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sábado, 18 de janeiro de 2014
"Quando Deus entrou no meu carro"
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Colocação do adjetivo na frase
Por
norma, o adjetivo qualificativo
ocorre à direita do nome:
. O autocarro amarelo despistou-se naquela curva perigosa.
Na
verdade, boa parte dos adjetivos qualificativos podem ocorrer tanto à direita
como à esquerda do nome, conservando, genericamente, o mesmo significado. No entanto,
alguns adjetivos qualificativos (os que possuem valor avaliativo: «pobre», «rico»,
«bom», «mau», «grande», etc.) alteram o seu significado consoante ocorrem à
esquerda ou à direita do nome.
De
facto, esses adjetivos, quando surgem após o nome, possuem valor restritivo, isto é, exigem uma interpretação literal,
conotativa:
. O
Ernesto é um homem pobre. (neste caso, o adjetivo significa «homem
de fracos recursos económicos)
Porém,
quando colocados à esquerda do nome, implicam uma interpretação subjetiva,
conotativa e não possuem valor restritivo:
. O
Eusébio era um pobre homem. (nesta frase, o adjetivo significa
«homem infeliz, débil mental, marginal…)
Outros
adjetivos são colocados, obrigatoriamente, à direita do nome:
. Os adjetivos qualificativos que
traduzem características restritivas / específicas (os relacionados com a cor,
a forma, o estado, a dimensão das coisas, a técnica, os de tipo
classificativo):
» Rasguei a minha camisola verde. /
» * Rasguei a minha verde
camisola.
» Os animais mamíferos são simpáticos. /
* Os mamíferos animais são
simpáticos.
. Os adjetivos relacionais:
» A mulher brasileira tem um sotaque interessante.
» A crise económica está a deixar-nos na penúria.
» Aos transportes aéreos portugueses
são dos mais fiáveis do mundo.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Distinção entre complemento do nome e modificador do nome
1. O modificador do nome não é
selecionado pelo nome, quer seja restritivo quer apositivo. No primeiro caso, a
referência restringe àquele nome; no segundo, o modificador é meramente
explicativo, daí aparecer isolado por uma ou por duas vírgulas, consoante o
lugar em que se encontre na frase.
Vejamos alguns exemplos:
Modificador de nome restritivo
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1. Gosto de livros volumosos.
(A referência
restringe-se aos livros com esta característica.)
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A função sintática
de modificador é desempenhada por um GAdj
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2. Aquela rapariga de casaco escuro vive na minha rua.
(A referência
restringe-se àquela rapariga, a mais nenhuma outra.)
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A função sintática
de modificador é desempenhada por um GPrep
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3. Traz-me o livro que está em cima da mesa.
(A referência restringe-se a esse livro, a mais
nenhum outro.)
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A função sintática de modificador é desempenhada por
uma OSARR
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Modificador de nome apositivo
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1. D. Afonso Henriques, o conquistador, foi o primeiro rei de Portugal.
(A referência faz-se
sem qualquer restrição ao nome; o modificador apenas introduz uma explicação
adicional.)
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A função sintática
de modificador é desempenhada por um GN
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2. Estes livros, que nunca ninguém lê, deveriam estar na última prateleira.
(A referência faz-se
sem qualquer restrição ao nome; o modificador apenas introduz uma explicação
adicional.)
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A função sintática
de modificador é desempenhada por uma oração
subordinada adjetiva
relativa explicativa
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2. O complemento distingue-se do
modificador por ser selecionado pelo nome. Há nomes (como há verbos, também)
cuja referência não fica completa sem um complemento.
A melhor forma de identificar um
complemento de nome é verificar se o verbo correspondente (relembrar a
derivação não afixal) seleciona complementos.
Vejamos alguns exemplos:
1. a participação foi elevada.
(participar em) – participação em quê?
2. a compra foi feita em boa
altura. (comprar alguma coisa) compra de quê?
3. a
entrega decorreu numa bonita cerimónia. (entregar alguma coisa) entrega de
quê?
4. a constatação foi feita pelo lesado. (constatar alguma
coisa) constatação de quê?
5. a pesca faz-se ao largo dos
Açores. (pescar alguma coisa) pesca de quê?
Como se pode constatar, qualquer um dos
nomes destacados seleciona um complemento (normalmente precedido da preposição «de»).
Basta colocá-lo para que a frase fique
completa:
1. a participação na votação
foi elevada.
2. a compra dos livros
foi feita em boa altura.
3. a entrega dos prémios
decorreu numa bonita cerimónia.
4. a constatação de que o carro lhe foi roubado foi feita
pelo lesado.
5. a pesca da baleia (= baleeira)
faz-se ao largo dos Açores.
Os complementos de nome são
normalmente desempenhados por grupos preposicionais (exemplos 1 a 3) ou orações
(exemplo 4), raramente por adjetivos (exemplo 5).
3. Há outros nomes que indicam a parte
de um todo e que selecionam complementos.
Vejam-se os exemplos seguintes:
1. Comi agora um bocado (de quê?) de pão.
2. O meu computador custou um terço (de quê?) do teu.
3. Apenas comi uma parte (de quê?) do bolo.
4. Já li centenas
(de quê?) de livros.
5. Comprei uma
fração (de quê?) da lotaria.
Os GPrep destacados a negro são os
complementos dos nomes que os antecedem (a que se referem). Como se pode ver,
nenhum dos nomes a verde teria o seu sentido completo se esses GPrep não lhes
fossem acrescentados.
4. O
complemento de nome não se pode confundir com o modificador de nome restritivo
(MNR). É verdade que nenhum deles pode ser separado por vírgulas, mas, enquanto
o complemento é de colocação obrigatória, o MNR é de colocação facultativa.
Comparem-se os exemplos:
Frases com complementos de nome ou modificadores de nome restritivos
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Frases sem os complementos /e modificadores
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Domínios de predicação completos?
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1. A entrega dos prémios decorreu numa bonita
cerimónia. (complemento)
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1. A entrega decorreu numa bonita
cerimónia. (complemento)
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Não.
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2. Comi agora um bocado de bolo. (complemento)
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2. Comi agora um bocado. (complemento)
|
Não.
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3. Gosto de livros volumosos. (MNR)
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3. Gosto de livros. (MNR)
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Sim.
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4. Aquela rapariga de casaco escuro vive na minha rua. (MNR)
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4. Aquela rapariga vive na minha rua. (MNR)
|
Sim.
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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Na aula (IX): O alienista - uma definição «sui generis»
Profe. - Lido o texto e tendo em conta a palavra em si, o que será um «alienista»?
Rafa - É uma pessoa que procura OVNIS.
Rafa - É uma pessoa que procura OVNIS.
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Cheque ensino: o fim de algo que nunca chegou a ser
Educação
Cheque ensino já não avança nesta legislatura
Ana Petronilho
14/01/14 00:06
14/01/14 00:06
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Complemento do nome
1. Definição
Há
nomes que não são totalmente autónomos e que necessitam de um constituinte que
complete o seu sentido / significado,
Lê as
seguintes frases e repara nas palavras ou expressões sublinhadas.
A visita à minha tia foi traumática.
“Guernica” é uma obra de
Picasso.
A observação de “Guernica” foi orientada pelo professor.
A força de “Guernica” é espantosa.
A oferta desse quadro ao museu foi uma bela ideia.
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Nota
que as palavras ou expressões sublinhadas nas frases completam o sentido dos nomes
que os antecedem. Por isso, desempenham a função sintática de complemento do nome.
2. Regras
1. O complemento do nome é uma função sintática interna ao grupo nominal
(tendo como núcleo um nome).
. A
visita à minha tia foi traumática.
2. O complemento do nome é selecionado por um nome, completando o sentido do mesmo. Em certos casos, se não
estiver presente, ficamos com uma sensação de incompletude:
. A
força (de quem ou de quê?) é
espantosa.
. “Guernica”
é uma obra. (de quem?)
3.O complemento do nome pode ser desempenhado por:
. um grupo preposicional
(geralmente introduzido pela preposição de, podendo também ser introduzido
por outras preposições):
. “Guernica” é uma obra de Picasso.
. A declaração de que Messi ia ser vendido foi recebida como uma
bomba.
. A visita ao orfanato ocorrerá na quinta-feira.
. um grupo adjetival (sendo os
adjetivos derivados de nomes e os nomes que os selecionam derivados de verbos):
. A participação no funeral foi fraca.
. A entrega dos diplomas decorreu no sábado.
. Os filhos de Mário Soares comoveram-se na cerimónia.
4. Um nome pode selecionar mais do que um complemento.
. A oferta desse quadro
ao museu foi uma bela ideia.
3. Colocação:
o complemento do nome surge sempre à direita do nome.
4. Nomes que
selecionam complemento do nome
. nomes que representam situações (derivados
de verbos ‑ nomes deverbais) (desejo,
procura, construção, substituição, invasão, compra, descida, entrada,
descoberta, ida, visita, viagem, oferta…):
. O desejo de sucesso aumentou nos últimos
anos.
. A construção da casa prolongou-se no tempo.
. A visita ao museu correu bem.
. A observação da pintura é difícil daquele
ângulo.
. A oferta do quadro ao museu foi bem
recebida.
. A declaração de que Messi ia ser vendido foi
recebida como uma bomba.
. nomes
relacionais, de parentesco (pai, mãe,
tio, filho…):
. O pai da Joaquina chamava-se Miguel.
. O filho do meu vizinho emigrou.
. nomes epistémicos, i.e., relativos ao
conhecimento, que indicam conceitos, ideias (hipótese, ideia, necessidade, possibilidade, beleza…):
. A ideia de fugir desagrada-me.
. A beleza do quadro é indesmentível.
. A hipótese de faltar às aulas seduz os
alunos.
. O facto de comer piza não significa que
goste do prato.
. nomes icónicos (que denotam
representações visuais / gráficas – fotografia,
imagem, retrato…):
. A fotografia da Micaela é horrível.
. nomes que designam cargos sociais ou profissionais:
. O
diretor da escola chama-se
José Estaline.
.
O ministro da Educação não
usa cuecas.
. O
porteiro da escola foi ao
médico.
. nomes que denotam relações de parte-todo
(indicam posse):
. O
cabelo do Cristiano Ronaldo
parece um piaçaba. (parte-todo)
.
A perna da cadeira está cheia
de caruncho.
.
O norte do país está sob
aviso amarelo.
.
O bico do lápis partiu-se.
. O
último capítulo de ‘Os Maias’
foi comovente.
. nomes
que denotam relações institucionais ou sociais entre pessoas:
. O
amigo de Sherlock Holmes é o
doutor Watson.
. O
professor de mandarim
chama-se Ming.
.
O sócio de Luís Filipe Vieira
fugiu para Marte.
. nomes
que descrevem estados psicológicos de
alguém (sensações, emoções), que designam impressões
sensoriais:
. Aquele
rebuçado tem sabor a morango.
.
O som dos A-ha é celestial.
.
O cheiro a cocó empesta a
sala.
. A
alegria dos alunos foi de curta duração.
. O
medo do Pedro é incurável.
. O
desejo do Custódio é
irrealizável.
. A
angústia dos pais era
comovente.
. nomes
que designam autoria ou tema/assunto:
. O
retrato de Pessoa foi roubado
por Sheldon Cooper.
.
A estátua de Camões está
cheia de verdete.
. O
quadro de Munch é o mais
valioso da exposição.
.
A última sinfonia de Beethoven
foi a nona.
.
A obra de Eça de Queirós é
riquíssima.
. A
obra de Miguel Torga deveria
merecer mais consideração.
. “O
nome da Rosa” é um filme de
Jean-Jacques Annaud.
.
A Ilíada é uma obra de Homero sobre o amor, a pátria e a lealdade.
. nomes que denotam locais seguidos de topónimos:
. A
vila do Sátão é extremamente
bela.
. O
arquipélago dos Açores
situa-se no oceano Atlântico.
. nomes que designam propriedades de pessoas ou coisas:
. A
altura da Torre Eiffel
provoca-me tonturas.
.
Algum de vocês sabe a idade de
Ricardo Araújo Pereira?
.
O conteúdo de Crime e Castigo
é perturbante.
.
O preço do petróleo voltou a
aumentar.
.
O peso da Joaquina rebentou a
escala.
. nomes através dos quais se exprimem sentimentos, emoções ou atitudes dirigidas ou em honra de alguém ou
de algo, ou que exigem a referência a um destinatário ou a um objetivo:
. A
ideia de mudança perturba as
pessoas autistas.
. O
meu filho tem muito orgulho no seu
pai.
.
Qualquer pessoa tem ódio ao racismo.
.
Todas as pessoas têm medo de falhar.
5. Representação
5.1. Complemento do nome com a forma de grupo adjetival
O
complemento do nome que assume a forma de grupo adjetival surge à direita do
nome e forma com este uma unidade de sentido, isto é, se o adjetivo for
retirado, o sentido do nome altera-se:
. A
previsão meteorológica (=
da meteorologia) propicia os incêndios.
. A
procura turística (= dos
turistas) tem diminuído em Portugal.
5.2. Complemento do nome com a forma de
grupo preposicional não oracional:
. Tenho pena da tua família.
5.3. Complemento do nome com a forma de
grupo preposicional oracional:
. O desejo de vencer o Porto deve animar os
futebolistas.
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Na aula (VIII): o sexo das galinhas
Pergunta do Luís: «Uma vez disseram-me que as galinhas tinham relações sexuais pelas asas. É verdade?»
Na aula (VII): unidades de medida
Fala-se de unidades de medida, mais especificamente de comprimento (milha, légua, etc.) e da respetiva conversão em metros. Alguém fala em «pé» (unidade de medida) e um aluno pergunta quanto mede, em centímetros, cada pé.
Responde a Âng...: «Depende dos números que cada um calçar.»
Subclasses do adjetivo
Os
adjetivos distribuem-se por três subclasses.
3.1. Adjetivo qualificativo:
atribui uma propriedade ou qualidade ao nome (cor, cheiro, dimensão, peso,
etc.) a que se reporta:
. A Ernestina é gorda.
. A tua camisola é verde.
. O teu carro é pequeno.
. O Luís é feio como
uma porta.
. Relativamente à posição, o adjetivo
surge, habitualmente, em posição pós-nominal, isto é, à direita do nome:
- A Sofia é uma mulher grande.
. Porém, há adjetivos que podem surgir
em posição pré-nominal, ou seja, à esquerda do nome:
- A Sofia é uma grande mulher.
. A posição pré ou pós-nominal do
adjetivo corresponde, frequentemente, a valores / interpretações / significados
diferentes:
- A Sofia é uma mulher grande. (= A
Sofia é uma mulher de estatura elevada.)
- A Sofia é uma grande mulher. (= A
Sofia é uma mulher admirável, excecional).
. Existem adjetivos que apenas podem
ocorrer em posição pós-nominal:
- Os carros amarelos são feios.
- A pele morena é característica dos indianos.
3.2. Adjetivo numeral:
. indica a sucessão ou a ordem que o nome tem numa série;
. corresponde aos designados numerais
ordinais;
. ocorre, geralmente, em posição
pré-nominal, antecedido de um determinante artigo(1), demonstrativo(2),
possessivo(3) ou de um quantificador(4):
(1) O primeiro aluno a chegar à
meta foi o Aristófanes.
(2) Aquele terceiro tiro foi
fatal.
(3) O meu último ano de faculdade
foi extraordinário.
(4)
As três primeiras obras de
Saramago ainda são desconhecidas do leitor comum.
. não flexiona (varia) em grau:
. exemplos:
- primeiro
- segundo
- terceiro
- último
- centésimo
- ducentésimo
- tricentésimo
- quadringentésimo
- quingentésimo
- sexcentésimo
- septingentésimo
- octingentésimo
3.3. Adjetivo relacional:
. estabelece com o nome uma relação
diferenciada (de posse, de origem, etc.);
. pode ser parafraseado pela expressão “relacionado com”;
. ocorre em posição pós-nominal:
- As eleições portuguesas são um embuste.
. não varia em grau:
- * As eleições muito portuguesas são um embuste.
. não tem antónimos:
- Passos Coelho é um político português.
- Eduardo dos Santos é o presidente angolano.
(Os adjetivos “português” e “angolano” não são antónimos.)
. deriva, em geral, de nomes:
- português < Portugal
- bacteriano < bactéria
Adjetivo: definição e características
1. Definição
O
adjetivo é uma palavra variável que caracteriza / qualifica(1) o
nome (atribui-lhe uma qualidade ou propriedade) ou exprime um estado(2).
Exemplos:
(1) A Joana é baixa.
(2) O Ricardo está doente.
2. Características
2.1. Características morfológicas:
. varia em género(1), número(2) e grau(3):
- (1) alto (masculino) / alta (feminina)
- (2) alto (singular) / altos (plural)
- (3) alto / altíssimo / muito alto
. precedido de um determinante pode
funcionar como nome(5) ou caracterizar um nome(6) que não
está expresso:
- (5) O velho tem uma propriedade no
Algarve.
- (5) Chegou um amigo.
- (6) Os casados são malandros. (= Os homens casados são malandros.)
- (6) De todos os equipamentos do Benfica, prefiro
o vermelho.
. pode ser antecedido de advérbios de
quantidade e grau:
- O Rafael é um rapaz muito maçador.
. alguns adjetivos, antecedidos de
artigo, assumem o valor de nomes abstratos:
- O belo (= a beleza) é
o foco da sociedade atual.
2.2. Características sintáticas:
. constitui o núcleo do grupo adjetival:
- Está um dia lindo!
. concorda em género e número com o nome que modifica:
- O João é alto.
- A Joana e a Joaquina são altas.
. é colocado, geralmente, depois do
nome(1), mas pode surgir antes(2):
- (1) A Rita é uma rapariga linda!
- (2) Que rica sandes!
. tem como função principal modificar o
nome:
- Este é um teste simples.
. pode selecionar um grupo
preposicional(3) ou uma oração(4) como complemento:
- (3) A Miquelina é carinhosa com o
marido.
- (4) O Fábio é um aluno difícil de
motivar.
2.3. Características semânticas:
. o adjetivo atribui uma qualidade /
propriedade ao nome:
- A Cátia é uma aluna rebelde.
. o adjetivo restringe ou delimita o nome:
- O automóvel elétrico ainda não é uma
alternativa confiável.
. o adjetivo situa o nome no tempo ou no espaço:
- A primeira viagem à Lua ocorreu em
finais da década de 60 do século XX.
. o adjetivo relaciona o nome com o
possuidor, com o agente, com o paciente, com a procedência:
- Cristiano Ronaldo é um futebolista madeirense.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
domingo, 5 de janeiro de 2014
Eusébio
Henricartoon |
Nascido a 25 de Janeiro de 1942 na então Lourenço Marques,
hoje Maputo, Eusébio tornou-se o maior símbolo do futebol português. Vindo de
Moçambique, depois de ter jogado no Sporting de Lourenço Marques, chegou ao
clube de Lisboa no Inverno de 1960. Foi nessa década que o “Pantera Negra” mais
brilhou nos relvados, no Benfica e ao serviço da selecção de Portugal, no
Mundial de 1966, onde foi o melhor marcador.
Sete vezes melhor goleador do campeonato português (1963/64,
64/65, 65/66, 66/67, 67/68, 69/70 e 72/73), duas vezes melhor marcador europeu
(1967/68 e 72/73), Eusébio foi uma vez eleito melhor futebolista europeu mas é
considerado um dos maiores futebolistas mundiais de todos dos tempos.
Foi 11 vezes campeão nacional pelo Benfica - alinhando em
294 jogos, nos quais marcou 316 golos -, ganhou cinco Taças de Portugal, foi
campeão europeu em 1961/62 e finalista da Taça dos Campeões em 1962/63 e 67/68.
No total, foram 546 os golos que marcou pela selecção
portuguesa e ao serviço dos clubes por que passou. Pelo Benfica, foram 473, em
440 jogos oficiais. Cometeu a proeza de marcar 32 golos em 17 jogos
consecutivos, tendo ainda conseguido marcar seis golos no mesmo jogo em três
ocasiões. O guarda-redes que mais golos seus sofreu foi Américo, do FC Porto
(17).
Jogou no Benfica até 1975, tendo depois actuado ainda em
clubes da América do Norte, no Beira Mar e no União de Tomar – esta última uma
breve experiência que durou até Março de 1978, após o que regressou aos EUA
para tentar uma efémera experiência no futebol indoor.
Participou em 64 jogos da selecção de Portugal, pela qual se
estreou em 8 de Outubro de 1961.
No Mundial de 1966, em Inglaterra, em que Portugal foi o
terceiro classificado, venceu o troféu destinado ao melhor marcador da prova,
com nove golos, e foi considerado o melhor jogador da competição.
Ficou célebre a sua actuação no jogo com a Coreia do Norte,
dos quartos-de-final desse mundial, em que marcou quatro golos, contribuindo
decisivamente para a vitória de Portugal a por 5-3, depois ter estado a perder
por 0-3. "Foi o meu dia", recordou mais tarde,quando, no Mundial de
2010, na África do Sul, a equipa portuguesa voltou a defrontar a asiática.
(c) Público
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Exame Nacional Português 9.º ano (2014) - Matriz
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