
No pomar de Capuleto, Julieta
espera impacientemente a sua enfermeira, a quem enviou para encontrar Romeu
três horas antes. Por fim, ela regressa e a jovem pressiona-a ansiosamente por
notícias. A enfermeira afirma estar cansada demais, dolorida e sem fôlego para lhe
contar o que aconteceu. Julieta fica frenética e, eventualmente, a enfermeira
cede e diz-lhe que Romeu está esperando na cela de Frei Lourenço para casar com
ela. A enfermeira parte para esperar no caminho o criado de Romeu, que deve trazer
uma escada para ele usar para subir à câmara de Julieta naquela noite, para
consumar o casamento.
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