A tragédia
é uma forma dramática ou peça de teatro, em geral solene, cujo fim é excitar o terror
ou a piedade, envolvido num acontecimento funesto. Nela expressa-se o conflito
entre a vontade dos homens e os desígnios inelutáveis do destino, nela se geram
paixões contraditórias entre o indivíduo e o coletivo ou o transcendente. Em
sentido lato, pode abranger qualquer obra ou situação marcada por
acontecimentos trágicos, ou seja, em que se verifique algo de terrível e que
inspire comoção.
A palavra tragédia vem do grego tragoidia, uma palavra formada por duas
outras: trágos, que significava bode, e õide (odé),
que queria dizer canto. Assim, etimologicamente, tragédia significa canto
do bode. Crê-se que resultou de os atores se vestirem com pele de cabra
ou de, primitivamente, na Grécia, nas festas em louvor a Dioniso (o deus grego
do vinho e da alegria, tal como Baco entre os Romanos), se sacrificar um bode (tragos)
ao som de canções (odé) executadas por um corifeu (elemento destacado do
coro, que pode cantar sozinho) acompanhado por um coro. De acordo com uma das
interpretações que procura explicar essa origem, Dioniso teria ensinado aos
homens, em Ícaro, pela primeira vez, a arte de cultivar vinhas. Assim que as
videiras cresceram, um bode destruiu-as, por isso foi morto. Depois de o
perseguirem em esquartejarem, os homens começaram a dançar e a beber em cima da
sua pele, até caírem desmaiados. Este episódio, ao que parece, passou a
integrar os rituais dionisíacos anualmente. De facto, durante os festivais, era
oferecido um bode a Dioniso e, posteriormente, cantava-se e dançava-se até à
exaustão. Os cantares e os dançarinos travestiam-se de «sátiros», que eram
concebidos pelo imaginário popular como “homens-bode”.
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