O que uma derrota na Liga dos Campeões faz à ignorância: desperta-a!
quarta-feira, 2 de novembro de 2022
segunda-feira, 31 de outubro de 2022
Biografia de Platão
428 a.C. Nasce
em Atenas, filho de Ariston e de Perictione. É originário de uma família aristocrática
e o seu nome é Aristócles, tal como o seu avô, no entanto desde cedo é chamado
de Platão, palavra grega que designa um indivíduo de ombros largos e testa
ampla.
408 a.C. Conhece
Sócrates e torna-se seu discípulo.
399 a.C. Dá-se
o processo e a condenação à morte de Sócrates, um processo que marcou profundamente
a vida e o pensamento de Platão. Após a morte do Mestre, refugia-se em Mégara,
onde permanece algum tempo.
399/8 a.C. Redige
as suas primeiras obras, que se tornam conhecidas por «diálogos socráticos».
394 a.C. Ocorre
a batalha de Corinto, em que Platão participou.
388 a.C. Faz
a primeira viagem à Sicília, com o objetivo de educar o rei Dionísio I.
387 a.C. Tendo
sido mal sucedida a sua primeira viagem à Sicília, regressa a Atenas. Dedica-se
à educação dos jovens e funda a Academia.
385 a.C. Esta
é a data provável em que é escrito o Fédon.
367 a.C. Dá-se
a morte de Dionísio I e a subida ao trono do seu filho Dionísio II. Platão
deixa a Academia e retorna à Sicília. Regressa neste mesmo ano a Atenas e
retoma o seu lugar na sua Academia, que passa a ser frequentada por
Aristóteles.
361 a.C. Vai
pela terceira vez em viagem à Sicília e regressa a Atenas.
353 a.C. Escreve
a Carta VII, que constitui uma fonte importante de dados biográficos.
348/7 a.C. Morre
aos 80 ou 81 anos, altura em que escrevia a obra As Leis.
Análise de Madame Bovary
I. Contexto
II. Ação
1. Resumo
2. Capítulos
* Parte I
. Capítulo I: resumo
. Capítulo II: resumo
. Capítulo III: resumo
. Capítulo IV: resumo
. Capítulo V: resumo
. Capítulo VI: resumo
* Parte II
. Capítulo I: resumo
. Capítulo II: resumo
. Capítulo III: resumo
. Capítulo IV: resumo
. Capítulo V: resumo
. Capítulo VI: resumo
. Capítulo VII: resumo
. Capítulo VIII: resumo
. Capítulo IX: resumo
Resumo do capítulo VII da Parte II de Madame Bovary
Após a partida de Leon, Emma volta a
cair em depressão. Ela mostra-se mal-humorada, irritável, nervosa e miserável. Sonha
constantemente com Leon e lamenta não ter cedido ao seu amor por ele. Neste
estado, conhece um rico e bonito proprietário de terras chamado Rodolphe
Boulanger, que traz um criado para ser tratado por Charles. Durante o
tratamento, Justin, assistente de Homais que está apaixonado por Emma, desmaia
ao ver o sangue. Enquanto a protagonista cuida dele, Rodolphe é arrebatado pela
sua beleza e começa a conspirar para a seduzir.
Análise dos capítulos IV a VI da Parte II de Madame Bovary
Na conclusão do capítulo IV, ficamos
a conhecer melhor os sentimentos de Leon por Emma. Deste modo, descobrimos que
ele se envergonha da sua cobardia por ser incapaz de declarar o seu amor por
ela, que lhe escreveu e rasgou várias cartas de amor e que se sente frustrado
por ser casada.
Flaubert satiriza a ideia romântica
do amor como uma força transformadora avassaladora da natureza justapondo
imagens de furacões e tempestades com um dos efeitos mais mundanos do clima, os
danos causados pela água. Ao apresentar a sua descoberta de uma mossa na parede
num tom irônico de arrependimento, zomba da falta de conhecimento prático de
Emma, bem como da sua incapacidade e falta de vontade de conceber o real. O seu
conflito está contido nesta passagem. Ela anseia por ideais românticos irreais
e a princípio ignora e depois dececiona-se com as realidades imperfeitas da
vida, como a decadência.
A luta de Emma com a sua consciência, enquanto tenta fazer o
seu melhor para se tornar uma esposa e mãe obediente, mesmo quando é tentada
por um romance com Leon, em última análise, equivale à sua indulgência com o
papel romântico de mártir. Mas quando empurra a sua jovem filha para longe de
si num ataque de fúria, não pode continuar a fingir que é uma mulher de família
obediente. Ela é salva de uma infidelidade com Leon apenas por pela sua decisão
de partir para Paris. Por outro lado, o incidente com Berthe demonstra a sua incapacidade
de abraçar os instintos maternais. Pouco antes de empurrar a filha, encara-a
com desgosto, considerando-a mais como um objeto estranho – um móvel ou um
animal – do que como sua própria filha.
A conversa entre Emma e o padre oferece a Flaubert a oportunidade
para troçar da natureza superficial da religião entre a burguesia. Quando procura
a ajuda do padre, fá-lo porque necessita mesmo dela. Porém, o abade Bournisien
está preocupado não com assuntos espirituais, mas com banalidades mesquinhas: a
desordem dos seus alunos e as suas rotinas diárias. Quando Emma diz: “Estou a
sofrer.”, ele entende-a mal e assume que ela se refere ao calor do verão. A
cena é bem-humorada, mas também critica severamente a Igreja, implicando que
ela só pode fornecer confortos superficiais e é incapaz de ministrar a
necessidade espiritual bem real de que a protagonista necessita.
Madame Bovary tornou-se uma obra muito famosa em parte por causa da sua
técnica narrativa inovadora. Flaubert combina o seu estilo de prosa com narrativa
com notável precisão. Quando Emma está entediada, o texto parece arrastar-se;
quando ela está noiva, voa. Flaubert amplia o alcance simbólico do romance com
o desenvolvimento de Homais, personagem perfeitamente concebida para
representar tudo o que Flaubert odeia na nova burguesia. E ele introduz um
prenúncio quando o sinistro Lheureux sugere a Emma que é um agiota.
Resumo do capítulo VI da Parte II de Madame Bovary
Emma ouve o badalar dos sinos da
igreja e decide procurar ajuda aí. O pároco, o abade Bournisien, preocupado com
os seus próprios problemas e com um grupo de meninos indisciplinados na sua
aula de catecismo, ignora a profunda angústia de Emma. Posteriormente, num
acesso de irritabilidade, Emma empurra Berthe para longe de se, e a criança cai
e corta-se, no entanto diz que a filha estava a brincar e que caiu
acidentalmente. Emma está frenética e abalada, mas Charles eventualmente acalma-a.
Leon decide ir para Paris, para estudar Direito. Ama Emma,
mas os sentimentos dela tornam o romance impossível, e ele está totalmente
entediado em Yonville. Por outro lado, o homem também é tentado por aventuras
românticas que pensa que o aguardam em Paris. Quando se despede de Emma, ambos
ficam desajeitados e quietos, mas emocionam-se. Depois da sua partida, Charles
e Homais discutem as atrações e as dificuldades da vida na cidade.
Resumo do capítulo V da Parte II de Madame Bovary
Emma observa Leon, Homais e Charles
e decide que o marido é tão banal que a enoja. Ela percebe que Leon a ama, e,
quando se voltam a encontrar, comportam-se ambos de forma tímida e desajeitada,
sem saber como proceder. Emma está constantemente nervosa e começa a perder
peso. Imagina-se uma mártir, incapaz de se entregar ao amor por causa das
restrições que o facto de ser casada lhe impõe. Ela desempenha o papel de
esposa obediente de Charles e traz a filha, Berthe, de volta para casa da ama
de leite. No entanto, o desejo por Leon torna-se muito mais forte do que o seu
desejo de ser virtuosa, e entrega-se à autopiedade. Começa a chorar e culpa
Charles por toda a sua infelicidade. Um dia, um lojista chamado Monsieur
Lheureux dá a entender que ele é um agiota, caso ela precise de um empréstimo.
Resumo do capítulo IV da Parte II de Madame Bovary
Durante o inverno, os Bovary têm o
hábito de passar as noites de domingo na casa de Homais. Aí, Emma e Leon
desenvolvem um forte relacionamento. Cada um sente-se fortemente atraído pelo
outro, mas nenhum deles tem coragem de admitir o sentimento. Trocam pequenos
presentes, e as pessoas da cidade têm a certeza de que são amantes.
Análise dos capítulos I a III da Parte II de Madame Bovary
A superficialidade do romantismo de
Emma fica clara nas suas interações com Leon, que compartilha do seu amor pelos
sentimentos e paixão excessivos. A conversa de Emma com Leon no jantar é banal
e sentimental – eles discutem como os livros os transportam para longe das suas
vidas quotidianas –, mas para os dois parece arrebatadora e significativa. Ela
desafia o seu casamento estável, todavia insatisfatório, com um relacionamento
baseado em declarações falsamente profundas, em vez de sentimentos verdadeiros.
O nascimento da filha de Emma sublinha o materialismo dos
seus sentimentos, mas também introduz alguns dos argumentos feministas do
romance. Ela deseja ser uma figura materna apenas quando parece que o papel
pode ser glamoroso. Assim que percebe que não pode comprar roupas e móveis
caros para a bebé, o seu interesse desvanece-se, e vemos que o seu único
interesse pelo filho constitui um meio para realizar os seus próprios desejos.
Emma sonha ter um filho, porque acredita que ele terá o poder que lhe falta a
ela. Essa declaração franca mostra que Flaubert estava ciente e talvez
desaprovasse as liberdades concedidas às mulheres no final do século XIX. Emma
observa que “um homem, pelo menos, é livre; ele pode explorar todas as paixões
e todos os países, superar obstáculos, saborear os prazeres mais distantes. Mas
uma mulher é sempre prejudicada.” Os amantes de Emma desfrutam sempre de uma
liberdade que ela não possui.
A descrição de Flaubert do mundo
mundano que rodeia Emma é realista, mas um tanto exagerada. Ele usa uma linguagem
poética e florida para descrever Yonville, referindo que “o campo é como um
grande manto desdobrado com uma capa de veludo verde bordada com uma franja de
prata”. Mas Flaubert também reconhece a banalidade do cenário quando se refere
a “uma terra mestiça cuja linguagem, como a sua paisagem, não tem sotaque nem
caráter”. Ao descrever a mesma cena de maneiras contrastantes, Flaubert produz
dois efeitos. Primeiro, diferencia-se dos seus antecessores românticos, que
teriam avaliado uma cena monótona como indigna de sua atenção. Em segundo
lugar, faz contrastar a banalidade que Emma vê com a beleza que um estranho
pode perceber. Flaubert estabelece assim que, embora a protagonista possa estar
certa sobre o tédio da vida na aldeia, também é incapaz de captar uma camada de
beleza que a sua perspetiva é muito estreita para abarcar.
Os aldeões que cercam Emma proporcionam-nos
um contexto para entender historicamente o estatuto social de Emma. A ama de
leite que ela visita, por exemplo, mora numa pequena cabana com as crianças de
que cuida. Quando vê a protagonista, implora por pequenas necessidades – um
pouco de café, um pouco de sabão, um pouco de conhaque. Embora Emma continue
infeliz porque não pode socializar com a aristocracia em Paris, a sua visita à
ama de leite mostra-nos que está vive, comparativamente, bem. A estalajadeira
da aldeia, por sua vez, é uma mulher prática cujas únicas preocupações são se a
refeição será servida a horas e se os bêbados que frequentam a pousada vão
destruir a mesa de bilhar. Embora ela não tenha imaginação, também representa
algo que Emma não: uma mulher que aceita e gosta da sua vida.
sábado, 29 de outubro de 2022
Resumo do capítulo III da Parte II de Madame Bovary
Leon pensa em Emma constantemente. A
prática médica de Charles na nova área de residência começa devagar, mas ele
está animado com a chegada do filho. Finalmente, o bebé nasce. É uma menina,
contrariando os desejos de Emma. Põem-lhe o nome de Berthe, e os pais de
Charles ficam com eles durante um mês após a festa de batizado. Um dia, Emma
decide visitar o bebé na casa da ama de leite, que lhe pede algumas comodidades
extra. No caminho de regresso, Emma sente-se fraca e pede a Leon para a
acompanhar. Entretanto começam a espalhar-se rumores pela vila de que os dois
estão a ter um caso amoroso. Após a visita a casa da enfermeira, os dois dão um
passeio junto ao rio, durante o qual se descobrem apaixonados um pelo outro.
Resumo do capítulo II da Parte II de Madame Bovary
O correspondente de Charles em
Yonville, um boticário pomposo e detestável chamado Homais, janta na pousada
com os Bovary recém-chegados. O dono da pensão, um jovem advogado chamado Leon,
é convidado a juntar-se-lhes. Enquanto Charles e Homais discutem medicina, Emma
e Leon passam boa parte da refeição descobrindo as suas afinidades. Ela
descobre que o interlocutor também adora romances e ideais elevados.
Compartilhando essas inclinações, os dois sentem uma proximidade imediata e
acreditam que a sua conversa é bastante profunda. Quando os Bovary chegam à sua
nova casa, Emma espera que a sua vida mude para melhor e que a infelicidade
finalmente diminua.
Resumo do capítulo I da Parte II de Madame Bovary
A segunda parte da obre inicia-se
com uma descrição de Yonville-l'Abbaye, a cidade para a qual os Bovary se estão
a mudar. Os espaços mais importantes da cidade são a pousada Lion d'Or, a
farmácia de Monsieur Homais e o cemitério, onde o coveiro, Lestiboudois, também
cultiva batatas. O povo da aldeia aguarda a chegada da carruagem da noite, que de
se dá já tarde, transportando Charles e Emma, dado que foi vítima de um atraso motivado
pelo facto de o pequeno cão de Emma ter fugido durante a viagem.
Análise dos capítulos VII a IX de Madame Bovary
A narrativa é contada totalmente
pela perspetiva de Emma, o que permite ao narrador começar a desenvolver o conflito
básico inerente à sua situação: ela é incapaz de aceitar o mundo como ele é,
mas não pode mudá-lo para ser como deseja que seja. Agora que está casada com
um idiota da classe média, não aceita o seu destino, por isso mergulha na
fantasia, enquanto a pressão da sua constante revolta contra a realidade a
deixa inquieta, mal-humorada e, eventualmente, fisicamente doente.
A representação do baile por parte
de Flaubert e os eventos que se seguem mostram o contraste irónico entre a
experiência de Emma e a realidade. Flaubert apresenta, em simultâneo, a
realidade externa de como Emma olha para o baile e a realidade psicológica de
como o evento lhe parece. Ela está tão feliz que não percebe que ninguém no
baile lhe presta atenção, e a sua dança insignificante com o visconde torna-se,
na sua imaginação, um tremendo momento romântico. Na verdade, esta personagem
continua a ignorar o amor bem-intencionado do seu marido bem-humorado, mas
insípido, em favor das suas lembranças do baile passadas várias semanas depois de
todos já o terem esquecido. Quando Charles decide mudar-se para Yonville na
tentativa de salvar a saúde de Emma, esta, enquanto faz as malas, atira a sua
coroa de noite para o lume. Este gesto simboliza a sua rejeição ao casamento e
ao mundo complacente da classe média que, na opinião dela, a aprisionou.
Os olhos preconceituosos da personagem intensificam a atenção
realista de Flaubert aos detalhes, nomeadamente os detalhes da estupidez de
Charles são muito ampliados. Por exemplo, o narrador descreve cada barulho que
faz quando come. Flaubert também dedica vários parágrafos a uma descrição da
rotina diária extremamente aborrecida de Emma. O seu tédio torna-se um dos
temas do romance e um meio de desenvolver a personagem. O foco do autor no
tédio marca outro dos momentos em que o romance evolui do Romantismo.
A relação de Emma com as suas raízes agrícolas também é
explorada nesta seção. Flaubert coloca uma lembrança do passado no meio da
fantasia noturna de Emma, para mostrar que ela nunca poderá, realmente, fugir
às suas origens. No baile, permite-se esquecer que não é um membro privilegiado
do mundo da classe alta que está a «visitar», mas, quando um criado parte o vidro
de uma janela, ela vê os camponeses do lado de forma, o que lhe traz à memória
a vida simples no campo da sua juventude.
Resumo do capítulo IX de Madame Bovary
Fixada na sua caixa de charutos e nas
revistas femininas da moda, Emma fantasia com a vida da alta sociedade em
Paris, enquanto cresce o seu desânimo e frustração e se mostra mal-humorada e
caprichosa com o marido. Embora os negócios de Charles prosperem, a esposa fica
cada vez mais irritada com a sua falta de modos e estupidez. À medida que a sua
inquietação, o tédio e a depressão se intensificam, ela fica fisicamente
doente. Esforçando-se para a curar, Charles decide que se devem mudar para
Yonville, uma cidade que precisa de um médico. Antes da mudança, porém, Emma
descobre que está grávida. Enquanto faz as malas, ela deita o seu buquê de
noiva seco no fogo e vê-o arder.
Resumo do capítulo VIII de Madame Bovary
Embora encantada com a atmosfera de
riqueza e luxo do baile, Emma fica constrangida com o marido, que perspetiva
como um idiota desajeitado e sem sofisticação. Ela está rodeada por nobres e
mulheres ricos e elegantes, entre eles um velho que foi um dos amantes de Maria
Antonieta. Quando o salão de baile fica muito quente, um criado parte as
janelas para deixar entrar o ar. Emma olha para fora e vê camponeses olhando
boquiabertos; lembra-se da sua vida na quinta, que agora parece um mundo distante.
Um visconde dança com ela, que se sente como se tivesse sido enganada da vida
para a qual nasceu. A caminho de casa, o mesmo visconde passa por eles na
estrada e deixa cair uma caixa de charutos, que Emma guarda. De volta a Tostes,
mostra-se zangada com todos ao seu redor.
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