Português

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Orações subordinadas adjetivas

  • As orações subordinadas adjetivas são orações que equivalem a um adjetivo e desempenham funções sintáticas próprias de um grupo adjetival.
  • Dividem-se em
               a) orações relativas:
                         - Os alunos que estudam obtêm bons resultados. (= Os alunos estudiosos
                            obtêm bons resultados.)

               b) orações gerundivas:
                         - Os finalistas, cantando com alegria, entraram no autocarro.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Orações subordinadas substantivas relativas (sem antecedente)

  • São introduzidas
  • pelos pronomes relativos o que e quem;
  • pelo advérbio relativo onde;
  • pelo quantificador relativo quanto
  • Não têm antecedente.
  • Podem desempenhar diversas funções sintáticas:
               1. Sujeito:
                         - Quem tudo quer tudo perde.
                         - Quem cala consente.

               2. Complemento direto:
                         - Admiro quem estuda afincadamente.
                         - Conheço quem te dê boleia.

               3. Complemento indireto:
                         - O Eusébio deu autógrafos a quem lhos pediu.
                         - O João, na festa, ofereceu flores a quem fazia anos.

               4. Predicativo do sujeito:
                         - Aquele sujeito não é quem parece.

               5. Modificador do grupo verbal:
                         - Deitei-me onde havia cama.
                         - Escondi o ouro onde tu disseste.
  • Podem ser finitas (o verbo ocorre numa forma finita) ou não finitas (o verbo ocorre numa forma não finita):
               - Quem vai ao ar perde o lugar. (finita)
               - Aquele casal precisa de quem o ajude. (finita)
               - Tu sabes como passar de ano. (não finita)
               - Não tenho com que ligar a televisão. (não finita)

Orações subordinadas substantivas completivas

  • São introduzidas por uma conjunção subordinativa completiva: que e se (esta última introduz as interrogativas indiretas).
  • Podem ser introduzidas também por uma preposição (quando não são finitas infinitivas): de, para, por, ...
  • Podem desempenhar diferentes funções sintáticas:
               1. Sujeito:
                         - É preciso que chegues a tempo.
                         - Não é certo que sejamos campeões.

               2. Complemento direto:
                         - O Eusébio perguntou se o Benfica vencera.
                         - O professor pediu aos alunos para fazerem o TPC.
                         - Diz-se que há corrupção no futebol.

               3. Complemento do nome:
                         - O vício de fumares sai-te caro.
                         - A vontade de ganhar era enorme.
                         - Ele morreu com a certeza de que a família ficaria bem.

               4. Complemento de um adjetivo:
                         - Esta derrota é difícil de engolir.

               5. Complemento oblíquo:
                         - O Benfica esforçou-se por vencer o jogo.

  • Teste para identificar a função de sujeito:
  • Substituição da oração subordinada substantiva completiva pelos pronomes demonstrativos invariáveis isto e isso (colocados antes do verbo):
                          - Não é certo que sejamos campeões. ®  Isto (= que sejamos campeões) não é
                             certo.

  • Testes para identificar a função de complemento direto:
  • Substituição da oração completiva pelos pronomes demonstrativos invariáveis isto e isso (colocados depois do verbo):
                         - Eu defendo que tu agiste bem. ® Eu defendo isto / isso.
  •  Substituição pelo pronome «o» e suas variantes:
                         - Eu defendo que o Brasil será nosso novamente. ® Eu defendo-o.

Orações subordinadas

  • A subordinação é o processo de combinação de duas ou mais orações em que uma delas - a subordinada - está sintaticamente dependente dela (ou de um seu constituinte).
  • A oração subordinante é aquela de que depende uma outra oração - a subordinante: O Eusébio disse que estava doente.
  • A oração subordinada é aquela que desempenha uma função sintática na fase complexa em que está inseria e que depende de outra - a subordinante - para ter sentido: O Eusébio disse que estava doente.
  • Na subordinação, pode existir recursividade, isto é, pode encontrar-se uma oração subordinada dentro de outra subordinada: O Antunes disse que o governo garante que haverá novas medidas de austeridade que atingirão os portugueses...
  • Quando as orações subordinadas são introduzidas por uma conjunção ou locução subordinativa, recebem o nome do conetor que faz a articulação-
  • De acordo com o tipo de função sintática que desempenham, as orações subordinadas podem ser classificadas como
                                      . subordinadas substantivas;
                                      . subordinadas adjetivas;
                                      . subordinadas adverbiais.

Orações coordenadas sindéticas e assindéticas

  • As orações coordenadas (ou os elementos de uma frase) ligadas por uma conjunção ou locução coordenativa designam-se sindéticas.
               - Ele "roubou" a bola e afundou.
               - Comprei um casaco e um par de calças.
  • Quando a conjunção não está expressa, as orações chamam-se assindéticas.
               - O Pedro chegou, arrumou o carro, tirou os livros, jantou...

Orações coordenadas

     A frase complexa resulta da junção / articulação de duas ou mais orações, por coordenação ou por subordinação.


Orações coordenadas

  • Estas orações articulam-se / ligam-se através de uma conjunção ou locução coordenativa, ou conetor equivalente.
  • As orações coordenadas recebem o nome do conetor / conjunção que as articula / liga.
  • As orações coordenadas são sintaticamente independentes entre si.
  • Existem cinco tipos de orações coordenadas.


     1.º) Orações coordenadas copulativas:
  • são introduzidas por uma conjunção ou locução coordenativa copulativa (e, nem);
  • exprimem um valor de adição;
                          - A minha mãe ofereceu-me um pijama e a minha tia trouxe-me um casaco.
                                                      ¯                                 ¯                          ¯
                                       oração coordenada              conjunção      oração coordenada copulativa


     2.º) Orações coordenadas adversativas:
  • são introduzidas por uma conjunção (ou locução) coordenativa adversativa;
  • possuem um valor de oposição ou contraste;
                         - Escorreguei, mas não caí.
                                    ¯            ¯          ¯
           oração coordenada   conjunção   oração coordenada adversativa


     3.º) Orações coordenadas disjuntivas:
  • são introduzidas por uma conjunção (ou locução) coordenativa disjuntiva;
  • transmitem um valor de alternativa;
                         - Vamos ao cinema ou ficamos em casa?
                                         ¯               ¯               ¯
                      oração coordenada   conjunção    oração coordenada disjuntiva


     4.º) Orações coordenadas explicativas:
  • são introduzidas por uma conjunção (ou locução) coordenativa explicativa;
  • apresentam a causa, a explicação ou justificação (para o que é dito na primeira oração);
                         - Estou cheio de fomepois comi mal ao almoço.
                                           ¯                   ¯                ¯
                           oração coordenada   conjunção   oração coordenada explicativa


     5.º) Orações coordenadas conclusivas:
  • são introduzidas por uma conjunção (ou locução) coordenativa conclusiva;
  • exprimem um valor de conclusão, de dedução lógica (em relação à ideia expressa ou implícita na oração com que se combina);
                         - O Paulo tem exame, logo não foi ao cinema.
                                           ¯                   ¯                 ¯
                           oração coordenada    conjunção     oração coordenada conclusiva

Frase simples e frase complexa

  • As frases podem ser simples ou complexas.
  • As frases simples têm apenas um verbo principal ou copulativo; por isso, uma só oração.
               . O avião aterrou.
               . A aluna manteve-se calma.
               . O Viriato chegou de Lisboa.
  • As frases complexas têm dois ou mais verbos principais ou copulativos, isto é, são constituídas por duas ou mais orações.
               . A Maria caiu porque escorregou.
               . Encontrei a Irina e ofereci-lhe um jantar.
  • No registo oral, a frase é marcada por diversos tipos de entoação, de acordo com os diferentes conteúdos comunicativos que expressa: perguntar, ordenar, exprimir emoções ou sentimentos, etc.
  • No registo escrito, a frase, em início de período, é iniciada por letra maiúscula e finaliza com um sinal de pontuação "concordante" com o conteúdo comunicativo que expressa: ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação, ponto e vírgula e reticências.

Frase

     A frase é uma unidade linguística que contém, pelo menos, um verbo e descreve uma situação:
               . O avião aterrou.
               . O Eusébio adoeceu.

     A frase típica do português é constituída por uma sequência de palavras compostas por um sujeito e um predicado.
               . O avião aterrou.
                     ¯            ¯
                 sujeito    predicado

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Vírgula

     A vírgula representa uma pausa breve no discurso e usa-se para:

          . isolar o nome do lugar, nas datas:
               - Lisboa, 11 de janeiro de 2012.

          . isolar elementos, intercalados na frase, de valor explicativo ou caracterizador:
               - Portugal está à beira da bancarrota, isto é, não tem dinheiro para o dia-a-dia.

          . isolar orações subordinadas adverbiais numa frase:
               - O João, quando viu a namorada no chão, ficou furioso.

          . isolar orações intercaladas:
               - Os bons jogadores, dizia Paulo Bento, são os que me obedecem cegamente.

         
. isolar orações subordinadas adverbiais, principalmente quando colocadas antes da subordinante:
               - Assim que tu chegaste, fizemos uma festa.

          . separar os elementos de uma enumeração:
               - Fui à feira e comprei batatas, feijão, cebolas, bacalhau e alfaces

          . separar a frase introduzida pela conjunção «mas»:
               - A Maria caiu, mas não se magoou.

          . isolar o vocativo:
               - Micaela, tu cantas mesmo mal!

          . intercalar um modificador entre um verbo e o seu complemento:
               - O polícia alertou o condutor, com gestos enérgicos, do perigo.

       
  . separar conjunções e locuções conclusivas:
               - O Benfica jogou bem, portanto mereceu vencer.
               - Consideras, portanto, que o árbitro não viu bem o lance.

          . isolar modificadores da frase:
               - Efetivamente, a bola não entrou na baliza.

         
. destacar um advérbio conetivo em início de período:
               - Os alunos estão muito aborrecidos. Porém, não param de falar.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

"Ode Triunfal" - Correção do questionário

1. Releia a primeira estrofe.


     1.1. Caraterize o ambiente em que o sujeito poético se situa.

     O sujeito poético encontra-se a escrever no interior de uma fábrica, num estado febril, rodeado de máquinas e sob a luz forte das "grandes lâmpadas elétricas".

     1.2. Explicite a relação que ele mantém com a realidade que o cerca.

     Logo nos primeiros versos do poema, o sujeito poético anuncia o seu estado febril ("Tenho febre" - v. 2) e violento ("Escrevo rangendo os dentes" - v. 3), provocado pela realidade que o cerca e resultante de sensações contraditórias. De facto, se, por um lado, ele se deleita a apreciar a beleza do que o rodeia no interior da fábrica, por outro, essa mesma beleza causa-lhe dor ("À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica" - v. 1).


2. Atente, agora, nas estrofes 2 a 4.


     2.1. Procure, na segunda estrofe, marcas do "estado febril" que o sujeito poético anunciara.

     As marcas do «estado febril» do sujeito poético são visíveis nas seguintes passagens: "Tenho os lábios secos" (v. 10) e "E arde-me a cabeça." (v. 12).

     2.2. Explicite as razões que estão na origem desse delírio.

     O delírio do sujeito poético é originado pelos "excessos" do ambiente em que o sujeito poético se encontra inserido. De facto, os movimentos "em fúria" e os "ruídos" ouvidos "demasiadamente perto" das máquinas da fábrica estão na base do seu estado febril.

     2.3. Prove, com passagens do poema, que todos os sentidos concorrem para esse estado de alucinação.

     Com efeito, no estado de alucinação do sujeito poético intervêm os sentidos, através dos quais ele procura captar as sensações provocadas pelas máquinas ("de todas as minhas sensações" - v. 13): visuais ("e olhando os motores" - v. 15), gustativas ("Tenho os lábios secos" - v. 10), auditivas ("Rugindo, rangendo, ciciando" - v. 24), tácteis ("Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma." - v. 25).

     2.4. No primeiro verso da terceira estrofe, "os motores" são comparados a "uma Natureza tropical".


          2.4.1. Comente a expressividade dos adjetivos que, no verso 32, a caraterizam.

     A "Natureza tropical" é caracterizada como sendo "estupenda, negra, artificial e insaciável". Esta quádrupla adjetivação traduz os traços da civilização moderna mecânica e industrial, que é admirável e insondável, sofisticada e sôfrega.

     2.5. Evidencie o valor expressivo das aliterações presentes nos versos 16 e 24-25.

     Nos referidos versos, existem diversas aliterações. Desde logo, a aliteração em f ("ferro e fogo e força") que sugere o ruído e o caráter agressivo dos motores; depois a aliteração em r ("Rugindo, rangendo") recria o ruído forte e violento das máquinas e dos motores; por último, a aliteração em c ("excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma") sugere a suavidade de uma carícia.

     2.6. Explique, pelas suas próprias palavras, os versos em que o sujeito poético exalta a abolição das fronteiras entre passado, presente e futuro.

     Nos versos 18 a 23, o sujeito poético concentra os tempos num só, único, englobante e dinâmico. E fá-lo transportando para o presente (v. 19) e para o futuro (vv. 21-22) grandes personalidades do passado (Platão, Virgílio, Alexandre Magno, Ésquilo), estabelecendo entre elas relações de interdependência e de causa e efeito. Ou seja, se não tivesse existido, no passado, figuras criadores e impulsionadoras como as referidas, o presente não seria aquilo que é e o futuro seria, certamente, diferentes. O presente engloba, assim, o passado e possibilita o futuro.

     2.7. Interprete os desejos expressos pelo sujeito poético nas exclamações da quarta estrofe.

     Na quarta estrofe, o sujeito poético expressa o desejo de se identificar totalmente com as máquinas (vv. 26 a 28) - símbolo da modernidade -, ou, na impossibilidade de concretizar este desejo, ao menos poder estabelecer com elas uma relação estranha, eufórica que roça um erotismo delirante e doentio e o sadomasoquismo. Note-se o recurso aos advérbios "carnivoramente" e "pervertidamente" e ao gerúndio "enroscando", que apontam para a referida relação. Algo de semelhante é visível entre os versos 42 e 47. No fundo, estamos perante o sensacionismo excessivo do sujeito poético, que procura "sentir tudo de todas as maneiras", visto que "Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.".


3. Na sétima estrofe (vv. 49-57), assistimos a uma pausa no ritmo alucinante do poema.

     3.1. Justifique o recurso ao parênteses.

     O recurso ao parênteses traduz o caráter intimista que o sujeito poético assume nesta estrofe, numa espécie de aparte em que «regressa» ao passado.

     3.2. Indique os temas abordados, neste aparte, pelo sujeito poético.

     Os temas abordados são a certeza da morte e a evocação nostálgica da infância.

     3.3. Adiante hipóteses para esta reflexão no contexto do poema.


4. A partir da oitava e até à penúltima estrofe, retoma-se o ritmo alucinante que tinha sido interrompido.

     4.1. Demonstre que o referido ritmo se desenvolve numa gradação crescente.

     O ritmo alucinante é retomado através das apóstrofes sucessivas (vv. 64-65), das interjeições (vv. 66-69), das repetições anafóricas (vv. 78-80), das interjeições e das enumerações (vv. 82-105), até culminar, no verso 106, com a onomatopeia final.

     4.2. Assinale os versos em que o sujeito poético refere aspetos negativos da civilização moderna.

     O sujeito poético refere os aspetos negativos da civilização moderna em dois momentos do poema: entre os versos 66 e 68 e 70 e 73.

     4.3. Identifique o recurso estilístico presente nos versos 68 e 76.

     O recurso estilístico é é o oximoro (vv. 68 e 76), que traduz os sentimentos contraditórios que caraterizam o sujeito poético.


5. Podemos afirmar que a conclusão do poema - a última estrofe (um monóstico) - é uma confissão de fracasso.

     5.1. Demonstre a veracidade da afirmação.

     A última estrofe pode interpretar-se como a confissão do fracasso, pois nela o sujeito poético manifesta a impossibilidade de realizar o seu desejo de se identificar completamente coma realidade que o rodeia, no fundo, com as máquinas.


6. Comente o título do poema e relacione-o com a cultura do excesso tão cara aos sensacionistas. Deve ter em conta a definição de "ode" (cf. nota 3. do texto "Ricardo Reis - uma arte de viver", na página 69) e o significado do adjetivo "triunfal".

     O título do poema é reiterativo, visto que a «ode» é já, só por si, um canto em tom sublime, escrito num discurso entusiástico, de exaltação de alguém (um herói) ou algo (um feito, por exemplo). Ao ser acrescentado ao nome «ode» o adjetivo «triunfal», Álvaro de Campos remete desde logo para o tom hiperbólico com que vai cantar as máquinas, o triunfo da civilização moderna industrial.


7. Observe atentamente o quadro de Picabia reproduzido na página 89.


     7.1. Comente o quadro, relacionando-o com algumas passagens da "Ode Triunfal" que ele poderia ter inspirado.


Questionário adaptado do manual Entre Margens - 12.º ano (Porto Editora)

Exames e Provas de Aferição - Esclarecimento


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"Ode Triunfal" - Questionário

1. Releia a primeira estrofe.

     1.1. Caraterize o ambiente em que o sujeito poético se situa.

     1.2. Explicite a relação que ele mantém com a realidade que o cerca.


2. Atente, agora, nas estrofes 2 a 4.

     2.1. Procure, na segunda estrofe, marcas do "estado febril" que o sujeito poético anunciara.

     2.2. Explicite as razões que estão na origem desse delírio.

     2.3. Prove, com passagens do poema, que todos os sentidos concorrem para esse estado de alucinação.

     2.4. No primeiro verso da terceira estrofe, "os motores" são comparados a "uma Natureza tropical".

          2.4.1. Comente a expressividade dos adjetivos que, no verso 32, a caraterizam.

     2.5. Evidencie o valor expressivo das aliterações presentes nos versos 16 e 24-25.

     2.6. Explique, pelas suas próprias palavras, os versos em que o sujeito poético exalta a abolição das fronteiras entre passado, presente e futuro.

     2.7. Interprete os desejos expressos pelo sujeito poético nas exclamações da quarta estrofe.


3. Na sétima estrofe (vv. 49-57), assistimos a uma pausa no ritmo alucinante do poema.

     3.1. Justifique o recurso ao parênteses.

     3.2. Indique os temas abordados, neste aparte, pelo sujeito poético.

     3.3. Adiante hipóteses para esta reflexão no contexto do poema.


4. A partir da oitava e até à penúltima estrofe, retoma-se o ritmo alucinante que tinha sido interrompido.

     4.1. Demonstre que o referido ritmo se desenvolve numa gradação crescente.

     4.2. Assinale os versos em que o sujeito poético refere aspetos negativos da civilização moderna.

     4.3. Identifique o recurso estilístico presente nos versos 68 e 76.


5. Podemos afirmar que a conclusão do poema - a última estrofe (um monóstico) - é uma confissão de fracasso.

     5.1. Demonstre a veracidade da afirmação.


6. Comente o título do poema e relacione-o com a cultura do excesso tão cara aos sensacionistas. Deve ter em conta a definição de "ode" (cf. nota 3. do texto "Ricardo Reis - uma arte de viver", na página 69) e o significado do adjetivo "triunfal".


7. Observe atentamente o quadro de Picabia reproduzido na página 89.

     7.1. Comente o quadro, relacionando-o com algumas passagens da "Ode Triunfal" que ele poderia ter inspirado.


Questionário adaptado do manual Entre Margens - 12.º ano (Porto Editora)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

2011: Coisas inesquecíveis ouvidas na TV e arredores

  • "O ministro das Finanças não tem qualquer visão sobre como é que o país se há-de desenvolver e tal..." (António Costa, «Quadratura do Círculo»);
  • "A Europa não está a ser séria. Andam todos a fazer cada qual o seu joguinho. Os holandeses são capazes de vender a mãe se lhes pagarem bem. Os suecos julgam-se superiores. Os noruegueses (...), um rapaz que fazia Pilates comigo foi à Noruega, deixou lá o curriculum e já o chamaram. (...) O Sarkozy-Cosifantuti... é mau para os países terem líderes ridículos..." (Raul Rosado Fernandes). [Silêncio] "Deixe-me fazer-lhe uma última pergunta..." (Ana Lourenço). (...) "Eu conheci a Tatcher..." (RRF). "Um bom Natal!" (AL).
  • "Aos 40 percebi que era imortal..." (Diogo Infante);
  • [Um homem que se] "passeia pelos salões dos poderosos, come pastéis de bacalhau na leitaria da esquina, frequenta seminários académicos, bebe um refresco em locais imagináveis e trata por tu grandes e pequenos..." (António Barreto sobre Gonçalo Ribeiro Telles);
  • "Já é uma tradição nas cimeiras dos países mais ricos do mundo." (Luís Delgado, sobre a presença de estrangeiros na manifestação da Assembleia da República);
  • "Portugal não é monótono." (António Barreto);
  • "Cavaco Silva devia condecorar Teixeira dos Santos." (Miguel de Sousa Tavares);
  • "Se não houver nem um protesto, parecemos parvos." (Francisco van Zeller);
  • "Devíamos ir buscar dinheiro às empresas de utilidades." (Luís Delgado);
  • "Uma das coisas que aprendi [riso abafado] em Washington foi que na vida pública ou se está sentado à mesa ou se faz parte do menu. Eu próprio tive essa experiência recentemente em que fui incluído num cardápio qualquer. Quem é que é aqui o menu?" (Mário Crespo sobre o caso Secretas / Bernardo Bairrão). "Mário, a sua linguagem é muito críptica." (Ângelo Correia);
  • "Manifestamente, eventualmente, esse é um problema que vamos ter que resolver." (Mário Crespo);
  • "A Santa Casa da Misericórdia precisa de um gestor. Mandem o Dr. Santana Lopes para a OCDE." (Henrique Neto);
  • "Depois de um confronto destes [pausa], como é que os senhores pessoalmente ficam um com o outro? Ficam zangados?" (Mário Crespo, no fim de um frente-a-frente entre Alfredo Barroso e Teresa Caeiro);
  • "Algo me diz que isto não vai ser tão mau como parece." (Medina Carreira);
  • "Não posso fazer comentários, não tenho elementos." (inédito  de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o caso Secretas / Bernardo Bairrão);
  • "Vou contar um episódio do dia de hoje. Fui à mercearia, gastei vinte e tal euros. Ao meu lado estava uma senhora muito bem parecida que me atraiu. Era brasileira e comprou três pães. Porque é que esta senhora há-de acreditar em Deus?" (Mário Crespo);
  • "Vou-lhe fazer uma pergunta daqui a cinco minutos - Deus existe?" (Mário Crespo, antes de prosseguir a emissão com uma peça sobre o rating da Grécia);
  • "O meu minuto vai ser um minuto rápido." (João Semedo, deputado do BE);
  • "Sondagens - mantém-se o empate técnico, mas o PS aproximou-se do PSD nas últimas horas." (Mário Crespo);
  • "Há uma grande imprecisão, visto que tanto um está à frente como depois está o outro, mas isto vai andando." (Mário Soares, sobre os resultados das sondagens);
  • "Eu não disse que não seria primeiro-ministro com o FMI, disse que não estava disponível para governar com o FMI. É completamente diferente." (José Sócrates);
  • "Para que tudo corresse bem, foram precisos muitos, muitos preservativos." (João Adelino Faria, referindo-se aos preparativos do casamento real britânico);
  • "Projetar categorias morais no fenómeno político dá mau resultado." (Francisco Assis);
  • "Crescimento económico e poupança. São as duas coisas que é necessário para o crescimento económico." (Daniel Oliveira);
  • "Estamos todos histéricos." (Luís Delgado);
  • "O VW Golf é um bem essencial? (peça da RTP, questionando a razoabilidade do desagravamento do IVA do golfe anunciado pelo governo);
  • "Não, não. Não estou interessado em lugares. Estou num processo de pensamento." (Santa Lopes);
  • [É justo o aumento do salário mínimo] "porque a Malta já nos passou à frente." (representante da CGTP à TVI);
  • "É bom que os portugueses saibam que, na Lua, têm um espaço familiar, que é a cratera Vasco da Gama." (Pacheco Pereira, «Ponto Contraponto»);
  • "Cavaco Silva não quis falar sobre o FMI, alegando que era domingo e estava a caminho das queijadas de Sintra." (abertura do noticiário da SIC).

(c) Zélia Pinheiro, in Corta-Fitas

A emigração

     José Cesário, secretário de estado das Comunidades, estima que, durante o ano de 2011, 100 a 120 mil portugueses tenham emigrado, maioritariamente em resultado da degradação da situação económica do país.

     Em 1670, o Padre António Vieira, num sermão pregado na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, afirmou o seguinte sobre esta temática da emigração: «Nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra; para nascer, Portugal; para morrer, o mundo.»

     Passam os séculos, mas as circunstâncias permanecem. Cabe-nos, como defende Vieira, transformar algo que é motivo de tristeza e desesperança numa oportunidade de alcançar a grandeza.
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