Português

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Plano (Álvaro de Campos e Pablo Picasso)

Planificação


Título: “Uma forma de expressão”


Introdução:

 A ciência mostra, a arte demonstra;

 O estatuto da ciência permite-lhe um conhecimento objectivo, verdadeiro, imparcial e capaz de descrever ou explicar o mundo tal como ele é, ao passo que a arte põe em causa o indivíduo inteiro, com os seus sentimentos e as suas emoções, com as suas ideias e convicções, sendo por isso de natureza subjectiva.

 A ciência define por meio de símbolos conceptuais, a arte sugere por meio de símbolos imagéticos.


Desenvolvimento:

 Pablo Picasso é um dos mais importantes artistas do séc. XX, retratando nas suas obras as emoções por que passou no decurso da sua vida. No quadro “Mulher chorando” de 1937, Picasso mostra-nos uma mulher a chorar, com um lenço na boca, envolta em dor e sofrimento.

 Isaac Newton foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, que criou uma expressão que se denomina Binómio de Newton.

 A Vénus de Milo é uma estátua grega, representa a deusa grega Afrodite, deusa do amor e da beleza física, considerada na Grécia Antiga um protótipo da arte clássica.

 Álvaro de Campos é um poeta sensacionista, torna a sensação a realidade da vida e a base da arte.


Conclusão:

 Hoje em dia, arte e ciência já não são processos distintos. Assim, Álvaro de Campos, ao afirmar que o Binómio de Newton é tão belo com a Vénus de Milo, pretende mostrar-nos que ciência é um tipo de arte que, apesar de diferente apresenta alguns pontos em comum, uma vez que também as teorias científicas podem ser orientadas por critérios estéticos.

 Actualmente as obras são cada vez mais relativas, tanto para os criadores, como para os seus críticos.

 Ser criador ou espectador exige esforço e aprendizagem, pois é a partir da visão que damos às coisas, que torna-mos objectos arte, uma vez que em milhares de pessoas que presenciam uma obra de arte, não haverá, certamente, duas que a sintam da mesma forma.

 Assim, tanto a Vénus de Milo como o quadro de Picasso são obras de arte, e por isso belos, embora o conceito de belo seja subjectivo, temos de estar prontos a admitir e a reconhecer uma verdadeira obra de arte, de forma a distinguir o genuíno do falso em todos os períodos.

S. S.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Orações - completivas e relativas (G9)

1. Divida e classifique as orações presentes nas frases dadas.

          a) A Rute declarou que o professor de Português está louco.
          b) Quem foi ao Porto dormiu nas aulas do dia seguinte.
          c) As pessoas que lêem livros são mais cultas.
          d) Logo que a Carol chegou, a Sophie gritou bem alto o seu amor a Saramago.

     1.1. Compare as frases do grupo A com as do grupo B.

          Grupo A
               a) A Rute declarou que o professor de Português está louco.
               b) Quem foi ao Porto dormiu nas aulas do dia seguinte.
               c) As pessoas que lêem livros são mais cultas.
               d) Logo que a Carol chegou, a Sophie saiu da sala.

          Grupo B
               1) A Ana Rute fez essa declaração.
               2) A Joana dormiu nas aulas do dia seguinte.
               3) As pessoas leitoras são mais cultas.
               4) A Sophie saiu da sala imediatamente.

          1.1.1. Sublinhe os grupos sintácticos em B que substituíram as orações em A.

          1.1.2. Identifique a classe a que pertencem os núcleos desses grupos sintácticos.

      1.3. Justifique a classificação das orações subordinadas em substantivas, adjectivas e
             adverbiais.


2. Observe as frases seguintes.

          a) Quem foi ao ar perdeu o lugar.
          b) A Sara afirmou que ia aos cucos.
          c) A Irene gosta de quem a trata bem.
          d) O Pedro perguntou à Sara se ia aos cucos.
          e) A Margarida jura que gosta de margaridas.
          f) A Vera vai onde a mandarem.
          g) É um facto que não votarei no próximo domingo.

     2.1. Agrupe as frases tendo em conta a classe da palavra que introduz as orações
            subordinadas.

          2.1.1. Classifique as orações subordinadas de cada grupo.

     2.2. Distinga as orações que são seleccionadas por um verbo ou por um nome.


3. Identifique nas frases apresentadas os elementos subordinantes e as orações subordinadas, classificando-as.

          a) A Ana não sabia se o seu coelho regressaria à toca.
          b) É verdade que o Pedro gosta da época da vareja.
          c) É surpreendente que o Sporting jogue tão «bem».


4. Complete as seguintes definições.

          As orações subordinadas substantivas são de dois tipos: _______________ e _______________.
          As orações subordinadas substantivas _______________ são, geralmente, introduzidas por uma _______________ _______________ _______________ e têm um elemento subordinante. As orações subordinadas substantivas _______________ são, geralmente, introduzidas por um _______________ _______________ e não têm nenhum elemento subordinante.


5. Observe as frases complexas fornecidas.

          a) Os professores que bebem cerveja têm barriguinha de grávida.
          b) A Carol e a Vera, que estudaram pouco, passaram no exame de código.
          c) Margarida, as bolas de berlim que me fanaste estavam envenenadas.
          d) Vi uma fotografia assustadora que mostrava o cão da Rute.
          e) A Sara e a Joana, que são amigas dos animais, atropelaram uma osga.

     5.1. Sublinhe as orações subordinadas.

     5.2. Identifique a classe das palavras que as introduzem.

     5.3. Classifique as orações.

     5.4. Sublinhe os antecedentes das orações subordinadas.


6. Complete o seguinte enunciado.

          As orações subordinadas adjectivas relativas são de dois tipos: _______________ e _______________. Ambas são, geralmente, introduzidas por um _________________ e têm como elemento subordinante um _______________ _______________. As orações subordinadas adjectivas _______________ contribuem para a construção do valor referencial da entidade representada pelo _______________. As orações subordinadas adjectivas _______________ contêm uma _______________ _______________ sobre uma entidade representada pelo grupo nominal. Por isso, não contribuem para a definição da referência do seu _______________. Na oralidade, caracterizam-se por pausas e, na escrita, por _______________.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Plano (Álvaro de Campos e Pablo Picasso)

Planificação

Titulo: “A ciência como arte”


Introdução:

• A ciência é exacta, incontestável e universal;
• A arte é sentida e avaliada por juízos de valor. A arte tem presente a ideia do belo e depende de culturas, vivencias e gostos.


Desenvolvimento:

• Pablo Picasso foi um pintor espanhol que, em 1937, pintou “Mulher que chora”. Esta obra representa Dora, a única mulher psicologicamente à altura do pintor;
• Newton foi um cientista inglês, criador do Binómio de Newton;
• A Vénus de Milo é uma estátua grega que representa Afrodite, a Deusa do amor e da beleza;
• Para Campos, a Vénus de Milo é tão bela como o Binómio de Newton.


Conclusão:

• Há várias maneiras de ver e sentir a arte;
• O Binómio de Newton, tal como a matemática, é arte;
• Tudo o que é arte é belo, nomeadamente a Vénus de Milo, o Binómio de Newton e o quadro de Picasso. Independentemente de interpretações.

M.M.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Poema XXXVI ("O Guardador de Rebanhos")

          Neste poema, Caeiro contrapõe duas concepções de poesia: a primeira é a dos poetas que designa, ironicamente, artistas, que valorizam o lado artificial ou mecânico do acto de criação: "trabalham nos seus versos / Como um carpinteiro nas tábuas" (comparação), "pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro / E ver se está bem, e tirar se não está!" (comparação e exclamação); a segunda afirma-se quando o sujeito se declara um fruidor incondicional da Natureza, que "está sempre bem e é sempre a mesma". Aparentemente, não há absolutamente nada a mudar nela. Deste modo, a criação artística deve resultar espontaneamente da identificação do sujeito com a Natureza.
          Deste modo, Caeiro retoma a noção de poeta ao compará-lo com um carpinteiro, procurando sugerir a ideia de precisão na construção dos versos, pensando muito a experiência. De seguida, surge o lamento do sujeito poético relativamente a esses poetas: "Que triste não saber florir!", ou seja, que triste não comungar da naturalidade e espontaneidade da Natureza.
          Por outro lado, há, de facto, uma relação íntima do sujeito poético com a Natureza: "a única casa artística é a Terra toda". Caeiro é o poeta da Natureza que privilegia o olhar, daí que tenha apenas que estar atento e ver o que ela «diz». E mesmo reconhecendo a impossibilidade de compreensão entre ele e as flores, o sujeito poético sabe que em ambos mora a verdade e que há uma «comum divindade» que lhes permite usufruir do encanto dos encantos da Terra, das «Estações contentes» e dos cânticos do vento (personificação). Para que isto suceda, deve evitar-se a abstracção do pensamento e privilegiar uma relação natural, espontânea («como quem respira» com a «única casa artística» que é a «Terra toda»).
          A verdade reside, precisamente, nele e nas flores, que não procuram compreender-se mutuamente.

          Por outro lado, são visíveis alguns dos traços que aproximam Caeiro dos outros heterónimos e do ortónimo:

. Caeiro e Pessoa:
  • a linguagem simples;
  • a musicalidade espontânea e natural do discurso, que leva por vezes a quebrar a regularidade métrica;
  • a tendência de Caeiro para o refúgio na Natureza, uma tentativa de evasão, uma certa recusa do pensamento ("Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira"), que denunciam a inquietação constante e a intelectualização do sentir (marcas de Pessoa);
  • divergem pelo facto de Pessoa fazer uso da regularidade estrófica e rimática, ao contrário de Caeiro.
. Caeiro e Reis:
  • a aceitação natural das coisas ("... a única casa artística é a Terra toda / Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma");
  • o elogio da vida campestre, a fazer lembrar a áurea mediania clássica: "nos deixarmos ir e viver pela Terra / E levar ao colo pelas Estações contentes / E deixar que o vento cante para adormecermos / E não termos sonhos no nosso sono".
. Caeiro e Campos:
  • são espontâneos;
  • voltam-se para o exterior;
  • cultivam o verso livre;
  • são sensacionistas: privilegiam as sensações em detrimento do pensar (a segunda fase de Campos).

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A Crise da Educação, uma crise planetária

          Martha Nussbaum (06/05/1947 - Nova Iorque) é uma filósofa e professora norte-americana da Universidade de Chicago, tendo leccionado também nas universidades de Harvard e de Brown.
          Os extractos que, seguidamente, se apresentam pertencem a um texto de reflexão crítica que a autora publicou, originariamente, no TLS (Times Literary Supplement) e que surgiu em Portugal através da edição lusa do Courrier Internacional de Setembro de 2010, n.º 175.
          No texto em questão, a filósofa reflecte sobre a crise que o sector da Educação vive em todo o mundo, especialmente sobre o «ataque» a que as Artes e as Humanidades estão a ser sujeitas, tendo como ideia subjacente a formatação de um sistema educativo orientado para o crescimento económico.

          «Atravessamos actualmente uma crise de grande amplitude e de grande envergadura internacional. Não falo da crise económica mundial iniciada em 2008; falo da que, apesar de passar despercebida, se arrisca a ser muito mais pre­judicial para o futuro da democracia: a crise planetária da educação.
          Estão a produzir-se profundas alterações naquilo que as sociedades democráticas ensinam aos jovens e ainda não lhe afe­rimos o alcance. Ávidos de sucesso económico, os países e os seus sistemas educati­vos renunciam imprudentemente a competências que são indispensáveis à sobrevivência das democracias. Se esta tendência persistir, em breve vão produzir-se pelo mundo inteiro gerações de máquinas úteis, dóceis e tecnicamente qualificadas, em vez de cidadãos realizados, capazes de pensar por si próprios, de pôr em causa a tradição e de compreender o sentido do sofrimento e das realizações dos outros.
          De que alterações estamos a falar? As Humanidades e as Artes perdem terreno sem cessar, tanto no ensino primário e secundário como na universidade, em quase todos os países do mundo. Considera­das pelos políticos acessórios inúteis, nu­ma época em que os países têm de desfazer – se do supérfluo para continuarem a ser competitivos no mercado mundial, estas disciplinas desaparecem em grande ve­locidade dos programas lectivos, mas também do espírito e do coração dos pais e das crianças. Aquilo a que poderíamos chamar os aspectos humanistas da ciência e das ciências sociais está igualmente em retrocesso, preferindo os países o lucro de curto prazo, através de competências úteis e altamente aplicadas, adaptadas a esse objectivo.
          Procuramos bens que nos protegem, satisfazem e consolam — aquilo a que [o escritor e pensador indiano] Rabindranath Tagore chamava o nosso «invólucro» material. Mas parecemos esquecer as faculdades de pensamento e imaginação que fazem de nós humanos e das nossas interacções relações empáticas e não simplesmente utilitárias. Quando estabelecemos contactos sociais, se não aprendermos a ver no outro um outro nós, imagi­nando-lhe faculdades internas de pensa­mento e emoção, então a democracia é vo­tada ao malogro, porque assenta precisamente no respeito e na atenção dedicados ao outro, sentimentos que pressupõem que os encaremos como seres humanos e não como simples objectos.
          (...)
          Se o saber não é a uma garantia de boa conduta, a ignorância é quase infalivelmente uma garantia de maus procedimentos. A cidadania mundial implica realmente o conhecimento das humanidades? 0 indivíduo necessita certamente de muitos co­nhecimentos factuais que os estudantes podem adquirir sem formação humanista – memorizando, nomeadamente, os factos em manuais padronizados (supondo que não contêm erros). Contudo, para ser um cidadão responsável necessita de algo mais: de ser capaz de avaliar os dados históricos, de manipular os princípios económicos e exercer o seu espírito crítico, de comparar diferentes concepções de justiça social, de falar pelo menos uma língua estrangeira, de avaliar os mistérios das grandes religiões do mundo. Dispor de uma série de factos sem ser capaz de os avaliar, pouco mais é que ignorância. Ser capaz de se referenciar em relação a um vasto leque de culturas, de grupos e de nações e à história das suas interacções, isso é que permite às democracias abordar de forma responsável os problemas com os quais se vêem actualmente confrontadas. A capacidade – que quase todos os seres humanos têm, em maior ou menor grau – de imaginar as vivências e as necessidades dos outros deve ser amplamente desenvolvida e estimulada, se queremos ter alguma esperança de conservar instituições satisfatórias, ultrapassando as múltiplas clivagens que existem em todas as sociedades modernas.
          «Uma vida que não se questiona não vale a pena ser vivida», afirmava Sócrates. Céptico em relação à argumentação sofista e aos discursos inflamados, pagou com a vida a sua fixação neste ideal de questionamento crítico.
          (...)
          O ideal socrático está hoje submetido a uma rude prova, porque queremos promover a qualquer custo o crescimento económico. A capacidade de pensar e ar­gumentar por si não parece indispensável para os que visam resultados quantificáveis.
          (...)
          Esta cultura da imaginação está estrei­tamente ligada à capacidade socrática de criticar as tradições mortas ou inadaptadas, e fornece-lhe um apoio essencial. Não se pode tratar a posição intelectual do outro com respeito sem ter pelo menos tentado compreender a concepção de vida e as experiências que lhe estão subjacentes. Mas as artes contribuem também para outra coisa. Gerando o prazer associado a actos de compreensão, subversão e reflexão, as Artes produzem um diálogo suportável e até atraente com os preconceitos do passado, e não um diálogo caracte­rizado pelo medo e pela desconfiança. Era o que Ellison queria dizer quando qualifi­cava o seu Homem invisível como «janga­da de sensibilidade, de esperança e de di­vertimento».
          (...)
          As Artes, diz-se, custam demasiado di­nheiro. Não temos meios, em período de dificuldades económicas. E, no entanto, as Artes não são necessariamente tão caras como se diz. A literatura, a música e a dança, o desenho e o teatro são poderosos vectores de prazer e de expressão para todos, e não requerem muito dinheiro para os fa­vorecer. Diria mesmo que um tipo de educação que solicita a reflexão e a imaginação dos estudantes e dos professores reduz efectivamente os custos, reduzindo a delinquência e a perda de tempo induzidas pela ausência de investimento pessoal.
          (...)
          A crise económica levou numero­sas universidades a cortar nas Humanida­des e nas Artes. Não são, certamente as únicas disciplinas abrangidas pelos cortes. Mas sendo as Humanidades consideradas supérfluas por muitos, não se vê inconve­nientes em amputá-las ou em suprimir to­talmente certos departamentos. Na Euro­pa, a situação é ainda mais grave. A pressão do crescimento económico levou mui­tos dirigentes políticos a reorientarem todo o sistema universitário – o ensino e a investigação, em simultâneo — numa óptica de crescimento.
          (...)
          Numa época em que as pessoas começaram a reclamar democracia, a educação foi repensada no mundo inteiro, para produzir o tipo de estudante que corresponde a essa forma de governação exigente: não se pretendia um gentleman culto, impregnado da sabedoria dos tempos, mas um membro activo, critico, ponderado e empático numa comunidade de iguais, ca­paz de trocar ideias, respeitando e compreendendo as pessoas procedentes dos mais diversos azimutes. Hoje continuamos a afirmar que queremos a democracia e também a liberdade de expressão, o respeito pela diferença e a compreensão dos outros. Pronunciamo-nos a favor destes valores, mas não nos detemos a reflectir no que temos de fazer para os transmitir à geração seguinte e assegurar a sua sobrevivência.»

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Orações subordinadas substantivas COMPLETIVAS

          As orações subordinadas substantivas desempenham funções sintácticas características de grupos nominais, daí a designação de substantivas (na tradição gramatical, o nome designava-se substantivo).

          As orações subordinadas substantivas dividem-se em
  • completivas: O Pedro disse que o Eusébio fugiu de Moçambique.
  • relativas sem antecedente: Tu precisas de quem te dê um par de lambadas.
          As orações subordinadas substantivas são seleccionadas por:
  • um verbo: A Maria afirmou que amanhã não há feira.
  • um nome: Foi uma alegria que o Benfica tivesse derrotado o Marítimo.
  • um adjectivo: Os alunos estão conscientes de que sou um péssimo professor.

1. Oração subordinada substantiva completiva

     1.1. Finita
  • As orações subordinadas substantivas completivas finitas são introduzidas pelas conjunções completivas "que" e "se":
Declaro que tu és um bom rapaz.
A Joana perguntou se eu ia faltar.
  • Estas orações podem desempenhar diferentes funções sintácticas:
Sujeito:
. Espanta-me que a Miquelina tenha casado com o Ernesto. (a oração sublinhada desempenha a função sintáctica de sujeito da oração que a precede, que é a subordinante)
. É preciso que tu estudes mais.
Complemento directo:
. O Sócrates deseja que os portugueses se calem. (a oração sublinhada desempenha a função de complemento directo do verbo da oração subordinante)
. A tua esposa perguntou-me se lhe eras fiel.
. O Luís afirmou que o Torres mentiu ao juiz.
. As orações subordinadas completivas exigidas por verbos que marcam uma interrogação / inquirição (perguntar, pedir, inquirir, etc.) podem ser introduzidas por pronomes, determinantes, quantificadores e advérbios (precedidos ou não de preposição) e desempenham igualmente a função sintáctica de complemento directo:
                                   -» Perguntei-lhe    que óculos comprou.
                                                                 quando assassinou a formiga.
                                                                 como fugiu da cadeia.
                                                                 quem estragou o comando.
                                                                 quanto custou o I-Pad.
                                                                 quantos dentes lhe partiu a Josefina.
                                                                 qual era a sua música preferida.
                                                                 onde perdeu a dentadura.
                                                                 por quem foi assaltado.
Complemento oblíquo do verbo - orações introduzidas por "que" precedido de verbo com preposição fixa:
. O professor insistiu em que os alunos lessem Os Maias.
. O Benfica luta para que haja verdade desportiva.
. Estas orações completivas podem ser substituídas pelo pronome "isso" ou pelo grupo nominal "esse facto", precedidos de preposição:
O professor insistiu nisso / nesse facto.
O Benfica luta para isso.
Complemento do nome:
. Lamento o facto de que os árbitros auxiliem certos clubes.
. O professor suscitou a possibilidade de que o Josué tivesse copiado.
Complemento do adjectivo:
. Estou certo de que o Benfica será campeão.
. O Hulk é o responsável por que o F. C. Porto esteja em primeiro lugar.
. Estou convicto de que 2011 será um ano muito difícil.

     1.2. Não finita infinitiva
  • As orações subordinadas substantivas completivas não finitas são infinitivas dado que têm o verbo no infinitivo pessoal ou impessoal.
  • Geralmente, estas orações não são introduzidas por preposições.
  • No entanto, aquelas que são seleccionadas por verbos que indicam um pedido ou uma ordem (dizer, insistir, pedir, solicitar...) podem exigir a presença da preposição "para".
  • À semelhança das orações finitas, as não finitas infinitivas podem desempenhar diferentes funções sintácticas:
          -» Sujeito:
                    . Provocou-me espanto o Nacional ter derrotado aquele clube do Norte.

          -» Complemento directo:
                    . O Miguel disse para o Pedro se calar.

          -» Complemento oblíquo do verbo:
                    . Eu esforço-me por vos motivar.
                    . A indisciplina contribui para diminuir o sucesso escolar.
                    . A Maria pensou em namorar com o Tiago.

          -» Complemento do nome:
                    . A possibilidade de tu passares de ano é remota.
                    . Tenho pressa de voltar a casa.

          -» Complemento do adjectivo:
                    . Esta máquina de calcular é difícil de compreender.
                    . As inverdades dos políticos são desagradáveis de ouvir.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Orações subordinadas relativas

1. Oração subordinada substantiva relativa sem antecedente - Finita
  • É introduzida por:
-» advérbios relativos: «onde», «como»:
. O Ernesto poisou a mochila onde havia espaço.
-» pronome relativo "quem":
. Quem desdenha quer comprar.
-» quantificador relativo "quanto" (precedido ou não de preposição):
. Só comes quanto ganhas.
  • Não possui antecedente.
  • Completa / modifica o grupo verbal da oração subordinante.
  • Pode desempenhar diversas funções sintácticas:
-» Sujeito: Quem estuda passa de ano.
-» Predicativo do sujeito: O Carlos Cruz não é quem parece.
-» Complemento directo: Adoro quem estuda.
                                                  Só pagas quanto gastares.
-» Complemento indirecto: Ofereci um rebuçado a quem estudou.
-» Complemento oblíquo: Gosto de quem me trata bem.
-» Complemento agente da passiva: O jogo foi ganho por quem marcou mais golos.
-» Modificador do grupo verbal da subordinante:
- O meu avô vivia como podia.
- Adormeço onde calha.

1.1. Oração subordinada substantiva relativa sem antecedente - Não finita infinitiva
  • É introduzida por advérbios relativos e pronomes relativos "que" e "quem" (precedidos ou não de preposição).
  • Tem o verbo no infinitivo:
Não tenho que dar no Natal.
Jorge Jesus não sabe como mudar a situação.
No Verão, não tenho a quem deixar o piriquito.
Hulk, tens com que escrever?
Não sei onde estacionar o carro.


2. Oração subordinada adjectiva relativa

     2.1. Relativa restritiva
  • Limita, restringe a referência do antecedente.
  • Contém informação relevante para a definição do antecedente.
  • Não pode ser eliminada da frase, pois alteraria o sentido da oração subordinante.
  • Desempenha a função sintáctica de modificador restritivo do nome:
Quem ama verdadeiramente (oração substantiva relativa sem antecedente) não diz palavras que ofendam (oração relativa restritiva).
Os alunos que estudaram obtiveram boas classificações. Os alunos obtiveram boas notas. (neste caso, são todos os alunos; no primeiro exemplo, eram só alguns)
A mulher que eu amo está presa.

     2.2. Relativa explicativa
  • Apresenta informação adicional / facultativa sobre o antecedente (na oração subordinante).
  • Assim, pode ser eliminada, pois a sua omissão não altera o sentido da oração subordinante.
  • Na oralidade, é marcada por uma pausa; na escrita, por vírgulas, travessões ou dois pontos.
  • Desempenha a função sintáctica de modificador apositivo do nome (1) ou modificador da frase (2):
-» (1) Os benfiquistas, que se mostravam entusiasmados, saíram frustrados do estádio.
-» (2) O Benfica perdeu, o que deixou a D. Lídia furiosa.

Poema II ("O Guardador de Rebanhos")

          Se, no poema I, Caeiro definiu a sua filosofia, assente no sensacionismo, na objectividade na análise da natureza, neste segundo poema da obra O Guardador de Rebanhos refere-se mais concretamente ao seu processo de pensamento. É preciso não esquecer que, para deixar de pensar, é necessário pensar no assunto.
          O texto inicia-se com uma comparação ("O meu olhar é nítido como um girassol.") que significa que o sujeito poético vê a realidade à luz do sol, com toda a nitidez que essa luz lhe propicia. Dito de outra forma, a comparação evidencia a nitidez do olhar do «eu», dado a planta a que o seu olhar é comparado segue continuamente a luz solar. À semelhança de Cesário Verde, o sujeito poético assume uma atitude deambulatória ("Tenho o costume de andar pelas estradas..." - v. 2), observando atentamente a realidade, atento à diversidade que o rodeia, ("Olhando para a direita e para a esquerda..."), descobrindo novas «coisas» a cada olhar, constituindo, assim, a visão, o sentido primordial que nos permite conhecer o mundo.
          O verso 9 apresenta-nos uma nova comparação, desta vez com uma criança, um símbolo recorrente em Caeiro, pela inocência e ingenuidade que lhe estão associadas. Neste caso específico, a comparação é estabelecida com uma criança "ao nascer", o que remete para um ser não contaminado, constantemente surpreendido pelos estímulos da realidade que lhe chegam através dos sentidos e que provocam o seu espanto ("pasmo essencial" - v. 8), resultante do que o rodeia, novo para quem acabou de nascer. De modo semelhante, o sujeito poético sente-se como a criança recém-nascida, que vê com uma inocência primordial, isto é, vê tudo como se visse pela primeira vez, espantado perante "a eterna novidade do Mundo". Todos estes dados confirmam, no fundo, a afirmação de Jacinto do Prado Coelho: "Caeiro (...) vive de impressões, sobretudo visuais, e goza em cada impressão o seu conteúdo original.".

          À semelhança do que sucede na primeira estrofe, a segunda abre com nova comparação (neste caso, entre a sua crença no mundo e um malmequer), que é uma forma de objectivação, concretização, através dos sentidos, de uma realidade eminentemente abstracta dado que reside apenas no pensamento. No entanto, este versos confirmam-nos que, apesar do seu esforço para afirmar o contrário, o sujeito poético ainda pensa e não vê apenas. Dito de outra forma, ele apresenta uma teoria à qual falta uma prática efectiva e continuada, confirmada por uma espécie de «insistência doentia» nas explicações dos seus actos. Repare-se como ele começa por fazer uma constatação ("Creio no Mundo"), para de seguida se justificar: "Porque o vejo. Mas não penso nele (...)". Se estivesse convicto das suas afirmações, não necessitaria do raciocínio justificativo. Ainda assim, prossegue a sua afirmação da supremacia do olhar sobre o pensamento: "Porque pensar é não compreender..." - v. 15; "(Pensar é estar doente dos olhos)" - v. 17). Este último verso é uma confirmação da negação do pensamento, da metafísica, pois não devemos procurar procurar ou atribuir significados ao mundo, devemos antes deixar-nos guiar pelos sentidos, pelas sensações puras, aceitando pacificamente as coisas tais quais elas são ("Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo..." - v. 18).

          A terceira estrofe abre com uma afirmação categórica: "Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...". Esta afirmação clarifica a sua veia antifilosofia, evidenciando a recusa da metafísica, do pensamento abstracto, defendendo em alternativa o primado dos sentidos. Os restantes versos acabam por comprovar / aprofundar esta ideia, ao aclararem o tipo de relação que o «eu» estabelece com a natureza, uma relação de amor ("Mas porque a amo..." - v. 21). E é uma relação de amor porque no amor não há perguntas, não há certezas acerca do «objecto» amado, não há «razões» que justifiquem o «amor por», nem sequer uma definição do que é amar. Deste acto amoroso, está ausente o pensamento, a racionalidade; o sujeito aceita apenas as coisas tais como são. Há, portanto, uma tentativa de equiparação do amor ao seu desejo de inconsciência, de não pensar

          A última estrofe é constituída por um dístico silogístico: se "amar é a eterna inocência" (v. 24) e se "a única inocência é não pensar" (v. 25), então "amar" é "não pensar". Neste sentido, não pensar é uma espécie de amor sem objecto, um amor ideal. É um amor pela Natureza, um amor natural e sinónimo de aceitação incondicional, sem questionação. No fundo, estamos perante a necessidade humana de amor, de carinho, mesmo que unicamente no seio da Natureza.

          Em suma, «Persegue Caeiro a inocência como Mestre, para que Pessoa conquiste o amor como discípulo.» (Nuno Hipólito, in No Altar do Fogo)

sábado, 1 de janeiro de 2011

Plano (Álvaro de Campos e Pablo Picasso)

Planificação


Título: A arte no seu todo


Introdução

 A classificação da arte e da ciência e a sua relação hoje em dia é bastante subjectiva pois , a ciência é um tipo de arte que apesar de diferentes, têm pontos em comum.

 A ciência é uma arte objectiva, necessita de estudo , confirmação e aceitação por parte de um todo, já a arte é o mais subjectiva possível. Cada um a interpreta mediante a sua visão do mundo, mediante o seu imaginário e capacidade de aceitação .

 Portanto, é a partir da visão que damos ás coisas, mais aprofundada ou menos que torna-mos objectos arte, conforme o olhar que lhe damos.


Desenvolvimento

 Pablo Picasso foi entre o século XX considerado o mestre da arte.

 A sua arte difere bastante da usual, os seus quadros e obras viajam além do real, vão para lá do desconhecido. Demonstra as suas amarguras e tristezas ao tornar a sua obra tão sofrida, surreal e por vezes amedrontadoras.

 Newton foi um cientista físico e matemático, considerado o cientista que causou maior impacto na história da ciência. Realizou bastantes descobertas entre as quais “ a teoria binomial”, “ o calculo”, “ a leia da gravitação” e, “ a natureza das cores”.

 Vénus de Milo é uma famosa estátua grega que representa a deusa grega Afrodite, do amor sexual e beleza física, ficou conhecida no entanto pelo seu nome romano, Vénus.


Conclusão

 A estátua Vénus de Milo, o binónio de Newton, o qudro de Picasso e a poesia de Álvaro de Campos são obras de arte. Apesar de tão diferentes , diferem apenas na sua imagem pois para muitos de nós são ambos denominados obras de arte.

VD
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