Xangai, anos 20 do século passado. Tchen assassina, durante uma noite, um traficante de armas, para conseguir as armas que ele transporta, pois aquele faz parte de um grupo de revolucionários chineses que está prestes a ir à luta. Metade, porém, não sabe servir-se das armas.
Um dos temas abordados na obra é a dependência e a submissão da mulher ao homem e dos jovens aos pais, como o exemplifica o caso de uma jovem de 18 anos que se tenta suicidar no palanquim de noivado, por ser obrigada a casar com um "bruto respeitável", ou o comentário da mãe ao saber que a cria não morreria: "Pobre filha! Ia tendo quase a sorte de morrer".
May é uma médica alemã, nascida em Xangai e doutora por Heidelberga e por Paris, que encanta Kyo. Ela é o oposto da mulher chinesa: escolhe o parceiro sexual, por exemplo; está do lado dos insurretos, etc. Por oposição, temos a visão machista do velho Gisons: "A mulher está submetida ao homem como o homem está submetido ao Estado...".
A revolução começa com a tomada de postos da polícia, uma ação levada a cabo com relativa facilidade. Do outro lado, estão figuras como o francês Ferral, que vê naquele revolução o fim das suas ambições e da sua ação na China.
Tchen e dois companheiros de armas executam um atentado contra Chiang Kai-Chek, mas não conseguem lançar as bombas sobre o automóvel deste último. Tchen toma então a decisão de se lançar com a bomba sob o veículo de Chiang, considerando ser essa a única solução a adotar.
Tchen executa o seu plano, todavia Chiang Kai-Chek não viaja no automóvel e quem acaba por ir desaguar no país dos pés juntos é o próprio Tchen. Não obstante, o atentado desencadeia uma série de represálias: Kyo é preso e, juntamente com outros camaradas, suicida-se com um comprimido de cianeto.
A revolução comunista chinesa dos anos 30 é, pois, detida, mas os sobreviventes / resistentes param apenas para se reorganizar, quer internamente quer no estrangeiro.
No fundo, todo o ser humano aspira a superar a sua condição humana, a ser Deus, a dominar ou influenciar, a ter poder para modificar algo. Por vezes, a violência deixa de constituir apenas uma forma de vingança e torna-se um sentido definido da existência, uma forma de superar a condição humana. Por exemplo, quando a personagem Hemmelrich depara com a esposa e a filha mortas e esquartejadas, pensa em se vingar, no entanto o sentido que gera essa atitude é o amor: "podemos matar com amor". É a eterna confluência entre amor e ódio, amor e morte, o concreto e a intemporalidade; a fronteira ultrapassável entre o Homem e a divindade.