sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Portagens das ex-SCUT: consulta on-line dos pagamentos em dívida
Todos os condutores que frequentam as ex-SCUT e não possuem o Dispositivo Eletrónico de Matrícula (DEM) têm de efetuar o pagamento nas estações de correios (CTT). Note-se que a este tipo de pagamento acresce o valor de 0,25 € por viagem, num máximo acumulado de 2 € para «despesas administrativas». Por outro lado, o lançamento da dívida, que terá de ser paga num prazo máximo de cinco duas úteis, acontece somente dois dias após a passagem nos pórticos.
Quem não dispuser ainda do DEM, pode consultar o valor em dívida no sítio dos CTT (clicar para aceder). Para tal, necessita apenas de introduzir a matrícula do veículo e um código de verificação «captcha», ou seja, a cadeia de carateres apresentada.
O senão tem a ver com o facto de qualquer pessoa que conheça a matrícula do «nosso» veículo ter acesso aos nossos dados enquanto viajantes, colocando assim em causa a privacidade de cada um.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Mais quatro barcos hotel a cruzar o rio Douro até 2014
«O Douro deverá contar com mais quatro barcos hotel até 2014, a juntar aos oito que já cruzam o rio desde o Porto até Barca de Alva, disse hoje à Agência Lusa o presidente da Turismo do Douro.
António Martinho referiu que o Douro é cada vez mais procurado por turistas, verificando-se também "um crescimento claro" a nível do cruzeiro fluvial, nomeadamente dos barcos hotel.
Atualmente cruzam a via navegável do Douro oito barcos hotel. Um número que, segundo António Martinho, deverá crescer para os 12 até 2014.»
Os gregos, o «deficit» e a falência
Escravidão |
Na Grécia Antiga, certo ano os atenienses exigiram dinheiro aos habitantes da ilha de Andros e, jocosamente, disseram-lhes que tinham de pagar porque havia dois deuses poderosos em Atenas que os compeliam a tal: «Por favor» e «É melhor pagar».
Havia, porém, um senão: os ilhéus eram muito pobres. Assim, responderam que a sua ilha era tão miserável que os únicos deuses que possuíam eram dois que se recusavam a partir: «Falido» e «Lamento muito».
Por outros palavras, quando não há com que pagar, todas as ameaçasse se revelam inúteis.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Obras de Almeida Garrett
Poesia
"Hino Patriótico" (1820 - poema)
"Hino Patriótico" (1820 - poema)
"Ao Corpo Académico" (1821 - poema)
"O Retrato de Vénus" (1821 - poema)
Lírica de João Mínimo (1829)
Romanceiro (1843 - volume I)
Flores sem Fruto (1845)
Folhas Caídas (1853)
Flores sem Fruto (1845)
Folhas Caídas (1853)
Lírica I (1853)
Narrativa
Adozinda (1828)
Narrativa
Adozinda (1828)
Viagens na Minha Terra, publicada em folhetins em 1843 e editada na íntegra em 1846
Arco de Sant'Ana (1845 - volume I; 1850 - volume II)
Arco de Sant'Ana (1845 - volume I; 1850 - volume II)
Teatro
Lucrécia (1819)
Mérope (1820)
Catão (1821)
Camões (1825)
D. Branca (1826)
Um Auto de Gil Vicente (1838)
Dona Filipa de Vilhena (1840)
O Alfageme de Santarém (1842)
Frei Luís de Sousa (representado pela primeira vez em 1843 e publicado em 1844)
Catão (1821)
Camões (1825)
D. Branca (1826)
Um Auto de Gil Vicente (1838)
Dona Filipa de Vilhena (1840)
O Alfageme de Santarém (1842)
Frei Luís de Sousa (representado pela primeira vez em 1843 e publicado em 1844)
Tio Simplício (1846)
Falar Verdade a Mentir (1846)
A Sobrinha do Marquês (1848)
A Sobrinha do Marquês (1848)
Discursos
"Oração fúnebre de Manuel Fernandes Tomás" (1823)
"Elogio fúnebre de Carlos Infante de Larcerda, Barão de Sabroso" (1830)
"Da Formação da Segunda Câmara das Cortes" (1837)
"Na Discussão da Lei da Décima" (1841)
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Frei Luís de Sousa
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Viagens na Minha Terra
Biografia de Almeida Garrett
1799 A 4 de fevereiro, no seio de uma família burguesa,
nasce no Porto, mais precisamente na rua do Calvário, às Virtudes, numa casa
ainda hoje assinalada com uma lápide municipal, nos números 37, 39 e 41, João
Baptista da Silva Leitão, nome a que, mais tarde, acrescentará os apelidos
Almeida Garrett. De acordo com o seu biógrafo, Gomes de Amorim, o apelido
Baptista foi retirado do nome do seu padrinho, em sua homenagem, enquanto que
Almeida era apelido da avó materna e Garrett da sua avó materna, de ascendência
irlandesa.
Infância O período da infância, vivido até aos 10 anos em Vila Nova de
Gaia, entre a Quinta do Castelo e a Quinta do Sardão (ambas pertencentes à sua
família), foi decisivo no futuro do escritor e na construção do sentimento
poético de Garrett, alimentado pelas tradições populares reveladas nas
histórias e cantilenas/modinhas populares contadas e cantadas pelas duas velhas
criadas da família com quem conviveu: a velha Brígida (lembrada pelas suas
“histórias da carochinha” em Viagens na Minha terra) e a mulata Rosa de
Lima (surge no prefácio de Adozinda como recitadora de “maravilhas e
encantamentos, de lindas princesas, de galantes e esforçados cavaleiros”).
Estas recordações infantis despertarão nele o gosto pelas tradições nacionais
que o levaram desde muito novo a compilar os textos que, posteriormente, usou
na elaboração do Romanceiro e incluiu nalgumas peças de teatro.
1809 Em
consequência das Invasões Francesas, nomeadamente da segunda, comandada por
Soult, que entrou em Portugal por Chaves e se dirigiu, de seguida, para o
Porto, cidade que ocupou, a família viu-se obrigada a fugir, primeiro para
Lisboa e, depois, para os Açores, dado que o seu pai, António Bernardo da
Silva, um funcionário superior da Alfândega do Porto, tinha nascido na ilha do
Faial, o que explica o facto de a família se ter refugiado na Terceira, ilha
onde passou a sua adolescência, onde estudou Latim e Grego, literatura clássica
e filosofia, sob a orientação dos tios D. Frei Alexandre da Sagrada Família
(anterior bispo de Malaca e de Angra e bispo eleito do Congo e de Angola) e
João Carlos Leitão. Sob a influência dos tios e o desejo dos pais, Garrett
pensa abraçar a carreira eclesiástica, mas rapidamente desiste da ideia por
falta de vocação para o sacerdócio.
Ainda nas ilhas, começa a escrever,
sob o pseudónimo de Josino Duriense. Por outro lado, o contacto com a cultura
humanística clássica, nos Açores, através da leitura e do estudo dos grandes
tragediógrafos gregos e latinos, revelou e desenvolveu nele o gosto pelo teatro,
exemplificado pela escrita da tragédia Xerxes.
1816 De
regresso ao continente, matricula-se no curso de Direito na Universidade de
Coimbra, cidade onde funda uma sociedade maçónica com Manuel da Silva Passos e
José Maria Grande. Em Coimbra, funda também um teatro académico e faz
representar o seu drama Xerxes (que se perdeu) e a tragédia Lucrécia.
Na mesma época, inicia a escrita de duas tragédias, Afonso de Albuquerque
e Sofonista, que deixa incompleta.
1818 Em
1818, passou a usar os apelidos Almeida Garrett, à semelhança de toda a sua
família. A introdução desses dois apelidos reflete o esteticismo e o elitismo
social de Garrett.
1820 Concluída
a licenciatura em Direito, parte para Lisboa, onde participa na revolução
liberal, determinada pelos ideais de liberdade proclamados pela Revolução
Francesa, que marcam para sempre o percurso cívico e político de Garrett.
Enquanto dirigente estudantil e orador, defende o vintismo, escrevendo
inclusive um Hino Patriótico recitado no Teatro de S. João.
1821 Estreia
a tragédia Catão, acontecimento literário que lhe possibilita a entrada
na vida pública e o conhecimento de Luísa Midosi, prima de seus primos Luís
Francisco e Paulo Midosi. Neste mesmo ano, após a publicação do seu poema Retrato
de Vénus, é acusado nas páginas da “Gazeta Universal”, pelo padre José
Agostinho de Macedo, de ser “materialista, ateu e imoral”.
Funda a Sociedade dos Jardineiros.
Após nova viagem aos Açores, provavelmente por razões relacionadas com a sua
ligação à Maçonaria, estabelece-se em Lisboa, continuando aí a publicar textos
repletos de fervor patriótico.
Conclui a sua licenciatura.
1822 É
ilibado da acusação de materialismo, ateísmo e abuso de liberdade de imprensa,
resultante da publicação do poema O Retrato de Vénus e das respostas que
deu em sua defesa no periódico “Português Constitucional Regenerado”.
Funda, com o amigo Luís Francisco
Midosi, um jornal dedicado às senhoras portuguesas: “O Toucador”.
Em 11 de novembro, casa-se com Luísa Midosi, após
ter assumido o lugar de chefe de repartição da instrução pública.
1823 Na
sequência da Vilafrancada, o golpe militar chefiado por D. Miguel que teve como
consequência o restabelecimento do Absolutismo, e a instabilidade política que
se lhe segue, Garrett é obrigado a abandonar o seu cargo na Secretaria dos
Negócios do reino, é preso na Cadeia do Limoeiro, em Lisboa, e a exilar-se por
duas vezes: em Inglaterra, de 1823 a 1824, e em França, de 1824 a 1826, onde
contactou com a nova estética – o Romantismo. O exílio acabou por ser decisivo
para a sua vida política e para a notoriedade literária, visto que lhe permitiu
a integração nos círculos de emigrados liberais e o contacto com o Romantismo
europeu, que importaria para Portugal, tornando-se na sua figura central,
juntamente com Alexandre Herculano.
Garrett e a família vivem com muitas dificuldades
durante o exílio, dado que o poeta apenas consegue emprego num banco como
correspondente comercial.
1825 É
publicado, em Paris, o poema Camões.
1826 É
publicado, em Paris, o poema D. Branca, que, juntamente com Camões,
são obras de temática nacionalista, consideradas marcos fundadores do
Romantismo português e cuja escrita é influenciada pelas leituras das obras de
Shakespeare, Byron e Walter Scott durante o primeiro exílio inglês.
Após a morte de D. Afonso VI, Almeida
Garrett é amnistiado e regressa à pátria, após a Outorga da Carta
Constitucional e da abdicação de D. Pedro IV em favor da sua filha D. Maria da
Glória. Em Lisboa, funda com Paulo Midosi o jornal “O Português” e escreve em
“O Cronista”.
1927 Garrett
e os dois irmãos Midosi são presos devido aos seus artigos em defesa do
Liberalismo.
1828 O
regresso de D. Miguel a Portugal força Garrett a novo exílio em Inglaterra, que
se prolonga até finais de 1831. Desta vez, tem como emprego o cargo de
secretário particular do Duque de Palmela, também exilado em Inglaterra, e
fixa-se em Plymouth. Em Londres, publica Adozinda e Bernal Francês
(texto mais tarde inserido no Romanceiro).
1829 Publica,
ainda em Londres, a Lírica de João Mínimo, que reúne poemas escritos
desde a juventude. Redige o jornal “O Chaveco Liberal” e inicia a escrita de Da
Educação, que visa a instrução da nova rainha D. Maria II para o cargo que
ocupa.
1831 Escreve
nas páginas de “O Precursor”. Segue, em dezembro, para França (onde prepara,
com outros exilados, a expedição que visa o fim do Absolutismo) e,
posteriormente, para os Açores, em 1832.
1832 Regressa
a Portugal, desembarcando primeiro nos Açores, integrando com Alexandre
Herculano, como voluntários, o exército liberal de D. Pedro e participando
ativamente no desembarque do Mindelo (em julho) e no cerco e libertação do
Porto, em julho de 1832.
Inicia a escrita do seu primeiro
romance – O Arco de Sant’Ana –, que se teria baseado num antigo
manuscrito encontrado no Convento dos Grilos, onde os expedicionários se aquartelam,
e cujo primeiro volume só é publicado em 1845.
1834 Parte
para a cidade de Bruxelas, na Bélgica, para assumir o cargo de Cônsul-Geral e
Encarregado de Negócios de Portugal. Nessa urbe, entra em contacto com as obras
dos grandes escritores românticos alemães, como Goëthe e Schiller.
1836 Regressa
a Portugal, separa-se de Luísa Midosi e passa a viver com Adelaide Pastor
Deville, com quem terá uma filha. Em simultâneo, afirma-se como um claro
opositor ao regime, ao lado de Passos Manuel, velho amigo dos tempos de Coimbra.
Após a Revolução de Setembro, forma-se novo governo de esquerda liberal, tendo
Garrett sido eleito deputado às cortes constituintes e nomeado por Passos
Manuel Presidente do Conservatório de Arte e incumbido de reformar o teatro
nacional. O projeto para a renovação da Arte em Portugal é descrito no prefácio
de Um Auto de Gil Vicente (1838), um dos primeiros contributos de
Garrett para a criação de um repertório teatral português.
1837 É
nomeado Inspetor-Geral dos Teatros, o que lhe permite fundar o Teatro Nacional
D. Maria II e o Conservatório Nacional, a primeira escola portuguesa de atores.
1838 A
sua ação em prol da dinamização do teatro português prossegue com a publicação
de Um Auto de Gil Vicente (1838), Dona Filipa de Vilhena (1840) e
O Alfageme de Santarém (1842), procurando, assim, dinamizar o quase
inexistente repertório dramático nacional.
1841 O
ministro António José de Ávila propõe a dissolução do Conservatório. O deputado
Almeida Garrett responde-lhe diretamente e, no dia seguinte, é demitido de
todos os seus cargos. Falece Adelaide Pastor, deixando órfã a filha de ambos.
1843 Desencantado
com a evolução da causa liberal durante o governo cabralista, Garrett afasta-se
dos cargos políticos, mas não abdica do seu patriotismo empenhado, como se pode
comprovar em Viagens na Minha Terra, obra escrita neste ano que denuncia
o materialismo excessivo que conduz à degradação física e moral do país e cuja
primeira parte é publicada em folhetins na “Revista Universal Lisbonense” (a
edição só fica concluída em 1846). As Viagens são inspiradas por um
passeio pelo Ribatejo a convite de Passos Manuel, então na oposição ao governo
de Costa Cabral. Ainda neste ano, é publicado o primeiro volume do Romanceiro
e feita a primeira representação de Frei Luís de Sousa, com Garrett a
desempenhar o papel de Telmo Pais, no teatro da Quinta do Pinheiro.
1844 É
publicado Frei Luís de Sousa, três anos após a morte de Adelaide Pastor
Deville, quando o escritor conhece Rosa de Montufar Barreiros, Viscondessa da
Luz, por quem se apaixona e a quem dirige cartas de intensa paixão e que lhe
inspira a escrita dos poemas de Folhas Caídas.
1845 Publica
o romance O Arco de Sant’Ana, iniciado em 1832, durante o cerco do
Porto, mas cujo primeiro volume só sai em 1845, e Flores sem Fruto.
1846 Nos
tempos do Cabralismo e seguintes, afastado da vida política, passa a frequentar
a sociedade elegante e escreve as peças Tio Simplício, Falar Verdade
a Mentir, Um Noivado no Dafundo.
1848 É
representada a peça A Sobrinha do Marquês no Teatro D. Maria II e logo a
seguir publicada.
1851 Com
a Regeneração, Almeida Garrett retoma a vida política, tendo sido nomeado, em
julho, Ministro dos Negócios Estrangeiros, após a nomeação de Visconde e Par do
Reino.
O governo francês concede-lhe o
título de Grande Oficial da Legião de Honra.
São publicados os volumes II e II do Romanceiro.
1852 É
novamente eleito deputado. Escreve e lê, na Câmara, o “Discurso de Resposta ao
Discurso da Coroa”.
1853 Publica
Folhas Caídas, uma coletânea de poemas marcados por um subjetivismo de
cariz confessional em cuja génese está a paixão avassaladora e adúltera por
Rosa de Montufar.
Com a Regeneração, regressa à
administração do Teatro Nacional, mas demite-se a pedido dos atores e autores.
Já muito doente, começa a escrever Helena,
a obra que seria o seu terceiro romance. Apesar de o seu estado de saúde se
agravar de dia para dia, ainda apresenta o “Relatório e Bases para a Reforma
Administrativa”.
1854 Profere,
na Câmara dos Pares, a resposta ao Discurso da Coroa de 1854.
Falece a 9 de dezembro, aos cinquenta
e cincos anos, vitimado por um cancro hepático, após uma vida política e cívica
intensa: estudante revolucionário em Coimbra (1820), jornalista interventivo
perseguido pelas suas ideias liberais (1822-1823), preso e exilado político por
diversas vezes (1823-1827 e 1828-1832), soldado da causa liberal, “bravo do
Mindelo” que combateu no cerco do Porto, secretário da missão diplomática em
Madrid, Paris e Londres, em prol da causa liberal, colaborador ativo de várias
tarefas a nível governativo, cônsul geral na Bélgica (1834-1836), resistente
político durante a ditadura do governo de Costa Cabral (1842-1846 e 1849-1851),
Par do Reino (1851) e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1852), durante a
Regeneração. É sepultado no Cemitério dos Prazeres. Os seus restos mortais são
depositados no Mosteiro dos Jerónimos em 1903 e trasladados para Santa Engrácia
em 1966, aquando da inauguração do monumento como Panteão Nacional.
Fontes:
* História da Literatura Portuguesa, de António José Saraiva e Óscar Lopes;
* Coleção Resumos;
* Dicionário da Literatura, de Jacinto do Prado Coelho;
* Leituras - Revista da Biblioteca Nacional (n.º 4, primavera de 1999).
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domingo, 25 de dezembro de 2011
Natal
Devia ser neve humana
A que caía no mundo
Nessa noite de amargura
Que se foi fazendo doce...
Um frio que nos pedia
Calor irmão, nem que fosse
De bichos de estrebaria.
Miguel Torga, Diário IV (1948)
A que caía no mundo
Nessa noite de amargura
Que se foi fazendo doce...
Um frio que nos pedia
Calor irmão, nem que fosse
De bichos de estrebaria.
Miguel Torga, Diário IV (1948)
sábado, 24 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Profs... a culpa é deles!
Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o ensino é (sem querer apontar dedos) dos professores. Só pode ser deles, aliás. Os alunos estão lá a contragosto, por isso não contam. O ministério muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos. Os únicos que se mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que vão conseguindo escapar com vida.
É evidente que a culpa é deles. E, ao contrário do que costuma acontecer nesta coluna, esta não é uma acusação gratuita. Há razões objectivas para que os culpados sejam os professores.
Reparem: quando falamos de professores, estamos a falar de pessoas que escolheram uma profissão em que ganham mal, não sabem onde vão ser colocados no ano seguinte e todos os dias arriscam levar um banano de um aluno ou de qualquer um dos seus familiares.
O que é que esta gente pode ensinar às nossas crianças? Se eles possuíssem algum tipo de sabedoria, tê-la-iam usado em proveito próprio. É sensato entregar a educação dos nossos filhos a pessoas com esta capacidade de discernimento? Parece-me claro que não. A menos que não se trate de falta de juízo, mas sim de amor ao sofrimento.
O que não posso dizer que me deixe mais tranquilo. Esta gente opta por passar a vida a andar de terra em terra, a fazer contas ao dinheiro e a ensinar o Teorema de Pitágoras a delinquentes que lhes querem bater. Sem nenhum desprimor para com as depravações sexuais - até porque sofro de quase todas -, não sei se o Ministério da Educação devia incentivar este contacto entre crianças e adultos masoquistas.
Ser professor, hoje, não é uma vocação; é uma perversão.
Antigamente, havia as escolas C+S; hoje, caminhamos para o modelo de escola S/M. Havia os professores sádicos, que espancavam alunos; agora há os professores masoquistas, que são espancados por eles. Tomando sempre novas qualidades, este mundo.
Eu digo-vos que grupo de pessoas produzia excelentes professores: o povo cigano.
Já estão habituados ao nomadismo e têm fama de se desenvencilhar bem das escaramuças. Queria ver quantos papás fanfarrões dos subúrbios iam pedir explicações a estes professores. Um cigano em cada escola é a minha proposta.
Já em relação a estes professores que têm sido agredidos,tenho menos esperança.
Gente que ensina selvagens filhos de selvagens e, depois de ser agredida, não sabe guiar a polícia até à árvore em que os agressores vivem, claramente, não está preparada para o mundo.
Ricardo Araújo Pereira, in Visão
domingo, 18 de dezembro de 2011
Grécia: Alunos desmaiam na escola com fome
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