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segunda-feira, 17 de julho de 2023

Resumo do capítulo II da 2.ª parte de Memórias de um Sargento de Milícias


    Retoma-se a intenção da comadre de afastar José Manuel de Luisinha e, para isso, arma uma trama, culpando-o de uma cena que se passara no Oratório da Pedra. Assim, conta que uma rapariga muito rica, que vivia com a mãe nesse local, tinha enchido uma meia preta com joias e, de seguida, fugido com um homem, cuja identidade ninguém conhecia. Então, a comadre, aproveitando-se da curiosidade de D. Maria, fá-la jurar não contar nada a ninguém e diz-lhe que o homem é José Manuel.

    Nota-se sempre a necessidade de relembrar o leitor de certos aspetos passados, através da sua atualização.

Resumo do capítulo I da 2.ª parte de Memórias de um Sargento de Milícias


    Esta parte vai dar mais importância à vida adulta de Leonardo, pois até aqui narrou-se o seu nascimento, a infância e os primeiros amores.
    Sendo um romance, há várias intrigas secundárias a par da intriga principal. Por isso, temos capítulos ligados à ação principal alternando com outros dedicados a personagens ou intrigas secundárias. O próprio narrador tem consciência disto, quando refere que já há algum tempo não tratava de um certo assunto e que, por isso, era necessário retornar a ele. Isto está relacionado com a publicação da obra em periódicos, o que exigia uma certa estratégia, para lembrar o leitor de certos factos e personagens.
    Este primeiro capítulo da segunda parte descreve todos os preparativos para o parto do segundo filho de Leonardo Pataca. Nasce uma menina da sua relação com Chiquinha, a sobrinha da comadre, que o pai caracteriza como sendo o oposto do seu irmão Leonardo: era calma e risonha.

Resumo do capítulo XXIII de Memórias de um Sargento de Milícias


    Temos um longo tempo narrativo para o curto tempo real da história. O momento é rápido, mas a sua narração é longa, porque aumenta a análise psicológica do momento que antecede a declaração de Leonardo e Luisinha.

    Enquanto a comadre planeia derrotar o rival do afilhado, este arde em ciúmes e procura agir por sua conta, porém, sempre que fica a sós com a sua amada, as pernas tremem-lhe tanto que mal consegue ficar de pé ou articular qualquer palavra. Passado algum tempo, o rapaz ganha coragem e diz-lhe que lhe quer muito bem, o que faz com que Luisinha fique corada e desapareça pelo corredor.

Resumo do capítulo XXII de Memórias de um Sargento de Milícias


    José Manuel vai-se aproximando de Luisinha, o que deixa Leonardo e o padrinho preocupados e desagradados com a sua presença: o rapaz está apaixonado pela moça e o compadre vê nela um excelente meio de vida para o afilhado.

    Os dois estão tão preocupados que vão fazer com que a comadre entre no «negócio», a favor de Leonardo. Ela começa a atuar, procurando denegrir a imagem de José Manuel aos olhos de D. Maria.

Resumo do capítulo XXI de Memórias de um Sargento de Milícias


    O comportamento de Luisinha modifica-se e tudo é analisado profundamente. Leonardo está apaixonado por ela, porém a rapariga volta ao antigo estado de letargia, o que o deixa triste e despeitado.

    Surge uma nova personagem: José Manuel, caracterizado pela sua maledicência e oportunismo. Estamos na presença de um homem de trinta e cinco anos, magro, com um nariz muito grande e olhar penetrante, recentemente chegado da Baía. Entre ele e padrinho e afilhado gera-se uma grande antipatia, essencialmente motivada pelo facto de José Manuel ter percebido que Luisinha seria a única herdeira de D. Maria, pelo que quem se casasse com ela ficaria muito rico.

domingo, 16 de julho de 2023

Resumo do capítulo XX de Memórias de um Sargento de Milícias


    Neste capítulo, descreve-se o aprofundamento da relação entre Leonardo e Luisinha. Adensa-a a análise psicológica e o sentimento de Leonardo pela jovem. Temos, assim, um percurso que vai do riso à curiosidade e, por fim, ao êxtase. Há paralelamente um estudo da evolução dos comportamentos.

    Após a queima dos fogos, Leonardo e Luisinha voltam de mãos dadas.

Resumo do capítulo XIX de Memórias de um Sargento de Milícias


    O narrador descreve os costumes que envolvem a festa do Espírito Santo, acontecimento muito importante no Rio de Janeiro. Para a descrição desta festa, usa a mesma estratégia que usou para descrever o Canto dos Meirinhos: o contraste entre o passado e o presente.

    A visão de Leonardo a propósito da sobrinha de D. Maria altera-se: do riso (que lhe aflorara os lábios quando a vira pela primeira vez) passa à curiosidade. De facto, desta vez, ao ver a rapariga vestida de branco e com o cabelo penteado, em vez de rir, aprecia a sua figura, enquanto ela permanece em silêncio. Mais tarde, os quatro vão ver os fogos.

 

Resumo do capítulo XVIII de Memórias de um Sargento de Milícias


    A partir daqui, o narrador muda um pouco o discurso e a estratégia da narrativa. É o que ele afirma logo no início do capítulo.
    Passam-se alguns anos e o narrador vai dar-nos conta do que aconteceu com algumas personagens:

. o padrinho desespera, porque não consegue concretizar os seus objetivos em relação ao afilhado;

. o miúdo tornara-se um boémio e começa a ser tratado pelo seu nome: Leonardo;

. D. Maria envelheceu, mas continua com a mania das demandas e é nomeada tutora de uma sobrinha que é órfã;

. a comadre conseguiu juntar Leonardo Pataca e a sua sobrinha;

. as demais personagens conservam-se do mesmo jeito.

                A partir daqui, a análise psicológica das personagens é maior e mais profunda. Leonardo está apaixonado por Luisinha, a sobrinha de D. Maria, uma jovem alta, magra e pálida, de olhos sempre no chão, braços finos e compridos, cabelo até ao pescoço e mal penteado, sempre caído sobre a testa e os olhos.

Resumo do capítulo XVII de Memórias de um Sargento de Milícias


    Neste capítulo, introduz-se uma nova personagem, que é D. Maria, num ambiente de tradições e costumes. Num dia de procissão, o barbeiro, o afilhado, a comadre e a vizinha que não gosta de Leonardo estão hospedados em casa de D. Maria, uma mulher já idosa e bastante gorda, rica, religiosa e caridosa que tem a mania das demandas e pertence a uma aristocracia decadente.
    É depois da descrição do seu ambiente que se insere a personagem: é um ambiente de festa, pois, como ela vive perto do lugar onde passa a procissão, a sua casa está cheia de gente. Temos assim que a um ambiente corresponde uma personagem e a um costume, uma instituição.
    A certa altura, Leonardo ouve a vizinha falar de si à madrinha e, como vingança, pisa a barra da saia da mulher que se rasga toda quando esta se levanta. A única reação do padrinho é rir-se. O episódio faz com que se discuta o destino da criança. Ao saírem, D. Maria pede ao compadre que volta para falarem do menino, o que mostra que também a velha senhora se vai interessar pelo pequeno Leonardo, ou seja, apesar de endiabrado, é muito querido.
    Ao longo do capítulo, o narrador continua a dialogar com o leitor, através de constantes interpelações.

Resumo do capítulo XVI de Memórias de um Sargento de Milícias


    O mestre-de-cerimónias não chega ao destino, pois o Vidigal pretende apenas assusta-lo. Entretanto, a notícia corre rapidamente pela cidade, enquanto o desgraçado homem, envergonhado, regressa a sua casa.
    Assim, Leonardo consegue recuperar a confiança da cigana e os dois retomam o romance, para desgosto da comadre, que procurava envolve-lo com uma sobrinha.
    No fim do capítulo, referem-se os objetivos do compadre em relação ao ex-sacristão.

Resumo do capítulo XV de Memórias de um Sargento de Milícias


    Volta-se a Leonardo Pataca e às suas aventuras amorosas. O homem tem conhecimento de que a cigana é amante do mestre-de-cerimónias e engendra uma vingança e um plano para o afastar. A vendeta tem lugar no dia do aniversário da cigana e, para o efeito, Pataca recorre a uma figura chamada Chico-Juca, designado por «pardo», termo usado em vez de índio, tal como acontece na Carta de Caminha. A sua função é arranjar sarilhos na festa da cigana para atrair o Vidigal, que Leonardo procura antecipadamente para lhe dar conhecimento da festividade. O plano resulta: o major aparece e descobre o mestre-de-cerimónias, que a cigana procura ocultar, que é retirado do quarto para a casa da guarda em ceroulas, meias pretas e sapatos afivelados.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Resumo do capítulo XIV de Memórias de um Sargento de Milícias


    Como a vizinha se queixa ao mestre-de-cerimónias, os meninos preparam nova vingança. O mestre era português e mantinha uma relação secreta com a cigana que Leonardo Pataca adorava. A vingança dos miúdos recai sobre esta figura, um padre de meia idade formado em Coimbra. Eles não lhe tinham perdoado o facto de os ter humilhado na frente da vítima. Durante uma missa em que o eclesiástico é o pregador, os meninos vão a casa da cigana e dizem-lhe que é para o padre ir uma hora mais tarde (isto é, dez horas e não nove), porque a festa tinha sido adiada. No dia seguinte, às nove em ponto, a festa começa, mas do pregador nem sinal. Na sua ausência, o sermão fica a cargo de um frade capuchinho, porém ninguém o entende, porque é italiano. Quando o mestre-de-cerimónias chega, percebe que caiu numa armadilha e ambos começam a disputar o púlpito. Mal termina, o padre confronta Leonardo, que se defende dizendo que a cigana é testemunha de que ele havia dito que o sermão seria às nove horas. Concluída a festa, a criança é despedida, o que lhe é indiferente. Em virtude destes acontecimentos, a vizinha continua a agoirar maus desígnios para o menino, mas o padrinho persiste na ideia de o fazer padre.

Resumo do capítulo XIII de Memórias de um Sargento de Milícias


    Ao quinto dia de escola, o miúdo consegue convencer o padrinho de que já sabe ir sozinho para a escola, mas, em vez de ir aprender, falta à escola e vai brincar, nomeadamente junto da Sé, onde se reunia sempre muita gente, o que permitia que ninguém o encontrasse, caso o procurassem. Nas aulas, Leonardo é muito irrequieto, rebelde e desobediente, o que lhe granjeia muitos «bolos»; por outro lado, vende tudo o que tem aos colegas (o tinteiro, a pasta, a lousa) e gasta o dinheiro do pior modo possível. Em suma, acriança é o gazeta-mor e o apanha «bolos»-mor.
    Entretanto, o barbeiro descobre e passa a acompanhá-lo novamente, o que não lhe dá hipótese de ir para a brincadeira. Como sente saudades do tempo passado na Sé, pede ao padrinho que o faça sacristão, alegando que isso o prepararia para a sua futura vida eclesiástica. Para o compadre, este pedido constitui a maior alegria que lhe podem dar.
    Numa bela manhã, sai de casa vestido de batina e sobrepeliz e toma posse da função. Quando o vê passar, a vizinha mostra-se surpreendida de início, mas, ao compreender o que se está a passar, solta uma gargalhada e chama-lhe “senhor cura”.
    O capítulo termina com a vingança que os dois meninos sacristãos (o segundo é uma criança que Leonardo conhecera na Sé na época em que para lá ia quando faltava às aulas) fazem à vizinha, que sempre agourara o herói desta história. Assim, durante uma missa, aquela coloca-se junto dos dois e, enquanto um, depois de encher o turíbulo de incenso, o balança fazendo com que as nuvens de fumo que se desprendem batam na cara da pobre mulher, o outro, com a tocha, derrama nas costas da sua mantilha cera derretida. Como a igreja está apinhada de fiéis, a desgraçada tem de suportar a vingança até ao fim. Terminada a missa, queixa-se ao mestre-de-cerimónias e os dois ouvem uma grande reprimenda.

Resumo do capítulo XII de Memórias de um Sargento de Milícias


    O compadre resolve colocar o menino numa escola, porque acha que ele já está avançado na educação que lhe ministra. De facto, a criança mostra progressos de aprendizagem: já lê sofrivelmente e aprendera a ajudar na missa. Preocupado com o futuro do afilhado, o padrinho procura um mestre e encontra um dos mais acreditados na cidade: um homem bastante baixo, magro, de cara estreita chupada, calco, com óculos e pretensões de latinista e que oferece bolos aos discípulos. No dia em que padrinho e afilhado o procuram, um sábado, encontram os alunos a cantar a tabuada de forma monótona que, no entanto, parece agradar às crianças.
    Na segunda-feira seguinte, Leonardo começa a frequentar as aulas, munido da sua pasta a tiracolo, da sua lousa e do seu tinteiro de chifre. No final do dia, leva quatro «bolos», pelo que, à saída, mal vê o barbeiro, diz-lhe que não voltará à escola, pois não quer ter de sofrer violência física para aprender. O barbeiro recebe com preocupação esta revelação, temendo que a vizinha fique a saber que o menino tinha apanhado no primeiro dia de aulas, porém este só concorda em regressar à escola se o padrinho dialogar com o professor no sentido de não lhe voltar a bater. O barbeiro, para o persuadir, concorda. Deste modo, Leonardo retoma as aulas, porém, como não consegue ficar quieto ou calado, é colocado de joelhos e posteriormente surpreendido a atirar uma bola de papel aos colegas. Como castigo, apanha doze «bolos», o que leva Leonardo a dirigir ao mestre todos os impropérios que conhece. Para o compadre, tudo se deve a uma praga da vizinha.
    Ao longo do capítulo, temos constantes intromissões do narrador e uma crítica à instituição escolar da época, tecida de modo irónico.

Resumo do capítulo XI de Memórias de um Sargento de Milícias


    O compadre continua a educação do menino, tratada em termos cómicos. Ele fica indiferente quando sabe da prisão de Leonardo Pataca. Também o tenente quer tomar conta do miúdo, mas o compadre não aceita.
    A criança já conhece o alfabeto até à letra P, onde empanca de novo, mas é incapaz de decorar o Pai Nosso (em vez de dizer “Venha a nós o vosso reino”, dizia “Venha a nós o pão nosso”) e detesta ir à missa ou ao sermão. Apesar disso, o padrinho continua a ver nele um futuro clérigo.
    Em sentido oposto, os vizinhos veem em Leonardo um grande peralta, nomeadamente uma mulher viúva e presunçosa que se gaba de não ter papas na língua e que aborrece as pessoas com as virtudes do seu defunto marido. Assim sendo, várias vezes procura mostrar ao vizinho a verdadeira faceta do rapazinho. Certo dia, quando o barbeiro chega à sua loja, esta vizinha, da sua janela, pergunta-lhe, de forma trocista, onde está o seu reverendo. O homem explode, nomeadamente após ela lhe perguntar se o petiz já sabe o Pai Nosso, e responde-lhe que o afilhado já o sabe e que ele, barbeiro, o faz rezar todas as noites para o seu marido, que dava coices no Inferno. A mulher retorque e chama-lhe “raspa-barbas”. Quando o compadre a questiona sobre o motivo de implicar tanto com uma criança que nunca lhe tinha feito mal, a vizinha responde que o afilhado atirava pedras ao telhado, lhe fazia caretas e a tratava como se fosse uma saloia ou a mulher de um barbeiro. A discussão desperta a atenção do pequeno Leonardo, que chega à porta e arremeda a vizinha, o que motiva o riso do padrinho, que, assim, se sente vingado.
    Terminada a discussão, o narrador informa o leitor que o barbeiro tem conhecimento da prisão de Leonardo Pataca, mas não se importa com o sucedido.

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