Português

domingo, 13 de novembro de 2011

Contexto histórico e cultural do Barroco

1. O desastre de Alcácer Quibir

         Conta-nos António Sérgio, na Breve Interpretação da História de Portugal, que o «infante D. João, filho de D. João III, morreu em 1554, três anos antes do monarca. Seu filho póstumo, D. Sebastião (o Desejado), sucedeu no trono a D. João III, sob a regência da avó, D. Catarina, que em 1562 se retirou para Espanha, deixando na regência o cardeal D. Henrique. O reizito, em 1568, foi declarado maior pelas Cortes. Este rapazola tresloucado foi convencido por alguns fanáticos a fazer-se paladino da fé católica contra o Protestante e o Maometano. Por isso apercebeu uma armada que fosse em auxílio de Carlos IX quando se preparou, com o cardeal Alexandrino, a matança de S. Bartolomeu; e por isso se abalançou a conquistar Marrocos, contra o conselho sensato dos mais experimentados capitães. Reuniu em Lisboa um exército aparatoso, que acampou em tendas de seda, vestindo luxuosamente, bebendo, cantando, "fazendo desonestidades". Chegado à África, cumulou erro sobre erro, com desespero dos capitães, que pensaram em prender o tonto. No dia da batalha (Alcácer Quibir, 4 de agosto de 1578), mandou que ninguém se mexesse sem ordem sua, mas esqueceu-se de dar a ordem. O exército inimigo, formado em crescente, envolveu a pequena hoste, e submergiu-a. Foi um desastre completo, que, sabido no reino, o aniquilou de espanto e dor» (Sérgio, 1981: 103-104).
            Como D. Sebastião morre sem deixar herdeiro, sobe ao trono o cardeal D. Henrique, seu tio, «caquético de 66 anos, alimentado aos peitos de uma ama; sete pretendentes à sucessão, entre os quais Filipe II de Castela, que tinha a vantagem decisiva da força: a força do ferro e a força do ouro, gasto habilidosamente pelo seu enviado Cristóvão de Moura. Opôs-se-lhe, antes, a eloquência patriótica de Febo Moniz; depois, a audácia de D. António, prior do Crato, proclamado rei em Santarém. O duque de Alba invadiu Portugal pelo Alentejo, ao passo que a esquadra castelhana se dirigia para Lisboa; e perto da cidade, em Alcântara, varreu facilimamente a tropa de D. António. Este fugiu para a França, e Filipe II foi proclamado rei (Agosto de 1580).» (Ibidem)


2. A hegemonia espanhola
.
          1580 é muito mais um ponto de chegada do que um ponto de partida: não será excessivo dizer-se que consagra dinasticamente a viragem de estrutura de meados do século. Então, com efeito, os Portugueses abandonaram vários dos presídios-portos marroquinos, o ouro da Mina deixou de dar os lucros que até aí dava, e acentuou-se a recuperação dos tratos levantinos, concorrentes da rota do Cabo; em contrapartida, lançara-se a ascensão do açúcar de S. Tomé e do Brasil, indo este dominar o mercado mundial durante um século. Deste modo, o império, conquanto permaneça oriental, por um lado, torna-se sul-atlântico, por outro, Angola serve, a partir do último quartel de Quinhentos, de reservatório de escravos para as fazendas e engenhos de além-Atlântico. Enquanto o afluxo em massa de prata mexicano-peruana a Sevilha favorece o renovo mediterrâneo e firma a hegemonia espanhola  -  a prata da Europa Central e Oriental entra em declínio  -, a rota do Cabo absorve quantidades crescentes desse metal precioso, quer para a compra da pimenta quer para o comércio da China: o mundo vai ser inundado pelos reales. Assim, a ligação de Lisboa com Antuérpia enfraquece, do mesmo passo que se estreitam os laços com os empórios andaluzes e outros mercados na própria Península.


3. O domínio filipino e as desilusões da nobreza
.
          Nos primeiros quarenta anos do domínio filipino, a união das coroas permitiu vencer a crise financeira em que Alcácer Quibir e a conjuntura de então lançara a nobreza portuguesa, pois os Estados reforçaram-se mutuamente quanto a segurança e finanças públicas. Além disso, essa união abria aos fidalgos e a cavaleiros portugueses perspectivas de ascensão e melhoria de estado graças aos campos de serviço em grande parte da Europa - e muitos não deixaram de as aproveitar, mesmo se para final de certo modo compulsoriamente (pretendia Olivares afastá-los da mãe-pátria). Continuarão vários deles, consumado 1640, a servir o monarca espanhol, e mesmo para Espanha fugirão ainda outros nessa altura. Por outro lado, todavia, o prosseguimento do regime filipino não pôde deixar de trazer amargas desilusões a vários nobres: a corte nunca chegou a estanciar duradouramente em Lisboa, e portanto havia que ir a Madrid requerer mercês, buscar desagravos; apoiar pretensões; a ausência da corte régia escamoteava uma boa parte da existência fidalga e cavalheiresca, não permitia participar de perto na condução dos negócios públicos, anulava ensejos de convívio e ostentação, inibia actividades de criação literária, teatral e artística. Como mostrou Oliveira França, a nobreza ruraliza-se, torna-se provincial - e provinciana -, é a época das «cortes na aldeia» (Rodrigues Lobo), e a própria moda da poesia bucólica reflecte e exprime tal configuração geográfico-social. A corte dos Braganças é em Vila Viçosa, nem sequer numa cidade de província. Acanhados em horizontes campestres, fidalgos e cavaleiros sentem-se frustrados, quando muito, rememoram através da poesia épica também em voga as passadas glórias. Para muitos não se rasgam perspectivas, é a frustração e o viver moroso, ou a inquietação insatisfeita mas sem pontos de mira; quantos não se sentem falhados.
          Mentalidade barroca, que anseia pelo fausto e pela exibição, nos círculos nobres como nos religiosos - uma religião de exuberância decorativa, aquietando-se nos ritos de subterrâneas inquietações, satisfazendo-se na exterioridade de uma insatisfeita interioridade. Religião em que a milícia de cruzada - sentido primitivo da companhia - cedeu o passo à sociedade organizada política e economicamente, transformada em potência que trafica na prata do Japão e seda da China e domina vastas áreas da América do Sul, Estado dentro do estado. Ao mesmo tempo, todas as ordens religiosas multiplicam os seus institutos e enriquecem os seus bens, o peso da organização eclesiástica sobre a sociedade civil é cada vez maior.
        Vitorino Magalhães Godinho, Ensaios



4. A repressão do Estado e da Inquisição
.
          Dominante, dentro da Península, o grupo senhorial monopoliza inteiramente o Estado, de que faz parte, coisa sua. O rei abandona o seu papel tradicional de árbitro entre as diversas forças nacionais. O Estado torna-se absorvente, destrói as minorias, sejam elas os lavradores vilãos e livres, os hebreus ou os «mouriscos», impõe uma vigorosa disciplina ideológica, esmagando todas as dissidências e oposições e regressando à ideologia tradicional da grande época do feudalismo. Quando estala a grande revolução da Reforma, os dois impérios da Espanha alinham decididamente, passadas as primeiras hesitações, ao lado dos que preconizam a restauração da Igreja medieval, sem compromisso com os reformados. Com o agravamento das suas dificuldades aumenta inevitavelmente a repressão dos grupos dissidentes cujas raízes, todavia, mergulhando nas novas condições económicas, não podiam ser destruídas. (...)
          Tudo quanto constituía apanágio do Humanismo, a humanização da religião, a divulgação directa da palavra evangélica, a reabilitação da natureza, a crítica anticlerical, foi reprimido pela censura inquisitorial portuguesa.
António José Saraiva, A Inquisição Portuguesa



5. A decadência
.
          O século XVII foi uma etapa decisiva no caminho do pensamento e da ciência moderna. É o século de Galileu, de Descartes, de Pascal, de Espinosa, de Bacon, de Newton. Foi também um tempo de esplendor para as letras e para as artes; grandes obras-primas foram pintadas ou escritas entre 1600 e 1700: quadros de Rembrandt, Van Dyck, Velázquez, teatro de Shakespeare, Cervantes, Corneille, Molière, Racine. A esse período excepcionalmente criador e brilhante corresponde em Portugal uma época apagada.
          Dentre os maiores nomes europeus, alguns têm relação com Portugal. Espinosa era filho de um judeu português que a Inquisição obrigou a fugir para a Holanda; Velázquez era filho de um homem do Porto que teve de ir procurar trabalho em Sevilha. São meras casualidades, mas que apontam duas das causas fundamentais da decadência: a repressão inquisitorial, com o isolamento e paralisação das iniciativas culturais que provocou, e a crise económica e política que culminou com a perda da independência em 1580 e que conduziu a uma situação de depressão e de desânimo incompatível com o brilho das letras e das artes.


6. O ensino dos Jesuítas
.
          A acção dos Jesuítas foi fundamental durante todo o século XVI português. Foram eles que promoveram o ensino e que fomentaram quase toda a actividade cultural quem, apesar de tudo, se verificou. É um dos muitos aspectos que estabelecem contraste entre a obra da Companhia de Jesus e a da Inquisição: esta quis impedir a cultura, aquela tentou fomentá-la. Isso resultava do próprio fim para que tinha sido criada: para combater as ideias da Reforma. Em todos os países em que se instalaram, os Jesuítas chamaram a si o ensino e exerceram-no com grande eficiência. Em Portugal funcionaram colégios em Lisboa (o actual Hospital de S. José funciona no edifício do Colégio de Santo Antão; para esquecer isso, o Marquês de Pombal mudou o nome e escolheu o do rei), Évora, Braga, Bragança, Angra, Funchal, Faro, Portalegre, Ponta Delgada, Santarém, Porto, Elvas, Horta, Setúbal, Portimão, Beja, Pernes, Vila Viçosa, e houve vários outros no Brasil, África e Índia. Foi essa a primeira cobertura geral do território por uma organização de ensino de nível secundário. Os livros de estudo foram cuidadosamente preparados; os mais bem organizados compêndios didáticos até hoje produzidos em Portugal são os grossos in-fólios do Curso Conimbricense. Reunia-se aí todo o saber ortodoxo, isto é, o saber que no ambiente da Contra-Reforma se considerava harmónico com as verdades da fé. Esses livros, redigidos em latim, foram a base do ensino até ao tempo de Pombal, que lhes proibiu o uso.


7. O patriotismo e a História

          Não existia apenas a censura religiosa da Inquisição, mas também a censura política do governo espanhol, que reprimia tudo o que pudesse representar expressão do sentimento patriótico. O patriotismo refugiou-se, então, entre a gente culta, nas letras e, em especial, na história. Uma das formas menos arriscadas de ser patriota era ler Os Lusíadas; o grande poema foi a obra mais lida em todo o século XVII; entre 1580 e 1640 editaram-se vinte e quatro vezes as obras de Camões. O passado servia de compensação ao presente, e verificou-se uma espécie de êxodo para a história. Sem excepção, todos os escritores procuraram temas para a prosa nos tempos passados. O mais importante monumento que ficou desse gosto pela história foi a Monarquia Lusitana, constituída por oito partes, que foram publicadas ao longo de todo o século, entre 1597 e 1729. É a primeira grande História de Portugal, depois da Crónica Geral do Reino que Fernão Lopes compôs na primeira metade do século XV; as partes mais notáveis foram as escritas por Frei António Brandão, que tinha verdadeiro estofo de historiador e a quem se deve boa parte do que hoje se sabe dos primeiros reinados.


8. Templos, talha, azulejo

          As belas-artes foram pobres. A maior parte dos edifícios da  época foi construída pelos Jesuítas, o que já levou a falar-se num estilo jesuítico. O que não há dúvida é que o espírito da Companhia de Jesus marcou grandemente a arquitectura religiosa do século XVII em Portugal.
          A igreja é concebida como um grande auditório, uma enorme sala de aula. A lição é o sermão, e tudo se dispõe de forma que a figura do pregador seja vista e a sua voz ouvida de toda a parte. Desaparecem as colunas interiores, as grandes reentrâncias, e saliências, que, com o seu movimento e força, tinham marcado a arte do período anterior. As fachadas são lisas, altas, lógicas, e fazem pensar no rigor geométrico da dogmática, na proibição da fantasia, na disciplina vertical. O templo resulta assim de uma severidade fria e desinteressante. Mas essa austeridade não tarda a desaparecer sob a decoração impetuosa do azulejo e da talha, que desempenham nas artes uma função que faz lembrar a que o adagiário popular teve nas letras.
          A azulejeria e a talha são as grandes criações da arte portuguesa no século XVII. Aí não tivemos mestres estrangeiros; os ceramistas e entalhadores eram artistas do povo (de pouquíssimos se conservam os nomes) e a evolução desses géneros reflecte a cultura e o gosto populares com a sua devoção festiva e as reminiscências de arte oriental. Foi no génio popular que se encontrou a resposta para as novas condições da vida nacional; o azulejo substituiu nas paredes das igrejas e dos palácios as caras tapeçarias que dantes vinham da Flandres e da Holanda (as panos de rás) e cuja importação se tornara impossível por causa das guerras que os espanhóis ali travaram durante quase todo o século. Os especialistas falam em azulejos de «tipo tapete» e em «tapeçarias cerâmicas», designações bem significativas. A talha substituiu em grande parte a escultura em pedra (a imaginárias seiscentista é quase toda de madeira e a dos períodos anteriores quase toda de pedra) e substituiu também outros materiais muito caros: o ouro e a prata dourada. Muitos objectos de culto (relicários, sacrários, candelabros, castiçais, estantes de altar), anteriormente feitos de metal, passaram a ser feitos de madeira dourada e trabalhada por modo a parecer de metal. O material é barato e a produção destes ourives marceneiros atinge proporções enormes. O interior dos templos torna-se então magnífico e o ouro da talha, combinado com o azul do azulejo, consegue admiráveis efeitos decorativos. Por ser tão popular e tão português, o êxito desta decoração é imenso e duradouro. Prolonga-se por quase todo o século seguinte e, levado pelos emigrantes, enraíza no Brasil. A Baía é, hoje, a capital da talha portuguesa; em muitos casos, a madeira adoptada foi o castanho. No país do jacarandá, os entalhadores portugueses continuaram a recordar os soutos das suas aldeias.

José Hermano Saraiva, História Concisa de Portugal


9. O abismo entre a Nobreza e o Povo
.
          O espetro da fome encontrava-se no horizonte visual da grande maioria dos homens de então e condicionava os aspectos fundamentais da vida seiscentista, nas suas faces social, política e cultural: o abismo entre as classes privilegiadas e o povo, a latente revolta popular que se exacerbava em momentos de aperto (fomes e preços elevados), não tanto porventura contra a nobreza (à qual cabia, por imposição de um destino inexorável, não só a posse dos bens terrenos, como as esperanças transcendentes), mas contra a avidez do fisco real e dos seus executores.
          Ao invés do que viria a ocorrer na Holanda, na Inglaterra e na França, a expansão marítima e colonial peninsular reforçou o poderio da classe dos grandes detentores da terra. Quaisquer que venham a ser, em última instância, as causas do facto, é incontrovertível que a nobreza hispânica beneficiou com a empresa marítimo-comercial ultramarina, o que lhe permitiu, mesmo iniciada a decadência da hegemonia peninsular, encasular-se nos seus domínios e preparar-se para durar. No século XVII ela alcança o zénite da sua trajectória histórica moderna, o que se poderá comprovar pela pujança da mundividência barroca  -  na literatura, na arte, no pensamento, assim como na arte de viver e de morrer, que, ao nível do devir das civilizações e da conjuntura, individualiza e define tal centúria. Ora, de um ponto de vista de história social, o barroquismo é sinónimo de mundividência aristocrática ou aristocratizante, aliás contaminada e impregnada, na Península, de influência ideológica clerical.
Joel Serrão, As Alterações de Évora

10. A burguesia dos cristãos-novo
.
          Dominando a economia comercial, isto é, a economia mercantil do século XVII a burguesia de cristãos-novos exerce um grande peso na política e na administração. É ela que se ocupa das magistraturas municipais. É ela que elabora com os reis os contratos de arrendamento, contratos de cobrança de impostos, que desempenham um papel essencial na organização de certos tráficos, como, por exemplo, o dos escravos.
          É ela que empresta dinheiro ao rei, quer pela criação de companhias de navegação e de comércio, encarregadas da protecção das colónias contra os ataques holandeses ou ingleses, quer simplesmente pela organização de frotas de guerra destinadas a qualquer expedição contra uma fortaleza ou uma companhia ocupada pelo inimigo.
          É ela que, em grande parte, provém para o dote da rainha de Inglaterra e para a paz com a Holanda. É ela que pelas suas relações com todas as colónias judaicas da diáspora europeia pode encontrar os fundos estrangeiros de que Portugal precisa.
          Mas a burguesia dos cristãos-novos não se interessa somente pela ciência económica. Os Judeus eram depositários da ciência muçulmana, isto é, da ciência grega e oriental transmitida pelos Árabes.
          Portugal não é no século XVII o único país a possuir uma burguesia e um grupo de cristãos-novos. Mas o que faz a sua originalidade é a confusão existente, de facto, entre burguês e cristão-novo. Burguesia judaica logo dominada por algumas famílias de grandes negociantes. Mas precisamente por causa deste carácter religioso, a burguesia não pode, como em França ou na Itália, tomar de assalto os títulos, as terras, os ofícios. Tentou fazê-lo antes da Inquisição. Mas, durante a Inquisição, somente uns três grandes burgueses o conseguiram por meio de falsas genealogias compradas a troco de grandes somas e de pretensiosas demonstrações da sua «limpeza de sangue»  -  e sem dúvida depois de várias gerações de «aristocratização» progressiva. A burguesia portuguesa permaneceu, sem dúvida, durante o século XVII, uma burguesia activa de negócios, muito mais do que as outras burguesias mediterrânicas ou europeias. Ela não caiu naquela «traição» de que fala Fernand Braudel, pelo menos porque Portugal é desde início um país marítimo e o desenvolvimento económico do Brasil foi um estímulo para os negócios. A evolução que sofreu no decurso do século não modificou fundamentalmente esta situação.

Frédéric Mauro, Études économiques sur l’Expansion portugaise


11. A Restauração portuguesa

          Em Portugal, como em Espanha, passa-se quase insensivelmente de um ambiente de incipiente Renascença para um ambiente de Contra-Reforma e para o estilo maneirista. No entanto, certas condições peculiares, nomeadamente um sensível desenvolvimento da burguesia durante o século XVII sob o estímulo da colonização brasileira e um tardio reforço do absolutismo e do feudalismo decadente, graças às minas do Brasil sob D. João V, justificariam que reservássemos a designação de Época Barroca para o período de intensa crise política, social e cultural que se processa entre a Restauração e as reformas de Pombal.
          Embora incluída no sistema do império da Casa da Áustria, a realidade portuguesa apresenta alguns caracteres específicos já antes da Restauração.
          Com efeito, a colonização brasileira, o comércio transatlântico do açúcar, do tabaco, do pau-brasil, além do contrabando da prata peruviana, o asiento (ou tráfico de negros africanos para a América do Sul) e a incrementada exportação do sal, sustentaram e desenvolveram a burguesia comercial, ligada a uma rede mundial de comércio constituída por «cristãos-novos» emigrados. Muitas linhagens fidalgas encontram uma solução para as suas dificuldades no cruzamento matrimonial com famílias de cristãos novos, outras no comércio açucareiro. Nos colégios jesuítas, sobretudo no de Santo Antão em Lisboa e no Colégio das Artes de Coimbra, e depois nas universidades, sobretudo na de Coimbra (que desde D. João III perdeu muitos privilégios a favor da de Évora, inteiramente jesuíta, e do Colégio das Artes), muitos filhos da burguesia, em grande parte cristãos-novos, alcançam o acesso à alta convivência, apesar das terríveis revoadas de repressão inquisitorial.
          Com estas circunstâncias, e também com a resistência popular espontânea à castelhanização forçada, se relaciona a produção, em todo o período filipino, de uma intensa literatura oral ou manuscrita, e por vezes impressa, de oposição antifilipina, desde as sátiras clandestinas atribuíveis aos dois Rodrigues Lobo, até aos pasquins eborenses da sublevação rural e urbana do Sul do País em 1637, assinados com o nome de Manuelinho: são coplas, romances, cartas, diálogos, entremezes, actas supostas de câmaras municipais sertanejas, etc. Este género de literatura prolonga-se para além da Restauração, em denúncias constantes das conspirações de certos altos aristocratas e clérigos contra D. João IV, e intervém mais tarde nas intrigas em torno dos comandos militares, da corrupção burocrática, da questão judaica, do golpe de estado de Castelo Melhor, etc. A obra-prima desta literatura panfletária anónima é a Arte de Furtar. Já muito anteriormente corriam as cópias das Trovas de Bandarra, sapateiro de Trancoso condenado pela Inquisição em 1541, que foram interpretadas em sentido messiânico e especialmente sebastianista e anticastelhano, e pela primeira vez impressas em 1644 em Nantes.
          Há outras manifestações de uma certa ascensão da classe média desde fins do século XVI. A exaltação do idioma e a intensificação do seu estudo gramatical, a multiplicação de compêndios de história nacional, de elogio aos antigos reis portugueses, as reedições sucessivas d’Os Lusíadas e das Rimas de Camões, uma série de comentaristas camonianos e de poemas épicos que sucedem desde D. Sebastião, se por vezes reflectem mais particularmente um patético preconceito da linhagem (caso das epopeias), correspondem em geral a um sentimento nacional de resistência, assente principalmente na burguesia comercial e togada, nos grupos urbanos; a isto acrescem o descontentamento geral (à medida que a crise final do regime filipino intensifica a exploração tributária e a mobilização militar), que atinge artífices e camponeses, as esperanças de tolerância futura para a minoria designada com o nome de «Cristãos-Novos», as preocupações da Companhia de Jesus, atingida na sua expansão ultramarina pela Guerra dos Trinta Anos e consequente expansão à custa das possessões portuguesas, e finalmente a desilusão de uma parte da nobreza, preterida na corte madrilena por estrangeiros ou por funcionários de origem menos ilustre e, por isso, mais submissos aos ministros filipinos.
          O historiador Oliveira Marques conta-nos, no entanto, que em Novembro de 1640 «a conspiração dos aristocratas conseguira finalmente o apoio formal do duque de Bragança. Na manhã do Primeiro de Dezembro, um grupo de nobres atacou o palácio real de Lisboa e prendeu a duquesa de Mântua.» D. João de Bragança é aclamado rei, «entrando em Lisboa alguns dias mais tarde. Por quase todo o Portugal metropolitano e ultramarino as notícias da mudança do regime e do juramento de fidelidade ao Bragança foram bem recebidas e obedecidas sem qualquer dúvida. Apenas Ceuta permaneceu fiel à causa de Filipe IV.» A proclamação da independência «fora assim coisa relativamente fácil. Mais difícil seria agora conseguir mantê-la, o que custou vinte e oito anos de luta e provou ser tarefa muito mais árdua» (Marques, 1980: 440).
          Os Portugueses de 1640, tal como em 1580, estavam longe de ser unidos: «Se as classes inferiores conservavam intacta a fé nacionalista e aderiram a D. João IV sem sombra de dúvida, já a nobreza, muitas vezes com laços familiares em Espanha, hesitou e só parte dela (de onde havia provindo o núcleo revolucionário) alinhou firmemente com o duque de Bragança.» (Ibidem: 441-442). Muitos nobres conservavam-se em posição duvidosa, «outros esperaram algum tempo até se decidirem, outros ainda continuariam a servir Filipe IV, sendo recompensados com títulos e dignidades (três nobres portugueses foram governadores dos Países Baixos e um deles foi vice-rei da Sicília depois de 1640)» (Ibidem: 442). A maior parte dos burocratas apoiou D. João IV, «tornando-se seus secretários e propagandistas. Todavia, alguns escolheram a causa de Espanha e alinharam como conspiradores contra o novo regime. Quanto aos burgueses, a grande maioria não participou no movimento separatista e foi apanhada de surpresa. A sua atitude depois de 1640 mostrou-se, geralmente, de expectativa neutral. Muitos mercadores e capitalistas estavam metidos em negócios em Espanha, possuindo aí, ou no Império Espanhol, boa parte dos seus bens. Outro grupo, porém, com um núcleo importante de cristãos-novos e conexões de relevo fora da Península Ibérica – na Holanda e na Alemanha sobretudo – apoiou a revolução e ajudou a financiá-la. É que os negócios deste grupo dependiam muito mais do tráfico atlântico (Brasil) e do tráfico com a Europa Ocidental e Setentrional» (Ibidem: 442)


12. As minas do Brasil e o apogeu do Barroco em Portugal

          A descoberta do ouro e dos diamantes do Brasil, o incremento das exportações de vinhos (estabilizadas pelo tratado de Methuen em 1703) adiam de novo o problema económico e social, propiciam o prolongamento e reajuste das formas barrocas em Portugal. No tempo de D. João V, com efeito, o ouro brasileiro repete os efeitos das especiarias de Quinhentos: a indústria, ainda mesteiral, definha (excepto em certos ramos sumptuários), no movimento comercial externo destaca-se a exportação visível do ouro, como moeda cunhada ou por interpole (contrabando); emigram massas enormes de artífices e camponeses, sobretudo nortenhos; a burguesia prefere dedicar-se ao contrabando, aos contratos fiscais, ao comércio externo, ao funcionalismo e às profissões liberais; o orgulho de classe da aristocracia exacerba-se, enchendo os conventos de mulheres sem casamento condigno, o que relaxa e mundaniza a disciplina monástica; enchem-se as rodas de «expostos» (enjeitados), e as portarias conventuais ou senhoriais nos dias de esmola ou do caldo; a escolástica jesuíta repele transigências que ainda tinha em 1630 com a mecânica, e torna-se sebenteira.
          Há a orgia do espectaculoso, dos efeitos artísticos redundantes e cumulativos; a ópera de Metastásio, profusa de coros, bastidores e «tramóias»; a arquitectura imponente e recheada inteiramente de talha ou mármores variegados; procissões espaventosas, principalmente as de Corpus Christi, em que figuram inclusivamente alegorias mitológicas; recepções solenes, faustosíssimas, de embaixadores ou de prelados; autos-de-fé copiosos, com a pompa tradicional; touradas intérminas; coches monumentais.
          Publica-se então o mais extenso cancioneiro do barroquismo versejante, a Fénix Renascida, que depois será antologizada e actualizada sob o título de Postilhão de Apolo. Os títulos dos livros são muito longos e pomposos. Em 1720 cria-se a Academia Real das Ciências, que, pelo culto da documentação, progride a historiografia seiscentista, mas reproduz na erudição a mesma ansiedade do monumental que D. João V herdou de Luís XIV.
          Por outro lado, na medicina, na balística, na engenharia, na cartografia, na astronomia, na mineração, na pedagogia, como na arquitectura, na pintura, na música orquestral ou vocal, na cenografia, D. João V precisa de mandar vir estrangeiros, de consultar portugueses estrangeirados (incluindo cristãos-novos), precisa mesmo de enviar portugueses a industriar-se no estrangeiro. Oratorianos e Teatinos, mais condescendes com o espírito científico das sociedades então aburguesadas, quebram o monopólio do ensino jesuíta. Pelas fendas que se abrem nas necessidades mais clamorosas, penetra o ar de uma mentalidade antiescolástica e antibarroca. Põe-se agudamente o problema de como educar de modo mais útil a classe dirigente. A baixa na extracção do ouro e noutros produtos coloniais, que se acentuará na 1.ª metade do século XVIII, torna urgente um programa de fomento mercantilista.
          Alguns homens mais actualizados, como Martinho de Mendonça Pina e Proença, D. Luís da Cunha, Diogo de Mendonça Corte Real, Alexandre de Gusmão, Ribeiro Sanches, Verney e outros, esboçam já no reinado de D. João V o programa que o marquês de Pombal tentará levar a cabo.

"O tempo de António Vieira"

          Vieira atravessou quase integralmente um século muito fustigado por várias catástrofes e rasgado por grandes inovações. (...) Foi um período que nasceu assistindo a uma certa supremacia do mundo ibérico e que definhou dominado pela emergente Holanda, porventura a grande potência económica do tempo, pela França de Luís XIV, e pela Inglaterra.
          No plano dos códigos estéticos foi o século do Barroco, tendência que se infiltrou nas artes plásticas, na música, na literatura, no vestuário, nos comportamentos cortesãos, nas formas de religiosidade e que se pautou por ser mais sensitiva do que racional, mais desmesurada do que contida, mais metafórica do que realista, mais ondulante do que relinínea, mais colorida do que acromática, mais espetacular do que sóbria.
          Foi ainda o tempo da emergência do espírito científico e do método experimental, que provocaram avanços importantes no conhecimento do mundo físico em vários domínios, graças aos trabalhos e reflexões de Galileu, Bacon, Torricelli, Kepler, Descartes e, mais tarde, Newton. (...)
          Em Portugal, o século foi muito agitado do ponto de vista político. Até 1640 perpetuou-se o domínio filipino da coroa portuguesa, situação herdada do século anterior, na sequência do fracasso de Alcácer-Quibir, que conduzira à conquista da coroa por parte de Filipe II de Espanha, em 1580. No 1.º de dezembro de 1640, um golpe palaciano que provocou pouco sangue, repunha na mão de portugueses os destinos da monarquia e D. João IV, o primeiro rei da Casa de Bragança, assumiu o poder. (...)
          Este clima de perturbação política foi acompanhado por crescentes dificuldades económicas. (...) A dominação castelhana da coroa havia ainda legitimado ataques holandeses, franceses e ingleses, a muitos dos territórios portugueses, no Oriente, África e Brasil, ataques que se prolongaram alguns anos após a Restauração, provocando um agravamento da economia. Por outro lado, a perseguição movida pela Inquisição aos cristãos-novos, que neste século assumiu particular violência, tinha como consequência a fuga de muitos deles para o estrangeiro, transportando consigo avultados capitais. (...)
          Culturalmente, o período não foi de grande brilho, tendo visto empalidecer o fulgor que as Artes e Letras haviam alcançado na época do Renascimento e do Maneirismo, pese embora a pujança que a arquitetura religiosa de traça barroca assumirá, sobretudo na parte final do século, bem como a vasta produção lírica muito consumida e divulgada em algumas academias literárias então nascentes, e ainda a abundante produção parenética, talvez o género mais produtivo e apreciado no campo cultural português de então. (...)
          A censura, sobretudo a inquisitorial, limitava a abertura de Portugal às correntes que no estrangeiro faziam triunfar o saber científico, conhecimento aqui divulgado por poucos e habitualmente com atraso.
          Foi este o tempo em que Vieira viveu.

José Pedro Paiva, António Vieira, o Percurso Biográfico


          Proceda a uma esquematização do texto, orientando-se pelos seguintes tópicos:


  • Designação genérica da época;
  • Países emergentes;
  • Marcas do código estético;
  • Avanços científicos;
Situação em Portugal (política, economia, cultura...). 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Reclamação (Liliana)


Comissão de Finalistas da Escola Secundária de Figueira de Castelo Rodrigo
Avenida Heróis de Castelo Rodrigo,
6440-062 Figueira de Castelo Rodrigo

Agência de Viagens Bemlonge
Rua da Imprensa,
6852-052 Lisboa
Escola Secundária de Figueira de Castelo Rodrigo,
 9 de maio de 2008

Exmos. Senhores,

Vimos, por este meio, comunicar o nosso desagrado pela forma como o grupo de finalistas foi tratado na viagem decorrida á duas semanas atrás. Os problemas que se sucederam no início e no decorrer da viagem começaram com a falta de transporte até Lisboa, o que nos obrigou a chamar um táxi e, consequentemente, a gastar mais dinheiro do que era previsto. Como se isso não fosse o suficiente, ao chegarmos a Lisboa fomos recebidos por um funcionário de outra agência, o que nos levou a termos de comunicar com a agência escolhida e também a perder o nosso tempo.
Ao chegarmos ao destino, aconteceu outro imprevisto, o programa que havíamos escolhido (com aulas de ski; livre-trânsitos para festas e DJ sets diários, bem como um diploma de curso de ski e o direito a massagens de 5 minutos depois das aulas) não incluía nenhuma destas coisas, apenas o programa básico. Enquanto uns foram colocados no modo de principiantes, houve outros que foram colocados no modo de avançado embora tenhamos deixado bem claro que o grupo todo era principiante.
Por fim, no final da viagem não nos foram entregues os recibos que comprovam o nosso gasto. Pretendemos, então, com esta carta, pedir uma indemnização justa, que consiste em metade do valor gasto e pedimos também que nos entreguem os recibos. 
Sem mais nenhum assunto apresentamos os nossos cumprimentos,
Manuel Antunes
(Representante do grupo de finalistas)

Anexo: Folha do orçamento gasto na viagem. 

Reclamação (Solange)

Comissão de Finalistas da Escola EB2/3
 de Figueira de Castelo Rodrigo
Avenida 25 de abril, 44
6440-125 Figueira de Castelo Rodrigo
  
Agência Paraíso da Juventude
Rua das Flores, 224
7660-215 Coimbra


Figueira de Castelo Rodrigo, 6 de julho de 2011

Assunto: Deficiência na marcação da viagem de fim de curso a Andorra

Exmos.Senhores,

Vimos, por este meio, comunicar a V.Exas. que, na sequência da viagem de fim de curso a Andorra, nos deparámos com vários problemas, inclusive ainda em Portugal.
Primeiramente, fomos confrontados com a falta de transporte para nos levar ao lugar de partida do autocarro que nos levou a Lisboa, obrigando-nos a recorrer a um táxi. Após este primeiro contratempo, chegados a Lisboa, em lugar de sermos recebidos por um coordenador da agência conforme o combinado no contrato, esperava-nos um funcionário de uma outra agência. Quando íamos usufruir dos extras da viagem que contemplava massagens de cinco minutos depois das aulas de ski, livre-trânsitos para festas e DJ sets diários, bem como um diploma do curso de ski, pelo que só tivemos acesso apenas ao programa básico (mais barato), que não incluía nenhum dos extras referidos. Ao participarmos nas aulas de ski, fomos inseridos em níveis diferentes, alguns mesmo no nível avançado, embora tivéssemos informado antecipadamente a organizadora que éramos todos principiantes. Como se isto tudo não chegasse, ainda não nos foram fornecidos os recibos do pagamento da viagem.
Deste modo, cabendo a V.Exas. assumir a responsabilidade, do incumprimento do contrato assinado e pago, vimos, por este meio, exigir que nos indemnizem pelos prejuízos e incómodos que sofremos. Caso não recebamos nenhuma comunicação da vossa parte nesse sentido, num prazo máximo de quinze dias, recorreremos à via judicial para a defesa dos nossos direitos.
Sem outro assunto de momento, apresentamos os nossos melhores cumprimentos e subscrevemo-nos

Assinatura
FinalistasFCR

Anexos: cópia do contrato, e a fatura dos táxis.

Reclamação (Sofia Gabriel)

Comissão de Finalistas da Escola
 Secundária Vasco da Gama
Rua Francisco Távora n.º 325
Damaia 6348-215

Agência de Viagens
“Sempre em Festa”
Lisboa, Rua da Esperança

Damaia, 6 de maio de 2011

Assunto: Irregularidades enfrentadas na viagem de finalistas a Cabo Verde


Exmos. Senhores,

Vimos por este meio, informar V. Exas. das irregularidades enfrentadas ao longo da viagem realizada no dia quinze de abril de dois mil e onze, iniciada às oito horas da manhã, na qual enfrentamos o seguinte: a falta de transporte; a ausência do coordenador da agência contratada; o insucesso do programa de viagem escolhido; a falta de profissionalismo relativamente às aulas de ski e ainda os problemas com o pagamento.
Em primeiro lugar, deparámo-nos com a falta de transporte no local de encontro planeado, como tal, tivemos de recorrer a um táxi para chegar ao local pretendido (Lisboa). Após a chegada a Lisboa, esperava-nos um funcionário de uma outra empresa, quando o que estava planeado era a presença de um agente da sua empresa. Tivemos também problemas com o programa de viagem, uma vez que, escolhemos um que continua massagens de cinco minutos após as aulas de ski; livre-trânsito para festas e Dj sets diários e ainda um diploma de ski. Não obstante, apenas tivemos acesso ao programa básico, que era muito mais barato do que aquele que fora pago por nós e que não incluía nenhum dos extras anteriormente referidos, o que só agravou ainda mais a situação. No entanto, relativamente às aulas de ski, não foi apenas na ausência do diploma que tivemos problemas, visto que, embora tenha sido afirmado que todo o grupo de finalistas era principiante, fomos colocados em níveis diferentes, pondo assim a nossa vida em risco, pois não tínhamos qualquer tipo de experiencia no desporto referido. Para finalizar, tivemos ainda problemas com o pagamento da viagem, uma vez que não nos foram fornecidos os recibos de pagamento da viagem.
Como tal, cabe a V. Exas. tratar dos danos e assumir a devida responsabilidade, vimos então exigir o seguinte: o reembolso da verba paga aos táxis que nos levaram a Lisboa; o reembolso do dinheiro pelo kit, visto que apenas usufruímos de um muito mais barato e ainda os recibos do pagamento da viagem.
Apresentamos os nossos melhores cumprimentos e esperamos que nos responda rapidamente.

O representante dos finalistas




                                                                 



 (Bruno Paiva)  

Anexos: Valor pago aos táxis – 20 euros por pessoa (35 finalistas)

Reclamação (Sónia Sequeira)


Comissão de Finalistas
Rua Heróis de Castelo Rodrigo, nº 21
6440-249 Figueira de Castelo Rodrigo
Agência de Viagens TAP
Rua São Bernardo, 160
6440-235 Lisboa

Figueira de Castelo Rodrigo, 7 de Novembro de 2008

Assunto:  Problemas com a organização da viagem de finalistas.

Exmo. Senhor Diretor da agência,                                                                                                                        

Vimos por este meio, comunicar a Vossa Excelência que recorremos á sua agência de viagens para a organização da nossa viagem de finalistas, no dia 20 de Setembro das 15:00h ás 16:00h. Mas no dia da viagem, deparamo-nos com várias irregularidades que surgiram ainda em Portugal.
Apesar de estar tudo tratado, tivemos vários problemas. Fomos obrigados a recorrer  a um taxi, por falta de transporte. Ao chegarmos a Lisboa, fomos inesperadamente recebidos por um funcionário de uma outra agência e não pelo coordenador da agência contratada. O nosso programa tinha várias atividades,  livre-trânsitos para festas e DJ sets diários, massagens de 5 minutos  depois das aulas de ski, bem como um diploma do curso de ski mas, em vez disso, só tuvemos direito ao programa básico, que não incluía nada do qe atrás referimos. Fomos inseridos em níveis diferentes nas aulas de ski, no qual todos eramos principiantes. E para acabarmos em mais um desastre, não nos foram fornecidos os recibos do pagamento da viagem.
Em concreto, fomos obrigados a reclamar os serviços da sua agência, pelas razões acima referidas, porque fomos claramente enganados, o programa não correu como o previsto, e agradeciamos que começasse a ter mais atenção aos programas estabelecidos pela sua agência, para não ocorrerem mais erros. E pediamos que a agência nos indemniza-se de uma certa forma, ou tentar remediar estes erros gravíssimos em que nos colocou.
Apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Comissão de Finalistas do Agrupamento de Figueira de Castelo Rodrigo
João Fernandes

Reclamação (Daniela Fidalgo)


Comissão de Finalistas
do Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo
Av. Heróis de Castelo Rodrigo, número 40
6440 – 113, Figueira de Castelo Rodrigo

Agência de Viagens L&D
                                                                       Rua D. Miguel Crespo, número 144
                                                                                   6200 – 100, Lisboa

Figueira de Castelo Rodrigo, 6 de Outubro de 2011

Assunto: Problemas surgidos no começo da viagem de finalistas.

Ex.mos Senhores,

Venho por este meio comunicar aos caríssimos senhores que, na sequência de uma viagem de autocarro entre Lisboa a Andorra, o transporte que deveria estar no local combinado entre a Comissão e a agência, não compareceu e tivemos de recorrer a outro transporte, o táxi.
Já em Lisboa, fomos ao local combinado com o funcionário da agência para nos receber, mas encontramos um outro cavalheiro de outra agência. O programa que estava no contrato que tínhamos aceitado, não era o mesmo que usufruímos, pois foi – nos ‘’oferecido’’ um programa barato sem metade do que tínhamos escolhido.
Pedimos também, aulas de ski para os finalistas, todos inexperientes, fomos colocados em níveis muito superiores. Estávamos há espera de receber os recibos da viagem mas não nos foram fornecidos para a comissão de finalistas.
            Sem outro assunto de momento, apresento os meus cumprimentos e agradecia resposta.

                                                                                  A Comissão de Finalistas.
                                                                                              Daniela Fidalgo

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma mãe interessada

Aluno copiou em teste com ajuda da mãe através de SMS

          Um aluno do 5.º ano do Agrupamento Vertical Dr. Francisco Gonçalves Carneiro, em Chaves, foi surpreendido pela professora a copiar num teste, com a ajuda da mãe, que lhe enviava mensagens escritas de telemóvel com as respostas das perguntas.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Reclamação (Daniela Ezequiel)


Comissão de Finalistas do
Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo
Rua Heróis de Castelo Rodrigo, nº306
6440-137 Figueira de Castelo Rodrigo
Agência de Viagens XTrip
Rua dos Limoeiros
6440-253 Lisboa

            Figueira de Castelo Rodrigo, 6 de Outubro de 2011

            Assunto: Problemas com a organização da viagem de finalistas.

            Exmos. Senhores,

            Vimos, por este meio, comunicar a Vossas Excelências que a nossa comissão recorreu à agência XTrip para a organização da nossa viagem de finalistas, mas no dia houve a ocorrência de falta de transporte no ponto de encontro e, em vez do autocarro que a agência deveria providenciar, tivemos de recorrer a um táxi.

            Em Lisboa, no local onde deveríamos ser recebidos por um coordenador da agência XTrip mas este não se encontrava no local, no seu lugar deparámo-nos com um outro funcionário, mas este trabalhava para uma outra empresa. Um outro problema que nos demos conta foi com o programa, o escolhido deveria ter massagens de 5 minutos após as aulas de ski, livre-trânsito para festas, etc. Mas ao chegarmos, não tivemos acesso a nenhum dos extras referidos, apenas recebemos o programa básico.
            Outros dos problemas forma nas aulas de ski, onde deveríamos ser todos inseridos no mesmo nível mas isso não se sucedeu e por último, não foram fornecidos recibos do pagamento da viagem.

            Devido às razões apresentadas anteriormente, esperemos que a agência XTrip se responsabilize pelo sucedido, ao dar-nos uma indemnização no valor 380 euros, este valor servirá para o cobrir as despesas que tivemos. Se a vossa agência não se responsabilizar pelo ocorrido num prazo de duas semanas, recorreremos ao meio jurídico.

            Sem outro assunto de momento, encerramos assim o nosso comunicado, desejando comprimentos para Vossas Excelências.

(Directora da Comissão de Finalistas)
Rebeca Amador 

Reclamação (José Vicente)


Finalistas da Escola Secundária de Figueira de Castelo Rodrigo
Avenida Heróis de Castelo Rodrigo
6440- 131 Figueira de Castelo Rodrigo
Operadores de Viagens Nacionais e Internacionais
Avenida D. Afonso Roberto
3520 – 113 Lisboa

Figueira de Castelo Rodrigo, 2 de Maio de 2010

Assunto: Má gestão na organização da viagem de finalistas.

            Ex. mos  senhores,

            Vimos, por este meio, comunicar a vossas excelências que, na sequência da viagem Figueira de Castelo Rodrigo – Andorra, que se iniciou no dia sete  ao dia catorze de abril de 2010, foram observadas várias irregularidade.
            Inicialmente, a falta de um transporte até Lisboa levou-nos a recorrer a um táxi, senão não chegávamos a horas.
            Quando chegámos lá, estava um funcionário de uma outra agência à nossa espera, em vez de estar um da própria agência. Quando  afirmámos contrato,  estava lá pronunciado, que nós, os estudantes, iríamos ter massagens de cinco minutos depois das aulas de ski, bem como livres trânsitos para festas, mas nada disto foi concretizado. Tivemos apenas direito ao programa mais básico. Nas mesmas aulas de ski, alguns dos nossos colegas que não sabiam a prática do desporto, foram inseridos no meio dos alunos que já sabiam. Outro grande problema, foi não nos darem os recibos do pagamento da viagem. Pedimos a marcação de uma reunião para acertarmos as ditas contas, como o dinheiro dos táxis e o resto. Caso não obtenhamos respostas, recorreremos obviamente  à justiça.
            Despedimos – nos com os máximos cumprimentos:
Finalistas 2009 – 2010
António Farias

Reclamação (Ana Almeida)


Comissão de Finalistas da Escola Secundária de Almeida                                                                                                                                             
Rua da Fé ,45                                                                                                                                                                                4640-211-Almeida                                         
                                                                            APF(Agência Programas para Finalistas)
                                                                                                        Rua da Conceição,225
                                                                                                                 1600-214 Lisboa


Almeida,5 de Junho de 2012
Assunto: Não cumprimento do contacto da viagem de finalistas

Ex.mos Senhores,
   Vimos , por este meio , comunicar a V.Ex.as que , na sequência de uma viagem de finalistas entre Lisboa e Andorra fomos nos apercebendo que as cláusulas que tínhamos acordado no contrato não correspondiam ao que estava acontecendo.
   Apesar de nos ter agradado bastante o contrato que foi acordado , os problemas começaram a surgir em Portugal, em Lisboa não se encontrava o autocarro para nos levar até ao aeroporto como combinado e tivemos que chamar um táxi par nos deslocarmos de Lisboa até o aeroporto e nada fazia prever que se passou a seguir.                                                              .                                                                                                                                         Ainda em Lisboa , a pensarmos  sermos  recebidos pelo  coordenador da agência com quem fizemos o contrato , estava um funcionário de uma outra agência.
   O programa de viagem que escolhemos contemplava massagens de 5 minutos depois das aulas de ski, livre-trânsito para festas s DJ sets diários, bem como um diploma do curso de ski , mas tivemos apenas direito ao programa básico que não incluía os extras acima referidos .
   Nas aulas de ski a que tivemos direito, fomos inseridos em níveis diferentes, apesar de termos informado  com antecedência que éramos todos principiantes.                                                                                                                                                                            
   E, por último , não nos foram fornecidos os recibos do pagamento da viagem.
   Contudo, cabendo a V.Ex.as  assumir a responsabilidades pela violação dos nossos direitos , vimos , por este meio, exigir que nos indemnizem pela violação do nosso acordo estabelecido no contrato, no valor de 500 euros. Caso não recebamos nenhuma comunicação da vossa parte nesse sentido, num prazo máximo de 10 dias , recorreremos à via judicial para a defesa dos nossos direitos.

Sem outro assunto de momento , apresentamos os nossos melhores cumprimentos e subscrevemo-nos,

                                                                                                                  O Representante dos finalistas 
                                                                                                                                           Ricardo Gomes

Anexos: Cópia do recibo da viagem
                que fizemos de táxi de Almeida
               até Lisboa 

sábado, 5 de novembro de 2011

Pet Shop Boys: "Suburbia" (1986)


Modalidade (G 2011 - 2 - C)


Correção

1.1.
a) Modalidade apreciativa.
b) Modalidade apreciativa.
c) Modalidade epistémica, valor de certeza.
d) Modalidade epistémica, valor de dúvida.
e) Modalidade apreciativa.
f) Modalidade apreciativa.
g) Modalidade epistémica, valor de possibilidade.
h) Modalidade epistémica, valor de probabilidade.

1.2.
a) A modalidade é construída através do recurso ao advérbio de frase «felizmente».
b) A modalidade é construída através das exclamações, da construção sintática iniciada com «que» e do adjetivo «trágico».
c) A modalidade baseia-se no uso do advérbio «seguramente» e de uma frase declarativa.
d) A dúvida é expressa através do advérbio «talvez», que implica o recurso ao modo conjuntivo.
e) A modalidade assenta o uso da expressão «É lamentável» e da exclamação.
f) Neste caso, o desejo é expresso através do verbo «ser», conjugado no condicional e do adjetivo «fantástico».
g) A modalidade assenta no recurso ao verbo «poder».
h) A ideia de probabilidade é traduzida pelo uso do verbo «dever», conjugado com o advérbio «já».

1.3.
a) O Benfica, infelizmente, não conseguiu derrotar o Beira-Mar.
b) Credo! Não deve ter havido desenlace mais trágico de uma peça de teatro.
c) É possível que o Rafael fale demais durante as aulas.
d) Provavelmente, o Glorioso voltará a ser campeão europeu.
e) Duvido que seja lamentável que a Sónia use telemóvel nas aulas de culinária.
f) Certamente, o Valente sabe tirar fotografias decentes à namorada.
g) O extraordinário cavaleiro António pode praticar hipismo aos fins de semana.
h) A Sofia já leu alguns capítulos de Os Maias, visto que se referiu a alguns aspetos da obra numa das últimas aulas.



2.1.
Tipos de modalidade e respetivos valores
Exemplos textuais
Apreciativa
. “São piores os homens que os corvos.”
. “E a tísica? Fechada, e com o ferro aceso!”
. “E fina-se ao desprezo!”
. “Nada de equívocos!”
Deôntica
Valor de obrigação


. “Ouvi também agora as vossas repreensões.”
. “E vós, Miranda, tornai para onde vos mandei; ide já e fazei como vos disse.”
. “tens de aceitar a lei (…) tens de morrer… tens de ficar de braços cruzados.”
. “Não se pode exigir que as novas gerações (…)”
Valor de permissão
. Entrai, irmão, entrai.”
Epistémica
Valor de certeza

. “Esta é a senhora D. Madalena de Vilhena.”
. “Ignora que a asfixia a combustão de brasas.”
. “Traíste um amigo teu…”
. “Tu declaraste bem alto a tua amizade pelo Cohen.”
Valor de possibilidade
. “se as pode haver… como só imagino que as possa haver”
Valor de probabilidade
. “Deve estar lindo no campo!”

3.1.
a) Constatação: «Vejo que somos nós que fazemos o nosso futuro.»
b) Certeza: «Estou certo de que somos nós que fazemos o nosso futuro.»
c) Suposição: «Suponho que seremos nós que faremos o nosso futuro.»
d) Apelo: «Sejamos nós a construir o nosso futuro.»
e) Obrigação: «Temos o dever de ser nós a construir o nosso futuro.»
f) Possibilidade: «Talvez sejamos nós a construir o nosso futuro.»
g) Dúvida: «Não sei se seremos nós que fazemos o nosso futuro.»


. Ficha [aqui].
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...