Português: Análise do Capítulo III de Iracema

sábado, 17 de setembro de 2022

Análise do Capítulo III de Iracema


     Encontramos neste capítulo a descrição do costuma da hospitalidade índia, com formas de cumprimento específicas: "Quando o guerreiro terminou a refeição, o velho Pagé apagou o cachimbo e falou: - Vieste? / - Vim -respondeu o desconhecido."
    Constatamos o afastamento do caráter poético que imbuía o texto, porque a ação tem de avançar, o que é típico do romance.
    Vai-se também acentuando um clima de mau augúrio; espera-se que algo de mau aconteça, porque há várias indícios de fatalidade, que vai acontecendo e que se acumula. Há da parte do Pagé uma progressiva adivinhação de algo mau, o que se acentua quando Martim refere a sua amizade com os Pitiguaras, inimigo do povo de Iracema, os Tabajaras. Isto é mais um indício da impossibilidade da relação de Martim com Iracema.

Conclusão dos três capítulos iniciais:

        » Abertura poética: criação progressiva de um determinado clima: o comportamento de Iracema; alusão a acontecimentos que permanecem obscuros; uso de metáforas e imagens; a natureza tem um caráter fundamental. Este caráter poético vai-se restringindo ao discurso do narrador e à fala das personagens, porque a intriga tem de progredir.

        » Cor epocal: elemento essencial do Romantismo. É necessário dar a noção da cor epocal, porque é um ambiente que se situa no passado e, logo, é desconhecido, tornando necessária a caracterização da sociedade. Os elementos usados são os seguintes: notas do autor, toda a introdução feita ao ambiente do Ceará: descrição das personagens; descrição da natureza, adivinhação que o narrador faz do que as personagens pensam e sentem; a fatalidade que se anuncia e o uso de metáforas e imagens.

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