segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
Caminhada contra a violência sobre a língua
domingo, 30 de dezembro de 2018
Translineação
Quando
escrevemos, por vezes temos de dividir uma palavra com duas ou mais sílabas
através de hífen, ficando parte dela na linha superior e a parte restante na
linha inferior / seguinte.
1. Regra geral
Regra
geral, a divisão da palavra faz-se por silabação,
ou seja, separando as sílabas, respeitando a sua soletração: bas-que-te-bol. Existem, no entanto,
alguns casos especiais.
2. Regras
específicas
2.1. Não são
divisíveis:
a) As vogais que formam ditongo:
. o-ra-ção
. cons-ti-tui
. de-bai-xo
. pon-tei-ro
. a-nui-da-de
. oi-ro
. lei-tão
. lei-te
b) As vogais ou ditongos que ocorrem
depois dos grupos qu ou gu:
. á-gua
. pe-quei
. quan-do
. a-gua-re-la
. quin-ta
c) Os dígrafos ch, nh e lh:
. ca-cho
. o-ve-lha
. ni-cho
. ca-ri-nho
. ra-ma-lhe-te
. mo-cho
. le-nha
. Gui-lher-me
d) Duas consoantes diferentes que
ocorram em início de sílaba (c, g, d,
t, p, b, f, v
+ l ou r):
.abs-tra-ir
. le-tra
. re-pli-car
. re-gra
. lem-bran-ça
. ma-dru-ga-da
Se não há estes grupos, a
divisão faz-se antes da última consoante: abs-tem-ção.
e) Os grupos consonânticos pn, ps e mn:
. pneu-má-ti-co
. psi-có-lo-go
. a-mné-sai
. bí-ceps (NOTA: não há sílaba sem vogal)
f) A sequência de vogais átonas em
sílaba final –ia, –ie, –io, –ao, –ua, –eu, –uo:
. fan-ta-sai
. sé-rie
. ro-do-pio
. Lis-boa
. fa-lua
. té-nue
. vá-cuo
g) O s final de prefixos como bis-,
cis-, dis-, des-, trans-, trans-, quando a sílaba inicial da forma de base começa por
consoante:
. bis-ne-to
. cis-jor-dâ-nia
. des-con-ten-te
. dis-fó-ri-co
. tras-la-da-ção
. trans-la-da-ção
Pode separar-se, porém, o s final dos mesmos prefixos quando a
forma de base começa por vogal:
. bi-sa-vô
. ci-sal-pi-no
. de-sa-li-nho
2.2. São divisíveis:
a) As vogais ou grupos de vogais, que
ocorre em sílabas diferentes:
. co-or-de-na-ção
. sa-ú-de
. mi-ú-do
. en-sai-os
. cai-ais
. cons-tru-i-a (dois hiatos contíguos)
b) Duas consoantes iguais (consoantes
dobradas) (1) e os grupos sc,
sç, xc (2):
(1) as-so-ar
ar-ras-tar
co-mum-men-te
con-nos-co
(2) nas-cer
sec-ção
ex-ce-to
c) Duas consoantes diferentes que
pertencem a sílabas diferentes:
. fac-to
. ob-ter
. pac-to
. pal-ma
. ab-so-lu-to
. Se um hífen
coincide com o fim da linha, deve repetir-se no início da linha seguinte:
- guarda-/-roupa
- grão-/-de-bico ou
grão-de-/-bico
. Deve evitar-se deixar uma só vogal
na partição da palavra, isto é, em final e em início de linha.
|
Emprego da LETRA MAIÚSCULA
Escrevem-se com letra maiúscula:
1. A primeira palavra de uma frase e,
frequentemente, de um verso.
2. Os nomes próprios:
a) Antropónimos (nomes de pessoas),
reais ou fictícios, e alcunhas: João,
Luís, D. Quixote, Popeye.
b) Topónimos (nome de lugares – países,
cidades, rios, montanhas, regiões, continentes…): Portugal, Sesimbra, Vouga, Serra da Estrela, Alentejo, Europa.
c) Etnónimos
(nomes de povos e grupos regionais): Africano, Alentejano (vide Ciberdúvidas).
d) Nomes de entidades sagradas: Deus, a
Virgem, Nossa Senhora, Alá.
e) Pronomes pessoais referentes a Deus e
a Nossa Senhora: A Deus, amem-Lo.
f) Nomes de astros e divindades pagãs
/ da mitologia: Sol, Lua, Júpiter, Vénus, Zeus, Afrodite.
g) Nomes de épocas históricas e festividades
públicas e tradicionais: Natal,
Páscoa, Iluminismo, Renascimento, Ramadão.
h) Nomes de instituições, de empresas
e de marcas: Ministério da Educação, Caixa Geral de Depósitos, Museu do Fado,
Renault.
i) Nomes que referem valores e conceitos relevantes: Justiça,
Liberdade, Estado, Pátria.
j) Títulos
de periódicos, que retêm o itálico: O
Primeiro de Janeiro, O Estado de São Paulo.
k) Pontos
cardeais ou colaterais, quando
empregados de modo absoluto / designam regiões, e nas suas abreviaturas:
. No Norte (= norte de
Portugal), chove muito.
. O Nordeste (= nordeste
do Brasil) é muito pobre.
. Meio-Dia (pelo sul da
França ou de outros países).
. O Ocidente (= o
ocidente europeu) está em crise.
. Jorge Jesus treina no
Oriente (= o oriente asiático).
. N (Norte), S (Sul), E (Este), O (Oeste), NE
(Nordeste).
l) Nomes de animais: Trovão, Bolinhas,
Farrusco.
3. As siglas e os acrónimos, símbolos e abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas: SLB, PSP, UNESCO, NATO, H2O.
4. É
opcional o uso de maiúsculas ou minúsculas, em início de palavra, nos seguintes
casos:
a) Nomes de vias públicas ou lugares
públicos (templos e edifícios), excetuando os nomes próprios neles
incluídos: Igreja da Lapa ou igreja da Lapa, Largo de Camões ou largo de
Camões, Igreja do Bonfim ou igreja do Bonfim, Palácio da Cultura ou palácio
da Cultura).
b) Nomes de cursos e disciplinas
escolares ou domínios do saber: Português
ou português, Medicina ou medicina.
c) Títulos
de livros ou obras equiparadas (o primeiro elemento deve ser sempre escrito com
maiúscula inicial, bem como os nomes próprios que neles ocorram): A Ilustre Casa de Ramires ou A ilustre casa de Ramires.
d) Formas de tratamento: Exmo. Sr. ou exmo. sr., Vossa Santidade
ou vossa santidade, Senhor Professor ou senhor professor.
e) Palavras
usadas referencialmente, aulicamente
ou hierarquicamente: Presidente Marcelo ou presidente Marcelo.
f) Nomes de santos (hagiónimos): Santa
Maria Adelaide ou santa Maria
Adelaide.
5. Com o
Acordo Ortográfico, passaram a escrever-se com letra minúscula:
a) os nomes dos meses do ano: janeiro, setembro, maio;
b) as estações do ano: primavera, verão, outono, inverno;
c) os pontos cardeais e colaterais: norte, sul, este, oeste, noroeste…
sábado, 29 de dezembro de 2018
Regras da ACENTUAÇÃO
1. Palavras esdrúxulas / proparoxítonas
Todas as palavras esdrúxulas são
acentuadas:
1. Com acento agudo, quando as vogais
da sílaba tónica são as vogais fechadas a,
e ou o, as vogais altas i ou u ou ditongo oral começado por vogal baixa:
. fábrica
. arquipélago
. autódromo
. líquido
. último
. hidráulico
2. Com acento circunflexo, se a vogal
da sílaba tónica [a, e, o]
for média, isto é, pronunciada com a língua em posição neutra:
. câmara
. farmacêutico
. recôndito
3. NOTA: Consideram-se
esdrúxulas as palavras terminadas em ditongo crescente:
. área
. amêndoa
. argênteo
. côdea
. espécie
. glória
. Islândia
. légua
. língua
. mágoa
. náusea
. nódoa
. serôdio
. vácuo
2. Palavras graves / paroxítonas
As palavras graves não são, regra geral,
acentuadas graficamente:
. calado
. tratado
. floresta
. americano
. tradicionalmente
Acentuam-se,
porém:
1. Com acento agudo:
a) as palavras terminadas em l, m,
n, r, x e ps cujas vogais tónicas são orais:
. saudável
. álbum
. abdómen
. caráter
. córtex
. bíceps
. fórceps
b) as palavras terminadas em i ou u, seguidos ou não de s:
. lápis
. b´
. bónus
. vírus
. púbis
c) as palavras cujas vogais tónicas i ou u não formam ditongo com a vogam que as precede (hiato) (1),
exceto quando são seguidas de nh (2), de m, n
ou r que não iniciam sílaba (3):
(1) baía, saía, atraíram, miúdo, ruído, saúde
(2) grainha, moinho,
ventoinha
(3) Coimbra, ainda
d) as palavras terminadas em ditongo oral, seguido ou não de s:
. amáveis
. túneis
. fósseis
. pónei
e) as palavras terminadas em vogal nasal ou ditongo nasal, seguidos ou não de s:
. órfã
. órgão
. acórdão
2. Com acento circunflexo:
a) as palavras terminadas em l, n,
r ou x e em que na sílaba tónica ocorre uma vogal oral média ou nasal:
. cônsul
. cânon
. âmbar
. bômbix
b) as palavras terminadas em –ão(s), –ei(s), –i(s) ou –us:
. bênção
. fôsseis (do verbo “ir”)
. ânus
NOTA: Algumas destas palavras, graves
no singular, tornam-se esdrúxulas no plural: cânones, cônsules.
c) as palavras constituídas por formas
verbais que podem confundir-se com outras:
. amámos
(pretérito perfeito do indicativo) / amamos
(presente do indicativo)
. pôde
(pretérito perfeito do indicativo) / pode
(presente do indicativo)
. dêmos
(presente do conjuntivo) / demos
(pretérito perfeito do indicativo)
Acordo Ortográfico
Com a
entrada em vigor do Acordo Ortográfico promulgado em 2009, deixaram de se
acentuar as palavras graves nos casos seguintes:
1. na terceira pessoa do plural do
presente do indicativo ou do conjuntivo de formas verbais em que ocorre um e tónico médio seguido da terminação –em (verbos “crer”, “dar”, “ler”, “ver”,
etc.):
. creem
. deem
. leem
. veem
2. na flexão do presente do
indicativo dos verbos arguir e redarguir:
. arguis, argui, arguem
. redarguis, redargui,
redarguem
3. nas homógrafas de palavras com
vogal tónica aberta ou fechada, sendo apenas o contexto em que ocorrem a
distingui-las:
. para
(forma do verbo “parar”) / para
(preposição)
. pelo
(forma do verbo “pelar”) / pelo
(nome) / pelo (contração da
preposição “por” com o determinante artigo definido “o”)
. polo
/ polo
4. nas palavras em que ocorre o
ditongo tónico oi:
. asteroide
. boia
. estoico
. espermatozoide
. heroico
. jiboia
. joia
. paleozoico
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1. É obrigatória a acentuação gráfica
da forma verbal pôde (3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito do
indicativo) para a distinguir da forma pode (3.ª pessoa do singular do
presente do indicativo).
2. É facultativa a acentuação gráfica
das formas do tipo amámos, louvámos, para as
distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo: amamos.
Louvamos.
|
3. Palavras agudas / oxítonas
Acentuam-se
graficamente:
1. Com acento agudo:
a) as palavras terminadas nas vogais
baixas a, e ou o, seguidas ou não
de s:
. pá(s)
. café(s)
. avó(s)
. amá-lo
b) palavras terminadas em i ou u, seguidos ou não de s,
precedidos de outra vogal com a qual não formam ditongo:
. aí
. país
. baú(s)
. Luís
c) palavras constituídas por duas ou
mais sílabas (dissílabos, trissílabos e polissílabos), terminadas em –em ou –ens:
. ninguém
. armazéns
. porém
. Santarém
d) palavras terminadas em ditongos orais abertos éi, éu, ói, seguidos ou não de s
(para os distinguir dos contextos em que estes ditongos ocorrem fechados):
. anéis
. painéis
. chapéu
. caracóis
. lençóis
2. Com acento circunflexo:
a) palavras terminadas em e
ou o médios, seguidos ou não de s:
. vê(s)
. avô(s)
. pôr
A
forma verbal pôr acentua-se para
não se confundir com a preposição por,
porém o mesmo não sucede com os verbos derivados: dispor, compor, antepor, supor, etc.
|
b) as formas dos verbos ter e vir e seus derivados, na
3.ª pessoa do plural do presente do indicativo:
. têm, retêm
. vêm, provêm
4. A acentuação e o hífen
Nos
casos em que ocorre hífen, nomeadamente em palavras formadas por composição e
nas formas verbais com pronome pessoal átono, enclítico ou mesoclítico, as
regras da acentuação aplicam-se a cada um dos elementos, como se se tratasse de
palavras autónomas:
. água-de-colónia
. Trás-os-Montes
. fá-lo
. fá-lo-á
. distribuí-lo
5. Uso do acento grave
O
acento grava usa-se nos seguintes casos:
a) para assinalar a contração da preposição a com as formas femininas do artigo ou
do pronome demonstrativo a:
. a + a > à
b) para assinalar a contração da
preposição a com os demonstrativos aquele(a), aqueles(as), aquilo:
. àquele(s)
. àquela(s)
. àquilo
Bibliografia:
. Gramática
do Português, Maria Regina Rocha;
. Domínios,
Zacarias Nascimento e Maria Vieira Lopes;
. Da Comunicação à Expressão, M. Carmo Lopes et ali
Costa e Nogueira, a brincadeira de crianças
(c) Henricartoon |
quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
"Mandato" ou "mandado": a confusão continua
segunda-feira, 24 de dezembro de 2018
A prenda de Natal de Marcelo Rebelo de Sousa: um orçamento fraudulento
"O Orçamento de Estado 2019 foi promulgado pelo Presidente. Um OE que prevê 1700 milhões de euros para "tapar buracos" na Banca (corrupção). A estes somam-se 1500 milhões para as ruinosas parcerias público-privadas rodoviárias (que deveriam ser apenas 340!, mais corrupção). Ainda quatro mil milhões para participações em empresas (?!) não explicados (corrupção?). E mais 1200 milhões para a Parpública (mais participações). Só em despesas extraordinárias desbarata-se mais de 10% do Orçamento de Estado.
Nos últimos anos, o Orçamento transformou-se no principal instrumento de corrupção de Estado. Marcelo deveria ter vetado o documento. Mas preferiu continuar com a tradição e pactuar com um (mais um!) Orçamento opaco, obscuro, fraudulento.
Porque ninguém fala disto, partilhem por favor, a bem da verdade!"
O post original pode ser encontrado no Portugal Glorioso [aqui].
domingo, 23 de dezembro de 2018
Género da palavra "hambúrguer"
De acordo com Sandra Duarte Tavares (500 erros mais comuns da língua portuguesa, pp. 29 e 30, 2.ª ed.), "A palavra hambúrguer provém do inglês hamburger e corresponde à abreviatura da expressão hamburger steak, que designa um bife à moda de Hamburgo [cidade alemã].".
Foram os imigrantes alemães de Hamburgo que a introduziram nos Estados Unidos, de onde se espalhou para o mundo.
Foram os imigrantes alemães de Hamburgo que a introduziram nos Estados Unidos, de onde se espalhou para o mundo.
Na adaptação deste estrangeirismo ao português, ocorreu a alteração gráfica de - ger para - guer e o seu género manteve-se no masculino.
Exemplo: Pedi um hambúrguer com queijo e cebola."
Tanta coisa a vir-se!
Os jornalistas da nossa praça estão sempre a inovar, seja no campo da sexualidade (partes do corpo humano, além das «tradicionais», proporcionam orgasmos - caras, ombros, olhos enraivecidos), seja no da língua (confundindo a terceira pessoa do plural do presente do indicativo do verbo «ver» com a mesma do verbo «vir[-se]»).
sábado, 22 de dezembro de 2018
Plural de "bolo-rei"
Qual é o plural de "bolo-rei"? "Bolos-rei" ou "bolos-reis"?
A forma adequada é a segunda: bolos-reis.
De acordo com as regras de formação dos nomes compostos, quando se trata de palavras compostas por dois nomes, ambos os elementos vão para o plural.
No entanto, segundo alguns especialistas, só o primeiro elemento deve ser pluralizado ("bolos-rei"), pois trata-se de um tipo de bolo, logo o segundo elemento está a especificar o primeiro (é um nome que funciona como determinante específico, segundo Celso Cunha e Lindley Cintra).
Assim sendo, o uso das duas formas parece ser aceitável.
Por um lado, "bolos-reis", dado que se trata de realidades que se enquadram simultaneamente na classe dos bolos e na classe dos reis; por outro, "bolos-rei", em virtude de ser um tipo de bolo, logo o segundo elemento funciona como determinante específico.
Recomenda-se, contudo, a utilização de bolos-reis.
Graus diminutivo e aumentativo de "Natal"
Enquanto nome, o vocábulo Natal pode apresentar-se nos graus
diminutivo e aumentativo, seguindo os mesmos processos dos demais nomes.
Assim, os graus podem formar-se:
1. acrescentando-lhe um adjetivo que
indique aumento (“grande”, “enorme”)
ou diminuição (“pequeno”, minúsculo”):
- diminutivo: “Natal pequeno / minúsculo”;
- aumentativo: “grande Natal”;
,
2. adicionando-lhe sufixos aumentativos
(-ão, -aço, -uça, -az, etc.) e
diminutivos (-inho, -ito, -zinho, -icho,
-ucho, -eco, etc.):
- diminutivo: Natalinho, Natalito, Natalzinho, Natalzito,
etc.;
- aumentativo:
Natalão, Natalaço.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
Sufixo gentílico -iano: açoriano
Não obstante a palavra Açores possuir um e na sua terminação, o habitante das ilhas designa-se açoriano, sim, com i.
A razão da alteração das vogais prende-se com o facto de o adjetivo se formar adicionando o sufixo gentílico -iano à base açor, sufixo esse que entra na composição de outras palavras, como canadiano, cabo-verdiano, iraquiano, iraniano, equatoriano, etc.
A regra é simples:
A regra é simples:
- sempre que se associa um sufixo a uma base que termina em vogal, esta é suprimida:
- carro - carrinho
- sempre que se associa um sufixo a uma base cujo plural termina em -es, o sufixo associa-se ao singular terminado em -r:
- flor (plural flores) - florinha
- cor (plural cores) - corzinha
- açor (plural açores) - açoriano
"Mandado" ou "mandato"?
As palavras mandado e mandato são objeto de confusão frequente.
O nome mandado (formado do verbo mandar) provém do latim mandatus e designa uma ordem oficial escrita, de caráter imperativo, emanada de uma autoridade judicial ou administrativa. Implica, pois, uma ordem da parte de quem o emite e obediência de quem o recebe.
O nome mandado (formado do verbo mandar) provém do latim mandatus e designa uma ordem oficial escrita, de caráter imperativo, emanada de uma autoridade judicial ou administrativa. Implica, pois, uma ordem da parte de quem o emite e obediência de quem o recebe.
- A juíza de instrução emitiu um mandado de busca contra a SAD do Benfica.
Pode ser um madado de prisão, um mandado de busca, um mandado de captura, um mandado judicial...
Por sua vez, o nome mandato provém do latim mandatum e designa o período de exercício de um determinado cargo eleitoral.
- A presidente Dilma não concluiu o seu mandato.
"O mandato é o poder concedido, por meio de votação, a uma pessoa ou partido político durante um determinado período, o encargo, a delegação. Trata-se de uma palavra da mesma família do verbo «mandatar»: quem recebeu ou tem um mandato foi mandatado para desempenhar uma função ou para cumprir uma missão." (Rocha, Maria Regina, in "Diário do Alentejo", 14 de março de 2008). Ou seja, no mandato delegam-se determinadas funções ou trabalhos em determinada entidade, que é o mandatário. O indivíduo A autoriza o B, confere-lhe o poder de agir em seu nome em determinada situação. Temos como exemplo a procuração que um indivíduo passa a outro, ou os deputados da Assembleia da República, que têm um mandato a cumprir que lhes é conferido pelos seus eleitores.
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