Um grupo de 100 académicos e políticos alemães estão a pedir um horário de 30 horas semanais sem um corte nos salários, noticia hoje o jornal alemão Tageszeitung, citado pela CNBC. Os peticionários argumentam que uma semana de trabalho mais curta é a melhor forma de lidar com o aumento da taxa de desemprego no país, contribuindo também para o aumento da produtividade dos trabalhadores.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Poesia universitária (I)
A um certo colega de ano:
Por uma loura do quinto ano
fiquei louco do tutano
e quando com ela passeio na rua
sinto-me mais alto que uma grua.
E todo ufano
pago-lhe um lanche no Bocage
e não ligo aos colegas do ano
e se lhes ligo logo lhes dou um ultraje.
Porque eu sou um tipo digno
e com uma classe sem igual
e por isso não ligo ao parvalhão indigno
Que me estraga o engate
e me envergonha
e por isso me perdoem sempre que eu os maltrate.
Bajus
Por uma loura do quinto ano
fiquei louco do tutano
e quando com ela passeio na rua
sinto-me mais alto que uma grua.
E todo ufano
pago-lhe um lanche no Bocage
e não ligo aos colegas do ano
e se lhes ligo logo lhes dou um ultraje.
Porque eu sou um tipo digno
e com uma classe sem igual
e por isso não ligo ao parvalhão indigno
Que me estraga o engate
e me envergonha
e por isso me perdoem sempre que eu os maltrate.
Bajus
domingo, 10 de fevereiro de 2013
Do desespero
Uma professora de 47 anos atirou o filho autista da janela do 4º andar do hotel Ibis de Bragança e suicidou-se de seguida, escreve este domingo o Jornal de Notícias (JN).
sábado, 9 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Correção do teste intermédio de Português do 9.º ano
AQUI.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Aldrabice:
Doutoramento retirado à ministra alemã da Educação por plágio
A Universidade de Düsseldorf, na Alemanha, decidiu retirar o doutoramento da actual ministra da Educação, Annette Schavan, 57 anos, depois de confirmar que as suspeitas de plágio levantadas por um blogue anónimo, em 2012, tinham razão de ser. A ministra defende a legitimidade da sua tese, defendida em 1980, e promete recorrer. Porém, o seu lugar no governo alemão da conservadora Angela Merkel (CDU) passou a estar em perigo.
Calendário de exames - Secundário (2.ª fase)
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Calendário de exames - Secundário (1.ª fase)
"Endless Love" - Diana Ross e Lionel Richie
We are getting old...
As considerações pessoais do poeta
O poema épico de Camões
destina-se a celebrar e a glorificar o povo português, em especial os heróis
que tornaram a Pátria grande, a partir da viagem de Vasco da Gama à Índia. No
entanto, o poeta, homem lúcido e experiente, demonstra, em diversos momentos, o
seu desencanto e o seu pessimismo face a uma pátria em crise, “mergulhada numa
austera, apagada e vil tristeza”. Este facto justifica-se se tivermos presente
que Os Lusíadas foram publicados 74
anos após a viagem de Vasco da Gama, num momento em que o Império português se
encontrava já em decadência e pressagiava um futuro negro.
As reflexões apresentam uma
estrutura semelhante, resultante do facto de surgirem, regra geral, no final
dos cantos e após um acontecimento que os motiva. Para além disso, a linguagem
é característica de um discurso judicativo (expressão de juízos de valor) e
valorativo (expressão de juízos críticos e subjetivos) que se traduz no uso de
adjetivação valorativa, frases exclamativas e apelativas, interrogações
retóricas, interjeições, construções negativas, anáforas, apóstrofes e enumerações.
Nas palavras de Zaida Braga
e Auxilia Ramos, «Estes momentos constituem não só um reflexo da mentalidade do
homem renascentista (pela sagacidade e análise crítica evidenciada), mas também
contêm (pela intemporalidade que veiculam) uma intenção didática e
interventiva.
Com efeito, o espírito
humanista de Camões não podia subestimar uma meditação sobre os valores,
baseada nas suas experiências de vida e nas suas preocupações. É assim que, num
texto de natureza épica, somos regularmente confrontados com momentos de
reflexão e intervenção que desinstalam o leitor.»
Resumindo, o poema procura
cantar a grandeza do passado de Portugal e dos portugueses, um pequeno povo que
“deu novos mundos ao mundo”, que dilatou a fé cristã, que abriu novos rumos ao
conhecimento, mas fá-lo estabelecendo um contraste com o presente. De facto, ao
cantar os feitos e os heróis do passado, Camões procura mostrar aos portugueses
do seu tempo a sua falta de grandeza e, em simultâneo, procura incentivar D.
Sebastião a conduzir o reino a um futuro de novas glórias, que se oferece para
cantar.
As reflexões são as
seguintes:
. Canto I
(105-106) – Reflexão sobre a fragilidade da condição humana:
. Acontecimento motivador da reflexão: a chegada da armada
portuguesa a Mombaça, após a superação das armadilhas preparadas por Baco;
. Camões alude aos perigos que os portugueses enfrentarão durante a
viagem, provenientes de enganos, ciladas e traições, bem como de guerras e
tempestades;
. Reflete sobre a insegurança e a fragilidade da vida / condição
humana;
. Note-se que esta reflexão surge no final do canto I, isto é, num
momento em que os navegadores ainda têm um longo e difícil caminho a percorrer.
. Canto III
(142-143) – Reflexão sobre a importância e o poder do amor:
. Acontecimento motivador: os amores de D. Inês de Castro e D.
Pedro e de D. Fernando e D. Leonor Teles;
. Camões reflete sobre o poder do amor, que todos toca e
transforma.
. Canto IV
(95-104) – Reflexão sobre a ambição e a procura da fama:
.
Acontecimento motivador: as despedidas em Belém;
. O poeta reflete sobre a procura insensata da fama e a ambição
desmedida, que acarretam consequências dolorosas para o ser humano.
. Canto V (92-100) – Crítica à falta de cultura e de apreço pelos
poetas por parte dos portugueses:
.
Acontecimento motivador: o fim da narrativa de Vasco da Gama ao rei de Melinde;
. Camões mostra como o canto dos heróis e dos seus feitos incita à
realização de novos feitos;
. De seguida, dá exemplos do apreço que os antigos heróis gregos e
romanos tinham pelos seus poetas e da importância que atribuíam à cultura e à
poesia, compatibilizando as armas e o saber;
. Lamenta a falta de interesse pelas artes e pelas letras por parte
dos seus contemporâneos;
. Adverte para a necessidade de imortalizar os feitos dos
portugueses através da arte;
. Reitera, movido pelo amor à pátria, o seu propósito de continuar
a cantar os feitos e os heróis portugueses.
. Canto VI
(95-99) – Reflexão sobre o caminho para a fama e a glória:
. Acontecimento motivador: a Tempestade e o agradecimento de Vasco
da Gama a Deus pela proteção recebida;
. Camões defende um novo conceito de nobreza, espelho do modelo de
virtude renascentista, segundo o qual a fama e a imortalidade, o prestígio e o
poder se alcançam pelo esforço individual, pelo sacrifício e pela coragem,
revelados na guerra, enfrentando os elementos da natureza, sacrificando o corpo
ou sofrendo a perda de companheiros;
. O heroísmo não se herda nem se obtém vivendo no luxo e na
ociosidade, ou à custa de favores.
. Canto VII
(2-15) – Elogio do espírito de cruzada:
.
Acontecimento motivador: a chegada da armada portuguesa a Calecute;
. O poeta elogia o espírito de cruzada dos portugueses, a divulgação
da fé cristã por todo o mundo;
. Exorta-os a prosseguirem esse caminho, criticando, em simultâneo,
outros povos europeus (“Alemães, soberbo gado”, o “duro inglês”, o “Galo
indigno” e os italianos), que não seguem o exemplo luso no combate aos infiéis,
antes se interessam apenas pelo ócio e pela cobiça.
. Canto VII
(78-87) – Crítica aos contemporâneos:
. Acontecimento motivador: pedido do Catual a Paulo da Gama para
que lhe explique o significado das figuras desenhadas nas bandeiras da nau;
. Num discurso marcadamente autobiográfico, alude à sua vida cheia
de adversidades (a pobreza, os perigos do mar e da terra, etc.);
. Lamenta-se da ingratidão dos que tem cantado em verso e dos
grandes senhores de Portugal por não prezarem as artes, por não reconhecerem o
seu talento e por não o saberem prezar e recompensar;
. Alerta para a inibição do surgimento de outros poetas para
cantarem os feitos do futuro em consequência da ingratidão;
. Manifesta a sua recusa em cantar os ambiciosos, os que sobrepõem
os seus interesses ao bem comum e do Rei, os dissimulados e os que exploram o
povo;
. Alude ao herói como aquele que arrisca a vida por Deus e pelo
Rei.
. Canto VIII
/96-99) – Crítica ao poder do dinheiro:
. Acontecimento motivador: as traições sofridas por Vasco da Gama
em Calecute (o seu sequestro, do qual é libertado graças à entrega de valores
materiais);
. Camões reflete sobre o poder do dinheiro e enumera os seus efeitos
perniciosos: leva à corrupção e à traição, deturpa o conhecimento e as
consciências, condiciona as leis e a justiça, ocasiona difamações e a tirania.
. Canto IX
(90-95) – Reflexão sobre o caminho para a fama:
. Acontecimento motivador: a explicação a Vasco da Gama, por parte
de Tétis, do significado alegórico da Ilha dos Amores;
. O poeta adverte os portugueses relativamente à ambição desmedida
e à tirania, vícios que quem quer alcançar o estatuto de herói tem de
desprezar;
. Exorta os portugueses a despertar do adormecimento e do ócio, a
abandonar a cobiça e a tirania, a serem justos e a lutarem pela Pátria e pelo
Rei.
. Canto X
(145-146) – Nova crítica do poeta aos seus contemporâneos:
. Acontecimento
motivador: a chegada da armada de Vasco da Gama a Portugal;
. O poeta lamenta a decadência da Pátria, submersa no “gosto da
cobiça” e que não reconhece o seu talento artístico nem o seu “honesto estudo”
nem a sua experiência, daí o seu desalento, o seu desânimo e o seu cansaço e a
recusa de prosseguir o seu canto;
. Porém, enaltece os que são leais ao Rei (“os vassalos excelentes”),
símbolo coletivo dos portugueses valorosos;
. Exorta o rei D. Sebastião a dar continuidade à glorificação do “peito
ilustre lusitano” e a dar matéria a novo canto.
O Herói em Os Lusíadas
1. O
herói nas antigas epopeias
Nos
poemas hindus, a figura do herói é a incarnação de um deus, por isso tudo nele,
desde o aspeto físico até à ação que realiza, pode ser pensado ou decorrer fora
de todos os moldes humanos, com proporções monstruosas desmedidas.
Nos
poemas homéricos, os heróis assumem a feição humana, sucedendo quase o mesmo
com os deuses, concebidos como realizações superiores de tipos humanos, sem as
limitações que impedem em cada um destes o realizar-se como desejaria. Mesmo
quando intervêm, os deuses fazem-no de forma discreta, o que faz com que a
liberdade do herói seja salvaguardada: pode discutir a vantagem ou desvantagem
do conselho do deus que o protege, pode até contrariar esse conselho.
“Os
Portugueses do Renascimento levantaram a vida humana a maior altura, deram-lhe
novas perspetivas e interesses, fizeram, no campo da ação navegadora e
guerreira, o que no campo da arte fizeram os Italianos. Esses homens
multímodos, navegantes e guerreiros, políticos e poetas, geógrafos e cronistas,
aventureiros e apóstolos, constituem um momento insigne na história da
personalidade.” (in Luís de Camões, O
Épico, Hernâni Cidade).
2. O
herói em Os Lusíadas
2.1. A ação da obra e o herói épico
2.1.1. Na Introdução
Na
esteira da ideologia renascentista, o poema de Camões coloca o homem português
no centro do mundo ao atribuir-lhe características humanas e sobre-humanas e ao
utilizá-lo como símbolo da confiança nas capacidades humanas.
O
primeiro momento da progressiva construção do herói em Os
Lusíadas ocorre na Proposição,
na qual Camões sintetiza o conceito de herói e cujos principais dados são os
seguintes:
.
apresentação da intenção do poeta: glorificar
os feitos do povo português, através do seu canto épico, apontando deste
logo para a imortalidade como traço
essencial do conceito de herói: “As armas e os barões assinalados”; “Daqueles
reis que foram dilatando / A Fé, o Império…”; “E aqueles que por obras valerosas / Se vão da lei da Morte libertando”;
. a
assunção da dimensão coletiva do herói
da obra: “Que eu canto o peito ilustre lusitano”;
. a
apresentação dos quatro planos do poema:
. o da Viagem: “As armas e os barões
assinalados / Que, da ocidental praia lusitana, (…) / Passaram ainda além da
Taprobana…”;
. o da História de Portugal: “… reis que foram
dilatando / A Fé, o Império…”;
. o da mitologia: “Cessem do sábio Grego e do
Troiano / As navegações grandes que fizeram; / (…) A quem Neptuno e Marte
obedeceram. / Cesse tudo o que a Musa antiga canta…”;
. o das considerações do poeta: “Cantando
espalharei por toda parte, / Se a tanto me ajudar o engenho e arte”.
Observa-se,
desde já, a intenção de Camões imortalizar os portugueses quer pela grandeza
dos seus feitos quer pelo facto de suplantarem os deuses antigos (“A quem
Neptuno e Marte obedeceram”). Deste modo, o poeta inicia o processo de
mitificação do herói, elevando-o a um plano superior e a um estatuto de
imortal, que suplanta o dos heróis da Antiguidade, considerados modelos
(Ulisses, Alexandre Magno, Trajano, Eneias).
Na Invocação que se segue à Proposição, Camões
invoca as ninfas do Tejo solicitando-lhes que o auxiliem na tarefa que tem em mente. Ora , esta
invocação é um outro dado que
sábado, 2 de fevereiro de 2013
'Onde estão os meus velhos amigos', António Sala
Matriz do Exame Nacional de Português 12.º ano (2013)
Subscrever:
Mensagens
(
Atom
)