Capítulo V
Peixe
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Roncador
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Repreensões
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. É pequeno, mas
quer parecer grande, por isso ronca muito.
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Argumentação
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.
Quer
parecer maior e mais importante do que aquilo que é;
. quando tem de
agir, acobarda-se.
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Exemplos - Confirmação
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. S. Pedro:
afirmou estar disposto a morrer por Cristo, mas negou-o; prometeu ficar acordado
e vigilante, mas adormeceu durante a vigia;
. Golias:
soldado gigante filisteu, que muito se gabava da sua invencibilidade, mas foi
vencido por um pequeno pastor, David, com um cajado e uma funda;
. Caifás:
roncava de saber;
. Pilatos: roncava de poder.
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Castigo
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. Deus abate e
humilha os que roncam.
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Alegoria
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.
Presunção,
arrogância, soberba e orgulho.
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Provérbio
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. “Presunção e
água benta, cada um toma a que quer.”
. “As obras
falam, as palavras calam.”
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Atualidade/
Anacronismo
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. Atualidade:
figuras públicas, políticos…
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Contraste com S. António
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. “o verdadeiro
conselho é calar, e imitar a S. António”;
. tinha muito saber
e poder, mas não se vangloriava disso.
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Peixe
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Pegador
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Repreensões
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. Pequeno,
pega-se ao maior;
. vive do maior
de forma parasitária.
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Argumentação
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.
Vive
como parasita, alimentando-se e fazendo-se carregar pelo peixe maior;
. se algum dos
peixes maiores morre, o pegador morre com ele.
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Semelhanças com os homens
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. Aprendeu o seu
estilo de vida com os homens, nomeadamente os portugueses;
. os mais
inteligentes despegam-se dos peixes maiores e continuam a sua vida; os mais
ignorantes têm o mesmo fim dos maiores.
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Exemplos - Confirmação
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. Bajuladores
dos poderosos, como o vice-rei ou o governador;
. Herodes:
quando morreu, morreram com ele todos os seus pegadores;
. Tubarão: tem
os seus pegadores que, quando morre, morrem com ele;
. Pegadores de
Deus (David e S. António);
. Adão e Eva:
comeram o fruto proibido e conduziram todos os humanos à mortalidade.
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Alegoria
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.
Parasitismo,
oportunismo e preguiça.
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Provérbio
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. “Anda meio
mundo a enganar outro.”
. “Amigo disfarçado,
amigo dobrado.”
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Atualidade/
Anacronismo
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. Atualidade:
comitivas políticas; “amigos interesseiros; cargos políticos ou
administrativos…
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Contraste com S. António
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. “António também
se fez Menor, para se pegar mais a Deus” = Santo António “pegou-se” a Cristo,
seguindo as suas palavras, a sua doutrina.
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Peixe
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Voador
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Repreensões
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. Usa os seus
dotes naturais para se exibir;
. é peixe, mas também
quer ser ave;
. possui grandes
barbatanas e salta para fora da água como se voasse.
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Argumentação
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.
Sendo
peixe, quer ser ave;
. por isso,
sofre os perigos dos dois elementos, o que o leva à morte.
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Exemplos - Confirmação
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. Simão Mago:
ambicionava subir ao céu, fingindo ser filho de Deus, avisou toda a gente de
Roma para que o admirassem e voou muito alto, mas caiu e morreu perante o
olhar de todos;
. Ícaro: voou
com asas de cera, mas foi demasiadamente ambicioso e aproximou-se do Sol; a
cera derreteu e ele caiu no mar, morrendo.
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Alegoria
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.
Ambição,
vaidade, ostentação, presunção.
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Provérbio
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. “Quem tudo
quer tudo perde”.
. “Quanto mais
alto se sobe, maior é a queda.”
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Atualidade/
Anacronismo
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. Atualidade: pessoas
que não olham a meios para atingir os fins; pessoas que vivem acima das suas
posses…
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Contraste com S. António
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. “Não estendeu
as asas para subir, encolheu-as para descer.”
. Foram-lhe
dadas duas asas (a sabedoria natural e o poder da palavra), mas ele usou-as
com humildade e comedimento e não com vaidade e ambição.
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Peixe
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Polvo
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Repreensões
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. Usa as suas
defesas para trair as suas presas.
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Argumentação
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.
Parece
brando inofensivo;
. no entanto,
ataca as suas vítimas de forma traiçoeira e sem escrúpulos.
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Exemplos - Confirmação
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. Judas, o
símbolo da traição entre os homens, é menos traidor do que o polvo;
. Camaleão: muda
de cor por «gala», por solenidade; é um artifício de defesa;
. Proteu: metamorfoseia-se
por defesa, para escapar dos que o perseguem
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Alegoria
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.
Traição,
falsidade.
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Provérbio
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. “Trair e comer
é só começar.”
. “Obra de
vilão, deitar pedra e esconder a mão.”
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Atualidade/
Anacronismo
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. Todos os que
parecem honestos e de confiança, mas são falsos.
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Contraste com S. António
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. “Mas ponde os
olhos em António vosso Pregador, e vereis nele o mais puro exemplar da
candura, da sinceridade, e da verdade, onde nunca houve dolo, fingimento ou
engano.”
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